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Profª.Dra. Vivian Soares Doutora em Biociências – UERJ Nutricionista Nutrição Materno-Infantil ✓ Nutrição em Obstetrícia – parte 2 ✓ Avaliação nutricional Nutrição fetal • O feto não recebe oxigênio e nutrientes através da placenta antes que o fluxo de sangue seja estabelecido pelo cordão umbilical, em torno de 10 semanas de gestação. Antes disso a nutrição se dá através do endométrio e das secreções da glândula uterina, cujos conteúdos são mal compreendidos. Nutrição fetal • Funções essenciais na gestação: ✓ Proteção ✓ Nutrição ✓ Respiração ✓ Excreção ✓ Produção hormonal Placenta • A placenta representa a única via de troca de nutrientes, oxigênio e resíduos metabólicos entre a mãe e o feto → comprometimento pode afetar o bem estar e desenvolvimento fetal Anexo fetal constituído de uma porção fetal (saco coriônico) e da porção materna Transferência de nutrientes Transferência ocorre através de processo complexo → mesmos mecanismos utilizados para a absorção de nutrientes no TGI. ✓ Difusão simples ✓ Difusão facilitada ✓ Transporte ativo ✓ Pinocitose ✓ Ultrafiltração → Difusão simples: processo passivo → nutrientes atravessam as membranas celulares do meio + concentrado (sangue materno) para o meio - concentrado (sangue fetal) até que o equilíbrio seja atingido. Nutrientes absorvidos por esse mecanismo: ✓ O2 ✓ CO2 ✓ Vitaminas lipossolúveis ✓ Eletrólitos ✓ AG ✓ H2O → Difusão facilitada: velocidade → presença de um transportador na membrana que tem especificidade por uma ou + substâncias. Nutrientes absorvidos por esse mecanismo: ✓ CHO → Ultrafiltração: transporte rápido de nutrientes dissolvidos na água devido ao gradiente de pressão hidrostática ou osmótica ✓ H2O ✓ Solutos → Pinocitose: invaginação da membrana que engloba os nutrientes, que cruzam a célula e são liberados do outro lado. Processo lento. Nutrientes absorvidos por esse mecanismo: ✓ Grande moléculas proteicas ✓ Lipoproteínas ✓ Fosfolipídios ✓ Imunoglobulinas - IgG Alterações Metabólicas → Taxa metabólica basal (TMB) TMB (15 a 20%) para suprir as necessidades fetais, para cobrir o consumo energético a partir do 3º mês → pelo custo energético da gestação e da função renal e cardíaca →Metabolismo protéico Insulina estimula a síntese de proteínas→ papel facilitador do transporte de aminoácido (aa) para o interior das células ✓ Níveis séricos de aa são menores durante a gestação ✓ Hemodiluição provoca ptnas plasmáticas (ex. albumina) desenvolvimento do edema → Metabolismo glicídico ✓ Grande necessidade fetal → crescimento mesmo em situações de jejum materno; ✓ Situações de jejum prolongado: feto continua a extrair glicose e aa - taxas idênticas às existentes nos períodos de alimentação normal - parasitismo; ✓ Glicose rapidamente transferida para o feto → glicemia fetal cerca de 20 mg% menos comparado aos níveis de glicemia materna; ✓ Consumo contínuo de glicose pelo feto: fisiológica da glicemia materna → A glicemia materna pode 15 a 20 mg% em relação aos níveis observados fora da gestação; ✓ Para atender às exigências fetais: menor utilização periférica de glicose + ineficácia da insulina – hormônios contra-insulínicos – hCG, E2, progesterona, cortisona, Lactogênio Placentário Humano (HPL), glucagon; Resistência periférica à insulina • → Metabolismo lipídico • Mobilização de gordura corporal para a produção de energia para o metabolismo materno: conservar a glicose para o consumo fetal e para o próprio SN materno • níveis plasmáticos de AG, TG, colesterol e fosfolipídios → ação epinefrina, hCG, glucagon e hPL ✓ Modificações ocorrem já no 1º trimestre ✓ Débito cardíaco 30 a 40% pela intensa circulação placentária - A pressão arterial, principalmente diastólica, diminui durante os primeiros dois trimestres por causa da vasodilatação periférica, mas pode voltar aos valores pré-gestação no terceiro trimestre - Volume sanguíneo: 50% a partir da 6ª SG até a 34ª SG. Volume corpuscular 25% a partir do 6º mês = menores taxas de hematócrito e hemoglobina (anemia fisiológica) - Fluxo sanguíneo: fluxo renal cerca de 50% no 1º tri e no último mês. O fluxo sanguíneo cerebral e hepático se mantém inalterado ✓ Acréscimo total de água: 7,5 L, dos quais 1,7 L estão nos tecidos ✓ 70% do peso ganho durante a gestação corresponde a ganho hídrico e para manter a isotonicidade são necessários 25g de sódio ou 60 g de cloreto de sódio ✓ Visando a conservação do sódio: sistema renina-angiotensina-aldosterona Alterações no Sistema Circulatório e Equilíbrio Eletrolítico ✓ taxa glomerular desde o 2º mês e do fluxo renal para facilitar a depuração da creatinina, uréia e outros resíduos metabólicos ✓ Fluxo da urina + retardado devido a obstrução mecânico dos ureteres: pré-disposição às infecções urinárias ✓ Glicosúria fisiológica: 50% da quantidade de glicose filtrada e a habilidade máxima renal em absorve-la é mantida, tornando comum a glicosúria fisiológica, mesmo na ausência de glicemia elevada Sistema urinário ✓ Sintomas comuns no 1º trimestre: náuseas, vômitos matinais → podem acarretar anorexia → possíveis perdas de peso em gestantes no 1º; ✓ Gengivas edemaciadas, hiperêmicas, sangram com facilidade: hCG, progesterona e estrogênio; ✓ Diminuição do pH salivar: desenvolvimento de MO causadores da cárie dentária; ✓ Hipotonia do TGI: progesterona → maior tempo de esvaziamento gástrico, maior incidência de náuseas, refluxo gastroesofágico e constipação intestinal; ✓ Hipotonia do ID: maior tempo de contato entre o nutriente e a mucosa absortiva, levando ao absorção de nutrientes e água; ✓ Hipotinia da vesícula biliar: menor liberação da bile e intolerância aos alimentos gordurosos Sistema digestivo ✓ As necessidades maternas de oxigênio aumentam e o limiar para o dióxido de carbono diminui, fazendo que a gestante se sinta dispneica. Somando-se a essa sensação de dispneia está o útero em crescimento, empurrando o diafragma para cima. ✓ Ocorre aumento da ventilação pulmonar em face do aumento da progesterona → redução de CO2 e aumento do O2 materno Sistema respiratório • Acredita-se que a gênese do contexto emocional da gravidez esteja + associada aos fatores hormonais e sócio-culturais; • Fatores hormonais associados com: → Progesterona – efeito depressivo sobre o SNC e influência sobre o comportamento introspectivo e regressivo da mulher → Catecolaminas – papel regulador das emoções (depressão e euforia) → Costicosteroides – variações emocionais (depressão, euforia, paranóia e problemas de cognição) MODIFICAÇÕES PSICOLÓGICAS ✓ Fatores sócio-culturais - visão da gestação como o estado intermediário entre o status de mulher e mãe (evento social), muitas vezes associados com medidas restritivas (tabus e rituais) que visam proteger o estado de gravidez, bem como marcar a transição entre os dois estados sociais. “gravidez evento familiar e social”. ✓ O evento “gravidez” é percebido pelas mulheres de forma diferente, conforme suas perspectivas perante a gravidez (“mulher tradicional” e “mulher atual”). O contexto social age sobre a gestante que reage sobre o contexto ✓ Conflitos internos podem se exacerbar durante a gravidez e muitas vezes explicam as intercorrências: êmese, hiperêmese, bulimia, ganho de peso excessivo ou insuficiente ou ansiedade. ✓ Destaque: conflito com o companheiro Vamos fixar • Durante o desenvolvimento fetal ocorre grande demanda de macro e micronutrientes, para que o feto de desenvolva adequadamente. Sobre a nutrição na gestação, marcar V para as afirmativas Verdadeiras, F para as Falsas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA . • ( ) O feto requer glicose e aminoácidos para seu crescimento, mesmo em situações de jejum materno. • ( ) Para atender às exigências fetais de glicose e aminoácidos, ocorrem ajustes metabólicos no organismo materno. • ( ) Os níveis de glicemia fetais são cerca de 20mg% inferioresaos níveis de glicemia materna. a) F, V, V b) V, F, V c) F, F, V d) V, V, V Vamos fixar! • O hormônio produzido pela placenta, responsável pela redução da motilidade do trato gastrointestinal, por favorecer a deposição de gordura e estímulo do apetite materno, na primeira metade denomina-se: • - Estrogênio • - Prolactina • - Progesterona • - Cortisona 2- Embriogênese: Estende-se até a 60º dia de gestação: • Nesta fase, a replicação celular contínua associada à hipertrofia (aumento do tamanho celular); • Diferenciação celular: formação de tecidos e órgãos; • Período de grande vulnerabilidade para o desenvolvimento fetal e de risco de problemas nutricionais; • Ácido fólico, vitamina A, niacina (B3) e vitamina B12 são fundamentais; • Deficiência de ácido fólico: malformação do tubo neural. NUTRIÇÃO MATERNA NO DESENVOLVIMENTO FETAL 1- Blastogênese: • Inicia-se na fecundação e se estende até a 2ª semana de gestação; • Período hiperplásico: rápido aumento do número de células; • O óvulo fecundado sofre divisão celular dando origem ao embrião; • Ácido fólico e vitamina B 12 são essenciais: associados à síntese de ácidos nucléicos: essenciais para a divisão e crescimento celular. 3- Fetal: • A partir do 3º mês até o final da gestação; • Período de crescimento rápido e hipertrofia celular; • O feto aumenta de 6g a 3,0-3,5Kg ao nascimento. Fatores que interferem no resultado da gestação: → Papel decisivo no resultado da gestação → Ausência da APN: mortalidade perinatal é 5x → São detectadas as gestantes de alto risco → medidas profiláticas e terapêuticas → controle de quadros patológicos que representam risco materno e fetal Participação da equipe multidisciplinar Cuidado pré- natal precoce Garantia de assistência de qualidade ao longo de toda a gestação ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL (ASP) SUCESSO AS APN PROCEDIMENTOS PARA A CONSULTA DE NUTRIÇÃO 1ª CONSULTA - Avaliação detalhada do prontuário : ✓ Idade gestacional; ✓ Idade materna; ✓ Atividade profissional; ✓ Pareceres da equipe de saúde; ✓ Fatores de risco: → Idade materna < 17 anos e > 35 anos → Ocupação (esforço físico, carga horária, stress, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos); ✓ Avaliação de exames complementares; ✓ Avaliação nutricional detalhada (antropométrica, dietética, clínica e dos exames laboratoriais); ✓ Orientação nutricional individualizada e detalhada com ênfase nas porções e na lista de substituição de alimentos, objetivando o ganho de peso recomendado e a prevenção das carências nutricionais específicas; ✓ Orientações especificas para sinais e sintomas digestivos presentes e para correções de práticas alimentares errôneas; ✓ Orientação para condicionamento dos mamilos; ✓ Esclarecimento de dúvidas da gestante. ✓ Revisão do prontuário ✓ Avaliação do ganho de peso até a data da consulta atual, reavaliação do cálculo de ganho de peso recomendado até a 40ª SG ✓ Anamnese alimentar detalhada ✓ Investigação de sinais e sintomas digestivos e da função intestinal ✓ Acompanhamento dos exames complementares ✓ Ajuste da orientação nutricional, conforme exames laboratoriais e ganho de peso gestacional ✓ Reforço dos cuidados com as mamas. Esclarecer dúvidas. CONSULTAS SUBSEQUENTES AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA GESTAÇÃO • A avaliação nutricional deve ser realizada em todas as gestantes adultas e adolescentes, permitindo a intervenção oportuna com vistas a minimizar o risco de inadequação de ganho de peso gestacional, intercorrências gestacionais, baixo peso ao nascer, parto prematuro e intercorrências do recém-nascido. • A avaliação nutricional deve ser feita o mais precoce possível e de forma detalhada, pela equipe de saúde, iniciando-se pela identificação dos fatores de risco (Saunders et al., 2010): Avaliação antropométrica ✓ Identificar as gestantes com desvio ponderal no início da gestação; ✓ Identificar as gestantes com ganho de peso menor ou excessivo para a IG em função do EN prévio; Avaliar ganho de peso em todas as consultas!!!! Quais são os objetivos? ✓ Fornecer base para elaboração de condutas adequadas → melhorar o EN materno, suas condições no parto e as condições ao nascer 1º PASSO: Aferição de peso e altura Na primeira consulta de pré-natal: permite conhecer seu EN atual e subsidia a previsão de ganho de peso até o fim da gestação Calcule o IMC por meio da fórmula: 2º PASSO: Cálculo da idade gestacional Quando necessário, arredonde a semana gestacional da seguinte forma: • 1, 2, 3 dias: considerar o nº de semanas completas • 4, 5, 6 dias: considere a semana que irá se completar → Passo a passo da avaliação nutricional da gestante O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC pré-gestacional aferido ou o IMC calculado a partir de medição realizada até a 13ª semana gestacional Exemplo: • Gestante com 11 semanas e 3 dias = 11 semanas • Gestante com 12 semanas e 6 dias = 13 semanas PESO ALTURA² Caso desconheça o peso pré- gestacional (PPG): Iniciar avaliação da gestante com os dados da 1ª consulta de pré-natal, mesmo que esta ocorra após a 13ª semana gestacional. Gráfico de monitoramento do ganho de peso na gestação 3º PASSO: Classificação do EN da gestante, segundo o IMC por SG • Baixo peso (BP) – quando o valor do IMC for valores apresentados na coluna correspondente a baixo peso; • Adequado (A) – quando o IMC estiver entre a faixa de valores apresentada na coluna correspondente a adequado; • Sobrepeso (S) – quando o IMC estiver entre a faixa de valores apresentada na coluna correspondente à sobrepeso; • Obesidade (O) – quando o valor do valores apresentados na coluna correspondente à obesidade. 4º PASSO: Estimativa do ganho de peso total até o fim da gestação, de acordo com o estado nutricional ✓ 1º trimestre: ganho agrupado para todo o período ✓ 2º e 3º trimestres: ganho semanal Vamos treinar • Em relação à programação de ganho de peso, assinale a alternativa correta: • Alternativas: • A) Gestante com IMC pré gestacional de eutrofia deve apresentar ganho de peso de até 12,5kg • B) Gestante com IMC pré gestacional de sobrepeso deve apresentar ganho de peso de 7,0 a 11,5kg. • C) Gestante com IMC pré gestacional de obesidade não deve apresentar ganho de peso. • D) Gestante com IMC pré gestacional de baixo peso deve apresentar ganho de peso de até 9,0 kg • E) Gestante deve ganhar 1,0 kg por mês. Vamos treinar Uma gestante procura atendimento para sua primeira consulta com o nutricionista na 10ª semana gestacional. Durante a avaliação nutricional, as seguintes informações de peso e altura foram obtidas: 75 kg e 1,63 m. Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação de ganho de peso total para essa gestante é de: • a) 5 a 9 Kg • b) 7 a 11,5 Kg • c) 9 a 13 Kg • d) 11,5 a 16 kg Recomendações nutricionais na gestação Atenção para: • Nº de refeições • Composição das refeições • Grupos de alimentos Avaliar cuidadosamente uso excessivo: • Refrigerantes • Bebidas alcoólicas • Infusões em geral • Alimentos ricos em lipídeos • Pastelaria, doces, chocolates • Produtos dietéticos e edulcorantes • Alimentos durante as refeições • Tabus • Hábitos alimentares • Alergias e/ou intolerância alimentar • Modificações alimentares (inclusão/exclusão) • Casos de perversão de apetite (pica) → terra, barro, tijolo, água de sabonete, cabelo, fósforo, raspas de gelo → Método de inquérito alimentar: • Frequência de consumo semi-quantitative; • Incluir na lista: suplementos, açúcares, gorduras de adição, refrigerantes, bebidas alcoólicas, edulcorantes e produtos dietéticos → Investigar: VET = GE + adicional energético gestacional ; GE = TMB x NAF* → TMB, FAO/WHO, 2004 • 18 – 30 anos: TMB (kcal/dia) = 14,818P (kg) + 486,6 • 30 – 60 anos: TMB (kcal/dia) = 8,126P (kg) + 845,6 → RDA, 1989 • 36 kcal/kg de peso ideal + adicional energético *NAF para mulheres adultas (FAO/WHO, 2004) Recomendação energética →AdicionalEnergia FAO/WHO, 2004 1º trimestre (IG < 14 s)→ 85 kcal/dia 2º trimestre (IG ≥ 14 e < 28 s)→ 285 kcal/dia 3º trimestre (IG ≥ 28 s)→ 475 kcal/dia Caso comece o pré-natal no 2º trimestre: 85 + 285 kcal/dia = 360 kcal/dia → Adicional Proteína • FAO/WHO, 2007 : 1g/kg/dia + 1,g (1º. T), 10 g(2º. T) e 31 g/dia (3º. T) • RDA: adicional de 10g de ptn/dia • Gestação gemelar FAO (2007): + 50g/dia a partir da 20a. semana gestacional e + 1000kcal, além das recomendações previstas para as mulheres de gestação de feto único. • ADA (1989): < 15 anos: 1,7g/kg/dia de peso ideal > 15 anos: 1,5g/kg/dia de peso ideal Atividade valendo 1,0 ponto para AV1 • Paciente com 34 anos, 21 semanas de gestação, procurou atendimento nutricional no dia 13/07/22 em busca de uma alimentação mais saudável e ganho de peso controlado durante a gestação. Relata que a data da última menstruação foi dia 18/02/2022, peso pré - gestacional 81,4 kg, peso atual 86 kg e 1,70 m de altura. Com relação ao dados apresentados avalie: • A) Qual o diagnóstico do estado nutricional? • B) Qual a recomendação de ganho de peso individualizado para essa gestante? • C) Qual o valor energético total dessa gestante ? Distribuição percentual dos macronutrientes em relação ao VET (% kcal, WHO, 2003; IOM, 2005): adultas e adolescentes sem comorbidades. • Carboidratos : 55 - 75% do VET • Fibras : > 25 g/dia • Açúcar de adição: < 10% do VET • Proteínas: 10 – 15% do VET • Lipídios: 15 a 30% do VET Evitar ácidos graxos saturados, trans e colesterol Recomendação de Vitaminas e Minerais • Os valores de ingestão recomendados correspondem às Dietary Reference Intakes (DRI) ou ingestão dietética de referência (IDR) propostas pelo IOM, (1997; 2001), para todas as gestantes; • Suplementação prevista, obrigatoriamente, no pré-natal da Unidade, conforme recomendação do MS: Ferro e Ácido fólico: • Mulheres que tiveram fetos ou neonatos com defeitos abertos do tubo neural têm que usar folato continuamente se ainda planejarem engravidar; • Ingestão realizada uma hora antes das refeições. - Ferro deve ser mantida no pós-parto e no pós-aborto por 3 meses. - Folato: Deve ser usado rotineiramente pelo menos dois meses antes e nos dois primeiros meses da gestação Ácido fólico - Elemento ativo na multiplicação celular dos eritrócitos, do útero, da placenta e do feto; Sua absorção pode ser diminuída pelas alterações hormonais na gravidez; Recomenda-se a ingestão de 600μg/dia (desde o planejamento concepcional - preferencialmente 2 meses antes - até o 3º mês de gestação); Deve ser suplementado; há difícil alcance do valor em dieta habitual. Cálcio na gestação • Cálcio: metabolismo ósseo • Ingestão diária preconizada: 1000/mg ao dia durante a gestação e lactação e aumenta para 1300 mg para meninas de 14 a 18anos. • Não parece ser efetiva a sua suplementação quando a ingestão de cálcio é adequada. CONDUTA NUTRICIONAL • Orientação nutricional individualizada e detalhada, adequando as condições socioeconômicas, objetivando o ganho de peso recomendado e a prevenção e o tratamento das carências nutricionais específicas; • Maior fracionamento da dieta, com menor volume (preferencialmente 5-6 refeições ao dia); • Orientações específicas para sinais e sintomas digestivos, intolerâncias alimentares; • Orientação específica para as intercorrências, morbidades crônicas e carências nutricionais caso presentes. CONDUTA NUTRICIONAL • Desestimular o consumo de alimentos gordurosos, frituras, alimentos processados e o consumo de preparações concentradas em glicídios simples como doces, balas, refrigerante e pastelaria e alimentos ultraprocessados; • Desestimular o consumo de café (no máximo 300mg de cafeína/dia), chá, mate, refrigerante, leite e derivados e alimentos ricos em fibras (farelos ou integrais) junto às grandes refeições. • Evitar o fumo e uso de bebidas alcoólicas; CONDUTA NUTRICIONAL • Prevenção /tratamento de anemia: Estimular o consumo de frutas ricas em vitamina C junto às grandes refeições. • Cegueira noturna: recomendar bife de fígado bovino (100g) 1x por semana e aumentar o consumo de derivados do leite, ovo, folhosos verdes e vegetais alaranjados. O uso do bife de fígado semanalmente também é indicado para prevenir ou tratar anemia (1 bife médio1x /semana no almoço ou jantar); • Orientar a ingestão de água ao dia, no intervalo das refeições; Conduta nutricional no ganho de peso insuficiente Conduta nutricional no ganho de peso excessivo ✓ Calcular o VET correspondente ao ganho de peso esperado (nunca promover perda de peso); ✓ Investigar possíveis causas, atenção para sinais e sintomas digestivos, infecções e problemas familiares e corrigir erros alimentares; ✓ Na avaliação dietética, atenção ao consumo de alimentos muito calóricos. Corrigir os erros alimentares. Desestimular o consumo de alimentos gordurosos e preparações concentradas em glicídios; ✓ Reforçar as quantidades e tamanho das porções; ✓ Preferir alimentos simples, assados, cozidos, ensopados, grelhados; ✓ Aumentar a ingestão de vegetais e frutas, de preferência crus e como entrada; ✓ Atenção para a quantidade de óleo e azeite em saladas; Orientação para sinais e sintomas digestivos Náuseas e vômitos • As náuseas e vômitos são frequentes no primeiro trimestre, e tendem a parar na décima terceira a décima quarta semana de gestação. • Orientações dietéticas como aumentar o fracionamento das refeições e diminuir o volume, bem como ingerir alimentos secos, os carboidratos simples de fácil digestão podem reduzir o desconforto. • Mude os temperos das preparações e evite os temperos picantes. • Normalmente as gorduras não são bem toleradas, preferir alimentos com baixo teor de gordura. • O consumo de biscoito salgado e gengibre tendem a auxiliar. • Evitar deitar-se após as grandes refeições • O ideal é que a gestante ingira os alimentos nutritivos nos períodos que não apresente náuseas para que tenha o suporte de macro e micronutrientes necessários e requeridos pela gestação Hiperêmese: explicar à gestante o que são vômitos persistentes que dificultam a alimentação; alterar a consistência da dieta para líquida cremosa ou gelada ou pastosa de acordo com a tolerância; • Monitorar cuidadosamente a evolução ponderal e avaliar a indicação de suplemento nutricional. Avaliar a necessidade de encaminhar para acompanhamento psicológico. Pirose (queimação): indicar dieta fracionada (5-6 refeições por dia), com menor volume; • Elevar a cabeceira da cama e evitar deitar-se após as grandes refeições; • Evitar café, chá, mate, álcool, fumo, doces, frituras, pastelarias, alimentos gordurosos, embutidos e pimenta. Picamalácia→ é um transtorno alimentar • Conversar com a gestante, investigando problemas emocionais ou familiares que possam estar associados e tentar convencê-la a substituir essa prática pela ingestão de alimentos de sua preferência; • Esclarecer que as substâncias não alimentares podem contribuir para o agravo da anemia e interferir na absorção de nutrientes ou mesmo acarretar doenças (parasitoses, por exemplo); Consequência materna: Constipação; obstrução intestinal, perfuração intestinal; problemas dentários; interferência na absorção de nutrientes..... Constipação: aumentar a ingestão de fibras: frutas laxativas (mamão, ameixa, laranja entre outras) e as demais com bagaço; vegetais de preferência crus; • Estimular o consumo de produtos integrais (cereais, pães, biscoitos, farinhas); • Estimular o consumo de farelo de trigo ou aveia. Iniciar com 1 colher de chá e aumentar conforme a tolerância, chegando até a 2 colheres de sopa/dia; • Aumentar a ingestão hídrica (2 litros/dia). Impacto de 3 gerações
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