Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIASTEORIAS ORGANIZACIONAISORGANIZACIONAIS Douglas Murilo Siqueira IN IC IAR introdução Introdução Você já parou para re�etir sobre a importância de saber quanto a história da sua família? E sobre sua origem? E da empresa em que trabalha? Quais são os valores do fundador que prevalecem na organização desde a sua fundação? Estudar a história ajuda o Homem a compreender sua evolução, a evitar que erros do passado voltem a acontecer e a entender a contemporaneidade. Além disso, também nos auxilia para que vivamos com maior plenitude e a desenvolvermos um olhar criterioso e assertivo sobre os acontecimentos do presente. Foi pensando nisso que produzimos esta disciplina. Nosso objetivo, aqui, é fornecer uma visão ampla sobre os principais fatores que in�uenciaram a formação da Ciência da Administração, e, a partir deles, as principais propostas e teorias desenvolvidas. Com isso, você irá perceber que, apesar de referenciarmos fatos que ocorreram séculos antes de Cristo (a.C.) — passando pela primeira Revolução Industrial —, muitos conceitos dos primeiros teóricos ainda estão presentes nas organizações de hoje. Sendo assim, vamos iniciar nossa viagem com os fatores fundamentais que in�uenciaram a administração para que, posteriormente, possamos compreender as primeiras teorias propostas por Taylor e Fayol. Agora, é momento de entramos no túnel do tempo e voltarmos alguns anos. Boa viagem e bons estudos! Há séculos o Homem utiliza os processos administrativos em seu cotidiano. Para entendermos isso, basta que conheçamos um pouco mais sobre o Egito ou sobre as Pirâmides, construídas sem o arsenal tecnológico disponível atualmente. Conforme Chiavenato (2005, p. 26), “[...] os papiros egípcios atribuídos à época de 1300 a.C. já indicam a importância da organização e da administração da burocracia pública no Antigo Egito”. Temos, ainda, outros exemplos, como o planejamento militar, que, séculos antes de Cristo, já era utilizado pelos exércitos chineses. Essas ocorrências históricas demonstram a importância da administração, que, como ciência, tem pouco mais de 100 anos de existência. Aliás, é pouco tempo se consideramos outras áreas do conhecimento. Por ter agregado contribuições de outras ciências (antropologia, psicologia, �loso�a, biologia, física etc.), além de estadistas, empresários, Igreja Católica e organização militar; vários foram os fatores que in�uenciaram a formação das teorias e a evolução da administração como ciência. A partir de agora, vamos destacar algumas dessas in�uências. Primórdios daPrimórdios da Administração: In�uênciaAdministração: In�uência dos Filósofos, da Igreja, dados Filósofos, da Igreja, da Organização Militar e daOrganização Militar e da Revolução IndustrialRevolução Industrial Afinal, qual É Motivo de Aprendermos a Teoria? Ao considerarmos que a teoria é a representação da realidade, e que a prática testa a teoria, compreendê-la passa a ser fundamental para entendermos um determinado fato. Sem a teoria, não se produz estudos cientí�cos, e, se isso ocorresse, não seria possível entender o porquê de fazermos o que fazemos e como o fazemos. Assim, nesse contexto, teoria e prática caminham juntas. Segundo Bothamley (2004), a teoria se apoia em um corpo de evidências cientí�cas, que, por sua vez, explica os fatos que estão sendo observados. Um dos motivos relevantes para estudarmos as teorias, as atividades e as práticas organizacionais é a realização de decisões mais efetivas e assertivas. Mas, a�nal, o que é teoria? Para Stoner e Freeman (1994, p. 22), teoria é o “[...] conjunto coerente de suposições, elaborado para explicar a relação entre dois ou mais fatos observáveis e prover uma base sólida para prever eventos futuros”. Os autores ainda complementam que o estudo das teorias é uma representação do ambiente em que ela foi produzida, considerando os fatores sociais, econômicos, políticos e tecnológicos presentes em um determinado tempo e local. Dessa forma, podemos dizer que não existe uma teoria melhor do que a outra, nem uma teoria geral que abarque todas elas. Essa é uma das belezas da Ciência da Administração: permite uma abordagem eclética e exige uma mente �exível e aberta por parte do administrador, haja vista que uma teoria pode “pegar emprestado” princípios de outras, dependendo do momento em que ela foi desenvolvida. Com isso, a teoria é uma forma de entender o fato, possibilitando uma melhor comunicação, ou seja, permitindo “falar a mesma linguagem”. Por �m, vale destacarmos que a teoria também possibilita o aprendizado constante sobre o mundo. Isto é, apresenta um pedaço do mundo observável. Isso porque podemos encontrar diversas teorias para o mesmo fenômeno, o que abre um grande leque de perspectivas. Sendo assim, entendida a importância do estudo das teorias, nosso próximo passo é compreender o que é a administração. Vamos estudar melhor sobre isso com o item a seguir. Entendendo os Conceitos de Administração e de Organização Primeiro, vamos fazer o seguinte exercício: anote em uma folha em branco as principais rotinas que você realiza, a partir do momento em que acorda até o momento em que vai descansar, no �nal do dia. Por exemplo: tomar banho, tomar café na padaria, ir para o trabalho de carro ou outro tipo de condução, trabalhar, ir almoçar etc. Sendo que cada pessoa possui sua própria rotina, registre a sua. Em seguida, vamos fazer uma re�exão e anotar em qual atividade sua rotina não depende de alguma organização para que ela seja realizada. Por exemplo: tomar banho depende do Saneamento Básico da região onde você mora, assim como tomar café depende da existência da padaria ou da empresa que fez o pão. Agora, seu terceiro passo é fazer uma breve comparação com um colega para avaliar se as atividades que não dependem de uma organização são as mesmas que você anotou. Nesse exercício, você deve ter percebido que dependemos, em praticamente tudo, das organizações. Mas, o que é uma organização? Para responder esse questionamento, Stoner e Freeman (1994) mencionam que a organização existe quando duas ou mais pessoas trabalham de forma estruturada para atingir um objetivo. Dessa forma, podemos inferir que uma igreja, um time de futebol, instituições públicas, empresas, associações, cooperativas e escolas são tipos diferentes de organizações, pois possuem objetivos distintos. Uma igreja, por exemplo, tem como objetivo o bem-estar espiritual, enquanto que uma empresa almeja resultados �nanceiros. Assim, uma organização pode ser formalmente constituída, como são os sindicados e empresas; ou informalmente, como é o caso do time de futebol do seu bairro, que se reúne aos �nais de semana para uma partida entre amigos. Em nossos estudos, daremos foco nas organizações formais e, mais especi�camente, nas organizações do tipo empresa. Independentemente do tipo, todas as organizações dependem, para sua sobrevivência, de uma ótima administração. Mas, o que é a administração? Do latim, a palavra “administração” pode ser subdivida em Ad (direção ou tendência) + minister (subordinação ou obediência). Contudo, esse signi�cado — que denota a subordinação de uma pessoa em relação a outra para a execução de alguma tarefa — sofreu profundas mudanças, visto que, atualmente, a principal tarefa da administração é a compreensão dos objetivos da organização para transformá-los em ações que gerem resultados. Segundo Chiavenato (2005), isso ocorre por meio de quatro pilares: planejamento, organização, execução e controle. Como podemos perceber, a administração é vista como um processo, ou seja, algo contínuo, formado por etapas e sequências, cujas decisões são interligadas. Nesse contexto, encontramos a �gura do administrador, responsável pelas tomadas de decisões para a geração dos resultados, que devem permear e serem bené�cos para todos que são impactados pela organização. Maximiano (2017) nos lembra que todos aqueles que administram um determinado conjunto de recursos são administradores, quer seja sua formação, título ou cargo. No entanto,no sentido mais restrito, a pro�ssão de Administrador busca dirigir um grupo de pessoas de uma determinada organização, como um corpo organizado de conhecimentos. Esses conhecimentos, por sua vez, são sistematizados e relativamente recentes. A Administração, enquanto disciplina, desenvolveu-se a partir do século XIX, há pouco mais de 100 anos. Note, porém, que o estudo da administração como ciência é recente, mas a administração em si sempre existiu. Agora, chegou a hora de iniciarmos nossos estudos sobre as teorias da Administração. Vamos começar compreendendo alguns fatos que in�uenciaram essa ciência. Fatores que Influenciaram a Administração Enquanto Ciência Entre os diversos eventos que foram precursores da evolução da administração enquanto ciência, podemos destacar a transição da sociedade europeia do antigo regime para a modernidade, tendo como marcos a Revolução Francesa (1789) e a Revolução Industrial (início da década de 1760). O quadro a seguir nos detalha sobre essa transição. No quadro anterior, é possível visualizarmos as grandes transformações históricas que estavam ocorrendo no mundo — principalmente na Europa —, culminando em grandes mudanças na sociedade. O Homem vivia em um ambiente predominantemente rural e familiar, sem mobilidade social, cujos meios produtivos estavam alicerçados na agricultura e no artesanato. Suas relações eram pessoais e as pessoas congregavam uma única religião. Contudo, com alguns processos históricos, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, a mudança cultural para um universo laico (diversas religiões) e a migração das pessoas do campo para as cidades; a sociedade passou a viver em um mundo de incertezas, mas também de oportunidades, que prometia maior mobilidade social. Ou seja, um mundo onde as relações pessoais e familiares foram substituídas pelo distanciamento e maior impessoalidade. Um mundo onde os meios produtivos artesanais foram substituídos pela produção em massa e padronizada, o que abriu portas para pesquisas e estudos que pudessem otimizar a produção das fábricas. Até o �nal do Antigo Regime, o estudo da administração não tinha todos os ingredientes necessários para sua evolução. A Reforma Protestante (1517 – 1648), que passou a considerar que o acumulo de capital não era pecado, mas, sim, a forma mundana de gastar esse capital; as ideias liberais, com destaque para as propostas de Adam Smith (1723-1790) e o conceito da “mão invisível”, que autorregula o mercado; e, principalmente, o advento da Revolução Industrial (1736 -1819), desencadeada pela máquina à vapor, de James Watt (1736- 1819), que revolucionou a forma de produção devido a uma série de invenções, proporcionando o aumento acelerado do ritmo produtivo nas fábricas; foram alguns dos fatores que aceleraram os estudos sobre a administração nas organizações. Nesse contexto, a administração sofreu diversas in�uências, uma delas se deu pelos �lósofos, os quais podemos citar: 1. Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.): entendia a administração como uma habilidade pessoal separada das habilidades técnicas e da experiência; 2. Platão (429 a.C. – 347 a.C.) – Discípulo de Sócrates: expõe na obra “A República” a forma democrática de governo e de administração; 3. Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) – Discípulo de Platão: deu impulso inicial à �loso�a. Na obra “Política”, que fala sobre a organização do estado, Aristóteles apresenta três formas de administração pública, sendo a Monarquia (governo de um só), a Aristocracia (governo de elite) e a Democracia (governo do povo); 4. Francis Bacon (1561 – 1626): tinha um método experimental e indutivo, em que a importância era separar experimentalmente o essencial do acidental ou acessório; 5. Thomas Hobbes (1588-1679): escreveu “Leviatã”, em que o povo renuncia aos seus direitos naturais em favor de um governo que impõe ordem, organiza a vida social e garante a paz; 6. Jean Jacques Rousseau (1712-1778): desenvolveu a teoria do Contrato Social, que representa um acordo entre os membros da sociedade. Para o �lósofo, os homens são bons, mas a vida em sociedade os deturpa; 7. Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1920-1895): tinham o Manifesto Comunista, ou seja, a história da humanidade é uma história de luta de classes. É válido destacarmos, ainda, a in�uência de René Descartes (1596 – 1650), físico, �lósofo e matemático francês, considerado o fundador da �loso�a moderna. Ele escreveu suas propostas no livro “O Discurso do Método”. Descartes, inclusive, propõe quatro princípios que repercutiram em várias ciências além da administração, e tiveram in�uência marcante nas teorias da Administração Cientí�ca de Taylor, na teoria Clássica e Administrativa de Fayol e teoria Neoclássica, conforme vemos no quadro a seguir. Temos, também, a in�uência da Igreja Católica com o conceito da formação de sua estrutura hierárquica de autoridade, incluindo a presença de um Estado Maior que representa o conceito de Assessoria. A organização hierárquica — montada de forma simples — representa a e�ciência do processo, tendo no Papa a �gura do líder principal, ou seja, analogicamente, o presidente da organização (também denominado de Chief Executive O�cer – CEO). Além da igreja, podemos citar a organização militar, que teve forte in�uência nas teorias da Administração, trazendo à tona alguns conceitos, como a unidade de comando única (um único chefe para o liderado); a hierarquia; o organograma (originário do exército prussiano no século XVIII), proposto por Frederico O Grande (1712-1786), que dividiu a organização em Estado Maior (sta�), o�ciais de Assessoria (planejamento) e o�ciais de Linha (executavam); o princípio de direção (cada um sabe o que se espera dele), a centralização do comando e descentralização da operação; bem como o pensamento estratégico. A Revolução Francesa, por sua vez, contribuiu com as ideias liberais, todavia, foi a Revolução Industrial que mudou radicalmente a sociedade e seu conceito de consumo. A substituição do trabalho artesão pelo trabalho especializado e a migração das pessoas para as cidades obrigaram um novo aprendizado da vida, uma vez que as comunidades — antes ligadas por um parentesco e laços sanguíneos — �caram fragmentadas. Dessa forma, o indivíduo passou a ter mais experiências, e a tomada de decisões ocupou espaço frequente em seu dia a dia. Ademais, com o advento das fábricas movidas a carvão, houve maior necessidade de investimento na Administração Pública, pois não era previsto um crescimento abrupto. Assim, surgiram na Europa problemas de saúde, habitação, higiene e desemprego. Devido, principalmente, à inexistência de uma regulamentação trabalhista, em que homens, mulheres e crianças trabalhavam de 14 a 16 horas, também foram criados os Sindicatos. Podemos perceber, então, que foi uma época de fortes transformações, a�nal, com o surgimento das fábricas e da concorrência, os estudos para a melhoria dos processos produtivos foram alavancados. Nesse contexto, vamos iniciar nossos estudos sobre as teorias, partindo da Administração Cientí�ca, idealizada por Frederick Winslow Taylor. Para que possamos entender melhor os conceitos que veremos a partir de agora, é importante pensarmos na época em que o autor viveu. Era um momento de grandes transformações da sociedade, como a transição do campo para as cidades, pessoas em busca de mobilidade social, recursos naturais abundantes e grande necessidade por produtos manufaturados. Por outro lado, existia muito desperdício de matéria-prima, retrabalhos, perda de tempo para a realização das atividades e fadiga dos trabalhadores. É nesse ambiente que surgem as propostas de Taylor. Quem foi Taylor? Frederick Winslow Taylor nasceu na Filadél�a, em 1856, e faleceu em 1915. Considerado o pai da Organização Cientí�ca do Trabalho — também entendida como Organização Racional do Trabalho —, abandonou seus Abordagem Clássica: asAbordagem Clássica: as Premissas daPremissas da Administração Cientí�caAdministração Cientí�ca de Taylor Quanto àde Taylor Quantoà Racionalização doRacionalização do Trabalho e E�ciência naTrabalho e E�ciência na ProduçãoProdução estudos aos 18 anos para ingressar em uma o�cina mecânica como ajudante. Em 1878, foi empregado em uma indústria metalúrgica de construção de máquinas. Demorou somente seis anos para passar pelos estágios de Operário, Contador, Torneiro, Mestre de Tornos, Chefe de Seção, Contramestre, Chefe de O�cina e, por �m, chegar ao de Engenheiro Chefe. Na época de Taylor, o ambiente organizacional estava coberto por uma nuvem negra do medo do desemprego. Nas indústrias — onde os trabalhadores eram remunerados conforme a quantidade de peças e/ou tarefas que produziam —, acreditava-se que, se houvesse mudança nos processos, ocasionando maior produção com a mesma quantidade de trabalhadores (ou seja, aumento da produtividade por meio de métodos mais e�cientes), poderia ocorrer um número maior de desempregados. Portanto, ao apresentar suas propostas de melhoria da e�ciência nos processos produtivos, procurando obter agilidade na elaboração dos produtos acabados, Taylor sofreu pressão contrária de seus colegas da fábrica. Para não entrar no jogo de disputas, Taylor iniciou um processo de mudança, demitindo os mais resistentes, reduzindo o ganho por peça dos que permaneciam contrários às suas propostas e incentivando a contratação de novos operários com promessas de melhoria. Essas ações, ainda comuns nos dias de hoje, trouxeram vários problemas, principalmente de sabotagem por parte dos operários (CHIAVENATO, 2005). Diante do fracasso de suas primeiras medidas, Taylor resolveu investigar quais seriam os interesses comuns dos trabalhadores da época e como eles operavam na empresa (movimentos, uso de ferramentas, fadiga etc.). Foi a partir dessas observações, com somente 23 anos, que Taylor desenvolveu suas propostas, cujo objetivo central era a melhoria da e�ciência dos processos produtivos. Aliás, segundo suas observações, e considerando o contexto histórico, o ponto comum e fator motivacional entre as pessoas era a vontade em possuírem um rendimento �nanceiro cada vez maior. Com isso, o conceito humano da teoria �cou conhecido como “Homo Econômicos”. (CHIAVENATO, 2005). Agora que já conhecemos um pouco sobre Taylor e o momento histórico em que ele viveu, vamos aprender sobre suas propostas com o subtópico a seguir. Propostas da Administração Científica De acordo com Chiavenato (2005), a Organização Racional do Trabalho (ORT) — proposta por Taylor e outros engenheiros — tinha como meta substituir os métodos empíricos e rudimentares pelo que o autor chamou de “métodos cientí�cos”. Taylor observou que os operários aprendiam olhando seus colegas, contudo, esse método poderia trazer problemas, pois não incentivava a padronização e a e�ciência. Além disso, as diversas formas de realizarem uma mesma atividade e a utilização de distintas ferramentas eram fatores geradores de gastos desnecessários de tempo e de recursos. Dessa maneira, tendo isso como base, Taylor passou a analisar os tempos e movimentos, que propiciou forte impacto no aumento da e�ciência na produção, mas que, por outro lado, gerou uma mecanização das atividades do operário. Chiavenato (2005), Maximiano (2017) e Oliveira (2008) destacam os principais pontos das observações realizadas por Taylor: Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: consiste em dividir e subdividir todos os movimentos necessários para a execução de uma determinada tarefa. Isso deveria ser realizado por meio de uma observação metódica da execução da tarefa, a �m de decompô-la em uma séria ordenada de movimentos simples e eliminar os movimentos inúteis, simpli�cando ao máximo. O estudo dos tempos e movimentos deve considerar o tempo médio que um operário comum leva para realizar uma tarefa, incluindo os tempos adicionais de refeição, lanche, conversas, ida ao banheiro etc. Estudo da fadiga humana: Taylor percebeu que a diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho, bem como da e�ciência, estava diretamente relacionada com a fadiga humana. Esse fato ocasionava perda de tempo, aumento da rotatividade de pessoal, doenças e acidentes, além da diminuição da capacidade de esforço. Convém ressaltar, contudo, que estamos falando de uma época fabril, em que a necessidade do esforço físico para a realização das atividades era grande. Assim, Taylor avaliou, então, que esse redutor de e�ciência poderia ser minimizado se os movimentos fossem economizados (reduzidos), sejam eles relativos ao corpo humano, ao arranjo do material de trabalho e ao desempenho de ferramentas e equipamentos. Desenho de cargos e tarefas: para Taylor, as tarefas eram realizadas pelo trabalhador e o cargo representava o conjunto de tarefas executadas de forca repetitiva. Um cargo simples é aquele que tem somente um tipo de tarefa (como o operário braçal), enquanto que um cargo complexo é constituído de várias atividades diferentes. Assim, as vantagens da simpli�cação do desenho de cargos propiciaram admissão de funcionários com quali�cações mínimas e salários menores, reduzindo os custos de produção e de treinamento, bem como a redução de erros na execução do trabalho. Esses fatores, inclusive, aumentaram a e�ciência do trabalhador e da produtividade. Incentivo salarial e prêmio de produção (Homo Economicus): Taylor procurou conciliar os interesses da empresa e dos operários. De acordo com suas ideias, a empresa quer um custo de produção reduzido, maior produtividade e melhores retornos �nanceiros. O operário, por sua vez, quer um salário mais elevado. Nesse contexto, Taylor pensou na possibilidade de remunerar o operário conforme sua produção, uma vez que o homem é economicus, mesquinho, preguiçoso e trabalha somente para manter sua sobrevivência. Dessa forma, é in�uenciado por recompensas salariais, econômicas e materiais. A seguir, vamos analisar um caso para entendermos melhor sobre essas propostas de Taylor na prática. Taylor e os engenheiros da ORT também se preocuparam com ações que auxiliassem na melhoria das condições de trabalho, visando o aumento da e�ciência por meio da otimização dos tempos e movimentos. Entre as preocupações, podemos destacar: adequação das ferramentas, instrumentos e equipamentos de produção para minimizar o esforço e a perda de tempo na realização da tarefa; arranjo físico das máquinas e equipamentos para otimizar o �uxo produtivo; melhoria do ambiente físico, ruído, ventilação e iluminação, buscando evitar a redução da e�ciência do trabalhador e sua fadiga; desenvolvimento de instrumentos e equipamentos especí�cos, conforme o cargo e tarefa, para reduzir movimentos desnecessários. Na busca incessante pela máxima e�ciência, Taylor e os Engenheiros da ORT procuravam transformar essas preocupações em ações. Para tanto, prescreveram vários princípios, os quais detalharemos na sequência. Princípios da Administração Científica Podemos entender os princípios como uma prescrição de receita para orientar como algo deve ser realizado. De fato, os adeptos da teoria da Administração Cientí�ca — e, de forma geral, da Escola Clássica da Administração — buscam prescrever normas de como o administrador deverá conduzir uma organização. Entre elas, Chiavenato (2005) destaca quatro: o princípio do planejamento, que busca substituir o trabalho do improviso e empírico (ou seja, com base na experiência) por métodos cientí�cos; o princípio do preparo, que busca selecionar, cienti�camente, os trabalhadores conforme suas aptidões, e prepará-los para que possam produzir com a maior e�ciência possível. Para Taylor, um trabalhador que tivesse aptidão para atuar com força física não seria apto para atividades administrativas. Dispor racionalmente os equipamentos, ferramentas e móveis no ambiente físico também faz parte desse processo; o princípio do controle, que busca certi�car se o trabalho está sendo realizado conforme o método cientí�co estabelecido e no plano estipulado. Em caso de não conformidade, deve ser ajustado; por �m, o princípio da execução, que rege adistribuição das atividades e responsabilidades para que sejam realizadas com disciplina. As propostas de Taylor trouxeram para a sociedade a oportunidade de consumirem produtos e serviços que antes eram somente para quem tinha maior poder aquisitivo. A e�ciência dos processos e a produção em escala acarretaram na redução dos custos e, portanto, do preço �nal para o consumidor. Por outro lado, a falta de visão de que o operário é um ser humano ocasionou a desmotivação das pessoas no ambiente de trabalho, uma vez que estavam niveladas como se fossem componentes que formavam máquinas. A alta especialização dos funcionários e a visão da empresa como se fosse máquina ainda acarretaram críticas às ideias tayloristas. Uma delas foi a visão da empresa como se fosse um sistema que não depende do meio para sua sobrevivência, isto é, um sistema fechado em si mesmo. Para facilitar a compreensão sobre o pensamento sistêmico, vamos iniciar com um exemplo. Pense no seu corpo: ele é um grande sistema, formado por vários subsistemas (circulatório, nervoso, respiratório etc.). Para que seu organismo funcione corretamente, todos os subsistemas que o compõe devem estar alinhados e saudáveis. Perceba, também, que para termos saúde, nosso organismo faz uma troca constante com o meio externo. Por isso, devemos nos alimentar adequadamente, respirar ar puro, fazer exercícios e manter uma vida equilibrada. Ao ingerirmos um alimento, por exemplo, nosso corpo o transforma em energia e despreza para o ambiente aquilo que não serve. A Organização VistaA Organização Vista como um Sistemacomo um Sistema Fechado: Análise CríticaFechado: Análise Crítica da Administraçãoda Administração Cientí�caCientí�ca Com esse exemplo, podemos entender que nosso corpo é o caso de um sistema considerado aberto. Um sistema aberto, portanto, é aquele que troca com o meio. O tipo fechado, por outro lado, não apresenta essa troca, ou seja, não in�uencia e não sofre in�uência do meio. De acordo com Chiavenato (2005), a visão da Administração Cientí�ca prega que as organizações são sistemas predominantemente fechados, o que signi�ca dizer que funcionam como se fossem entidades autônomas que não dependem do meio externo para sobreviver. Nesse tipo de sistema, as organizações analisam as ocorrências somente sob a perspectiva das variáveis internas conhecidas. Contudo, vale destacarmos que os teóricos da ORT estavam enganados, visto que as organizações funcionam como o nosso corpo, isto é, são sistemas predominantemente abertos, pois recebem seus inputs (entradas) do meio externo. Apesar da melhoria contínua dos processos com os ajustes dos tempos, dos movimentos, das ferramentas e da forte padronização de ferramentas, por exemplo, as críticas ao modelo se tornaram evidentes. A seguir vamos sintetizar as principais. Crítica à Administração Científica Chiavenato (2005) nos explica a apreciação crítica referente à teoria da Administração Cientí�ca, incluindo: Mecanicismo: foco nas tarefas, no cargo e na função. Dá pouca importância para o ser humano dentro da organização, ou seja, operários passivos que executam o trabalho e recebem ordens. Concilia patrão x empregado, mas somente pelo dinheiro. Ademais, a organização é vista como uma máquina, ou seja, formada por peças que, juntas, criam um mecanismo estático e rígido, daí o termo “organização mecanicista”. Superespecialização do operário: segundo os críticos da teoria, a superespecialização viola a dignidade humana, pois priva os operários da satisfação no trabalho. Visão microscópica do Homem: vê a individualidade e não considera o Homem como um ser social (pessoas são preguiçosas e ine�cientes). O ser humano é visto como sendo um processo acessório da máquina. Abordagem de sistema fechado: trabalha as organizações como se fossem entidades autônomas, sem qualquer in�uência vinda de fora delas. Ausência de comprovação cientí�ca: apesar de pregar a visão cientí�ca, não analisa o porquê de a ação do operário e não faz abstrações sobre os resultados mensurados. Abordagem incompleta da organização: limita-se aos aspectos formais da organização (cargos, tarefas, ferramentas, funções, divisão de classes etc.) e não considera a informalidade e o aspecto humano. Limitação do campo de atuação: se restringe ao ambiente de produção, não avaliando os aspectos da vida �nanceira, comercial ou logística. O desenho de cargos �ca restrito ao conceito do Homo Economicus. Abordagem prescritiva e normativa: se preocupa em prescrever normas que pensam ser aplicadas em todas as situações. A teoria da Administração Cientí�ca de Taylor faz parte da chamada Escola Clássica da Administração, que agrega outro importante nome, o qual contribuiu com sua teoria para a evolução dessa ciência: Henri Fayol, que conheceremos a seguir. Henri Fayol, engenheiro francês, nascido em 1841, experimentou as consequências da Revolução Industrial. Vivenciou a Primeira Grande Guerra edesenvolveu sua carreira em uma única empresa metalúrgica e carbonífera, alcançando o cargo máximo. Fayol publicou sua teoria em 1916, no livro “Administração industrial e geral”, em que enfatizou o papel dos executivos na administração dos bens da empresa. Enquanto que as propostas de Taylor e os engenheiros envolvidos com a teoria da Administração Cientí�ca tinham na produção o centro de suas atenções para que fossem cada vez mais e�cientes, Fayol partiu do todo organizacional. Para o autor, a e�ciência deveria vir de toda a organização, e não somente da produção, em “[...] uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor”. (CHIAVENATO, 2005, p. 80). Vamos nos aprofundar sobre isso a partir de agora. Abordagem Clássica: asAbordagem Clássica: as Premissas da TeoriaPremissas da Teoria Clássica de Fayol quantoClássica de Fayol quanto à Ênfase na Estruturaà Ênfase na Estrutura Características da Teoria de Fayol Fayol (2009) propõe que as empresas, em síntese, são compostas por seis funções: Funções técnicas, relacionadas a fabricação de bens e serviços; Funções comerciais, relacionadas a compras, vendas e trocas; Funções �nanceiras, relativas ao capital e a �nanças da empresa; Funções de segurança, relacionada a proteção patrimonial e de pessoa; Funções contábeis, relativas aos balanços, a preci�cação, aos inventários e as estatísticas; Funções administrativas, relacionadas em prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. As funções administrativas abarcam e controlam todas as outras. De acordo com Chiavenato (2005), Fayol de�ne que administrar é prever (visualizar o futuro e projetar ações), organizar (mobilizar corretamente os recursos físicos e humanos), comandar (dirigir as pessoas), coordenar (missão de harmonizar os atos da empresa) e controlar (fazer com que as regras sejam cumpridas). Fayol propõe, ainda, a existência de uma proporcionalidade das funções administrativas em relação as outras. Para ele, essas funções não são privilégio da alta cúpula da empresa, mas presente em todos os níveis hierárquicos. Ainda para o teórico, quanto menor o nível hierárquico, menor as funções administrativas e maior a proporção das demais funções. Assim, em outras palavras, quanto maior for as funções administrativas, maior será o nível conceitual exigido de quem ocupa esses cargos. Em contrapartida, as atividades que envolvem as demais funções exigem menos conceitos e maior nível operacional. Em relação ao administrador, Fayol (2009) também estabelece algumas funções, decorrentes das funções da empresa: Previsão: prever o futuro e prover recursos para mitigar imprevistos; Organização: saber proporcionar e alocar tudo o que for necessário para o funcionamento da empresa, seja no aspecto material, seja no aspecto social; Comando: procura obter o máximo de retorno de todos os funcionários em relação à proposta do negócio da empresa; Coordenação: deve “[...] harmonizar todas as atividades do negócio, facilitandoseu trabalho e sucesso” (CHIAVENATO, 2005, p. 81); Controle: avalia se tudo ocorre conforme o programado. Caso aconteça erros e fraquezas, procede ajustes e ações para que estes não sejam frequentes. Assim como na teoria da Administração Cienti�ca, a administração clássica de Fayol apresentou seus princípios e leis, que estão explicitados no próximo item. Princípios da Proposta de Fayol Para Fayol, tudo dentro de uma empresa é questão de “[...] ponderação, medida e bom senso. Os princípios são universais e se adaptam a qualquer tempo, lugar ou circunstâncias” (CHIAVENATO, 2005, p. 83). Assim, ele delimita 14 princípios da Administração, conforme delineado no quadro a seguir. Assim como um médico que prescreve uma receita — ou seja, indica qual é o remédio mais indicado e como ele deve ser administrado —, as teorias clássicas de Taylor e Fayol possuem característica prescritiva, orientando como o administrador deve atuar. Proposta da Divisão do Trabalho e da Especialização Tendo como base a in�uência da Igreja Católica e das organizações militares, as teorias clássicas mantiveram a proposta de uma organização estruturada em um formato piramidal e hierárquico, dentro de um modelo linear de autoridade, segmentado por departamentos. Nesse contexto, é possível perceber que a fragmentação em departamentos também tem in�uência do princípio da decomposição de Descartes. Nesse tipo de organização, a supervisão ou autoridade linear é centrada na unidade de comando (representado na �gura anterior pelos números de 1 a 4), em uma estrutura piramidal. Assim, cada departamento possui um gestor, e o funcionário deve subordinação somente a ele. Para que os gestores possam focar em suas tarefas, órgãos de apoio são utilizados, formando uma autoridade de sta� ou assessoria. Esses órgãos (representados por consultorias, aconselhamentos, recomendações etc.), por sua vez, não fazem parte da linha hierárquica e não possuem o poder de comando, pertencente somente à autoridade linear. Nesse sentido, diferencia-se da autoridade de linha, cujo poder formal está instituído para dirigir e controlar os funcionários. A autoridade de sta� tem o direito somente de aconselhar, prestar consultoria e orientar (CHIAVENATO, 2005; MAXIMIANO, 2017). Em síntese, a organização linear tem as seguintes características: estrutura em forma piramidal; incidência de supervisão linear (autoridade linear); baseada na unidade de comando (em oposição à supervisão funcional da Administração Cientí�ca); cadeia escalar (hierarquia); autoridade de sta� para apoiar os órgãos especialistas; autoridade de linha atribuída aos gerentes em forma de poder formal para dirigir e controlar os subordinados imediatos. Apesar de que, hoje em dia, muitas organizações estão sendo mais �exíveis na forma de organizar suas estruturas, muitos dos princípios que vimos da Escola Clássica podem ser encontrados ainda nas empresas, mesmo que com outra roupagem. É o caso da melhoria da e�ciência dos processos, da estrutura de cargos de salários e da organização linear, por exemplo. O importante, com tudo isso, é que você tenha conseguido voltar no tempo ao longo deste capítulo e entender o momento histórico em que viveram os autores mencionados e suas teorias. Isso, como já comentamos, auxilia a dar sentido às teorias e suas implicações na contemporaneidade. conclusão Conclusão Neste capítulo, você pôde compreender a importância em estudar as teorias e a origem da administração, pois somente assim é possível entender a evolução dessa ciência e sua in�uência nas organizações e na sociedade. Não tivemos a pretensão em esgotar os assuntos, mas, sim, mostrar as principais contribuições e críticas que cada teoria trouxe para o crescimento da administração. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: entender a importância do estudo das teorias; conhecer o conceito do que é uma teoria e sua importância para o desenvolvimento da ciência e dos modelos; entender o conceito de administração e de organização; compreender o que é a administração e seus quatro pilares, bem como seu uso dentro das organizações; compreender a importância dos �lósofos na evolução da ciência da administração, com destaque para as ideias de Descartes; observar que os princípios de Descartes tiveram forte in�uência em diversas áreas do conhecimento e, inclusive hoje, somos in�uenciados por suas ideias; analisar a in�uência da Igreja Católica e da Organização Militar na sociedade e na estrutura e das organizações; entender a in�uência da Revolução Francesa (ideias liberais) e da Revolução Industrial (surgimento das máquinas a vapor) que mudaram a sociedade mundial. compreender a teoria da Administração Cientí�ca de Taylor, bem como seus conceitos, seus princípios e suas principais críticas da Administração Cientí�ca; entender a teoria Administrativa (também chamada de teoria clássica) de Henri Fayol, bem como suas características. referências Referências Bibliográ�cas BOTHAMLEY, J. Dictionary of Theories. New York City: Barnes & Noble, 2004. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. DIAS, E. de P. Conceitos de Gestão e Administração: uma revisão crítica. Revista Eletrônica de Administração – Facef, v. 1, n. 1, jul./dez. 2002. Disponível em: <http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/160/16>. Acesso em: 03/05/2018. FAYOL, H. Administração industrial e geral. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009. MAIA, V. I. Administração cientí�ca e clássica: a visão dos homens que construíram a base da gestão organizacional moderna. Revista Digital FAPAM, Pará de Minas, v. 2, n. 2, p. 85-98, nov. 2010. Disponível em: <http://periodicos.fapam.edu.br/index.php/synthesis/article/view/36/33>. Acesso em: 03/05/2018. http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/160/16 http://periodicos.fapam.edu.br/index.php/synthesis/article/view/36/33 MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração. Da revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Editora Atlas, 2017. STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. E. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: PHC, 1994. TAYLOR, F. W. Princípios da Administração Cientí�ca. São Paulo, Editora Atlas, 1990. TEMPOS Modernos. Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos: 1936. 83 min. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch? v=HAPilyrEzC4&t=2234s>. Acesso em: 04/05/2018. TZU, S. A Arte da Guerra. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2006. Disponível em: <http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf>. Acesso em: 04/05/2018. IMPRIMIR https://www.%20youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=2234s http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf
Compartilhar