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2 Análise da Situação de Saúde em Territórios

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Tema – Análise da Situação de Saúde em Territórios 
Projeto Pós-graduação 
Curso Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família 
Disciplina Planejamento e Gestão em Saúde 
Tema Análise da Situação de Saúde em Territórios 
Professor(a) Ivana Maria Saes Busato 
Coordenador(a) Vera Lucia Pereira dos Santos 
 
Introdução 
A análise da situação de saúde em territórios é um tema essencial para 
Gestão e Planejamento em Saúde. Inicialmente, abordaremos o conceito de 
território, passando para as ferramentas de levantamento de informações para 
realizar a análise situacional. Estudaremos e vigilância em saúde como 
instrumento de vigilância da situação de saúde de territórios, analisando cada 
um dos seus componentes. 
Aprenderemos sobre a ferramenta da Estimativa Rápida Popular para a 
análise da situação de saúde em territórios de equipes de saúde da família. 
Estudaremos, também, sobre o Sistema de Informação em saúde do Sistema 
Único de Saúde, conhecendo seus principais sistemas para a análise 
situacional com o qual encerraremos o aprendizado deste tema. 
 (Vídeo disponível no material on-line) 
Problematização 
A Vila Resistência é uma comunidade que foi estabelecida há dez anos 
proveniente da migração de trabalhadores rurais do interior do estado. Esses 
trabalhadores e suas famílias foram expulsos do campo após a destruição das 
plantações de café provocada pelas grandes geadas. As primeiras 250 famílias 
montaram seus barracos ao lado da rodovia, num terreno do governo federal. 
Nesses dez anos, outras 625 famílias já se instalaram nesse terreno, ocupando 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
essa área até as margens do rio. Hoje, são 4.375 pessoas morando entre o Rio 
Vermelho e a Rodovia. Uma Igreja que fica do outro lado da rodovia presta 
alguma assistência nessa comunidade. Membros dessa igreja, que discordam 
das atividades, realizaram um levantamento das características da comunidade 
para anexar ao abaixo-assinado que apresentarão à prefeitura exigindo a 
retirada da Vila Resistência do terreno. 
A alegação dessas pessoas está na grande quantidade de sujeira no 
local e problemas de segurança. Nessa vila, temos 875 casas, sendo algumas 
barracos de madeira velha e outras de alvenaria simples, sem reboco. A 
energia elétrica vem de ligações clandestinas e 50% das casas possui água de 
abastecimento, as demais famílias pegam água de uma torneira coletiva. 
Nenhuma casa possui caixa d’água e não há ligação de esgoto, há valetas a 
céu aberto que desembocam diretamente no rio. No rio, é despejado todo o lixo 
da comunidade porque não há coleta de lixo. A ocupação principal dos 
moradores da Vila Resistência é de catadores de material reciclável, eles usam 
suas casas para estocagem e separação do material, atravessadores compram 
os materiais em caminhões estacionados na beira da rodovia, deixando 
bastante sujeira nesse quilômetro da estrada, o que já provocou acidente. 
A escola de ensino fundamental mais próxima fica na outra margem do 
rio, não tendo ponte para atravessá-lo na área, a ponte mais próxima fica 
distante 10 quilômetros e não há creches disponíveis na região, somente a 
igreja do outro lado da rodovia abriga 20 crianças com idade de 02 a 6 anos, 
temporariamente. O ensino médio fica no centro da cidade distante 20 
quilômetros indo pela rodovia. A população é caracterizada por haver 1.555 
adultos, sendo 65% mulheres, e 10% idosos. Na idade entre 12 a 18 anos, 
temos 1.020 adolescentes. As crianças são a maioria do total de 1.800, temos 
crianças de até 2 anos de idade (411), acima de 2 até 6 anos (777) e acima de 
6 anos até 12 anos (612). Na época do levantamento, havia 57 gestantes na 
idade adulta e 35 adolescentes grávidas, não conseguiram levantar quantas 
pessoas possuem doenças crônicas, mas perceberam uma grande quantidade 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
de adultos e adolescentes alcoólatras e usuários de drogas. Vários 
adolescentes, homens e mulheres, fazem da rodovia o local para realizar 
pequenos furtos e outros são aliciados para a prostituição. Na enchente do ano 
passado, cinco pessoas morreram de leptospirose. A igreja é frequentemente 
procurada para levar alguém em emergência para hospital por ferimentos 
provocados na coleta e separação de material reciclável, por facadas e armas 
de fogo. 
O prefeito recebeu o abaixo-assinado e encaminhou para você, gestor 
da saúde do município, para avaliação. Os moradores da Vila Resistência 
ficaram sabendo desse abaixo-assinado e fizeram protesto fechando a rodovia 
com pneus queimados por duas horas. 
Como gestor da saúde do município, qual seria sua primeira 
proposta para o prefeito? Quais áreas da secretaria da saúde você 
encaminharia para a análise do problema da Vila Resistência? 
(Vídeo disponível no material on-line) 
 
Conceito de Território 
As diretrizes estratégicas do SUS (Lei 8.080/1990) influenciaram a 
definição do território. O processo de descentralização e a organização desses 
serviços seguem os princípios da regionalização e hierarquização, delimitando 
uma base territorial, instrumentalizadas na atuação dos agentes de saúde, da 
equipe de saúde da família e a área de abrangência de postos de saúde 
(PEREIRA & BARCELLOS, 2006). Monken & Barcellos (2005) também 
destacam a indução realizada pelo SUS para a territorialização. Teixeira et al. 
(1993) apontam que a concepção de território foi colocada num contexto 
político-administrativo específico visando a reorganização dos serviços com 
base territorial/populacional, como proposta de descentralização da gestão do 
Sistema Único de Saúde. 
O território é um espaço em permanente construção, produto de uma 
dinâmica social, onde vários sujeitos sociais inter-relacionam-se causando 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
tensões. Assim, neste conflito constante, o território nunca está acabado, 
havendo permanentemente construção e reconstrução. Portanto, a concepção 
de território-processo ultrapassa o conceito de uma superfície-solo e as 
características geofísicas para instituir-se como um território econômico, 
político, cultural e epidemiológico. 
É importante lembrar que esse conceito de território, que apresentamos, 
é coerente com o método de planejamento, que requer uma base territorial. 
Sendo assim, não é compreendido apenas como um espaço geográfico, mas 
sim como o local em que se dá o processo de vida da comunidade, a interação 
de distintos atores sociais com qualificações sociais, econômicas, culturais, 
políticas, epidemiológicas e históricas distintas. Define-se também a micro área 
de risco como a área de menor extensão territorial, onde é possível afirmar que 
a população tem condições de vida homogêneas (TANCREDI, 1998). 
Uma das diretrizes da atenção básica é ter territórios definidos, pelas 
quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade 
existente no território em que vivem essas populações, desenvolvendo ações 
por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e 
participativas, sob forma de trabalho em equipe (BRASIL, 2012). 
Para conhecer melhor a Política Nacional de Atenção Básica, acesse o 
link a seguir. 
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf 
 
Uma das diretrizes da atenção básica está em ter território adstrito para 
o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações 
setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e nos 
determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território, 
sempre em consonância com o princípio da equidade. O trabalho na Estratégia 
de Saúde da Família exige que as equipes tenham responsabilidade sanitária 
por esse território, vamos analisar essa diretriz da Política Nacional da Atenção 
Básica novídeo a seguir! 
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf
 
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5 
(Vídeo disponível no material on-line) 
 
Vigilância em Saúde como ferramenta de Análise Situacional 
A vigilância em saúde é um conjunto de ações que visa controlar fatores 
de risco à saúde, tendo como principal objetivo a garantia da integralidade da 
atenção diante dos problemas de saúde, incluindo a abordagem individual e a 
coletiva. Os componentes da vigilância em saúde integram-se de forma 
institucional, por meio de órgãos do Estado nos três níveis governamentais 
(federal, estadual e municipal). Constituem-se como componentes da vigilância 
em saúde: vigilância ambiental, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e 
saúde do trabalhador (BRASIL, 2010). 
Acesse o link a seguir que contém a cartilha sobre a vigilância em saúde 
do Ministério da Saúde. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacto_saude_volume13.pdf 
 
A vigilância epidemiológica é um dos componentes da vigilância em 
saúde que permite o conhecimento da situação por meio de ações que 
proporcionam a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a 
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças ou agravos. As funções da vigilância epidemiológica são: coleta de 
dados; processamento de dados coletados; análise e interpretação dos dados 
processados; recomendação das medidas de prevenção e controle 
apropriados; promoção das ações de prevenção e controle indicados; avaliação 
da eficácia e efetividade das medidas adotadas e a divulgação de informações. 
(BRASIL, 2010). 
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica tem a participação de 
todos os seus componentes que, direta ou indiretamente, notificam doenças, 
agravos e eventos, prestam serviços a grupos populacionais ou orientam a 
conduta a ser tomada para a prevenção e controle de doenças e agravos. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacto_saude_volume13.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
Temos alguns tipos de dados e informações que alimentam o Sistema Nacional 
de Vigilância Epidemiológica, que são: dados demográficos, ambientais, 
socioeconômicos, morbidade e de mortalidade (BRASIL, 2009). 
Conheça o Guia de Vigilância Epidemiológica no link do Ministério da 
Saúde a seguir. 
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/ZOO/lepto_gve7ed_atual.pdf 
 
A vigilância sanitária é um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir 
ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes 
do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de 
serviços de interesse da saúde, abrangendo o controle de bens de consumo 
que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas 
as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de 
serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde (BRASIL, 
2010). 
O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária foi definido pela Lei nº 9.782, 
de 26 de janeiro de 1999, apontando que esse sistema é um importante 
instrumento do SUS para realizar seu objetivo de prevenção e promoção da 
saúde. O Sistema engloba unidades nos três níveis de governo (federal, 
estadual e municipal) com responsabilidades compartilhadas (BRASIL, 1999). 
A competência da União para legislar sobre a vigilância sanitária 
estabelece normas e regulamentos gerais de alcance nacional por meio da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária que é responsável também por dar 
suporte para todas as atividades da área no país. As normas sanitárias são 
expressas no Código Sanitário e cada esfera de governo (municipal, estadual e 
federal) estabelece por lei o seu código sanitário específico, levando em 
consideração a legislação vigente (BRASIL, 1999). 
Acesse o link da ANVISA para conhecê-la um pouco mais. 
http://portal.anvisa.gov.br/ 
 
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/ZOO/lepto_gve7ed_atual.pdf
http://portal.anvisa.gov.br/
 
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7 
A vigilância ambiental avalia e analisa qualquer mudança do ambiente 
que pode interferir nos fatores que determinam e condicionam o processo 
saúde-doença. Essa vigilância recomenda e adota medidas de prevenção e 
controle dos fatores de risco ambiental relacionados às doenças e outros 
agravos à saúde, com prioridade para a vigilância da qualidade da água para 
consumo humano, do ar, e do solo; desastres de origem natural; substâncias 
químicas e acidentes com produtos perigosos; fatores físicos, e o ambiente de 
trabalho (BRASIL, 2010). 
 A vigilância da saúde do trabalhador é um conjunto de atividades que 
se destina à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como 
visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos 
riscos e agravos advindos das condições de trabalho com ações de assistência 
ao trabalhador, vítima de acidente de trabalho ou portador de doença 
profissional, estudos, pesquisas, avaliação e controle de riscos e agravos 
potenciais à saúde (BRASIL, 2010). 
A análise da situação de saúde permite a identificação, descrição, 
priorização e explicação dos problemas de saúde da população, porque aponta 
as características da população, a caracterização das condições de vida e 
condições de saúde e de doença de uma população em um território específico 
(BRASIL, 2010). Como podemos ver na figura, a seguir, a interseção das 
informações entre os componentes da vigilância em saúde, possibilita a análise 
situacional de um território. 
 
Vigilância Ambiental 
Vigilância 
Epidemiológica 
Saúde do Trabalhador 
Vigilância 
Sanitária 
Situação 
de Saúde 
 
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Análise Situacional e a Estimativa Rápida Participativa 
A Estimativa Rápida Participativa (ERP) é um método que apoia o 
planejamento no sentido de contribuir para a identificação das necessidades de 
saúde de grupos distintos, a partir da própria população, em conjunto com os 
administradores de saúde. A ERP propicia a identificação das condições de 
vida da população e a maneira como ela se distribui pelo território, 
evidenciando problemas que afetam a população e seus determinantes sociais, 
econômicos e ambientais. Tem como vantagens a simplicidade, baixo custo, 
rapidez, com informações específicas de populações definidas. Apresenta três 
princípios: coletar dados pertinentes e necessários; coletar informações que 
reflitam as condições locais e as situações específicas; e envolver a 
comunidade na definição de seus próprios problemas e na busca de soluções. 
O método se fundamenta na análise da distribuição espacial das 
características socioeconômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas, o 
que auxilia a identificação das particularidades e evidencia as áreas de maior 
prioridade, orientando o planejamento das ações de saúde (TANCREDI, 1998). 
A ERP pode ser uma excelente ferramenta para equipes de saúde das famílias. 
Assista ao vídeo e conheça as etapas do método da Estimativa Rápida 
Popular para realizar a análise situacional por meio de um exemplo de um 
território da Estratégia de Saúde da Família. A ERP trabalha, 
fundamentalmente, com três fontes de dados: registros escritos, tanto de fontes 
primárias quanto de secundárias; entrevistas com informantes-chave; e 
observação de campo. 
(Vídeo disponível no material on-line) 
 
Sistema de Informação em Saúde para Análise Situacional 
O Sistema de Informação em Saúde integra as estruturas 
organizacionais no Sistema Único de Saúde em todos os níveis. É constituído 
por vários subsistemas e tem, como propósito geral, facilitar a formulação e 
avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo 
 
CCDD – Centro de Criação e DesenvolvimentoDialógico 
 
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de tomada de decisões. Um dos objetivos básicos do Sistema de Informação 
em Saúde, na concepção do Sistema Único de Saúde, é possibilitar a análise 
da situação de saúde no nível local, tomando como referencial microrregiões 
homogêneas e considerando, necessariamente, as condições de vida da 
população na determinação do processo saúde-doença. 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 
É o mais importante para a Vigilância Epidemiológica. Foi desenvolvido 
para ser operado a partir das unidades de saúde, considerando o objetivo de 
coletar e processar dados sobre agravos de notificação, em todo o território 
nacional, desde o nível local. É alimentado, principalmente, pela notificação e 
investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de 
doenças de notificação compulsória, mas é facultado a estados e municípios 
incluírem outros problemas de saúde, importantes em sua região. O número de 
doenças e agravos contemplados pelo SINAN vem aumentando 
progressivamente, desde seu processo de implementação, em 1993, sem uma 
relação direta com a compulsoriedade nacional da notificação, expressando as 
diferenças regionais de perfis de morbidade registradas no Sistema. A entrada 
de dados, no SINAN, é feita mediante a utilização de formulários padronizados. 
Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) 
A Declaração de Óbito (DO) é o instrumento padronizado de coleta de 
dados, cuja emissão e distribuição são de competência exclusiva do Ministério 
da Saúde. O preenchimento da DO deve ser realizado exclusivamente por 
médicos, exceto em locais onde não existam esses profissionais, situações nas 
quais poderá ser preenchida por oficiais de Cartórios de Registro Civil, sendo 
também assinada por duas testemunhas. A obrigatoriedade de preenchimento 
desse instrumento, para todo óbito ocorrido, é determinada pela Lei Federal 
6.015/73. O registro do óbito deve ser feito no local de ocorrência do evento. 
Traz informações sobre as características de pessoa, tempo e lugar, da 
ocorrência do óbito assistência prestada ao paciente, causas básicas e 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
associadas de óbito, que são extremamente relevantes e muito utilizadas no 
diagnóstico da situação de saúde da população. 
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) 
O número de nascidos vivos constitui-se em relevante informação para o 
campo da saúde pública; pois, a partir do mesmo, pode-se construir inúmeros 
indicadores, voltados para avaliação de riscos à saúde do segmento materno-
infantil, por representar o denominador dos coeficientes de mortalidade infantil 
e materna, dentre outros. O SINASC tem, como instrumento padronizado de 
coleta de dados, a Declaração de Nascido Vivo (DN), cuja emissão, a exemplo 
da DO, é de competência exclusiva do Ministério da Saúde. Tanto a emissão 
da DN, como o seu registro em cartório, são realizados no município de 
ocorrência do nascimento. Deve ser preenchida pelos hospitais e por outras 
instituições de saúde que realizam parto e nos Cartórios de Registro Civil 
quando o nascimento da criança ocorre no domicílio. A DN deve ser 
preenchida para todos os nascidos vivos no país. 
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) 
O SIH/SUS não foi concebido sob a lógica epidemiológica, mas sim com 
o propósito de operar o sistema de pagamento de internação nos hospitais, 
contratados pelo Ministério da Previdência. Reúne informações de cerca de 
70% dos internamentos hospitalares realizados no país, tratando-se, portanto, 
de uma grande fonte de dados sobre os agravos à saúde que requerem 
internação, contribuindo expressivamente para o conhecimento da situação de 
saúde e a gestão de serviços. O instrumento de coleta de dados é a 
Autorização de Internação Hospitalar (AIH), atualmente emitida pelos 
estados, a partir de uma série numérica única definida anualmente em portaria 
ministerial. Esse formulário contém os dados de atendimento, com o 
diagnóstico de internamento e da alta (codificado de acordo com a CID), 
informações relativas às características de pessoa (idade e sexo), tempo e 
lugar (procedência do paciente) das internações, procedimentos realizados, os 
 
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11 
valores pagos e os dados cadastrais das unidades de saúde, entre outros, que 
permitem a sua utilização para fins epidemiológicos. 
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) 
O Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) é o 
instrumento de ordenação do pagamento dos serviços ambulatoriais (públicos 
e conveniados), viabilizando, como informação aos gestores, apenas o gasto 
por natureza jurídica do prestador. Por obedecer à lógica de pagamento por 
procedimento, não se registra o CID do diagnóstico dos pacientes e, portanto, 
não pode ser utilizado como informação epidemiológica, ou seja, seus dados 
não permitem o delineamento dos perfis de morbidade da população, a não ser 
pelo que se pode inferir a partir dos serviços utilizados. Entretanto, como sua 
unidade de registro de informações é o procedimento ambulatorial realizado, 
desagregado em atos profissionais, outros indicadores operacionais podem ser 
importantes, como complemento das análises epidemiológicas, a exemplo de: 
número de consultas médicas por habitante ao ano, número de consultas 
médicas por consultório, número de exames/terapias realizados pelo 
quantitativo de consultas médicas. 
Sistema de Informações de Atenção Básica (SIAB) 
Sistema de informação com base territorial que coleta dados, os quais 
possibilitam a construção de indicadores populacionais, referentes a áreas de 
abrangência bem delimitadas, cobertas pelo Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde e da Estratégia de Saúde da Família. A base de dados 
do SIAB possui três blocos: o cadastramento familiar (indicadores 
sociodemográficos dos indivíduos e de saneamento básico dos domicílios); o 
acompanhamento de grupos de risco (crianças menores de 2 anos, gestantes, 
hipertensos, diabéticos, pessoas com tuberculose e pessoas com hanseníase); 
e o registro de atividades, procedimentos e notificações (produção e cobertura 
de ações e serviços básicos, notificação de agravos, óbitos e hospitalizações). 
 
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12 
Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) 
O SISVAN tem como objetivo fornecer informações sobre o estado 
nutricional da população e de fatores que o influenciam. Disponibiliza 
informações para monitoramento do estado nutricional de diferentes grupos 
populacionais atendidos nos estabelecimentos de saúde e por profissionais da 
Estratégia Saúde da Família e pelo Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde. A partir de 2006, foi disponibilizada a possibilidade de inserção de 
dados de usuários do Programa Bolsa Família acompanhados pelo setor de 
saúde (mulheres em idade fértil e crianças menores de 7 anos). 
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) 
Esse sistema, implantado em todos os municípios brasileiros, fornece 
dados relativos à cobertura vacinal de rotina e em campanhas, taxa de 
abandono e controle do envio de boletins de imunização. Além do módulo de 
avaliação do PNI, esse sistema dispõe de um subsistema de estoque e 
distribuição de imunobiológicos para fins gerenciais. 
Acesse o link a seguir e conheça os demais sistemas que compõem o 
Sistema de Informação em Saúde do SUS. 
http://bvsms.saude.gov.br/sistemas-de-informacao/ 
Revendo a Problematização 
Agora que você sabe como acontece a análise da situação de saúde em 
territórios, veja a seguir as possíveis ações em relação à situação que lhe foi 
apresentada no começo deste tema. Escolha aquela que você acredita ser a 
mais adequada: 
a. Encaminharia a proposta para relocação imediata de todos os 
moradoresdessa comunidade. 
b. Proporia uma equipe pluri-institucional (habitação, assistência social, 
saúde, educação e segurança) para realizar um estudo sócio ambiental 
e das condições de saúde da Vila Resistência. Enquanto gestor da 
saúde, destacaria a equipe da vigilância em saúde para realizar uma 
http://bvsms.saude.gov.br/sistemas-de-informacao/
 
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13 
Análise da Situação de saúde dessa comunidade para realizar o 
planejamento da atenção à saúde. 
c. Destacaria a equipe da vigilância em saúde para realizar uma Análise da 
Situação de saúde dessa comunidade para realizar o planejamento da 
atenção à saúde, de imediato, destacaria uma equipe de saúde da 
estratégia de saúde da família para realizar atenção básica, e colocaria 
uma ambulância na Igreja para transporte de pacientes para outros 
serviços de saúde. Responderia ao prefeito que a saúde já estaria 
cumprindo sua responsabilidade. 
 
 
 
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14 
Feedback 
 
a. Essa proposta parece ser a mais indicada diante das condições do local 
de moradia dessa comunidade, contudo a relocação de 625 famílias 
exige investimento e planejamento do município. Providenciar um 
terreno, a construção das residências, a avaliação sócio assistencial e 
demais ações que são necessárias para a relocação dessas famílias 
levam tempo que as necessidades de atenção à saúde não podem 
esperar. A população da Vila Resistência continuará insatisfeita com a 
atuação da administração municipal, não há qualquer proposta para 
atenção à saúde dessa comunidade, por isso, poderá realizar outros 
protestos. 
b. Você está sugerindo uma proposta importante para a administração 
pública. Essa proposta poderá trazer solução definitiva para a 
comunidade, com atuação de várias instituições. A saúde utilizará a 
vigilância em saúde como ferramenta de Análise da Situação de Saúde 
da população integrando as vigilâncias epidemiológica, sanitária, 
ambiental e saúde do trabalhador para realizar o planejamento da 
atenção à saúde. 
c. Os conceitos da vigilância em saúde apontam a necessidade de atuação 
de várias instituições de setores governamentais para solucionar 
problemas que interferem nas condições de vida de uma comunidade. 
Sua proposta é muita boa para equacionar os problemas de assistência 
à saúde da Vila Resistência, contudo não alterará as condições de vida 
e consequentemente os condicionantes e determinantes do processo 
saúde-doença. 
 
 
 
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15 
Síntese 
O principal objetivo deste tema foi aprender uma das principais etapas 
para a realização de planejamento, a Análise da Situação de Saúde ou Análise 
Situacional de um Território. Iniciamos com o conceito de território que 
ultrapassa o conceito geográfico. A vigilância em saúde e o Sistema de 
Informação em Saúde são importantes para a realização dessa análise. 
Pudemos conhecer também uma estratégia apropriada para territórios de 
equipes de saúde da família, simples e de baixo custo para realizar a análise 
situacional e a Estimativa Rápida Popular (ERP). 
(Vídeo disponível no material on-line) 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
Referências 
BRASIL. Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras 
providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 
27/01/1999, p. 1. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância 
epidemiológica/7. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 816 p. – (Série A. 
Normas e Manuais Técnicos). 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais da Vigilância em Saúde – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2010. 108 p.: (Série F. Comunicação e Educação em 
Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 13) (a). 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento 
de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica Brasília: Ministério da 
Saúde, 2012. 110 p.: il. (Série E. Legislação em Saúde). 
 
MONKEN, Maurício; BARCELLOS, Christovam. Vigilância em saúde e 
território utilizado: possibilidades teóricas e metodológicas. Cad. Saúde 
Pública [online]. 2005, vol. 21, n. 3, pp. 898-906. 
 
PEREIRA, Martha Priscila Bezerra; BARCELLOS Christovam. O Território No 
Programa de Saúde da Família Hygeia, 2(2):47-55, Jun. 2006. 
 
TANCREDI, Francisco Bernadini; BARRIOS, Susana Rosa Lopez; FERREIRA, 
José Henrique Germann. Planejamento em Saúde, vol. 2, São Paulo: 
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. (Série 
Saúde & Cidadania). 
 
TEIXEIRA, Carmen F. et al. O contexto político-administrativo da 
implantação de Distritos Sanitários no Estado da Bahia, Brasil. Cad. Saúde 
Pública [online]. 1993, vol. 9, n. 1, pp. 79-84. 
 
 
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17 
Atividades 
 Classifique em verdadeiro ou falso as afirmações referentes à atuação 1.
da vigilância ambiental em conjunto com a vigilância sanitária. Em 
seguida, assinale a alternativa correta: 
( ) Garantia de equilíbrio entre saúde humana e meio ambiente. 
( ) Atuação no ambiente natural para permitir contaminação dos recursos 
naturais. 
( ) Não tem qualquer atuação na urbanização. 
( ) Garantia da qualidade de água de consumo humano. 
( ) Atua nos ambientes de trabalho. 
a. V, F, F, V, V. 
b. F, F, V, V, V. 
c. V, V, F, V, F. 
d. V, F, F, F, F. 
 
 A vigilância epidemiológica é um dos componentes da vigilância em 2.
saúde que permite o conhecimento da ________________ das pessoas 
e da população, importante para o conhecimento, a detecção ou 
prevenção de qualquer mudança nos fatores __________________ de 
saúde individual ou coletiva com a finalidade de recomendar e adotar as 
medidas de______________ das doenças ou agravos. Assinale a 
alternativa que completa o texto corretamente. 
a. Situação ambiental, determinantes e condicionantes, prevenção e 
detecção. 
b. Situação de saúde, determinantes e condicionantes, prevenção e 
controle. 
c. Situação de doenças, ambientais, internamento e prevenção. 
d. Situação de saúde, ambientais, internamento e controle. 
 
 A Estimativa Rápida Popular é uma estratégia de análise situacional que 3.
 
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pode ser usada com melhor resultado para o planejamento de qual tipo 
de território? Analise as alternativas a seguir e assinale a correta: 
a. Países da América Latina. 
b. Estados do nordeste brasileiro. 
c. Região Sul do Brasil. 
d. Territórios de equipes de saúde da família. 
 
 Analise as proposições a seguir e assinale a alternativa correta sobre o 4.
território: 
I - Sempre corresponde aos limites geofísicos. 
II - Espaço em permanente construção, produto de uma dinâmica social 
onde há vários sujeitos sociais. 
III - Uma das diretrizes estratégicas do SUS. 
a. Somente a proposição III está correta 
b. As proposições I II e III estão corretas 
c. As proposições II e III estão corretas 
d. Somente a proposição I está correta 
 
 Correlacione as colunas corretamente sobre as características de cada 5.
sistema que compõe o Sistema de Informação em Saúde. Depois, 
assinale alternativa correta: 
I. SIM ( ) Fornece dados sobre agravos de notificação. 
II. SINASC ( )Informa as internações e os procedimentos realizados. 
III. SIA/SUS ( ) Mostra assistência prestada ao paciente, causas básicas e 
associadas de óbito. 
IV. SIAB ( ) Contém o número de consultas médicas por habitante ao 
ano. 
V. SINAN ( ) Avalia os riscos à saúde do segmento materno-infantil. 
 
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VI. SIH/SUS ( ) Informa sobre áreas de abrangênciada Estratégia de 
Saúde da Família. 
a. VI, I, III, II, IV, V 
b. II, V, VI, III, I, IV 
c. V, III, II, I, VI,VI 
d. V, VI, I, III, II, IV

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