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Poligrafo Analise Indicadores da Contabilidade

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Análise das Demonstrações Contábeis 
 
1. Objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras 
2. Aspectos Básicos 
3. Análise Vertical ou de Estrutura ( AV) 
4. Análise Horizontal ou de Evolução (AH) 
5. Análise por Quocientes/Índices/Indicadores 
 
 
 
1 Objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras 
 
A análise de balanços objetiva extrair informações das Demonstrações 
Financeiras para a tomada de decisões. 
 
As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a 
empresa, de acordo com regras contábeis. A análise mais eficiente transforma 
esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhor 
informação produzir. 
 
As demonstrações financeiras mostram, por exemplo, que a empresa tem $ 
“X” milhares de dívida. Isto é um dado. A conclusão de que a dívida é excessiva 
ou normal, e que a empresa pode ou não pagá-la é informação. O objetivo da 
análise de balanço é produzir informações. 
 
Os produtos da análise das demonstrações financeiras são relatórios escritos 
em linguagem corrente. Na medida do possível, recomenda-se o uso de gráficos 
como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das 
demonstrações financeiras, os relatórios de análise devem ser elaborados como 
se fossem dirigidos a leigos, ainda que não o sejam, isto é, sua linguagem deve 
ser inteligível por qualquer dirigente de empresa, gerente de banco ou gerente de 
crédito. 
 
2. Aspectos básicos 
 
A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo 
do desenvolvimento econômico-financeiro de uma empresa em determinado 
período passado, para diagnosticar, em conseqüência, sua posição atual, e 
produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras. 
 
Apesar da existência de alguns critérios sofisticados, o uso de índices 
constitui-se uma técnica mais comumente empregada nesse estudo. No entanto, 
algumas preocupações devem ser tomadas. Inicialmente, aponta-se que um 
simples índice, isolado de outros complementares ou que ilustram a causa de seu 
comportamento, não fornece elementos suficientes para uma conclusão 
satisfatória. Um índice isolado, na realidade, dificilmente contribui para uma 
conclusão satisfatória. Ressalta-se também que, mesmo que se tenha mensurado 
 2 
um conjunto de índices complementares, é necessário efetuar uma comparação 
temporal e setorial. A comparação temporal envolve conhecer a evolução desses 
indicadores nos últimos anos como forma de se avaliar, de maneira dinâmica o 
desempenho da empresa e as tendências que servem de base para um estudo 
prospectivo. A comparação setorial é desenvolvida através de um confronto entre 
os resultados da empresa em análise com os seus principais concorrentes e, 
também, com as médias de mercado e de seu setor de atividade. Para esse 
estudo são utilizadas, normalmente, como fontes de informações, as principais 
publicações de índices setoriais disponíveis, como “Melhores e Maiores”, “Quem é 
Quem”, “Estudos Setoriais Serasa”, etc. 
 
Os dados básicos para análise do desempenho econômico-financeiro, 
conforme será desenvolvid0 a seguir, baseia-se nos diversos valores e rubricas 
constantes das demonstrações financeiras normalmente levantadas pelas 
empresas. 
 
3. Análise Vertical ou de Estrutura (AV) 
 
Análise Vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações 
financeiras. 
 
Para isso, calcula-se o percentual de cada conta em relação a um 
determinado valor-base. Por exemplo, na análise vertical do balanço calcula-se o 
percentual de cada conta em relação ao total do Ativo ou do Passivo. 
 
Na análise vertical da DRE, calcula-se o percentual de cada conta em 
relação às Receitas Líquidas de Vendas. Obviamente, o valor de venda é igualado 
a 100. 
 
Para trabalhar com valores relativos, ou seja, considerar percentualmente as 
proporções existentes entre as diversas contas, a análise vertical dispensa 
qualquer processos de indexação dos valores considerados e produz as mesmas 
interpretações quer se trabalhe em bases nominais, quer em bases reais. 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo...........................................185.000 Av (%) 
Circulante....................................75.000 
Disponível......................................5.000 5.000 / 185.000=0,027 x 100=2,7% 
Direitos........................................ 28.000 15,1% 
Estoques..................................... 42.000 .....................................................22,8% 
Não 
Circulante...................................110.000 
 
.....................................................59,4% 
Investimentos...............................60.000 .....................................................32,4% 
Imobilizado...................................40.000 ......................................................5,4% 
Intangível........................................10.000 ...................................................100,0% 
 
 3 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 
Receita Líquida de Vendas 161.932 100,0% 
(-) CMV (ver a observação) (123.373) 76,1% 
= Lucro Bruto 38.559 23,9% 
(-) Despesas Operacionais (25.619) 16,0% 
(+) Outras receitas 120 0,1% 
= Lucro Operacional 12.940 7,8% 
(-) Saldo da Correção Monetária do Balanço (1.598) 0,9% 
= Lucro Antes do Imposto de Renda 11.462 7,0% 
(-) Provisão para Imposto de Renda 3.690 2,3% 
= Lucro Líquido 7.772 4,7% 
 
 
Obs.: 123.373 / 161.932=0,761 x 100=76,1% 
 
 
4. Análise Horizontal ou de Evolução (AH) 
 
Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações 
financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma 
demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série. 
 
Essa análise permite que se avalie a evolução nominal dos vários itens de 
cada demonstração em intervalos seqüenciais de tempo. 
 
É interessante notar, ainda, que na prática podem ser encontradas 
determinadas situações de evolução horizontal que demandam cuidados 
adicionais para o cálculo dos números-índices e análise de resultados. 
 
A primeira situação refere-se a uma involução (decréscimo) dos valores 
contábeis em avaliação, ocasionando, com isso, um número-índice inferior a 100. 
A variação negativa encontrada, portanto, é mensurada pela diferença entre o 
número-índice encontrada e a base 100. 
 
Outra situação especial ocorre quando se defronta com valores negativos. 
Como o valor de base é positivo, não existem maiores problemas para o cálculo 
no número-índice, e é facilmente obtido de acordo com os critérios expostos. No 
entanto, a sua interpretação pode gerar alguns inconvenientes, principalmente 
dentro de uma análise rápida dos números-índices, pois o valor encontrado será 
também negativo. Por exemplo, suponha-se que o Lucro Líquido de uma empresa, 
em determinada data-base, tenha alcançado $ 400 milhões, e que se verificou um 
prejuízo de $ 120 milhos ao final do exercício seguinte. Dessa maneira, o número-
índice é negativo, - $ 120.000.000 / $ 400.000.000 x 100 = -30 e indica, 
consequentemente, taxa de crescimento horizontal de - 130% (-30-100). 
 
 4 
Em contextos inflacionários, é importante que o analista desenvolva seus 
estudos dos principais itens patrimoniais e de resultado, baseado em suas 
evoluções reais, ou seja, em valores depurados da inflação. Para tanto, é 
necessário que se coloquem todos os valores que estão sendo analisados em 
moeda representativa do poder de compra de determinada data. Se a data 
escolhida for a final (data do último relatório, por exemplo), tem-se que se chamou 
de indexação (correção ou inflacionamento). Se optar, porém, por uma data inicial 
(data do primeiro relatório analisado, por exemplo), tem-se uma desindexação (ou 
deflacionamento). 
 
A inflação prejudica a comparação de balanços sucessivos. É preciso, 
portanto, efetuar correções a fim de eliminar as distorções inflacionárias. 
 
Sabendo-se que o índice geral de preços- IGP publicado pela Revista 
Conjuntura Econômica, atingiu em 1990 54,71% , tem-se a seguinte evolução dos 
Balanços Patrimoniais. 
 
Ativo 31.12. 
1989 
1989 
(corrigido) 
AH 31.12. 
1990 
AH 
Circulante 2.967 4.590 100 3.530 77 
Não Circulante 3.025 4.680 100 9.128 195 
Ativo Total 5.992 9.270 100 12.658 137 
Passivo 
Circulante 2.596 4.016 100 4.743 118 
Não Circulante 1.360 2.104 100 3.585 170 
Patrimônio Líquido 2.036 3.150 100 4.330 137 
Passivo + PL 5.992 9.270 100 12.685 137 
 
Observação: 
 
54,71 / 100+ 1 = 1,5471 
 
1,5471 x 2.967 = 4.590 
 
Observa-se, portanto, que em contextos inflacionários, a análise horizontal 
em termos reais é de primordial importância para que o analista obtenha 
conclusões mais realistas. Na verdade, o desempenho efetivo de qualquer valor é 
definido pelo seu crescimento acima da taxa de inflação, considerando-o até o 
nível de variação do valor da moeda, uma evolução aparente. 
 
5. Análise por Quocientes/Índices/Indicadores: 
5.1 Indicadores de Liquidez 
5.2 Endividamento e Estrutura 
5.3 Indicadores de Atividade 
5.4 Indicadores de Rentabilidade 
5.5 Indicadores das Vendas (Lucratividade) 
 5 
5. Análise por Quocientes/Índices/Indicadores: 
 
Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações 
Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou 
financeira de uma empresa. 
 
O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um 
conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau 
de profundidade desejada da análise. 
 
5.1 Indicadores de Liquidez 
 
Os indicadores de liquidez visam medir a capacidade de pagamento de uma 
empresa, ou seja, sua habilidade em cumprir corretamente as obrigações passivas 
assumidas. 
 
Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa 
capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará obrigatoriamente, pagando 
suas dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovação de 
dívidas, etc. 
 
Por exemplo, uma empresa poderá apresentar excelente nível de liquidez, 
medido formalmente através desses indicadores, e não manter, desde que seus 
direitos ativos venham a se realizar somente após um trimestre, então, faltará 
recursos circulantes suficientes para fazer frente às suas necessidades de caixa 
nos próximos três meses. 
 
 
5.1.1 Liquidez Corrente ou Circulante 
 
Refere-se à relação existente entre Ativo Circulante e o Passivo Circulante, 
ou seja, quanto a empresa possui no ativo circulante para cada $ 1,00 de Passivo 
Circulante. É a capacidade de pagamento no curto prazo. Quanto maior o índice 
melhor para a empresa. 
 
LC = AC / PC 
 
 
 
5.1.2 Liquidez Imediata 
 
Constitui-se o índice de liquidez menos importante, no entanto é importante 
que a empresa mantenha seu poder aquisitivo à vista até como segurança em 
detrimento de possíveis atrasos nos recebimentos, tendo o cuidado que os saldos 
disponíveis perdem seu poder aquisitivo. 
 6 
Este índice deve ser analisado com cuidado, pois nem sempre o maior índice 
é o melhor. É obtido mediante a relação existente entre o Disponível com o 
Passivo Circulante. 
 
Reflete a percentagem das dívidas de curto prazo que podem ser saldadas 
imediatamente pela empresa, apenas com os recursos de caixa, banco e 
aplicações financeiras imediatas. 
 
 
LI = Disponível/ PC 
 
 
5.1.3 Liquidez Seca 
 
Sabe-se que os estoques, apesar de serem classificados como itens 
Circulantes, não apresentam normalmente liquidez compatível com o grupo 
patrimonial em que estão incluídos. A sua realização é, na maioria das vezes, 
mais demorada e difícil que a dos demais elementos que compõe o Ativo 
Circulante. O índice indica, assim, o percentual das dívidas de curto prazo que 
pode ser resgatado mediante o uso de Ativos Circulantes de maior liquidez, ou 
seja, quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada $ 1,00 de Passivo 
Circulante. Quanto maior o índice, melhor para a empresa. 
 
O índice de liquidez seca pretende certo aprimoramento em relação ao 
índice de liquidez corrente, supondo, de certa forma, que os estoques são 
necessários à própria atividade da empresa, constituindo-se uma espécie de 
investimento permanente no Ativo Circulante. 
 
LS = AC – Estoques / PC 
 
 
5.1.4 Liquidez Geral 
 
Este quociente apresenta quanto a empresa possui no Ativo Circulante e 
Realizável a Longo Prazo para cada $1,00 de dívida total, ou seja, serve para 
detectar a saúde financeira de longo prazo da empresa, ou, a capacidade da 
empresa de pagar todas as suas dívidas. Quanto maior o índice, melhor para a 
empresa. 
 
LG = (AC + ARLP) / (PC + PELP) 
 
O índice de liquidez geral é um indicador que subentende que se a empresa 
tivesse parado suas atividades naquele momento, deveria pagar suas dívidas com 
seu dinheiro (disponível) mais seus realizáveis. Tal indicador não deixa de ter sua 
validade, o analista, porém, precisa considerar pelo menos os seguintes fatores: 
a) Em princípio, os passivos são inquestionáveis quanto à sua exigibilidade; 
 7 
b) No Passivo poderá haver ausência ou constituição de provisões a menor. 
A não constituição de provisão de férias, afetará tanto os resultados 
(para mais) quanto as exigibilidades (para menos), mostrando uma 
situação falsa da empresa. Idem em relação a impostos e encargos em 
geral; 
c) Os compromissos relativos aos contratos de leasing não aparecem 
registrados pelos seus valores contratados até a última parcela a ser 
pago. 
d) Os valores a pagar a acionistas, controladora ou matriz, bem como os 
adiantamentos para aumento de capital representam flexibilidade a nível 
de prazos; 
e) Quanto ao Passivo Circulante, é necessário saber se há compromissos 
vencidos, inclusive impostos atrasados; 
f) No Exigível a Longo Prazo, é necessário conhecer as características dos 
financiamentos, principalmente os vencimentos; 
g) Quanto ao Ativo, ver duplicatas a receber, é de fundamental importância 
o conhecimento de seus prazos de rotação e de pagamento aos 
fornecedores; 
h) Do ponto de vista do caixa, se os prazos de vencimento das obrigações 
forem inferiores aos e realização dos ativos, a empresa, mesmo com 
índices de liquidez aparentemente bom, terá dificuldades. 
 
 
5.2 Endividamento e Estrutura 
 
Estes indicadores são utilizados, basicamente para aferir a composição 
(estrutura) das fontes passivas de recursos de uma empresa. Ilustram, com isso, a 
forma pela qual os recursos de terceiros são usados pela empresa e a sua 
participação relativa em relação ao capital próprio. Fornecem, ainda, elementos 
para se avaliar o grau de comprometimento financeiro de uma empresa perante 
seus credores e a sua capacidade em cumprir os compromissos financeiros 
assumidos a longo prazo. 
 
 
 
5.2.1 Endividamento Total (Relação de Terceiros/Passivo Total) 
 
Este índice mede a porcentagem de recursos totais da empresa que se 
encontra financiado por capital de terceiros, ou seja, para cada real de recursos 
captados pela empresa, mede quanto provém de fontes de financiamentos não 
próprias. 
 
Sabendo-se que o Passivo Total incorpora todos os recursos captados pela 
empresa e que suas aplicações se encontram identificadas no Ativo, essa medida 
ilustra também a proporção dos Ativos Totais dos investimentos da empresa 
financiada mediante capital de terceiros. Quanto menor o índice melhor para a 
empresa. 
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Quociente de endividamento = (PC + PELP) x 100 / AT 
 
 
5.2.2 Endividamento Capital ou Terceiros/ Patrimônio Líquido (Grau de 
endividamento) 
 
Esta medida revela o nível de endividamento (dependência) da empresa em 
relação ao seu financiamento através de recursos próprios, ou seja, o percentual 
de capital de terceiros em relação ao capital próprio (PL), retratando a 
dependência da empresa em relação aos recursos externos. A relação indica, 
para cada uma das formas de cálculo, quanto a empresa possui de recursos de 
terceiros para cada real aplicado decapital próprio. Quanto menor o índice, melhor 
para a empresa. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros. 
 
Grau de endividamento = (PC + PELP) x 100 / PL 
 
Obs.: O capital de terceiros ou exigível total é composto do Passivo 
Circulante e do Exigível a Longo Prazo. 
 
No índice de participação de capitais de terceiros, torna-se necessário 
observar-se: 
a) Os prazos de vencimento das dívidas a longo prazo; 
b) A participação das dívidas onerosas, no Passivo Circulante; 
c) O tipo e a origem dos empréstimos (debêntures, empréstimos e 
financiamentos bancários) 
d) Os passivos ou obrigações não registradas, que deveriam aparecer em 
Notas Explicativas e que muitas vezes não são mencionados (leasing, 
contingências fiscais, trabalhistas e judiciais, garantias, avais e fianças e 
os bens vinculados por garantia de empréstimos.) 
e) Eventuais disparidades nos índices de correção monetária do PL, que o 
subavalie em relação a dívidas. 
f) As reavaliações de ativos, que se tornam “invisíveis” após serem 
incorporados ao capital; 
g) Ocorrência de cisão, fusão ou incorporação. 
 
5.2.3 Garantia de Capitais de Terceiros 
 
Este quociente mede a capacidade dos capitais próprios absorverem o 
Passivo Exigível Total. Naturalmente que se recomenda que este quociente seja 
superior a um, caso em que demonstrará superioridade de recursos próprios sobre 
os de terceiros aplicados no empreendimento. 
Garantia de capitais de terceiros = PL / (PC + PELP) 
 
 
 
 
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5.2.4 Imobilização dos Recursos Permanentes 
 
Revela a porcentagem dos recursos passivos a longo prazo que se 
encontram imobilizado em ativos, ou seja, aplicados em investimentos, imobilizado 
e intangível. Se esse índice apresentar resultado superior a 1 ( 100%), tal fato 
indica que os recursos permanentes da empresa não são suficientes para 
financiar suas aplicações de permanentes, sendo utilizados nessa situação fundos 
provenientes do Passivo Circulante, com reflexos negativos sobre o capital de giro 
circulante. Quanto menor o índice, melhor para a empresa. 
 
Imobilização de recursos permanentes = (Invest. + Imobiliz. + Intangível 
x 100) / (PELP + PL) 
 
 
5.2.5 Imobilização do Patrimônio Líquido (Grau de Imobilização) 
 
Pretende retratar qual a porcentagem de recursos próprios (PL) que está 
imobilizada, ou seja, quantos reais a empresa aplicou no Ativo investimento, 
imobilizado e intangível para cada $ 1,00 de Patrimônio Líquido. 
 
As aplicações dos recursos do Patrimônio Líquido são mutuamente 
exclusivamente do Ativo investimento, imobilizado e intangível e do Ativo 
Circulante. Quanto mais a empresa investir em investimentos, imobilizado e 
intangível, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em 
conseqüência, maior será a dependência a capital de terceiros para o 
financiamento do Ativo Circulante. Quanto menor o índice, melhor para a empresa. 
 
Os principais pontos a serem observados pelo analista, com relação a este 
índice são: 
a) Como variou o PL no período: lucros, prejuízos, aportes de capital, 
cisões, fusões e incorporações; 
b) Ocorrência de reavaliação de ativos no período: no caso de reavaliações, 
há aumento em investimentos, imobilizado e intangível no PL pelo mesmo 
valor, podendo o índice gerar pequenas variações; 
c) A participação em investimentos, imobilizado e intangível; 
d) Dependendo do tipo de atividade, o analista deve solicitar os detalhes 
que julgue importantes em cada caso (se os valores de algum grupo 
forem expressivos. 
 
Cabe destacar que o índice de imobilização envolve importantes decisões 
estratégicas da empresa quanto a expansão, compra, aluguel ou leasing de 
equipamentos. São investimentos que caracterizam o risco da atividade 
empresarial. 
Imobilização do PL ou 
Grau de Imobilização = (Invest. + Imobiliz. + Intangível x 100) / PL 
 
 
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5.3 Indicadores de Atividade 
 
Os indicadores de atividade visam à mensuração das diversas durações de 
um “ciclo operacional”, o qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma 
empresa, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o 
recebimento das vendas realizadas. Para redução desse período e, 
consequentemente, das necessidades de investimentos, as empresas utilizam-se 
normalmente de prazos para pagamentos de estoques adquiridos e de operações 
bancárias de descontos de duplicatas representativas das vendas a prazo. 
 
5.3.1 Prazo Médio de Estocagem (PME) 
 
Indica o tempo médio necessário para a completa renovação dos estoques 
da empresa. Quanto maior for esse índice maior será o prazo que os diversos 
produtos permanecerão estocados e, consequentemente, mais elevados serão as 
necessidades de investimentos em estoque. Esse indicador afere, na realidade , a 
eficiência com que os estoques são administrados e a influência que exercem 
sobre o retorno global da empresa. Em outras palavras, um prazo maior de 
estocagem acarreta a necessidade de maiores investimentos no Ativo, 
constituindo-se, em conseqüência, num fator redutor de seu retorno. 
 
PME (GIRO)= (Estoque (médio) / CPV) x 360 
 
Ao se dividir 360 (ou 12, se o prazo de estocagem vier expresso em meses) 
pelo prazo de estocagem, o que significa o número de vezes que os estoques 
giraram (se renovaram) no ano considerado. 
 
Prazo médio de Rotação dos estoques = 360 / nº de giros 
 
 
5.3.2 Prazo Médio de Duplicatas a Receber (PMDR) 
 
O prazo médio de cobrança, ou de duplicatas a receber, revela o tempo 
médio (meses ou dias) que a empresa despende em receber suas vendas 
realizadas a prazo. Ressalta-se que a empresa deve abreviar, sempre que 
possível, o prazo de recebimento de suas vendas. O volume total das aplicações 
em valores a receber, poderá ser reduzido mediante o desconto de duplicatas 
junto aos bancos comerciais. 
 
PMDR (Giro)= (Duplicatas a Receber (média) /Vendas a prazo) x 360 
 
De forma semelhante à efetuada anteriormente, o giro das duplicatas a 
receber é obtido dividindo-se 360 pelo prazo médio de duplicatas a receber. 
Prazo Médio de Rotação das duplicatas a receber = 360 / nº de giros 
 
Fatores que podem distorcer o cálculo do PMRV e que merecem atenção do 
analista são: 
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a) inflação; 
b) qualidade das duplicatas; 
c) volume das vendas canceladas; 
d) montante médio de incobráveis que a empresa vem apresentando; 
e) os principais clientes; 
f) como estão distribuídos a composição das duplicatas pelos prazos de 
vencimento e volume de vencidas; 
g) em geral o valor nominal dos títulos contém juros e correção monetária 
embutidos sendo o valor de realização no balanço inferior ao nominal. 
 
A interpretação do índice é do tipo quanto menor, melhor. 
 
 
5.3.3 Prazo Médio de Duplicatas a Pagar (PMDP) 
 
Revela o tempo médio (expresso em meses ou dias) que a empresa tarda 
em pagar duas dívidas (compras a prazo) de fornecedores. Desde que os 
encargos atribuídos às compras a prazo não excedam à taxa inflacionária 
verificada, torna-se atraente à empresa apresentar um prazo de pagamento mais 
elevado. A interpretação do índice é do tipo quanto maior, melhor, desde que o 
volume de fornecedores não se mantenha alto por atraso e pagamentos. 
 
PMDP (Giro) = (Fornecedores (média) / compras a prazo) x 360 
 
De forma idêntica à efetuada nas outras medidas de atividade, o giro dos 
valores a receber é obtido dividindo-se 36o pelo prazo médio de cobrança. 
 
Prazo Médio de Rotação das duplicatas a pagar = 360 / PMDP 
 
 
 
5.4 Indicadores de Rentabilidade 
 
Estes indicadores visam os resultados auferidos por uma empresa em 
relação a determinados parâmetros que melhor revelam suas dimensões. As 
principais bases de comparação adotadas para o estudo dos resultados 
empresariais são o Ativo Total, o Patrimônio Líquido e as Receitas de Vendas. Os 
resultados normalmente utilizados, por sua vez, são o Lucro Operacional (lucro 
gerado pelos Ativos) e o Lucro Líquido (após o Imposto de Renda). 
 
4.4.1 Retorno do Capital Próprio ou Retornosobre o Patrimônio Líquido 
Este índice mede o retorno dos recursos aplicados na empresa pelos seus 
proprietários. Em outras palavras, para cada areal de recursos próprios 
(Patrimônio Líquido) investido na empresa, medem-se quanto os proprietários 
auferem de lucro. É obtido normalmente pela relação entre o Lucro Líquido e o 
Patrimônio Líquido. 
 
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Retorno do Capital Próprio = (Lucro Líquido x 100 ) / Patrimônio Líquido 
(médio) 
 
O papel do índice de rentabilidade do Patrimônio líquido, também conhecido 
como retorno sobre o investimento, é mostrar qual a taxa de rentabilidade do 
capital próprio. 
 
O ideal para anotar o retorno sobre o Patrimônio Líquido é utilizar o 
Patrimônio Líquido médio corrigido. Esta correção é encontrada da seguinte 
forma: 
 
PL médio = (PL incial + PL final) / 2 
 
5.4.2 Retorno sobre os Ativos ou Rentabilidade do Ativo 
 
Esta medida revela o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas 
por uma empresa em seus ativos. Como critério de decisão, o retorno sobre o 
Ativo pode ser interpretado como custo financeiro máximo que uma empresa 
poderia incorrer em suas captações de fundos. Se uma empresa obtiver 
empréstimos a taxas de juros superiores ao retorno gerado por seus ativos, o 
resultado produzido pela aplicação desses fundos será evidentemente inferior a 
remuneração devida ao credor, onerando-se, dessa forma, a rentabilidade dos 
proprietários. Respeitados os aspectos de risco e liquidez, é interessante para a 
empresa a captação de recursos de terceiros sempre que seus custos forem 
inferiores ao retorno produzido pelos seus ativos. 
 
Retorno sobre Ativo = (Lucro Líquido / Ativo Total Médio ) x 100 
 
 
5.4.3 Giro do Ativo 
 
Este índice indica quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de 
investimento total. O sucesso de uma empresa depende em primeiro lugar de um 
volume de vendas adequado. O volume de vendas tem relação direta com o 
montante de investimentos. Quanto maior o índice , melhor para a empresa. 
 
Giro do Ativo = Receita Líquida de Vendas / Ativo Total Médio 
O Ativo médio é encontrado da seguinte forma: 
 
Ativo Total Médio = (Ativo Total inicial + Ativo Total final) / 2 
 
5.5. Rentabilidade das Vendas (Lucratividade) 
Este indicador mede a eficiência de uma empresa em produzir lucro através 
de suas vendas. Pode ser apurado em termos operacionais e líquidos, sendo 
denominado nesses casos margem operacional e margem líquida. Esses índices 
são obtidos também quando da análise vertical da demonstração de resultados e 
expressa, através de resultados operacionais líquidos, quando a empresa ganhou 
 13 
em cada real de venda realizada. Quanto maiores esses índices, melhor para a 
empresa. 
 
5.5.1 Margem Bruta Operacional ou retorno sobre as vendas 
Margem Operacional Bruta = (Lucro Bruto Operacional / Receita Líq. 
Vendas ) x 100 
Este índice quanto maior melhor, devendo ser observado: 
a) O lucro líquido pode conter valores expressivos relativos a despesas ou 
receitas não operacionais; 
b) AS vendas estão a valores históricos do período; 
c) Os critérios de avaliação dos estoques e de apropriação de custos podem 
interferir no valor do CMV (custos) e portanto, no lucro. 
 
5.5.2 Margem Líquida Operacional 
Margem Líquida Operacional= (Lucro Líquido Operacional / Receita Líq. 
Vendas ) x 100 
 
5.5.3 Margem Líquida 
Margem Líquida = (Lucro Líquido do Exercício/ Receita Líquida de 
Vendas) x 100 
 
Receita Bruta de Vendas Receita Bruta 
(-) Deduções de Vendas (-) Deduções de Vendas 
Receita Líquida de Vendas Receita Líquida 
(-) CMV/CSP/CIPV (-) CMV/CSP/CIPV 
Lucro Bruto Operacional Margem Bruta 
(-) Despesas Administrativas (-) Despesas Administrativas 
(-) Despesas com Vendas (-) Despesas com Vendas 
(-) Despesas Financeiras (-) Despesas Financeiras 
(+) Receitas Financeiras (+) Receitas Financeiras 
(+) Outras Receitas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais 
(-) Outras DespesasOperacionais (-) Outras DespesasOperacionais 
Lucro Líquido Operacional Margem Operacional 
Lucro Antes do IR Lucro Antes do IR 
(-) Imposto sobre a renda PJ e CSSLL (-) Imposto sobre a renda PJ e CSSLL 
Lucro Líquido do Exercício Margem Líquida

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