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Resumo IESC N1 Iara Victoria, 2° período. Medicina – FESAR. - Analisar os atributos da APS e avaliar as suas especificidades a partir da PNAB. - Conceituar o território e ambiente em saúde e analisar a sua importância nas práticas da APS. - Sistematizar o conhecimento sobre as Sistemas de Informação em Saúde. - Conhecer os conceitos básicos em Vigilância enfoque em Vigilância epidemiológica. - Identificar metodologias de educação em saúde no trabalho na APS. - Reconhecer os indicadores de saúde para o trabalho em território da ESF. A APS é uma estratégia de organização e reorganização dos sistemas de saúde que apresenta o primeiro nível de atenção. Portanto, para que ela seja de ótima qualidade existem eixos estruturantes, sendo eles os atributos da APS, que podem ser essenciais ou derivados. Atributos essenciais; • Primeiro contato → é a porta de entrado da SUS, está relacionado à acessibilidade e ao uso de serviços quando um usuário necessita dos cuidados de saúde. A acessibilidade é para que todos tenha acesso a uma APS, por isso é necessária uma localização especifica para todos terem esse acesso, por exemplo; é necessário rampas para cadeirantes para assim, conseguirem ter esse acesso. • Longitudinalidade → é uma garantia da continuidade do serviço prestado, caracterizado por uma relação humanizada entre a equipe e os usuários, criando assim um vinculo entre ambos. • Integralidade → são serviços prestados para atender integralmente às necessidades dos usuários, desde promoção, prevenção, recuperação e cura. • Coordenação → é a união de diversos serviços e ações de saúde para alcançar um determinado objetivo e garantir a continuidade da atenção entre diferentes Redes de Atenção à Saúde (RAS). Atributos derivados; • Focalização na família → observa a família como um todo, sendo ela o foco da atenção. Observando à origem e o cuidado dos seus problemas de saúde. • Orientação comunitária → reconhecer as necessidades familiares do ponto de vista físico, econômico e social e analisar sua integração nos problemas da saúde coletiva. • Competência cultural → assegurar que os profissionais de saúde vão ter respeito como um todo sobre à diversidade cultural dos usuários. Politica Nacional de Atenção Básica – PNAB; ➢ Em 2006 o Ministério da Saúde aprova a PNAB que acabou sendo revista em 2011 pela portaria 2.488 que tinha como objetivo fortalecer a APS como porta de entrada ao SUS e coordenadora do cuidado nas redes de atenção. Que definia ainda a ESF como uma tática de expansão e consolidação e qualificação da APS. ➢ Houve então uma reformulação da PNAB em 2017, pela portaria 2.423, que passou a definir a APS como porta de entrada preferencia do SUS. E as Redes de Atenção Básica como estratégias para a organização do SUS. - Principais mudanças da PNAB; comparação entre a de 2011 e a de 2017: • Estratégia de Saúde da Família/Equipe de Atenção Básica. • Integração da atenção básica e vigilância. • Composição das equipes. • Oferta nacional de serviços essenciais e ampliados. • Gerente de atenção básica. • Núcleo ampliado de saúde da família e atenção básica. Financiamento da Atenção básica em saúde; O programa Previni Brasil instituído pela portaria n° 2.978, de 12 de novembro de 2019, está vigente como regra de financiamento da APS. Esse novo modelo de financiamento de custeio da APS é um modelo misto de pagamento composto por: capitação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas. ➢ Capitação ponderada; O cadastro do individuo é a base para o cálculo da capitação ponderada. É tipo um repasse com base na quantidade de pessoas cadastradas e pessoas sobre a responsabilidade das equipes de saúde da família. - Basicamente é um modelo de remuneração calculado com base no número de pessoas cadastradas sob responsabilidade das equipes de saúde. ➢ Pagamento por desempenho; É um incentivo financeiro calculado com base nos resultados de indicadores de atendimento das equipes de saúde. - Portaria n° 3.222 dispõe sobre os indicadores do pagamento por desempenho. ➢ Incentivo para ações estratégicas; São ações que abrangem características específicas de acordo com a necessidade de cada município. - Basicamente esses incentivos fazem a implementação de programas e ações que refletem na melhoria do cuidado na APS. Territorialização; - Surge em 1920 nos sistemas de saúde, devido à ne necessidade de implantação de um sistema de redes no serviço público de saúde. Surgindo como ferramenta fundamental para o planejamento das ações de saúde. - É o processo de apropriação de uma área geográfica delimitada, considerando o perfil epidemiológico, social, cultural, político e administrativo desse espaço. - É necessária para a implantação de uma nova equipe de saúde da família e para o reconhecimento, identificação e responsabilização sanitária de determinada área, para assim estabelecer um relacionamento com outros serviços. - A territorialização é um princípio básico para a formação da ESF, que foi proposta como modelo de assistência com base na prevenção e na promoção de saúde, com reestruturação dos serviços da saúde e de sua relação com a comunidade. - Cada UBS tem um espaço delimitado com determinadas características (naturais ou pelo homem), que define o ambiente e influem no processo saúde-doença. Para uma maior vigilância em saúde, se tem os ACS que fazem um elo entre a comunidade do território da unidade básica e os profissionais. O processo de planejamento da territorialização pode ser dividido em três fases; 1° fase; fase preparatória, na qual a equipe vai definir quais são as informações necessárias para serem coletadas e quem vai fazer essa coleta. 2° fase; fase de coleta de dados, pode ser feita em várias fontes de dados, como por exemplo; observação in loco que é andar pelo território e reconhecer suas características. 3° fase; fase de análise dos dados (análise situacional em saúde), a equipe deve ser reunir para discutirem em conjunto. Esses dados devem ser organizados para depois fazer a relação entre eles. Como os dados epidemiológicos e os dados geográficos. ➢ → é a confecção de mapas, onde todos esses dados coletados são colocados geograficamente localizados, para que a equipe possa compreender a distribuição espacial desses dados naquele território. (aplicação do risco em mapa analógico, com riscos individuais e coletivos). As ferramentas de apoio; google maps e google Earth. ➢ O objetivo do processo de territorialização é permitir que as necessidades e os problemas dos grupos sejam definidos, estabelecendo assim, ações mais apropriadas e resolutivas. ✓ Objetivos da territorialização; - Delimitar um território de abrangência; áreas e micro áreas – acessibilidade populacional, densidade populacional, condições de saúde. - Definir a população e apropriar-se do perfil da área e da comunidade. - Reconhecer dentro da área de abrangência barreiras e acessibilidades. - Identificar o perfil epidemiológico, demográfico, socioeconômico e ambiental. - Potencializar os resultados e recursos presentes nesse território. Território; - É um espaço delimitado geograficamente que dar origem a estados, países, cidades, bairros... - O território se transforma por diversos fatores sendo o principal a ação humana, que modifica a paisagem, transforma o estilo de vida e gera riscos. Essas transformações influenciam a maneira de pensar em saúde da população. ➢ Para definir o território, deve-se delimitar a área de atuação dos serviços, analisar o ambiente, a população e a dinâmica social da área e definir relações com outros serviços. ✓ Concepções de território; Território-distrito → é a delimitação político-administrativa. Território-área → representa a delimitação da área de abrangência de uma unidade ambulatorial. Seuslimites devem corresponder as barreiras físicas e vias de acesso e de transporte da população às unidades de saúde. Território-área → representa uma subdivisão do território-área. Objetivo central é a pratica de vigilância em saúde e a melhoria de indicadores de saúde. Formada por um conjunto de famílias que congregam no máximo 750 habitantes. Território-área → representa o lugar de residência de uma família e é o objeto da prática da vigilância em saúde. ✓ Tipos de território; Território solo → espaço físico definido por critérios geopolíticos, nesse espaço ocorrem mudanças dinâmicas sociais. Território processo → espaço em constante transformação. Território-sanitário ou distrito → divisões para melhor organização das ações de saúde. Território político-administrativo → divisões para melhores organizações das politicas públicas. ➢ O território é um recorte geográfico dinâmico que expressa características demográficas, epidemiológicas, administrativa, políticas, sociais e culturais específicas, na qual os gestores iram planejar e propor ações como melhorar a organização, o controle e a intervenção, conforme as necessidades da população. – Segundo a OMS; ✓ “Mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde. Considerando se que a transformação de um dado em informação exige, além da análise, a divulgação, e inclusive recomendações para a ação.” Um sistema de informação precisa de três matérias primas; Dado → é o elemento mais simples, é a coleta dos dados, que no caso da saúde esses dados vão ser coletados onde existi um serviço de saúde. Informação → é composta de dados com significados para quem os vê, ou seja, vai surgir a partir daqueles dados coletados. Conhecimento → o conjunto de nossos aprendizados segundo algumas convenções, nossas experiências acumuladas e a percepção cognitiva irão transformar em conhecimento uma dada realidade. Esse SIS vai auxiliar no conhecimento sobre as condições de saúde, mortalidade e morbidade, fatores de risco, condições demográficas, entre outras. Os sistemas de informação são importantes pois transformam dados em informações, esses dados são coletados pelos profissionais de saúde, esses dados por fim são enviados para o setor responsável que vai assim alimentar o sistema e esses sistemas são alimentados por profissionais de saúde também. ❖ Os principais Sistemas de Informação em Saúde; Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM); Criado em 1975, tem como ficha a declaração de óbito que deve ser preenchida por um médico, salvo exceções quando o medico não acompanhou o paciente ou é funcionário novo, passando o ser preenchida por dois enfermeiros na presença de 2 testemunhas. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc); Criado em 1990, tem como informações gerais a gestação, condições do parto, malformações. Ela é composta 3 vias (branca na secretaria de saúde do município, rosa na maternidade e amarela entrada ao paciente). Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan); Criado em 1993, notifica os agravos de saúde das doenças existentes, há uma lista de notificações compulsórias com todas as doenças que devem ser notificadas caso exista um surto. Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS); Criado em 1981, ficha de autorização de internação hospitalar, a qual habita o paciente para internação e lança os valores a serem gastos. Traz dados do paciente, diagnóstico e procedimentos realizados. Sistema de Informação Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS); Criado em 1994, contem fichas de produção ambulatorial (BPA) e a autorização do procedimento ambulatorial de alta complexidade. Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI); Traz um estoque de imunobiológicos, contendo fichas de eventos adversos pós vacinação. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); Criado em 2000, estabelece as características do estabelecimento de saúde, como os tipos de estabelecimento, leitos, equipamentos, profissionais, tipos de equipes e possui um cadastro. e-SUS Atenção Primaria (e-SUS APS); criado em 2013, possui coleta de dados simplificada e o prontuário eletrônico do cidadão. Quanto mais cedo identificamos um problema, mais cedo iremos nos preparar para resolve-lo. - A vigilância em saúde é responsável pelas ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis, pela vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, saúde ambiental, saúde do trabalhado e análise da situação de saúde da população. ❖ É compreendida como um processo de coleta de dados, consolidação e compartilhamento de dados sobre eventos relacionados a saúde. ❖ Os dados coletados pela vigilância servem para a elaboração de políticas e ações públicas. Em 1975, foi criado o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), porém se limitava a notificações compulsórias de algumas doenças comuns na época. Na década de 90 com o surgimento do SUS, começou a observar a necessidade uma área de inteligência epidemiológica no sistema de saúde, separa das ações de controle e prevenção de doenças. Em 1999, foi criado a portaria n° 1.399 que definiu a criação do sistema de vigilância epidemiológica em saúde, descentralizado e com atribuições as três esferas governamentais. Em 2006, o SNVE passou a ser chamado de Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS). Atuando em todo o território brasileiro, de modo hierarquizado e articulado, por meio das Secretarias de Estado da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde. Divisões da Vigilância em saúde; Vigilância epidemiológica; Reconhece as principais doenças epidemiológicas de notificação compulsória e investiga epidemias que ocorre em territórios específicos. Operacionalização dessa vigilância; - Coleta de dados; - Processamento dos dados coletados; - Análise e interpretação dos dados processados; - Recomendação das medidas de controle apropriadas; - Promoção das ações de controle indicadas; - Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; - Divulgação de informações pertinentes. Doenças de notificação compulsória são doenças que a lei obriga que seja comunicada para conseguir intervir antes de possíveis surtos. Vigilância ambiental; Se dedica as interferências do ambiente físico, psicológico e sociais na saúde. Vigilância sanitária; Se dirige ao controle de bens, produtos e serviços que oferecem riscos a saúde, como alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e cosméticos. Vigilância do trabalhador; Realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância aos agravos a saúde relacionados ao trabalho, observando os processos produtivos que podem por em risco ou causar danos aos trabalhadores. Na constituição de 1988, tiveram 5 artigos destinados a saúde, 196 ao 200, que trazem o conceito ampliado de saúde, que é direito de todos e dever estado. Assim, em seguida vem a criação do SUS, onde a educação popular foi mais difundida, até chegar no método de educação em saúde chamado dialógico ou radical. Política nacional de educação popular em saúde; → Em 2013, o ministério da saúde incorporou essa política no âmbito do sistema único de saúde. → Sendo representada pela portaria n° 2761 que tem como objetivo implementar a educação popular em saúde no SUS, trazendo como contribuições a participação popular, a gestão participativa, o controle social, o cuidado e a formação e as praticas educativas em saúde. → Essa portaria também reafirma o compromisso com os princípios do SUS (integralidade, universalidade e equidade). → Essa portaria traz uma política pedagógica voltada para a promoção, proteção e recuperação da saúde, sendo seu ponto forte o diálogo entre as diversidades de saberes.→ Essa política tem como base a educação proposta por Paulo Freire, que busca a identificação, discursão e intervenção nos meios sociais que tornam as comunidades únicas. Objetivos dessa política; ➢ Promover o diálogo e a troca entre praticas e saberes populares. ➢ Fortalecer a gestão participativa nos espaços do SUS. ➢ Reconhecer e valorizar as culturas populares. ➢ Incentivar o protagonismo popular no enfrentamento dos determinantes e condicionantes sociais de saúde. ➢ Apoiar ações de educação popular na atenção primaria em saúde. Princípios da PNEPS-SUS; Diálogo → é o conhecimento constituído a partir da história e da cultura de cada indivíduo, através dele o profissional é capaz de ampliar seu conhecimento crítico. Amorosidade → é a ampliação do diálogo nas relações de cuidado através da sensibilidade, das trocas emocionais, da empatia do profissional com os pacientes. Problematização → estimula a reflexo crítica, em que a construção das práticas de saúde é baseada na reflexão da realidade. Construção compartilhada de conhecimento → cada um compartilhar seus conhecimentos dentro desses grupos. Emancipação da opressão → é o combate as opressões, como o racismo, preconceito, discriminação... Compromisso com a construção do projeto democrático e popular → a construção de uma sociedade mais justa, solidaria, democrática, partindo das lutas sociais que garantem direito a saúde no Brasil. Eixos da PNEPS-SUS; ✓ Participação, controle e gestão participativa. ✓ Formulação, comunicação e produção de conhecimento. ✓ Cuidado em saúde. ✓ Intersetorialidade e diálogos multiculturais. → A educação em saúde é um processo educativo que visa o aumento da autonomia dos usuários, dando a ele o poder de debater junto os profissionais de saúde pela apropriação de conhecimentos. → Essa pratica requer participação de três atores fundamentais; profissionais de saúde, os gestores e a população, unidos com o proposito de compartir saberes. As ações educativas em saúde devem encorajar homens, mulheres, adultos e adolescentes a se tornarem sujeitos capazes de promover o autocuido, possibilitando o fortalecimento da autoestima e autodeterminação. Basicamente a educação em saúde é um planejamento, no qual vai se analisar o perfil epidemiológico de uma determinada população e organizar esses dados para assim, formular ações educacionais que vão melhorar o processo saúde-doença daquela determina população. Na epidemiologia pegamos dados de diversas fontes e compreendemos o complexo saúde-doença para sabermos exatamente o que prescrever para aquela população para controlar ou combater aquela doença, os indicadores vão ajudar nisso. É através dos indicadores que é possível identificar as áreas de risco, auxiliar as equipes, auxiliar no direcionamento das atividades e do planejamento em saúde. É basicamente colocar na ponta do lápis a doença em si, pois não tem como mensurar a saúde de uma população, então a gente mensura a doença daquela população fazendo uma análise dessa doença para depois elaborar uma ação que vai resolver aquele determinado problema ou doença. Finalidades; - Analisar a situação atual ou passada de uma população. - Avaliar se houve avanços ou retrocessos nas condições de saúde. - Fazer comparações entre os indicadores para determinar regiões. Os indicadores de saúde são elaborados por números, podendo ser expressos em forma de taxas ou proporções. (taxas de mortalidade infantil, de morbidade). ❖ Tipos de indicadores; Indicadores demográficos; características de uma determinada população e sua evolução ao longo do tempo no território (taxa de crescimento da população, grau de urbanização). Indicadores socioeconômicos; conhecer as características de uma determinada população e sua evolução ao longo do tempo no território (escolaridade, razão de renda, taxa de desemprego). Indicadores de mortalidade; representa a intensidade com que os óbitos por uma determinada doença ocorrem em uma certa população (taxa de mortalidade infantil). Indicadores de fatores de risco e de proteção; medem os fatores de risco que predispõe as doenças e agravos ou protegem das doenças e agravos (prevalência de doenças). Indicadores de recursos; servem para monitorar ou avaliar a empresa (número de profissionais de saúde por habitantes, numero de leitos hospitalares por habitantes). Indicadores de cobertura; servem para monitorar e avaliar as ações de serviços de saúde. (número de consultas medicas por habitante, índice de vacinação).
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