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Disciplina: Direito sociais coletivos e protetivos APS Integrantes: Gilvan Paulo da Rosa (201624061), Natália Camargo (201610487), Rafaela Matias (201612538) e Vanessa da Rosa Kroth (201623677) Análise da tese firmada pelo TST que veta estabilidade de gestante em trabalho temporário O Tribunal Superior do Trabalho no dia 21 de novembro de 2019, firmou entendimento que tem efeito vinculante, que a garantia de estabilidade provisória não se estende a gestantes em regime de emprego temporário, prevista no artigo 10, inciso II, alínea "b", do ADCT, noProcessoIAC nº5639-31.2013.5.12.0051. Para uma análise deste julgado deve-se observar o que dispõe o art. 2 da lei 6.019/74 que versa sobre o trabalho temporário: Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei. § 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. O principal argumentotrazido pelo TST é justamente o que contempla o art. 2 da lei 6.019/74, no sentido que a essência do trabalho temporário é contraria ao que rege os contratos da CLT, não sendo possível, portanto, fazer a equiparação que vinha sendo realizada e solicitada pela autora do processo no caso em questão. Sustentam, ainda, que a natureza do trabalho provisório não contempla os mesmos direitos do trabalhador celetista, o artigo 12 da lei, dispões sobre os respectivos direitos: Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com acréscimo de 20% (vinte por cento); c) férias proporcionais, nos termos do d) repouso semanal remunerado; e) adicional por trabalho noturno; f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido; g) seguro contra acidente do trabalho; h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social. Por fim, o TST alcançou em seu reconhecimento da garantia de emprego à empregada gestante não tem nenhuma relação com a finalidade do contrato previsto na Lei 6.019 (Lei do Trabalho Temporário), que visa atender situações excepcionais, para as quais há expectativa de encerramento da relação após o termino da vigência do contrato temporário. Entende-se que a decisão do TST está equivocada, pois conforme preceitua o artigo 10, inciso II, alínea "b", do ADCT, não há qualquer menção ou distinção entre os contratos de trabalho, portanto o argumento de que a estabilidade da gestante não poderia ser contemplada pelo regime temporário não está previsto na Constituição Federal. Sendo: Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Assim, a decisão proferida pelo TST acaba ferindo anossa Carta Magna quanto a separação dos poderes, essa decisão deveria ser instituída em sede de lei complementar, o que não ocorreu. Ademais, a decisão do Tribunal Superior do Trabalho aboliu o direito a estabilidade nos contratos temporários e, acaba por mitigar os direitos das mulheres e da vida da criança. Márcio Godinho Delgado, aduz: "A garantia constitucional ultrapassa o interesse estrito da empregada gestante, uma vez que possui manifestos fins de saúde e de assistência social não somente em relação às mães trabalhadoras como também em face de sua gestação e da criança recém-nascida". Conforme a Carta Magna: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; Percebe-se que o entendimento acima mencionado ancora-se na dignidade da pessoa humana e demais princípios fundamentais advindos da CF, portanto, resta evidente que tal decisão contraria o que é preconizado na Constituição Federal. Além da decisão do TST não observar os direitos do nascituro. Nota-se que há muitas divergências doutrinárias, um assunto de suma importância, que merece que sejam fomentados mais debates. REFERÊNCIAS DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11ª Edição, São Paulo: LTR, 2012.
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