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Política Fiscal: Instrumentos e Funcionamento

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Introdução à unidade de ensino
 Explorando a temática I
 Explorando a temática II
 Explorando a temática III
Unidade 9 - Política fiscal
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Introdução à unidade de ensino
https://student.ulife.com.br/Category/Index?lc=6SI7UE5%20DAE5EyOPV7C2Xw==
Vamos agora estudar a política fiscal. Esta política refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para a arrecadação de tributos e o controle de suas despesas. No
primeiro caso, denomina-se política tributária e no segundo caso, denomina-se política de gastos. Além da questão do nível de tributação, a política tributária, por meio da
manipulação da estrutura e das alíquotas de impostos, é utilizada para estimular ou inibir os gastos do setor privado em consumo e investimento (VASCONCELLOS, 2006, p.
193). Ao final desta unidade, você entenderá o funcionamento da política fiscal, suas características, seus limites e sua eficácia.
Bons estudos.
Explorando a temática I
https://student.ulife.com.br/Category/Index?lc=We5UnruvGkFTVlOIkL0B6w==
Política fiscal
Ao apresentar os conceitos macroeconômicos, destacamos o princípio da demanda efetiva, base do modelo desenvolvido por Keynes na década de 30. Considerando a
importância do princípio, convém recordarmos, de forma breve, que a decisão empresarial referente ao volume de bens e serviços a ser produzido depende da expectativa do
empresariado em relação à demanda da sociedade por essa produção. Ao definir a quantidade de bens que deverá produzir, o passo seguinte do empresário corresponde à
aquisição de máquinas e equipamentos, incluindo os bens de capital, insumos e matérias-primas. Esse processo se inicia com os fornecedores que, ao disponibilizarem tais
recursos, recebem sua renda sob a forma de lucro. Também será necessária a contratação de trabalhadores, aos quais será paga uma renda chamada salário.
Combinados todos esses fatores produtivos, gerada a produção e se confirmando a expectativa de venda do empresário, este obterá uma receita da qual deduzirá os custos que
teve para produzir, obtendo assim um resíduo, que será o seu lucro. Em resumo: o empresário estima sua demanda agregada, decide o quanto produzir, contrata insumos e
trabalhadores, produz e vende as mercadorias. E nesse ciclo determina o produto e a renda de equilíbrio da sociedade (a soma de salários e lucros). Esquematicamente:
Demanda agregada Produto Emprego (de todos os tipos de fatores, e não apenas de mão de obra) Renda (a seta dupla " " deve ser interpretada como "determina"). 
Como o volume da demanda agregada esperada pode assumir qualquer valor, é possível acontecer de expectativas pessimistas recomendarem a produção de um volume
insuficiente para colocar em uso toda a capacidade produtiva. Nessa situação, parte dos recursos ficará ociosa ou desempregada. Ou talvez, em momentos de euforia, pode
prevalecer a situação contrária, com os desejos dos consumidores não podendo ser satisfeitos plenamente, por se encontrarem acima do limite físico que o país é capaz de
produzir. 
Nesse caso, a escassez de bens pode dar origem à elevação de preços. É para lidar com esses problemas que o modelo proposto por Keynes prevê um papel especial para o
governo, de caráter anticíclico, de forma a administrar o nível de demanda agregada, compensando os excessos ou as insuficiências esperadas, e evitando problemas de
inflação ou desemprego.
Essas medidas, cuja adoção é de competência do governo, é que serão apresentadas e terão seus efeitos discutidos nesta unidade. Dentre elas, destacam-se as políticas de
caráter fiscal, decompostas em políticas tributárias ou de gastos públicos.
A importância econômica (e crescente) do governo
Um dos fenômenos econômicos mais característicos das sociedades humanas, observado ao longo do século XX, é o da crescente influência do governo e o correspondente
aumento dos gastos públicos. A rigor, embora muito da importância dos governos pudesse ser explicado em função das guerras mundiais que marcaram a primeira metade
daquele século, os gastos do governo já vinham apresentando elevações constantes há mais tempo, dando origem à lei conhecida como lei dos dispêndios públicos crescentes
ou "lei de Wagner", em homenagem ao analista alemão que a formulou (GIAMBIAGI; ALÉM, 2002).
O processo de urbanização enfrentado pelas sociedades explica essa tendência, especialmente a partir da Revolução Industrial e da expansão dos centros urbanos, além de
fatores demográficos, como o envelhecimento da população. Abrangendo a todos esses fatores, há também o reconhecimento, cada vez maior, de que a visão idealizada do
funcionamento do sistema de mercado é incapaz de promover a utilização dos recursos econômicos, de forma a proporcionar um padrão mais elevado de satisfação de
necessidades a qualquer de seus indivíduos. Em especial, é impossível que o funcionamento dos mercados assegurasse a obtenção da situação conhecida como "ótimo de
Pareto" - situação em que qualquer redistribuição e reutilização dos recursos seria incapaz de melhorar a situação de algum indivíduo sem prejudicar a outros.
Na verdade, o reconhecimento da existência de "falhas de mercado" justifica a intervenção crescente dos governos em nosso cotidiano. Entre as razões principais que justificam
as falhas de mercado, podem ser citadas a existência de: a. bens públicos, que por serem de uso público e custo elevado, não levariam ninguém a se interessar por sua
produção; b. monopólios naturais - especialmente a prestação de serviços que, por suas características e elevado custo, só compensaria ser fornecida se fosse gerada por
um único fornecedor - nesse caso, para não dar a um particular o direito de cobrar preços abusivos, o governo se responsabiliza pela provisão ou pela produção direta de tais
serviços, em geral, de caráter público; c. externalidades, que significa as consequências, benéficas ou não, das ações desempenhadas por algum indivíduo a terceiros que
não contribuíram para aquele resultado; d. mercados incompletos, que não seriam de interesse da atividade privada, por causa de suas dificuldades ou de seus riscos
embutidos, por exemplo, o fornecimento de créditos para atividades de alto risco, como é o caso da atividade rural.
Em especial, o funcionamento do mercado não assegura o atendimento às necessidades de toda a população e não impede o surgimento de problemas macroeconômicos
importantes, como a inflação, o nível de desemprego ou a desigualdade da distribuição de renda. Por força da existência desses problemas, inclusive a ocorrência simultânea
deles e a possibilidade de verificação de conflitos de objetivos, amplia-se o papel do governo em nossas sociedades. E como o governo não é e nem pode ser uma abstração,
para cumprir suas finalidades, ele necessita contar com recursos extraídos, em última análise, daqueles que se beneficiarão de sua ação.
 
Dentre as funções que o governo deve desempenhar, situam-se as funções alocativa, distributiva e estabilizadora. Por função alocativa, entende-se a responsabilidade que o
governo tem de produzir ou de prover os bens necessários à satisfação das necessidades coletivas, seja por meio de intervenção direta (uso dos órgãos que integram a
administração direta ou indireta e as empresas estatais), ou por meio de medidas que induzam, via mecanismo de preços, o setor empresarial privado à ação. Tudo para poder
assegurar à sociedade o acesso aos bens e serviços por ela demandados.
Em relação às medidas de intervenção via controle de preços, a literatura do setor costuma apresentar aquelas que são diretas, que incluem tabelamento e fixação de cotas.
Mas as medidas menos sujeitas a críticas, por seu menor poder de intervenção no domínio econômico, incluem o que se convencionou chamar de medidas de política
econômica, dentre as quais estão as medidas fiscais, monetárias, cambiais e de renda.
A função distributiva relaciona-se ao padrão de distribuição de renda que a sociedade considera ser a mais justa emdado momento e aos mecanismos e instrumentos que
estão à disposição dela, com o objetivo de promover ajustes julgados necessários.
Quanto à função estabilizadora, diz respeito à obtenção de um ambiente macroeconômico que proporcione a produção de bens e serviços e a utilização plena da capacidade
produtiva. Isto é, que seja capaz de assegurar o pleno emprego de sua população trabalhadora, aliada à obtenção de níveis reduzidos para a taxa de inflação. Para alguns
analistas, também se inclui nessa função a preocupação com a estabilidade no âmbito das relações com o exterior.
Assim, resumindo os principais objetivos ou metas a orientarem o comportamento do governo, podemos listar, em relação a medidas que visam ao curto prazo: a satisfação das
necessidades coletivas; a manutenção da estabilidade (com baixos níveis de desemprego e inflação e desequilíbrios externos); uma melhor distribuição de renda. Do ponto de
vista do médio ou longo prazo, pode ser lembrada a busca do crescimento econômico e também uma distribuição de renda mais justa.
Explorando a temática II
https://student.ulife.com.br/Category/Index?lc=I1mDg41HoAi42L8PEU2QMA==
 
 
Em geral, entende-se por política macroeconômica as decisões e o conjunto de medidas que o governo pode utilizar para interferir nas despesas que os agentes sociais
planejam realizar e que vão caracterizar a demanda agregada da sociedade, visando adequar essa demanda à capacidade produtiva de um país e assegurar a existência do
equilíbrio no mercado de bens e produtos. De forma complementar, compreende também as medidas destinadas a estimular as decisões dos empresários capazes de promover
a expansão de seu nível de produção ou de oferta agregada.
A existência de tal equilíbrio entre demanda agregada e oferta agregada tem efeitos, portanto, capazes de afetar tanto o objetivo do crescimento econômico (de longo prazo)
quanto a manutenção da estabilidade econômica, caso o governo adote providências para que a economia possa operar a pleno emprego e a baixas taxas de inflação. No caso
do desemprego, o governo deverá adotar medidas que permitam a criação de um ambiente econômico que induza a elevação do gasto e a busca de um maior grau de bem-
estar. Para isso, será preciso implantar ações que estimulem o aumento dos gastos, agindo sobre as condições de compra dos agentes (renda, juros, crédito etc.). No caso de
pretender obter baixas taxas de inflação, deverá optar por medidas que acarretem alterações no volume da demanda agregada, apenas em sentido inverso, de forma a restringir
gastos, no caso da promoção de um padrão mais justo de distribuição.
Antes de discutirmos sobre a política fiscal e seus instrumentos, assista à videoaula a seguir:
Videoaula: Toda ação da economia sofre uma reação.
 
Conceituando política fiscal
A política fiscal é composta pelo conjunto de medidas e instrumentos disponíveis ao governo relacionado à política de gastos públicos e à forma como esses gastos são
financiados, que vão constituir a política tributária. Em relação à política tributária, o objetivo é definir o montante e a estrutura de arrecadação de tributos - se sob a forma de
impostos, taxas e contribuições - e estabelecer e administrar o nível das alíquotas que deverão vigorar.
Política fiscal contracionista e expansionista
Visando a administração da demanda agregada, caso o governo estabeleça como prioridade combater a inflação, será possível aumentar a carga tributária elevando as alíquotas
que incidem sobre a renda dos agentes econômicos ou sobre os produtos. No primeiro caso, o governo estará atuando sobre a renda disponível do público, induzindo um corte
nas despesas privadas. No segundo caso, o governo induz a uma redução dos gastos por força da elevação dos preços dos produtos. Esses exemplos caracterizam uma
política fiscal contracionista.
Caso queira estimular o aumento da produção e do nível de emprego, basta adotar as mesmas medidas, só que em sentido contrário, de redução dos impostos, caracterizando
a política fiscal expansionista.
Outra forma de atuação para administrar a demanda agregada seria por meio da política de gastos, reduzindo (política fiscal contracionista) ou aumentando os gastos públicos
Toda ação da economia sofre uma reação
from EAD ANIMA
01:30
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https://vimeo.com/animaead
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(política fiscal expansionista), no caso de querer combater um surto inflacionário ou a ocorrência de desemprego.
Assista agora à videoaula "Como eu faria". Reflita, veja exemplos de política fiscal e julgue seus efeitos para a economia.
Videoaula: Como Eu Faria?
 
 
Como eu faria?
from EAD ANIMA
03:02
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Explorando a temática III
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O conceito de déficit e superávit público: eficácia da política fiscal
Vale observar que ao elevar seus gastos sem ter assegurados os recursos disponíveis para financiar esse acréscimo, o governo poderá se valer de seu poder exclusivo de
emissão de moeda, emitindo mais dinheiro, ou de empréstimos tomados junto às instituições financeiras. Sendo as instituições financeiras as guardiãs dos recursos líquidos da
sociedade, a procura por empréstimos por parte do governo representará uma elevação da demanda por crédito, podendo encarecer esse tipo de operações por meio da
elevação dos juros.
Nos dois casos descritos, a política fiscal produzirá efeitos sobre variáveis monetárias, o volume de dinheiro em circulação e a taxa de juros, impactando a política monetária.
Mas não é apenas essa política que pode ser afetada indiretamente pela política fiscal.
Uma elevação de alíquotas de impostos sobre importações pode trazer consequências para as relações comerciais do país com o resto do mundo, da mesma forma que uma
redução de alíquotas que incide sobre a produção nacional ou a concessão de subsídios podem estimular as exportações do país. É possível também, caso as medidas sejam
adotadas em sentido oposto, provocar a redução dos preços dos produtos importados, barateando-os e elevando as importações do país. Tal medida pode, em alguns casos, ser
adotada tanto para permitir o controle da inflação quanto para estimular a busca por aumento de competitividade por parte do setor produtivo nacional.
Além disso, políticas de transferência social, como os gastos relativos aos programas de assistência ou da previdência social, também embutidos no conjunto das políticas
fiscais, podem provocar efeitos no padrão de distribuição de renda do país. Essas transferências podem ser vinculadas, por exemplo, tanto à renda pessoal quanto à distribuição
regional de renda.
Agora veja a reportagem abaixo, que elucida como funcionam as contas do governo em comparação com o orçamento e os gastos dos consumidores, para entender o que
significa déficit e superávit público como consequência do desequilíbrio ou equilíbrio no gasto público.
https://g1.globo.com/economia/superavit-o-que-e/platb/
Para encerrar nossa unidade sobre política fiscal, assista ao vídeo de encerramento da unidade.
Videoaula: Economia do setor público e política fiscal
 
https://g1.globo.com/economia/superavit-o-que-e/platb/
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