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CASO CONCRETO 7

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CASO CONCRETO 7
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 80ª VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE CUIABÁ/MT​
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Processo nº 1000/2018​
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TECELAGEM FIO DE OURO S.A., já qualificado nos autos da presente ação trabalhista movida por JOANA DA SILVA, por seu advogado (procuração em anexo, endereço completo...), vem perante V.Exa., com fulcro no art. 847 da CLT e art. 335 do CPC c/c art. 769 da CLT, apresentar​
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CONTESTAÇÃO, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:​
DOS FATOS 
Joana da Silva, que foi empregada da Tecelagem de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018, com pedido certo, determinado e com indicação de seu valor. O processo tramita na 80ª Vara do Trabalho de Cuiabá, sob o número 1000/2018.​
Joana requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia. Disse, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua integração, para todos os fins, como salário utilidade. Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Joana afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria dispensa por justa causa, apesar de ela nada ter feito de errado. Assim, requer a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Ela reclama que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor. ​
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DA PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL​
A reclamante postulou adicional de periculosidade, porém não há fundamentação na causa de pedir. Sendo assim, será caracterizado a inépcia da inicial, nos termos do art. 330, §1º, I do CPC. Assim, requer a extinção sem resolução do mérito em relação ao pedido de periculosidade, conforme art. 485, I, do CPC.​
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DA PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO QUINQUENAL​
A reclamante ajuizou a ação em 15.10.2018, sendo que sua contratação foi realizada em 10.05.2008 Diante disso, há prescrição qüinqüenal, pois a reclamante apenas pode cobrar pedidos limitados a cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação, ou seja, 15.10.2013, nos termos do art. 11 da CLT e Súmula 308, I do TST. ​
Diante do exposto, requer seja pronunciada a prescrição dos créditos anteriores a 15/10/2013, extinguindo-se quanto a esses pedidos o feito com resolução de mérito, nos termos do art. 487, II do CPC​
DO PEDIDO DE DEMISSÃO – VÍCIO DE CONSENTIMENTO ​
A Reclamante alega que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não fizesse, a reclamada alegaria dispensa por justa causa, apesar de nada ter feito de errado.​
Entretanto, considerando que o documento foi escrito a próprio punho pela autora, a esta compete o ônus da prova de demonstrar a coação, nos termos do art. 818, I da CLT. Diante do exporto, requer seja julgado improcedente o pedido. ​
DO ACÚMULO DE FUNÇÃO​
A reclamante foi contratada como cozinheira, mas alega que era obrigada, desde o início do contrato, a colocá-los numa bandeja e levar a refeição para 5 empregados do setor. Requer, então o pagamento de um plus salaria de 30% sobre o valor do seu salário. Porém, não é devido o plus salarial, pois a atividade desempenhada era compatível com a sua condição pessoal e profissional, nos termos do art. 456, parágrafo único, da CLT. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.​
DO PLANO ODONTOLÓGICO – SALÁRIO UTILIDADE ​
A reclamante alega que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, razão pela qual requer a integração do seu valor ao salário, como salário utilidade. Contudo, o plano odontológico não é caracterizado como salário utilidade, conforme expressamente estabelece o art. 458, §2º, inciso IV e § 5º da CLT. Assim, requer a improcedência do pedido.​
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DO TEMPO A DISPOSIÇÃO – PATICIPAÇÃO DE ATIVIDADE RELIGIOSA​
A reclamante alega que no ano de 2018 permanecia na empresa, duas vezes na semana, por mais uma hora, para participar de culto ecumênico, e que isso caracterizaria tempo à disposição do empregador, gerando direito ao pagamento das referidas horas como hora extra. Porém, tal tempo dedicado a prática religiosa não é tempo à disposição do empregador, conforme estabelece o art. 4º, §2º, inciso I da CLT.​
DA CESTA BÁSICA – NORMA COLETIVA – ULTRATIVIDADE ​
A Reclamante alega que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os funcionários, cesta básica mensal, que foi suprimida em 1º de agosto de 2018, sendo que, no seu entender, isso violaria o seu direito adquirido. ​
Entretanto, a convenção coletiva juntada aos autos vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, período no qual constava a obrigação de fornecimento da cesta básica, mas ela não tem ultratividade, de maneira que não se mantém tal direito após sua vigência, conforme art. 614, §3º da CLT. Assim, requer seja julgado improcedente o pedido.​
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DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL – DOENÇA DEGENERATIVA ​
A Reclamante postula indenização por dano moral da reclamada alegando que foi vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa não respeitava as normas de ergonomia.​
Contudo, os laudos juntados – ressonância magnética da coluna vertebral, apontam o diagnóstico de doença degenerativa. Destarte, por se tratar de doença degenerativa, a indenização é indevida, pois não é considerada doença profissional ou do trabalho, conforme art. 20, §1º, alínea a, da Lei 8.213/91. Diante do exposto, o pedido deve ser julgado improcedente.​
DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA​
Caso a Reclamada seja condenada ao pagamento de alguma parcela, requer que os juros moratórios incidam a partir da data do ajuizamento da Reclamação Trabalhista, segundo art. 883 da CLT e a correção monetária, nos termos do art. 879, § 7º, da CLT.​
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DAS DEDUÇÕES​
Requer a Reclamada, no caso de eventual condenação, seja deferida a dedução das parcelas pagas sob idêntico título, para que se evite o enriquecimento sem causa.​
Honorários Advocatícios:
Com fulcro no art. 791-A da CLT, requer a concessão de honorários de sucumbência a serem, fixados entre 5% a 15% sobre o valor que resultar da liquidação de sentença, nos moldes do art. 791-A, caput, da CLT.​
REQUERIMENTO:​
Isto posto requer a Vossa Excelência:​
1. O acolhimento da preliminar de inépcia da inicial;​
2. A pronúncia da prescrição quinquenal;​
3 . A improcedência dos pedidos;​
4.  Dedução das parcelas pagas a idêntico título;​
5. A condenação da reclamante no pagamento de honorários advocatícios.​
PROVAS:
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, em especial, o depoimento pessoal do reclamante, documental e testemunhal.​
Nestes Termos,​
Pede Deferimento.​
Local e data
Advogado (nome completo e OAB).​

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