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ALEXSANDRA DE SOUSA LIMA A IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DO INVESTIMENTO PERMANENTE: ESTUDO ACERCA DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS À COLIGADAS E CONTROLADAS BELÉM – PARÁ - BRASIL 2020 A IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DO INVESTIMENTO PERMANENTE: ESTUDO ACERCA DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS À COLIGADAS E CONTROLADAS Alexsandra de Sousa Lima Artigo Científico apresentado como atividade avaliativa no curso Ciências Contábeis, da Escola Superior Madre Celeste/Campus Ananindeua. Orientador: Professor Danillo Rios BELÉM – PARÁ - BRASIL 2020 RESUMO O texto arrazoado almeja analisar, de acordo com as normas contábeis, o investimento permanente, o qual se conceitua sinteticamente como o adquirido com a intenção de continuidade, representando, portanto, uma extensão da atividade econômica da investidora. E, a partir dessa análise, dar ênfase nos métodos de avaliação que perpassam esse tipo de investimento, como o Método de Equivalência Patrimonial e o Método do Custo de Aquisição, desse modo, já adentrando nesse assunto, o artigo tem, por fim, também como propósito verificar como são contabilizados os investimentos permanentes em coligadas e controladas e as diferenças entre estas. Palavras Chave: Investimento Permanente, Método de Avaliação, Coligadas, Controladas. ABSTRACT The reasoned text aims to analyze, according to accounting standards, permanent investment, which is synthetically conceptualized as that acquired with the intention of continuity, representing, therefore, an extension of the investor's economic activity. And, from this analysis, to emphasize the valuation methods that permeate this type of investment, such as the Equity Equivalence Method and the Acquisition Cost Method, thus, already entering this subject, the article has, finally, also for the purpose of verifying how permanent investments in associates and controlled companies and the differences between them are accounted for. Keywords: Permanent Investment, Valuation Method, Associates, Controlled LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Comparação entre Coligadas e Controladas…………………………………11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 06 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 06 2.1 INVESTIMENTO ............................................................................................................. 06 2.1.1 INVESTIMENTO TEMPORÁRIO ................................................................................ 07 2.1.2 INVESTIMENTO PERMANENTE................................................................................ 07 2.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS ........................................... 07 2.2.1 MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO ....................................................................... 08 2.2.2 MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (MEP) ........................................... 08 2.2.2 MÉTODO DO JUSTO VALOR ...................................................................................... 09 2.3 INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS ...................................... 09 2.3.1 COLIGADAS .................................................................................................................. 09 3.3.2 CONTROLADAS ........................................................................................................... 10 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 14 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 15 6 1. INTRODUÇÃO O presente artigo buscar analisar de maneira sucinta o estudo da Contabilidade Avançada, enfatizando, nesse momento, o ativo não circulante, em outras palavras, aqueles bens que têm permanência duradoura, isto é, que não são facilmente convertidos em dinheiro, como imóveis, investimentos, entre outros. O ativo não circulante também tem sua classificação, a qual contempla quatro tipos: o ativo realizado a longo prazo, o imobilizado, o intangível e, por último, o que mais importa nesse estudo, o investimento. O investimento, por sua vez, pode se dar de duas maneiras, sendo a primeira o investimento temporário, o qual no Brasil tem uma tendência de uso maior, e a segunda o investimento permanente, que vem ganhando força no cenário atual; os dois serão tratados com mais profundidade no presente estudo, sendo utilizados marcadores de semelhança e diferença entre os mesmos. O artigo em tela irá evidenciar a importância do investimento permanente, especificando qual o método de avaliação desse investimento em coligadas e controladas. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 INVESTIMENTOS Segundo o artigo 179, inciso III, da Lei 6.404 /76, conceitua investimento como: “Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.”. Em outras palavras, a aplicação de algum tipo de recurso com a expectativa de receber algum retorno futuro superior ao aplicado, compensando inclusive a perda de uso desse recurso durante o período de aplicação. É importante frisar, nesse contexto, que dentro do estudo da contabilidade há uma classificação de investimento, tanto pela sua natureza quanto pela sua intenção, o qual abarca dois tipo, o investimento temporário, adquiridos, geralmente, com a intenção de revenda, e o investimento permanente, que tem caráter de continuidade, com um prazo extenso. Essas duas espécies de investimentos serão melhor explanadas nos subtópicos abaixo. 7 2.1.1 INVESTIMENTO TEMPORÁRIO O investimento temporário, dentro da classificação contábil, segundo Lorival Lopes da Silva (2015), define-se como : Esses investimentos são adquiridos, contanto a empresa investidora não tem a intenção de permanecer com tais investimentos por prazo muito longo, criando uma política de resgate em relação às suas necessidades imediatas normalmente no curto ou longo prazo. Tais investimentos devem ser avaliados ao valor justo, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 38 - Instrumentos Financeiros. Dessa forma, é possível observar que o investimento temporário, levando em consideração o binômio de natureza e intenção, não contém na sua natureza a permanência, por mais que seja possível atuar em longo prazo, e sua intenção é, normalmente de revenda, prezando pela necessidade que a empresa está passando no momento, logo procuram uma solução imediata, não um investimento prolongado. 2.1.2 INVESTIMENTO PERMANENTE Por outro lado, o investimento permanente busca o contrário do temporário, o qual já foi citado acima, este investimento pode ser pontuado, segundo o § 3°, do artigo 2°, da Lei n° 6.404/76: “a companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.”. Desse modo, os investimentos permanentes que visam a participação em outras sociedades e nos direitos destas, não classificáveis no ativo realizável e que também não se destinam à manutenção da atividade da empresa investidora. Assim, o caráter permanente é o que o diferencia do investimento temporário, em outras palavras, a intenção da empresa investidora de ser permanente, o que pode ser demonstrado logo quando se faz a investidura ou, posteriormente, quando se mantém ela ao longo do tempo. 2.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS Os investimentos dentro do estudo contábil possuem variadas formasde avaliação, as quais se realizam de maneiras diferentes em investimentos temporários e permanentes, já que os mesmos não possuem a mesma natureza, nem intenção. Os métodos de avaliação são classificados em três espécies, que se diferenciam nas suas aplicações, são elas: o Método do Custo de Aquisição, o Método de Equivalência 8 Patrimonial e o Método do Justo Valor, os quais serão elucidados nos subtópicos a seguir. 2.2.1 MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO O Método do Custo de Aquisição tem como investimentos classificados neste grupo aqueles que estão em forma de ações ou quotas em outras empresas, inclusive em coligadas e controladas, porém são aqueles que não são relevantes. O custo de aquisição se conceitua pelo valor efetivamente despendido na transação por subscrição relativa a aumento de capital, ou ainda pela compra de ações de terceiros, quando a base do custo é o preço total pago. De acordo a Lei 6.404/76, o Método de Custo deve ser adotado para os investimentos menores e o Método de Equivalência Patrimonial para os mais significativos, ou seja, uma vez definidos os investimentos que devem ser avaliados pelo método de equivalência patrimonial, os demais devem ser avaliados pelo método de custo. 2.2.2 MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL O Método de Equivalência Patrimonial, como já fora bem introduzido acima, é, segundo o Pronunciamento Técnico do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) 18: Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento em coligada, em empreendimento controlado em conjunto e em controlada (neste caso, no balanço individual) deve ser inicialmente reconhecido pelo custo e o seu valor contábil será aumentado ou diminuído pelo reconhecimento da participação do investidor nos lucros ou prejuízos do período, gerados pela investida após a aquisição. A participação do investidor no lucro ou prejuízo do período da investida deve ser reconhecida no resultado do período do investidor. As distribuições recebidas da investida reduzem o valor contábil do investimento. Ajustes no valor contábil do investimento também são necessários pelo reconhecimento da participação proporcional do investidor nas variações de saldo dos componentes dos outros resultados abrangentes da investida, reconhecidos diretamente em seu patrimônio líquido. Desse modo, o Método de Equivalência Patrimonial é aplicado, principalmente, em investimentos permanentes realizados em coligadas ou controladas, esse é um dos métodos mais usados atualmente. Conforme o Art. 248 da lei 6.404/76 será avaliado pelo método de equivalência patrimonial: 9 Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, (...) 2.2.3 MÉTODO DO VALOR JUSTO Por fim, o último método de avaliação elencado aqui é o Método do Valor Justo, o qual é, segundo o Pronunciamento Técnico do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) 46: O valor justo é uma mensuração baseada em mercado e não uma mensuração específica da entidade. Para alguns ativos e passivos, pode haver informações de mercado ou transações de mercado observáveis disponíveis e para outros pode não haver. Contudo, o objetivo da mensuração do valor justo em ambos os casos é o mesmo – estimar o preço pelo qual uma transação não forçada para vender o ativo ou para transferir o passivo ocorreria entre participantes do mercado na data de mensuração sob condições correntes de mercado (ou seja, um preço de saída na data de mensuração do ponto de vista de participante do mercado que detenha o ativo ou o passivo). Logo, levando em consideração que o objetivo desse método é o de observar transações não forçadas, a mensuração do valor justo para vender o ativo ou transferir o passivo, ele não alcança os investimentos permanentes, pois esses têm a intenção de se manter por um longo prazo e não de rápida venda ou transação, então, esse método abrange os investimentos temporários. 2.3 INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS Os investimentos permanentes realizam-se de maneiras diferentes quando se trata de uma relação com coligadas e uma relação com controladas, e este tópico pretende explanar sobre como esses investimentos se realizam em cada uma dessas. 2.3.1 COLIGADAS As entidades coligadas são aquelas que a investidora detém 20% ou mais do capital votante da investida ou quando tem influência significativa na administração da investida com menos de 20% do capital votante. Essa influência significativa define-se pelo poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas. A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por uma ou mais das seguintes formas: pela representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; pela participação nos processos de elaboração de políticas, 10 inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições; pelas operações materiais entre o investidor e a investida; pelo intercâmbio de diretores ou gerentes; pelo fornecimento de informação técnica essencial. Os investimentos permanentes efetuados em entidades coligadas podem ser avaliados através do Método de Equivalência Patrimonial, como já foi dito anteriormente, através de demonstrações consolidadas, que são demonstrações contábeis de um grupo econômico, de maneira a primeiramente reconhecer pelo custo e, posteriormente, ajustar para poder refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos da investida. 2.3.2 CONTROLADAS Por outro lado, as entidades controladas são aquelas que a investidora detém mais de 50% do capital votante da investida. Análoga a anterior, as entidades controladas precisam apresentar demonstrações contábeis consolidadas para a sua avaliação, como bem menciona a Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TSP 17, de 18 de OUTUBRO de 2018: A entidade que seja controladora deve apresentar demonstrações contábeis consolidadas. Esta norma se aplica a todas as entidades, salvo no caso em que a controladora não necessitar apresentar demonstrações contábeis consolidadas, se atender a todas as seguintes condições: (a) a controladora, em si, é entidade controlada e as necessidades de informações dos usuários são atendidas pelas demonstrações contábeis consolidadas de sua controladora, e, no caso de controle parcial, todos os outros proprietários, inclusive aqueles sem direito a voto, foram informados e não fizeram objeção quanto à não apresentação de demonstrações contábeis consolidadas pela entidade; (b) os instrumentos de dívida ou patrimoniais não são negociados em mercado aberto (bolsa de valores nacional ou estrangeira, ou mercado de balcão, incluindo mercados locais e regionais); (c) a entidade não arquivou ou não está em processo de arquivamento de suas demonstrações contábeis em comissão de valores mobiliários ou outro órgão regulador, visando à emissão de qualquer classe de instrumentos em mercado aberto; e (d) a controladora final ou qualquer controladora intermediária da entidade elabora demonstrações contábeis, disponíveis ao público, em conformidade com as NBCs TSP, em que as controladas são consolidadas ou são mensuradas ao valor justo (ver NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL, item 7.6(b)) por meio do resultado de acordo com esta norma. Diante do exposto, é possível verificar que os investimentos permanentes nas entidades controladas também são avaliados pelo Método de Equivalência Patrimonial, em sua maioria, e funcionam do mesmo modo como foi elencado acima, contendo, porém, existem exceções a essa regra, podendo ser avaliadas pelos outrosmétodos existentes. 11 Investidora detém mais de 50% do Capital Votante Abaixo podemos observar uma comparação mais sucinta entre as entidades coligadas e as entidades controladas, com algumas diferenças entre as mesmas, demonstradas na tabela Tabela 1 – Comparação entre coligadas e controladas Sim: Controlada Não: Não Controlada Investidora detém mais de 20% do Capital Votante Sim: Coligada Não: Indeterminado Investidora tem influência significativa Sim: Coligada 12 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Destarte, esse artigo demonstra a importância de se discutir sobre os investimentos permanentes e o seu crescimento no mercado nacional, na relevância de se ter entidades coligadas e controladas. Além disso, também explana como se realiza esse as espécies investimento, tanto permanente quanto temporário, e como funciona dentro dessas entidades os métodos de avaliação, enfatizando onde cada um cabe, suas diferenças e semelhanças. 13 REFERÊNCIAS Brasil. Lei nº 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre Sociedades por Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm>. Acesso em: 25/03/2020. CPC- COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 18. Dados do segmento. 2012. Disponível em: < http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/CPC_18_(R2).pdf>. Acesso em: 25/03/2020. CPC- COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 46. Dados do segmento. 2012. Disponível em: < http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/395_CPC_46_rev%2006.pdf>. Acesso em: 25/03/2020. DA SILVA, LORIVAL LOPES. Contabilidade Avançada e Tributária. 4ª edição, São Paulo, 2015. Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TSP 17, de 18 de OUTUBRO de 2018. Disponível em: <http://www.in.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/47983924/do1-2018-10-31- norma brasileira-de-contabilidade-nbc-tsp-17-de-18-de-outubro-de-2018-47983742>.Acessado em: 25/03/2020.
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