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2a Avaliação de Prática I - FUMEC (MODELO DE CONTESTAÇÃO)

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Ao Juízo da ... Vara Cível da Comarca de Goiânia/GO.
Autos nº ... 
 
FÁBIO... e BOTAFOGO S.A., na pessoa de seu sócio administrador, JÚNIOR..., já qualificados nos autos desta Ação de Cobrança movida pela pessoa jurídica de direito privado Golden Tulip Goiania Address, vem, por seu advogado, com endereço profissional para receber intimações localizado..., Município de..., apresentar 
CONTESTAÇÃO
aduzindo os seguintes fatos e fundamentos: 
I – DA DEFESA PRELIMINAR 
I.1) Da Ilegitimidade Passiva
 
É patente a ilegitimidade passiva ad causam da empresa para figurar no polo passivo da presente demanda.
Diante da simples leitura da narrativa fática da inicial, percebe-se que o réu não é parte legítima para estar no polo passivo da presente ação.
Na própria inicial, já se percebe que quem se valeu dos serviços hoteleiros foi PRIMEIRO RÉU e não o SEGUNDO RÉU. Portanto, há relação jurídica material (prestação de serviços hoteleiros) somente entre o PRIMEIRO RÉU FÁBIO e o hotel Golden Tulip Goiania Address.
Além disso, é de se apontar que, como consta da exordial, PRIMEIRO RÉU é trabalhador e prestador de serviços autônomo, não havendo qualquer liame entre este e o SEGUNDO RÉU.
Destarte, é indubitável que a empresa BOTAFOGO S.A. não é parte da relação jurídica material existente, razão pela qual deve ser reconhecida sua ilegitimidade passiva – com a consequente extinção do processo sem resolução de mérito, em virtude da carência de ação (CPC/2015, arts. 485, VI, e 337, XI).
Considerando que já existe litisconsórcio passivo com PRIMEIRO RÉU, e que este seria a parte legítima correta, não se faz necessária a indicação da correta parte a figurar no polo passivo (CPC/2015, art. 339).
I.2) DO DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO: FALTA DE PROCURAÇÃO
A petição inicial não acompanhada do instrumento particular de mandato.
Nos termos dos artigos 104 e 287 do CPC/2015, é fundamental que o advogado, ao postular em juízo, apresente instrumento de mandato.
Assim, percebe-se defeito de representação (CPC/2015, art. 337, IX), devendo o autor corrigir tal vício, em 15 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito (CPC/2015, arts. 76 e 321).
II – DO MÉRITO
II.1) DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DO AUTOR
Na eventualidade de não ser acatada a defesa preliminar, cabe aqui ressaltar que a pretensão do autor está completamente prescrita.
Considerando que o fato ocorreu no dia 01/03/2018 e que a ação somente foi proposta no dia 10/03/2019, evidencia-se a prescrição da pretensão autoral, por ultrapassar o prazo de 1 anos do art. 206, §1º, I do CCivil. 
Assim, requer-se a resolução do mérito com a total improcedência do pedido inicial, como determina o art. 487, II do CPC.
II.2) DO DESCABIMENTO DA MULTA, VISTO QUE NÃO PREVISTA PELAS PARTES CONTRATANTES
Acaso afastada a prescrição – o que se admite apenas ad argumentandum tantum – impõe-se o afastamento da multa pleiteada pelo autor. É certo que houve, entre autor e o PRIMEIRO RÉU, um contrato verbal de prestação de serviços hoteleiros. Contudo, não houve a formalização de qualquer instrumento contratual com a previsão de multa, nem tampouco houve qualquer informação ao PRIMEIRO RÉU sobre tal existência.
Como bem destaca o art. 409 do Código Civil, a cláusula penal deve ser estipulada conjuntamente com a obrigação ou em ato posterior; tal situação não se configurou na situação sob análise porque não foi estipulada consensualmente tal obrigação acessória.
Portanto, ante a inexistência de qualquer acerto prévio entre as partes, impossível alegar a incidência de multa sob pena de ensejar considerável insegurança jurídica e violação ao princípio da legalidade (CF, art. 5.º, II) e da boa-fé objetiva (CC, art. 422).
Assim, conclui-se que a multa pleiteada deve ser afastada.
IV - DA CONCLUSÃO
Ante o exposto, requerem os réus:
a) preliminarmente, que seja reconhecida a ilegitimidade passiva do SEGUNDO RÉU, com a extinção do feito em relação a ela, sem resolução de mérito com base no artigo 485, VI, do CPC/2015;
b) preliminarmente, que o autor traga aos autos procuração outorgando poderes a seu patrono, sob pena de indeferimento da petição inicial;
c) se afastadas as preliminares, no mérito, o reconhecimento da existência de prescrição, em relação a todo o valor cobrado pelo autor;
d) subsidiariamente, na remota hipótese de procedência do pedido principal, seja afastada a multa no valor de 30% pleiteada;
e) a condenação do autor no ônus da sucumbência, em 10% do valor da causa, nos termos do art. 85, §§ 2º e 6º, do CPC/2015;
f) provar o alegado por todos os meios de prova previstos em lei, especialmente pelos documentos ora juntados aos autos – e, caso V. Exa. entenda necessária a realização de audiência, requerem os réus o depoimento pessoal do representante legal do autor.
Termos em que, pede deferimento.
Município de..., data...
ADVOGADO...
OAB...

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