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Atividade Programada - Caso Prático A sociedade empresária Tecelagem Fio de Ouro S.A. procura você, como advogado(a), afirmando que Joana da Silva, que foi empregada da Tecelagem de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018, com pedido certo, determinado e com indicação de seu valor. O processo tramita na 80ª Vara do Trabalho de Cuiabá, sob o número 1000/2018. Nota: 10/05/08 a 29/09/2018 = 10 anos, 4 meses e 19 dias. Joana requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia. Disse, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua integração, para todos os fins, como salário utilidade. Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Joana afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria dispensa por justa causa, apesar de ela nada ter feito de errado. Assim, requer a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Ela reclama que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levara refeição para os 5 empregados do setor. Esse procedimento caracterizaria acúmulo funcional com a atividade de garçom, Pelo que ela requer o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu salário. Por fim, formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não o fundamentou na causa de pedir. Joana juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano odontológico, que lhe foi entregue pela empresa na admissão. Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então, advoga que a anterior prorrogou-se automaticamente. Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do expediente. A ex-empregadora entregou a você o pedido de demissão escrito de próprio punho pela Reclamante e o documento com a quitação dos direitos da ruptura considerando um pedido de demissão. Diante da situação, elabore a peça processual adequada à defesa dos interesses de seu cliente. (Valor: 5,00) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 80º VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ-MT Processo nº : 1000/2018 TECELAGEM FIO DE OURO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº xxx, representado por seu sócio, endereço eletrônico xxx, com sede na rua xxx, nº xxx, CEP xxx, cidade, estado, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado infra firmado, apresentar: CONTESTAÇÃO Com base nos artigos 847 da CLT c/c o artigo 300 do CPC, às alegações formuladas por JOANA DA SILVA, já qualificada nos autos da Reclamação Trabalhista, pelas relevantes razões de fato e de direito que passa a expor: I - DA SÍNTESE DA PETIÇÃO INICIAL A Reclamante requereu da empresa na qual trabalhou o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo ela, não respeitava as normas de ergonomia. A Reclamante diz ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuito, requerendo, então, a sua integração, para todos os fins, como salário utilidade. A mesma afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Joana relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Joana afirma também que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria dispensa por justa causa. Assim, requereu a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Ela reclama que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, a também servir cinco empregados do setor. Segundo a reclamante esse procedimento caracteriza acúmulo funcional, pelo que ela requer o pagamento de um adicional salarial de 30% sobre o valor do seu salário. II – PRELIMINARMENTE FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO NA CAUSA DE PEDIDO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Joana da Silva formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não fundamentou na causa de pedir. Conforme o artigo 330 do CPC, a petição inicial será inepta segundo seu inciso I, quando faltar à causa de pedir, in verbis: Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; (...) § 1o Considera-se inepta a petição inicia l quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; Assim, diante da evidente inépcia da inicial, impõem-se a extinção do feito sem julgamento do mérito em relação a esse pleito, como preconiza o art. 485, I, C/C art.. 330, inciso I e § 1º, do NCPC. III - PREJUDICIAL DE MÉRITO DA PRESCRIÇÃO PARCIAL A Reclamante foi contratada em 2008 e ajuizou a Reclamação Trabalhista em 2018. Diante da omissão da Reclamante e com o objetivo de se evitar pedidos excessivos, a CF em seu art.7°, inciso XXIX previu juntamente com o art. 11 da CLT a restritação processual aos cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação. Comungando com este entendimento a Súmula 308 do TST dispõe: I- Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, as anteriores ao 5 anos da data da extinção do contrato.(ex- OJ SDI-1 204) (Res. TST 129/05, DJ 20.04.2005); Desta forma estão prescritos os anos anteriores. IV - DO MÉRITO INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL Joana da Silva, requereu o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo ela, não respeitava as normas de ergonomia. A mesma, juntou com a petição inicial os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa. Não assiste razão ao pedido feito por ela, pois não há dano extrapatrimonial a ser reparado pela empresa, haja vista os próprios laudos por ela juntados, que são referentes a uma doença degenerativa, que não é considerada doença profissional nem doença do trabalho, na forma do Art. 20, § 1º, alínea a, da Lei nº 8.213/91. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de indenização por dano moral. INTEGRAÇÃO AO PLANO ODONTOLÓGICO A Reclamante afirmou que a empresa fornecia gratuitamente plano odontológico e postulou pedido de integração para todos os fins como salário utilidade. Não assiste razão ao pedido da mesma, pois o plano odontológico não caracterizasalário utilidade por expressa vedação legal, na forma do Art. 458, §2º, inciso IV e § 5º, da CLT, daí porque não pode ser integrado ao salário. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de integração do plano de odontológico ao salário utilidade. CESTA BÁSICA MENSAL Joana afirma ainda que nos últimos 2 anos, a empresa fornecia a todos os empregados uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de Agosto de 2018, e requer o seu pagamento dos meses de Agosto e Setembro de 2018. Sendo, que ela mesma juntou a cópia da Convenção Coletiva que vigorou de Julho de 2016 a Julho de 2018, na qual consta a obrigação dos empregadores fornecerem a cesta básica aos seus colaboradores a cada mês, e como não foi estipulada nova Convenção desde então, advoga que a anterior prorrogou-se automaticamente. Não assiste razão ao pedido, pois conforme a norma coletiva juntada, findou em julho de 2018 e não possui ultratividade, na forma do Art. 614, § 3º, da CLT. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de pagamento dos meses de Agosto e Setembro da referida cesta básica. HORAS EXTRAS A Reclamante requereu horas extras porque permanecia duas vezes na semana, por mais de uma hora na sede da empresa para participar de um culto ecumênico. Não assiste razão ao pedido, pois conforme o artigo 4º, §2º, I, da CLT, não se considera tempo a disposição do trabalhador, ou seja, não será computado como período extraordinário o funcionário que exercer atividades particulares como de práticas religiosas, vez que a reclamante reconhece por meio da circular apresentada que é uma atividade opcional, portanto não obrigatória. Diante do exposto, pede indeferimento do pedido feito por Joana na inicial, de horas extras ao período que ficava na empresa para assistir aos cultos ecumênicos. ANULAÇÃO DO PEDIDO DE DEMISSÃO Também foi requerido pela Reclamante a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos seus direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Porém, a Reclamada conforme o pedido de demissão escrito a próprio punho pela Reclamante (em anexo) demonstra a livre espontânea vontade desta em findar o contrato de trabalho. Também em anexo apresenta-se o documento de quitação dos direitos trabalhistas considerando o pedido de demissão. Na forma do Art. 818, inciso I, da CLT e do Art. 373, inciso I, do CPC/15, o ônus de provar o alegado vício de consentimento pertence a reclamante, porém esta não anexou nenhum tipo de prova que demonstre o alegado. Portanto, deverá ser negada a anulação do pedido de demissão. ACÚMULO D E FUNÇÃO - PLUS SALARIAL A Reclamante requer o pagamento de um adicional de 30% sobre o valor do seu salário porque foi contratada como cozinheira, mas alega que era obrigada também a servir a refeição para os cinco empregados do setor. Ela diz que esse procedimento caracteriza acúmulo funcional com a atividade de garçonete. Não assiste razão ao pedido, pois o simples fato de levar comida na bandeja, não enseja acúmulo de função, fazendo parte do próprio trabalho de cozinheira, onde a atividade desempenhada pela Reclamante era compatível com a sua condição pessoal e profissional, na forma do Ar t. 456, parágrafo único, da CLT, in verbis: Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito. Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa e tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de acúmulo de função. V - DAS PROVAS Protesta a provar o alegado mediante todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal da Reclamante, que fica desde já requerido, sob pena de confissão, bem como pela juntada de documentos, oitiva de testemunhas, perícias e o que mais for necessário para elucidação dos fatos. VI - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) O acolhimento da Preliminar da Contestação com indeferimento da Petição Inicial conforme preconiza o Art. 330, I, do CPC, e consequente extinção do processo sem resolução do mérito, conforme artigo 485, I, do CPC. b)Requer todos os tipos de provas admitidos em direito, especialmente documentais e testemunhais. c) A improcedência dos pedidos feitos pela Reclamante na Petição Inicial. d) A condenação da Reclamante ao pagamento dos honorários sucumbenciais advocatícios no importe de 15%, conforme Art. 791 – A da CLT, e as devidas custas processuais. Termos em que, Pede Deferimento. Cidade, _____de________________de____________. Advogado OAB xxxxx
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