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Documento (recuperado) gabriela

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Resenha: Sobre o Início do Tratamento
Nesse artigo Freud elenca algumas considerações quanto à seleção de pacientes. Antes de ele iniciar o tratamento efetua-se, no período de uma ou duas semanas, uma sondagem na intenção de conhecer o caso e decidir se ele é apropriado à psicanálise ou não. Mesmo assim, ainda nessa fase preliminar do tratamento, deve ser conferido à essas entrevistas preliminares regras da psicanálise, deve deixar o paciente falar, não lhe explicando nada a não ser que seja importante para o paciente alguma explicação a fim de fazer com que ele dê continuidade ao que está dizendo. O importante é deixá-lo falar. Nesse período de tempo que ocorrem as entrevistas preliminares na qual se analisará a demanda, os sintomas, a relação inicial paciente/terapeuta é importante por oferecer ao psicanalista subsídio para que ele possa não vir a cometer equívocos, pois se ele der continuidade ao caso considerado desfavorável de uma paciente não analisável para o tratamento psicanalítico ele comete um erro prático, além de ser responsável por despesas desnecessárias e por em descrédito o método psicanalítico de tratamento. Concernente a pacientes que possam ser amigos do analista, familiares ou ter laços sociais (trabalho, igreja, etc) deve estar preparado, pois isto pode lhe custar a amizade desses pacientes, não importando o resultado do tratamento. E quanto ao comportamento do paciente em confiar ou não inicialmente no tratamento, Freud considera como algo desprezível, pois em se tratando de confiança, está poderá ser frustrada na primeira dificuldade que esse paciente perceber na análise; quanto ao cético, sua desconfiança é encarada como um sintoma e não constituirá interferência, se o paciente aceitar as regras do tratamento. Em relação ao investimento de tempo e dinheiro do analisando em sua saúde psíquica, Sigmund ressalta também a importância de serem acordados no início do tratamento o tempo uma hora específica no dia para o paciente vir as análises, e os honorários. É importante que o horário seja algo um pouco rígido, pois se do contrário fosse, as faltas ‘ocasionais’ aumentariam. Por isso é importante o acordo ser seguido para que diminua os impedimentos de ir ao consultório o máximo possível. Além disso, em se tratando de dinheiro, a gratuidade deve ser evitada, porque significa um sacrifício considerável de tempo de trabalho cujo tratamento se perdurará por um período longo, de meses até, e isso significa muito para um psicanalista. Assim como valores muito baixos devem ser evitados, pois que muitos pacientes costumam não atribuir um valor significativo, elevado ao tratamento. Valores muito abaixo ou a gratuidade deve ser evitado, pois podem colaborar para aumentar a resistência do analisando, o paciente pode ser ver em dificuldade, privado, por conta desse forte motivo, de esforçar-se em dar fim ao tratamento. Freud nos dá exemplo, trabalhou por dez anos gratuitamente, separando uma ou duas horas na semana para estudar determinados pacientes, acreditando ele que a gratuidade diminuiria a resistência deles a fim de penetrar nas suas neuroses. Suas conclusões foram contrárias, pois percebeu grande aumento da resistência. No entanto, há pacientes desprovidos de renda monetária cujo tratamento não remunerado não se depara com nenhum dos obstáculos acima mencionados, produzindo excelentes resultados. Ao que tange a técnica da associação livre, o analista deve deixar que o paciente fale, podendo ele começar de qualquer ponto ou assunto e que aquilo que o paciente vai dizer difere de uma conversa comum. Deve-se dizer tudo o que se passa pela mente mesmo sendo algo desagradável, que o paciente seja honesto em não deixar nada de fora. Também não é interessante que o paciente distribua seu tratamento psicanalítico a amigos, familiares, pois isso faz com que importante material valioso seja vazado. Se isso ocorrer, Freud aconselha que o paciente considere a análise um assunto entre eles dois, isso se dá mais no início do tratamento, pois quando este se acha avançado, tal comportamento tende a não existir. Antes de a transferência ter sido eficazmente estabelecida, não deve o analista fazer comunicações ao paciente, não deve revelar a ele o significado oculto das ideias que lhe ocorre. É condenável qualquer conduta do analista que leve ao paciente a tradução do seu sintoma ou lançar a sua ‘ solução’ na primeira entrevista. A comunicação antecipada da ‘solução’ pode dar ao tratamento um fim intempestivo devido às resistências que subitamente pode despertar, assim, como também, o alívio que a solução trazia consigo contribui para o abandono do tratamento. Um bom analista, treinado, deve ter a habilidade de ler claramente os desejos secretos dos pacientes nas entrelinhas de suas queixas e da história da doença.