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Análise das Demonstrações Contábeis 1. Objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras 2. Aspectos Básicos 3. Análise Vertical ou de Estrutura ( AV) 4. Análise Horizontal ou de Evolução (AH) 5. Análise por Quocientes/Índices/Indicadores 1 Objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras A análise de balanços objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões. As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A análise mais eficiente transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhor informação produzir. As demonstrações financeiras mostram, por exemplo, que a empresa tem $ “X” milhares de dívida. Isto é um dado. A conclusão de que a dívida é excessiva ou normal, e que a empresa pode ou não pagá-la é informação. O objetivo da análise de balanço é produzir informações. Os produtos da análise das demonstrações financeiras são relatórios escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das demonstrações financeiras, os relatórios de análise devem ser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível por qualquer dirigente de empresa, gerente de banco ou gerente de crédito. 2. Aspectos básicos A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo do desenvolvimento econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, em conseqüência, sua posição atual, e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras. Apesar da existência de alguns critérios sofisticados, o uso de índices constitui-se uma técnica mais comumente empregada nesse estudo. No entanto, algumas preocupações devem ser tomadas. Inicialmente, aponta-se que um simples índice, isolado de outros complementares ou que ilustram a causa de seu comportamento, não fornece elementos suficientes para uma conclusão satisfatória. Um índice isolado, na realidade, dificilmente contribui para uma conclusão satisfatória. Ressalta-se também que, mesmo que se tenha mensurado 2 um conjunto de índices complementares, é necessário efetuar uma comparação temporal e setorial. A comparação temporal envolve conhecer a evolução desses indicadores nos últimos anos como forma de se avaliar, de maneira dinâmica o desempenho da empresa e as tendências que servem de base para um estudo prospectivo. A comparação setorial é desenvolvida através de um confronto entre os resultados da empresa em análise com os seus principais concorrentes e, também, com as médias de mercado e de seu setor de atividade. Para esse estudo são utilizadas, normalmente, como fontes de informações, as principais publicações de índices setoriais disponíveis, como “Melhores e Maiores”, “Quem é Quem”, “Estudos Setoriais Serasa”, etc. Os dados básicos para análise do desempenho econômico-financeiro, conforme será desenvolvid0 a seguir, baseia-se nos diversos valores e rubricas constantes das demonstrações financeiras normalmente levantadas pelas empresas. 3. Análise Vertical ou de Estrutura (AV) Análise Vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso, calcula-se o percentual de cada conta em relação a um determinado valor-base. Por exemplo, na análise vertical do balanço calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do Ativo ou do Passivo. Na análise vertical da DRE, calcula-se o percentual de cada conta em relação às Receitas Líquidas de Vendas. Obviamente, o valor de venda é igualado a 100. Para trabalhar com valores relativos, ou seja, considerar percentualmente as proporções existentes entre as diversas contas, a análise vertical dispensa qualquer processos de indexação dos valores considerados e produz as mesmas interpretações quer se trabalhe em bases nominais, quer em bases reais. Balanço Patrimonial Ativo...........................................185.000 Av (%) Circulante....................................75.000 Disponível......................................5.000 5.000 / 185.000=0,027 x 100=2,7% Direitos........................................ 28.000 15,1% Estoques..................................... 42.000 .....................................................22,8% Não Circulante...................................110.000 .....................................................59,4% Investimentos...............................60.000 .....................................................32,4% Imobilizado...................................40.000 ......................................................5,4% Intangível........................................10.000 ...................................................100,0% 3 Demonstração do Resultado do Exercício Receita Líquida de Vendas 161.932 100,0% (-) CMV (ver a observação) (123.373) 76,1% = Lucro Bruto 38.559 23,9% (-) Despesas Operacionais (25.619) 16,0% (+) Outras receitas 120 0,1% = Lucro Operacional 12.940 7,8% (-) Saldo da Correção Monetária do Balanço (1.598) 0,9% = Lucro Antes do Imposto de Renda 11.462 7,0% (-) Provisão para Imposto de Renda 3.690 2,3% = Lucro Líquido 7.772 4,7% Obs.: 123.373 / 161.932=0,761 x 100=76,1% 4. Análise Horizontal ou de Evolução (AH) Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série. Essa análise permite que se avalie a evolução nominal dos vários itens de cada demonstração em intervalos seqüenciais de tempo. É interessante notar, ainda, que na prática podem ser encontradas determinadas situações de evolução horizontal que demandam cuidados adicionais para o cálculo dos números-índices e análise de resultados. A primeira situação refere-se a uma involução (decréscimo) dos valores contábeis em avaliação, ocasionando, com isso, um número-índice inferior a 100. A variação negativa encontrada, portanto, é mensurada pela diferença entre o número-índice encontrada e a base 100. Outra situação especial ocorre quando se defronta com valores negativos. Como o valor de base é positivo, não existem maiores problemas para o cálculo no número-índice, e é facilmente obtido de acordo com os critérios expostos. No entanto, a sua interpretação pode gerar alguns inconvenientes, principalmente dentro de uma análise rápida dos números-índices, pois o valor encontrado será também negativo. Por exemplo, suponha-se que o Lucro Líquido de uma empresa, em determinada data-base, tenha alcançado $ 400 milhões, e que se verificou um prejuízo de $ 120 milhos ao final do exercício seguinte. Dessa maneira, o número- índice é negativo, - $ 120.000.000 / $ 400.000.000 x 100 = -30 e indica, consequentemente, taxa de crescimento horizontal de - 130% (-30-100). 4 Em contextos inflacionários, é importante que o analista desenvolva seus estudos dos principais itens patrimoniais e de resultado, baseado em suas evoluções reais, ou seja, em valores depurados da inflação. Para tanto, é necessário que se coloquem todos os valores que estão sendo analisados em moeda representativa do poder de compra de determinada data. Se a data escolhida for a final (data do último relatório, por exemplo), tem-se que se chamou de indexação (correção ou inflacionamento). Se optar, porém, por uma data inicial (data do primeiro relatório analisado, por exemplo), tem-se uma desindexação (ou deflacionamento). A inflação prejudica a comparação de balanços sucessivos. É preciso, portanto, efetuar correções a fim de eliminar as distorções inflacionárias. Sabendo-se que o índice geral de preços- IGP publicado pela Revista Conjuntura Econômica, atingiu em 1990 54,71% , tem-se a seguinte evolução dos Balanços Patrimoniais. Ativo 31.12. 1989 1989 (corrigido) AH 31.12. 1990 AH Circulante 2.967 4.590 100 3.530 77 Não Circulante 3.025 4.680 100 9.128 195 Ativo Total 5.992 9.270 100 12.658 137 Passivo Circulante 2.596 4.016 100 4.743 118 Não Circulante 1.360 2.104 100 3.585 170 Patrimônio Líquido 2.036 3.150 100 4.330 137 Passivo + PL 5.992 9.270 100 12.685 137 Observação: 54,71 / 100+ 1 = 1,5471 1,5471 x 2.967 = 4.590 Observa-se, portanto, que em contextos inflacionários, a análise horizontal em termos reais é de primordial importância para que o analista obtenha conclusões mais realistas. Na verdade, o desempenho efetivo de qualquer valor é definido pelo seu crescimento acima da taxa de inflação, considerando-o até o nível de variação do valor da moeda, uma evolução aparente. 5. Análise por Quocientes/Índices/Indicadores: 5.1 Indicadores de Liquidez 5.2 Endividamento e Estrutura 5.3 Indicadores de Atividade 5.4 Indicadores de Rentabilidade 5.5 Indicadores das Vendas (Lucratividade) 5 5. Análise por Quocientes/Índices/Indicadores: Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa. O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada da análise. 5.1 Indicadores de Liquidez Os indicadores de liquidez visam medir a capacidade de pagamento de uma empresa, ou seja, sua habilidade em cumprir corretamente as obrigações passivas assumidas. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas, etc. Por exemplo, uma empresa poderá apresentar excelente nível de liquidez, medido formalmente através desses indicadores, e não manter, desde que seus direitos ativos venham a se realizar somente após um trimestre, então, faltará recursos circulantes suficientes para fazer frente às suas necessidades de caixa nos próximos três meses. 5.1.1 Liquidez Corrente ou Circulante Refere-se à relação existente entre Ativo Circulante e o Passivo Circulante, ou seja, quanto a empresa possui no ativo circulante para cada $ 1,00 de Passivo Circulante. É a capacidade de pagamento no curto prazo. Quanto maior o índice melhor para a empresa. LC = AC / PC 5.1.2 Liquidez Imediata Constitui-se o índice de liquidez menos importante, no entanto é importante que a empresa mantenha seu poder aquisitivo à vista até como segurança em detrimento de possíveis atrasos nos recebimentos, tendo o cuidado que os saldos disponíveis perdem seu poder aquisitivo. 6 Este índice deve ser analisado com cuidado, pois nem sempre o maior índice é o melhor. É obtido mediante a relação existente entre o Disponível com o Passivo Circulante. Reflete a percentagem das dívidas de curto prazo que podem ser saldadas imediatamente pela empresa, apenas com os recursos de caixa, banco e aplicações financeiras imediatas. LI = Disponível/ PC 5.1.3 Liquidez Seca Sabe-se que os estoques, apesar de serem classificados como itens Circulantes, não apresentam normalmente liquidez compatível com o grupo patrimonial em que estão incluídos. A sua realização é, na maioria das vezes, mais demorada e difícil que a dos demais elementos que compõe o Ativo Circulante. O índice indica, assim, o percentual das dívidas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso de Ativos Circulantes de maior liquidez, ou seja, quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada $ 1,00 de Passivo Circulante. Quanto maior o índice, melhor para a empresa. O índice de liquidez seca pretende certo aprimoramento em relação ao índice de liquidez corrente, supondo, de certa forma, que os estoques são necessários à própria atividade da empresa, constituindo-se uma espécie de investimento permanente no Ativo Circulante. LS = AC – Estoques / PC 5.1.4 Liquidez Geral Este quociente apresenta quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $1,00 de dívida total, ou seja, serve para detectar a saúde financeira de longo prazo da empresa, ou, a capacidade da empresa de pagar todas as suas dívidas. Quanto maior o índice, melhor para a empresa. LG = (AC + ARLP) / (PC + PELP) O índice de liquidez geral é um indicador que subentende que se a empresa tivesse parado suas atividades naquele momento, deveria pagar suas dívidas com seu dinheiro (disponível) mais seus realizáveis. Tal indicador não deixa de ter sua validade, o analista, porém, precisa considerar pelo menos os seguintes fatores: a) Em princípio, os passivos são inquestionáveis quanto à sua exigibilidade; 7 b) No Passivo poderá haver ausência ou constituição de provisões a menor. A não constituição de provisão de férias, afetará tanto os resultados (para mais) quanto as exigibilidades (para menos), mostrando uma situação falsa da empresa. Idem em relação a impostos e encargos em geral; c) Os compromissos relativos aos contratos de leasing não aparecem registrados pelos seus valores contratados até a última parcela a ser pago. d) Os valores a pagar a acionistas, controladora ou matriz, bem como os adiantamentos para aumento de capital representam flexibilidade a nível de prazos; e) Quanto ao Passivo Circulante, é necessário saber se há compromissos vencidos, inclusive impostos atrasados; f) No Exigível a Longo Prazo, é necessário conhecer as características dos financiamentos, principalmente os vencimentos; g) Quanto ao Ativo, ver duplicatas a receber, é de fundamental importância o conhecimento de seus prazos de rotação e de pagamento aos fornecedores; h) Do ponto de vista do caixa, se os prazos de vencimento das obrigações forem inferiores aos e realização dos ativos, a empresa, mesmo com índices de liquidez aparentemente bom, terá dificuldades. 5.2 Endividamento e Estrutura Estes indicadores são utilizados, basicamente para aferir a composição (estrutura) das fontes passivas de recursos de uma empresa. Ilustram, com isso, a forma pela qual os recursos de terceiros são usados pela empresa e a sua participação relativa em relação ao capital próprio. Fornecem, ainda, elementos para se avaliar o grau de comprometimento financeiro de uma empresa perante seus credores e a sua capacidade em cumprir os compromissos financeiros assumidos a longo prazo. 5.2.1 Endividamento Total (Relação de Terceiros/Passivo Total) Este índice mede a porcentagem de recursos totais da empresa que se encontra financiado por capital de terceiros, ou seja, para cada real de recursos captados pela empresa, mede quanto provém de fontes de financiamentos não próprias. Sabendo-se que o Passivo Total incorpora todos os recursos captados pela empresa e que suas aplicações se encontram identificadas no Ativo, essa medida ilustra também a proporção dos Ativos Totais dos investimentos da empresa financiada mediante capital de terceiros. Quanto menor o índice melhor para a empresa. 8 Quociente de endividamento = (PC + PELP) x 100 / AT 5.2.2 Endividamento Capital ou Terceiros/ Patrimônio Líquido (Grau de endividamento) Esta medida revela o nível de endividamento (dependência) da empresa em relação ao seu financiamento através de recursos próprios, ou seja, o percentual de capital de terceiros em relação ao capital próprio (PL), retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos. A relação indica, para cada uma das formas de cálculo, quanto a empresa possui de recursos de terceiros para cada real aplicado decapital próprio. Quanto menor o índice, melhor para a empresa. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros. Grau de endividamento = (PC + PELP) x 100 / PL Obs.: O capital de terceiros ou exigível total é composto do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo. No índice de participação de capitais de terceiros, torna-se necessário observar-se: a) Os prazos de vencimento das dívidas a longo prazo; b) A participação das dívidas onerosas, no Passivo Circulante; c) O tipo e a origem dos empréstimos (debêntures, empréstimos e financiamentos bancários) d) Os passivos ou obrigações não registradas, que deveriam aparecer em Notas Explicativas e que muitas vezes não são mencionados (leasing, contingências fiscais, trabalhistas e judiciais, garantias, avais e fianças e os bens vinculados por garantia de empréstimos.) e) Eventuais disparidades nos índices de correção monetária do PL, que o subavalie em relação a dívidas. f) As reavaliações de ativos, que se tornam “invisíveis” após serem incorporados ao capital; g) Ocorrência de cisão, fusão ou incorporação. 5.2.3 Garantia de Capitais de Terceiros Este quociente mede a capacidade dos capitais próprios absorverem o Passivo Exigível Total. Naturalmente que se recomenda que este quociente seja superior a um, caso em que demonstrará superioridade de recursos próprios sobre os de terceiros aplicados no empreendimento. Garantia de capitais de terceiros = PL / (PC + PELP) 9 5.2.4 Imobilização dos Recursos Permanentes Revela a porcentagem dos recursos passivos a longo prazo que se encontram imobilizado em ativos, ou seja, aplicados em investimentos, imobilizado e intangível. Se esse índice apresentar resultado superior a 1 ( 100%), tal fato indica que os recursos permanentes da empresa não são suficientes para financiar suas aplicações de permanentes, sendo utilizados nessa situação fundos provenientes do Passivo Circulante, com reflexos negativos sobre o capital de giro circulante. Quanto menor o índice, melhor para a empresa. Imobilização de recursos permanentes = (Invest. + Imobiliz. + Intangível x 100) / (PELP + PL) 5.2.5 Imobilização do Patrimônio Líquido (Grau de Imobilização) Pretende retratar qual a porcentagem de recursos próprios (PL) que está imobilizada, ou seja, quantos reais a empresa aplicou no Ativo investimento, imobilizado e intangível para cada $ 1,00 de Patrimônio Líquido. As aplicações dos recursos do Patrimônio Líquido são mutuamente exclusivamente do Ativo investimento, imobilizado e intangível e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir em investimentos, imobilizado e intangível, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência, maior será a dependência a capital de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. Quanto menor o índice, melhor para a empresa. Os principais pontos a serem observados pelo analista, com relação a este índice são: a) Como variou o PL no período: lucros, prejuízos, aportes de capital, cisões, fusões e incorporações; b) Ocorrência de reavaliação de ativos no período: no caso de reavaliações, há aumento em investimentos, imobilizado e intangível no PL pelo mesmo valor, podendo o índice gerar pequenas variações; c) A participação em investimentos, imobilizado e intangível; d) Dependendo do tipo de atividade, o analista deve solicitar os detalhes que julgue importantes em cada caso (se os valores de algum grupo forem expressivos. Cabe destacar que o índice de imobilização envolve importantes decisões estratégicas da empresa quanto a expansão, compra, aluguel ou leasing de equipamentos. São investimentos que caracterizam o risco da atividade empresarial. Imobilização do PL ou Grau de Imobilização = (Invest. + Imobiliz. + Intangível x 100) / PL 10 5.3 Indicadores de Atividade Os indicadores de atividade visam à mensuração das diversas durações de um “ciclo operacional”, o qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas. Para redução desse período e, consequentemente, das necessidades de investimentos, as empresas utilizam-se normalmente de prazos para pagamentos de estoques adquiridos e de operações bancárias de descontos de duplicatas representativas das vendas a prazo. 5.3.1 Prazo Médio de Estocagem (PME) Indica o tempo médio necessário para a completa renovação dos estoques da empresa. Quanto maior for esse índice maior será o prazo que os diversos produtos permanecerão estocados e, consequentemente, mais elevados serão as necessidades de investimentos em estoque. Esse indicador afere, na realidade , a eficiência com que os estoques são administrados e a influência que exercem sobre o retorno global da empresa. Em outras palavras, um prazo maior de estocagem acarreta a necessidade de maiores investimentos no Ativo, constituindo-se, em conseqüência, num fator redutor de seu retorno. PME (GIRO)= (Estoque (médio) / CPV) x 360 Ao se dividir 360 (ou 12, se o prazo de estocagem vier expresso em meses) pelo prazo de estocagem, o que significa o número de vezes que os estoques giraram (se renovaram) no ano considerado. Prazo médio de Rotação dos estoques = 360 / nº de giros 5.3.2 Prazo Médio de Duplicatas a Receber (PMDR) O prazo médio de cobrança, ou de duplicatas a receber, revela o tempo médio (meses ou dias) que a empresa despende em receber suas vendas realizadas a prazo. Ressalta-se que a empresa deve abreviar, sempre que possível, o prazo de recebimento de suas vendas. O volume total das aplicações em valores a receber, poderá ser reduzido mediante o desconto de duplicatas junto aos bancos comerciais. PMDR (Giro)= (Duplicatas a Receber (média) /Vendas a prazo) x 360 De forma semelhante à efetuada anteriormente, o giro das duplicatas a receber é obtido dividindo-se 360 pelo prazo médio de duplicatas a receber. Prazo Médio de Rotação das duplicatas a receber = 360 / nº de giros Fatores que podem distorcer o cálculo do PMRV e que merecem atenção do analista são: 11 a) inflação; b) qualidade das duplicatas; c) volume das vendas canceladas; d) montante médio de incobráveis que a empresa vem apresentando; e) os principais clientes; f) como estão distribuídos a composição das duplicatas pelos prazos de vencimento e volume de vencidas; g) em geral o valor nominal dos títulos contém juros e correção monetária embutidos sendo o valor de realização no balanço inferior ao nominal. A interpretação do índice é do tipo quanto menor, melhor. 5.3.3 Prazo Médio de Duplicatas a Pagar (PMDP) Revela o tempo médio (expresso em meses ou dias) que a empresa tarda em pagar duas dívidas (compras a prazo) de fornecedores. Desde que os encargos atribuídos às compras a prazo não excedam à taxa inflacionária verificada, torna-se atraente à empresa apresentar um prazo de pagamento mais elevado. A interpretação do índice é do tipo quanto maior, melhor, desde que o volume de fornecedores não se mantenha alto por atraso e pagamentos. PMDP (Giro) = (Fornecedores (média) / compras a prazo) x 360 De forma idêntica à efetuada nas outras medidas de atividade, o giro dos valores a receber é obtido dividindo-se 36o pelo prazo médio de cobrança. Prazo Médio de Rotação das duplicatas a pagar = 360 / PMDP 5.4 Indicadores de Rentabilidade Estes indicadores visam os resultados auferidos por uma empresa em relação a determinados parâmetros que melhor revelam suas dimensões. As principais bases de comparação adotadas para o estudo dos resultados empresariais são o Ativo Total, o Patrimônio Líquido e as Receitas de Vendas. Os resultados normalmente utilizados, por sua vez, são o Lucro Operacional (lucro gerado pelos Ativos) e o Lucro Líquido (após o Imposto de Renda). 4.4.1 Retorno do Capital Próprio ou Retornosobre o Patrimônio Líquido Este índice mede o retorno dos recursos aplicados na empresa pelos seus proprietários. Em outras palavras, para cada areal de recursos próprios (Patrimônio Líquido) investido na empresa, medem-se quanto os proprietários auferem de lucro. É obtido normalmente pela relação entre o Lucro Líquido e o Patrimônio Líquido. 12 Retorno do Capital Próprio = (Lucro Líquido x 100 ) / Patrimônio Líquido (médio) O papel do índice de rentabilidade do Patrimônio líquido, também conhecido como retorno sobre o investimento, é mostrar qual a taxa de rentabilidade do capital próprio. O ideal para anotar o retorno sobre o Patrimônio Líquido é utilizar o Patrimônio Líquido médio corrigido. Esta correção é encontrada da seguinte forma: PL médio = (PL incial + PL final) / 2 5.4.2 Retorno sobre os Ativos ou Rentabilidade do Ativo Esta medida revela o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos. Como critério de decisão, o retorno sobre o Ativo pode ser interpretado como custo financeiro máximo que uma empresa poderia incorrer em suas captações de fundos. Se uma empresa obtiver empréstimos a taxas de juros superiores ao retorno gerado por seus ativos, o resultado produzido pela aplicação desses fundos será evidentemente inferior a remuneração devida ao credor, onerando-se, dessa forma, a rentabilidade dos proprietários. Respeitados os aspectos de risco e liquidez, é interessante para a empresa a captação de recursos de terceiros sempre que seus custos forem inferiores ao retorno produzido pelos seus ativos. Retorno sobre Ativo = (Lucro Líquido / Ativo Total Médio ) x 100 5.4.3 Giro do Ativo Este índice indica quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total. O sucesso de uma empresa depende em primeiro lugar de um volume de vendas adequado. O volume de vendas tem relação direta com o montante de investimentos. Quanto maior o índice , melhor para a empresa. Giro do Ativo = Receita Líquida de Vendas / Ativo Total Médio O Ativo médio é encontrado da seguinte forma: Ativo Total Médio = (Ativo Total inicial + Ativo Total final) / 2 5.5. Rentabilidade das Vendas (Lucratividade) Este indicador mede a eficiência de uma empresa em produzir lucro através de suas vendas. Pode ser apurado em termos operacionais e líquidos, sendo denominado nesses casos margem operacional e margem líquida. Esses índices são obtidos também quando da análise vertical da demonstração de resultados e expressa, através de resultados operacionais líquidos, quando a empresa ganhou 13 em cada real de venda realizada. Quanto maiores esses índices, melhor para a empresa. 5.5.1 Margem Bruta Operacional ou retorno sobre as vendas Margem Operacional Bruta = (Lucro Bruto Operacional / Receita Líq. Vendas ) x 100 Este índice quanto maior melhor, devendo ser observado: a) O lucro líquido pode conter valores expressivos relativos a despesas ou receitas não operacionais; b) AS vendas estão a valores históricos do período; c) Os critérios de avaliação dos estoques e de apropriação de custos podem interferir no valor do CMV (custos) e portanto, no lucro. 5.5.2 Margem Líquida Operacional Margem Líquida Operacional= (Lucro Líquido Operacional / Receita Líq. Vendas ) x 100 5.5.3 Margem Líquida Margem Líquida = (Lucro Líquido do Exercício/ Receita Líquida de Vendas) x 100 Receita Bruta de Vendas Receita Bruta (-) Deduções de Vendas (-) Deduções de Vendas Receita Líquida de Vendas Receita Líquida (-) CMV/CSP/CIPV (-) CMV/CSP/CIPV Lucro Bruto Operacional Margem Bruta (-) Despesas Administrativas (-) Despesas Administrativas (-) Despesas com Vendas (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Financeiras (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+) Outras Receitas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais (-) Outras DespesasOperacionais (-) Outras DespesasOperacionais Lucro Líquido Operacional Margem Operacional Lucro Antes do IR Lucro Antes do IR (-) Imposto sobre a renda PJ e CSSLL (-) Imposto sobre a renda PJ e CSSLL Lucro Líquido do Exercício Margem Líquida
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