Buscar

OS PCC Filosofia - ASPECTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
DEPARTAMENTO DE LETRAS 
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 
TÍTULO: OS ASPECTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL. 
NOME: Aline de Souza Torres Homem – MATRÍCULA: 201908241471 
DATA: 20 de novembro de 2019. 
1 – OBJETIVO 
Este relatório tem como objetivo demonstrar os aspectos filosóficos na educação 
brasileira atual, as influências que a Filosofia e seus pensadores exercem sobre o nosso 
conteúdo diário e como podemos, ainda, identificar a presença das ideias e correntes em cada 
local observado. 
2 – INTRODUÇÃO TEÓRICA 
Através de entrevista realizada com a Professora Rita Rodrigues, Coordenadora do 
NAPNE – Núcleo de Atendimento à Pessoas com Necessidades Específicas – do Campus 
Realengo do Colégio Pedro II e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação na 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), poderemos verificar como a Filosofia da 
Educação, através do tempo, pode influenciar direta e indiretamente na metodologia 
educacional dentro do país – e, neste caso, mesmo dentro da Educação de Pessoas com 
Necessidades Específicas. 
3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
Segue abaixo a transcrição da entrevista realizada com a Professora, na data de 15 de 
novembro de 2019: 
Aline (A): Professora Rita, o que é ensinar? 
Rita (R): Ensinar é um processo de troca que, na minha concepção, é recíproco, entre 
quem está transmitindo o conhecimento e quem está recebendo, então essa troca, ela é contínua 
e sem ela não há processo de aprendizagem, na minha opinião. 
A: Ok. E como você escolhe seus procedimentos de ensino? 
R: Então, eu sempre trabalho aliada aos princípios da afetividade. Desde a graduação, 
quando eu aprendi Wallon, via nas minhas leituras onde ele fala na questão do afetar, né – afetar 
no sentido de você transformar, de você modificar, tocar no outro. Então, partindo desse 
princípio, eu penso quem, em sala de aula, se não tiver uma relação muito próxima (próxima 
também é questão da corporalidade, que tem que estar envolvida nesse processo, nesse 
relacionamento) não tem como você pensar num conteúdo sem antes conhecer esse indivíduo, 
esse teu parceiro comunicativo. Eu chamo de parceiro comunicativo, que a gente vai estabelecer 
uma comunicação, e a partir dela – eu não gosto da palavra aluno, eu acho que me coloca numa 
posição diferenciada e acho que estamos no mesmo nível. 
A: Certo. 
R: Claro que há conhecimentos adquiridos bem específicos que fazem a diferença, e é 
nessa troca que eu procuro estabelecer os melhores procedimentos. Então, eu sempre parto 
dessa questão da sensibilização, de algo que realmente vá aguçar uma curiosidade, que vá 
estabelecer um diálogo e uma troca entre nós, pra depois de você envolver, de ter essa 
sensibilização, você acaba introduzindo automaticamente o conteúdo. Tem que haver uma 
motivação, um incentivo. 
A: Certo. Você se baseia em algum teórico? Qual seria e como você se baseia? 
R: Atualmente, eu estou trabalhando especificamente com pessoas não-oralizadas, e os 
teóricos vêm de acordo com a minha necessidade: eu sempre busco uma ajuda diante das 
dificuldades. Eu, em princípio, falei do Wallon pela questão da afetividade, por acreditar que 
este processo se dá através desta relação, que é a base de tudo, mas atualmente eu estou 
trabalhando com teóricos que apontam a necessidade de haver uma intenção comunicativa no 
processo de conversação. Então, hoje eu trabalho com von Tetzchner, que é um pesquisador 
que impulsionou um grupo de 15 pesquisadores de vários lugares do mundo a pesquisarem mais 
sobre o processo de troca, de comunicação entre pessoas falantes e não-falantes. Hoje o meu 
Mestrado está muito baseado, a minha pesquisa está muito baseada neste processo de 
conversação e vêm de encontro com o que você me perguntou, eu falo das estratégias 
comunicativas, a importância de um interlocutor na formação de um diálogo completo. Pra que 
alguém transmita uma mensagem completa, ela tem que sentir no outro um interesse, e tem que 
haver no outro também uma intenção comunicativa, porque só o fato de você ouvir ou perguntar 
não desenvolve um diálogo. 
A: Ok. E como acontecem as relações interpessoais na sua sala de aula? Como você 
trabalha os conflitos, especialmente? 
R: Sempre baseada no diálogo, e numa tomada de consciência de um determinado fato 
que causou o conflito. É um processo de mediação, é você tentar mediar esse conflito a partir 
da conversa e da tomada de consciência, trazendo exemplos ou situações que demonstrem que 
tudo é uma questão de causa e consequência. 
A: Muito obrigada, Professora! 
 
 
4 – RESULTADOS E CONCLUSÃO 
Como pudemos verificar na entrevista transcrita acima, a professora utiliza as teorias de 
Wallon e von Tetzchner em seu trabalho (e em seus estudos como Mestranda) para lidar em 
conversações com seus alunos não-oralizados e oralizados. Para cada professor, em cada área, 
há sempre uma vertente filosófica a ser apreciada e utilizada em seu dia a dia, a ser estudada 
mais profunda e cuidadosamente, para que cada um de nós possamos aproveitar tudo aquilo 
que aprendemos. O professor nunca deixará de estudar para que possa ensinar. Como nos 
ensinou Immanuel Kant, somos tão somente o que a educação faz de nós. Enquanto estudamos 
e aprendemos o que podemos fazer pelos alunos, seremos melhores. 
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CURRÍCULO LATTES – CNPq. Rita de Cássia Cruz Rodrigues. Rio de Janeiro: 2018. 
Disponível em: http://lattes.cnpq.br/6788931958645643. Acesso em: 20 nov. 2019. 
SALLA, Fernanda. O Conceito de Afetividade de Henri Wallon. Nova Escola, 01 out. 2011. 
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/264/0-conceito-de-afetividade-de-henri-
wallon. Acesso em: 20 nov. 2019. 
ACIOLY-RÉGNIER, N. M.; FERREIRA, A.L. Contribuições de Henri Wallon à relação 
cognição e afetividade na educação. Educar em Revista, Curitiba: 2010. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602010000100003. Acesso 
em: 19 nov. 2019. 
PAURA, Andréa Carla; DELIBERATO, Débora. Estudo de vocábulos para avaliação de 
crianças com deficiência sem linguagem oral. Revista Brasileira de Educação Especial. 
Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial - ABPEE, v. 20, n. 1, p. 37-52, 
2014. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/109766. Acesso em: 20 nov. 
2019. 
VON TETZCHNER, Stephen; MARTINSEN, Harald. Introduction to Augmentative and 
Alternative Communication. 2ª Edição. Londres: Whurr, 1992. 
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução de Arthur Morão. Lisboa: Edições 
70.

Continue navegando