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Pacote Anticrime

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Pacote Anticrime	
Observações Preliminares:
Data de publicação: 24/12/2019
Vacatio Legis: 30 dias
Vigência: 23/01/2020
1. Pontuações a respeito da Lei 13.964/2019
1°) Trata-se de uma lei penal mais gravosa (novatio legis in pejus), ou seja, uma lei penal mais grave para o réu, lembrando que a lei mais gravosa é irretroativa;
2°) Uma lei processual, é regida pelo princípio da imediatidade, ou seja, no momento em que lei ingressou no ornamento ela começa surtir efeitos, trata-se de efeitos imediatos, sejam eles mais graves ou menos graves;
3°) Lei mista ou híbrida: é aquele que parte da lei trata de fatos correlatos ao direito penal e a outra parte a direito processual penal, parte direito material e parte direito processual. Aplica-se as regras do direito material; 
IMPORTANTE: vale lembrar que, apesar de plena vigência da lei anticrime, o Ministro do STF Luiz Fux suspendeu por tempo indeterminado três dispositivos: 
· Novas regras de arquivamento de Inquéritos Policiais (Art.28-Ac CPP);
· Ilegalidade de prisões pela não realização de audiência de custódia em 24h;
· Proibição de atuação judicial em casos de provas declaradas ilícitas.
1. Tópicos alterados pela Lei
a) Legítima Defesa (Art.25) 
 
	Redação anterior 
	Redação dada pela Lei 13.964/19
	Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito ou de outrem.
	Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito ou de outrem. 
Parágrafo único: Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Acrescido) 
· O pacote de lei anticrime explicitou uma hipótese de legitima defesa por agente público, que já estava previsto como “defesa de terceiro”. Já era aceito doutrinariamente e jurisprudencialmente. 
· A doutrina já está denominando esse dispositivo como “legitima defesa funcional”;
· 
Ex: Sequestro em que o policial atira para salvar a vítima, hipótese do parágrafo único. 
ATENÇÃO: Não pode confundir legítima defesa de terceiro, com estrito cumprimento do dever legal, pois não há um dever legal de matar alguém, há apenas uma exceção em que a morte se enquadraria em estrito cumprimento do dever legal, que é o caso de morte em guerra declarada.
· Este artigo só veio para explicitar uma hipótese de legitima defesa; 
· O parágrafo único traz uma hipótese acumulativa, o qual deve se preencher a situação prevista no caput mais o texto trago por ele; 
Elementos da Legítima defesa:
 Espécies de Legítima defesa
Coexistência da Legítima defesa com outros institutos jurídicos:
1) Legítima defesa putativa versus legítima defesa autêntica (real): não obstante a impossibilidade de falarmos em legítima defesa recíproca quando ocorrerem, simultaneamente, duas agressões injustas, não podemos negar a possibilidade de coexistirem uma legítima defesa putativa e uma legítima defesa real.
2) Legítima defesa versus estado de necessidade: não se pode raciocinar com a hipótese em que um dos agentes atue em legítima defesa autêntica contra outro que atua amparado pelo estado de necessidade, uma vez que este último não pratica uma agressão injusta, mas sim justificada pelo ordenamento jurídico. Injusta agressão é aquela que não está amparada pelo nosso ordenamento jurídico;
3) Legítima defesa putativa versus estado de necessidade real: existe a possibilidade de um confronto entre estado de necessidade real e legítima defesa putativa. Imaginemos o seguinte: com a finalidade de socorrer uma vítima de atropelamento, João percebe que existe um automóvel próximo ao local do acidente cujas chaves se encontram na ignição. Com o escopo de socorrer a vítima, João a coloca no banco traseiro do veículo, oportunidade em que o seu proprietário visualiza tão somente João na direção do automóvel, já com o motor ligado. Acreditando estar sendo vítima de um crime de furto, Alfredo, proprietário do veículo, atira contra João, com a finalidade de defender o seu patrimônio. Aqui, estaríamos diante de estado de necessidade autêntico (aproveitar-se do veículo de outrem a fim de socorrer a vítima de um acidente), bem como de legítima defesa putativa (atirar contra aquele que, supostamente, está subtraindo seu patrimônio, quando, na realidade, encontra-se somente prestando um socorro).
4) Legítima defesa e aberratio ictus: pode ocorrer que determinado agente, almejando repelir agressão injusta, agindo com animus defendendi, acabe ferindo outra pessoa que não o seu agressor, ou mesmo a ambos (agressor e terceira pessoa). Nesse caso, embora tenha sido ferida ou mesmo morta outra pessoa que não o seu agressor, o resultado advindo da aberração no ataque (aberratio ictus – art. 73 do CP) estará também amparado pela causa de justificação da legítima defesa, não podendo, outrossim, por ele responder criminalmente.
Ofendículos: são todos os aparelhos ou objetos predispostos (cacos de vidro, cercas eletrificadas, arames farpados etc.), ou mesmo os animais (cães, gansos etc.) utilizados para a defesa da propriedade, ou mesmo da vida, da integridade física e outros bens jurídicos daqueles que os utilizam como artefato de defesa. No que diz respeito à sua natureza jurídica, temos duas correntes. A primeira, defendida por Hungria, entende que são uma modalidade de legítima defesa preordenada; a segunda, majoritária, capitaneada por Aníbal Bruno, afirma que aqueles que o utilizam atuam no exercício regular de um direito.
Efeitos civis: nos termos do art. 188 do CC, aquele que atua em legítima defesa não pratica ato ilícito capaz de suportar a obrigação de indenizar.
b) Cobrança da multa penal (art.51)
	Redação anterior 
	Redação Atual 
	Art.51 – Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada divida de valor, aplicando-se lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da fazenda pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
	Art.51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
· Juízo competente para execução penal na antiga lei:
Quem cobra a multa?
ADIN3150 DO STF
Súmula 521 do STJ: “A legitimidade para execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública” Tal entendimento não tem mais razão de ser devido as informações trazidas pela nova lei.
 
Embora existisse o histórico de cobrança feito pela fazenda pública, inclusive com entendimento sumulado pelo STJ, para adequar conforme a constituição federal o STF entendeu que legitimidade ordinária primária para realizar a cobrança é do ministério público o MP que tem o dever de cobrar a multa imposta em sentença penal condenatória, mas se o MP não o faz no prazo de 90 dias é possível que a fazenda pública subsidiariamente e na inercia do MP, ausência de execução pelo MP que a fazenda pública o faça. 
Qual a mudança no art.51?
Segundo entendimento do STF, a execução da pena de multa será feita perante o juízo da execução penal, o MP, conforme estabelece o novo art.51. 
A tendência é que a fazenda pública não tenha mais legitimidade para execução, já que no artigo 51 já vem especificado o juízo competente para realizar a execução. 
Sementinha do saber: O legislador se preocupou em inserir como órgãos da execução penal os poderes executivo, judiciário e o Ministério Público, tendo como intenção de fortalecer o direito penitenciário, como se explica na exposição de motivos da LEP.
c) Tempo máximo de Cumprimento de pena
	Redação anterior 
	Redação atual 
	Art.75. O tempo de cumprimentodas penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30(trinta) anos.
§1° Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo;
§2° Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena far-se-á nova unificação, desprezando-se para esse fim, o período de pena já cumprido. 
	Art.75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos.
§1° Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo
OBS¹: Novatio legis in pejus, uma situação em que agrava a situação do réu, aqueles que praticaram crime antes da vigência do pacote anticrime, não será prejudicado por essa lei, por que ela não pode retroagir para prejudicar o réu. Princípio da anterioridade penal. 
OBS²: parâmetros para concessão de benefícios na Execução Penal:
Súmula 715 do STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos (agora 40 anos) de cumprimento, determinado pelo art.75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução. 
Sementinha do saber: O cômputo de pena a ser cumprido para o gozo de eventuais benefícios prisionais tem como base a pena total, resultante do somatório de todas as condenações do réu. Equivale a dizer: considerada a data da última infração disciplinar, o cálculo do requisito objetivo da progressão de regime deve observar a pena remanescente, desprezando-se, para esse fim, o resultado do processo de unificação das sanções, isso nos exatos termos da Súmula 715. 
Ou seja, se o réu for condenado em 200 anos, o cálculo para benefício será em cima de 200 anos e não 40. Relembrando que este só poderá cumprir pena privativa de liberdade em até 40 anos. 
OBS³: reflexos na aplicação da medida de segurança (art.26, caput, do CP) 
Prazos aplicados:
Posição do STF: o prazo máximo aplicável para medida de segurança é o prazo do art.75. (40 ANOS) 
 Posição do STJ -> o tempo máximo de cumprimento é o prazo máximo da pena aplicada no crime cometido 
Ex: homicídio simples. Pena: 06 a 20 anos
1.Qual é o prazo para quem adota a posição do STF?
R:40 anos. 
 2. Qual é o prazo para quem adota a posição do STJ?
R: 20 anos. 
d) Livramento condicional
	Redação antiga
	Redação atual 
	Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de condicional liberdade igual ou superior a dois anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;
IV- tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.
	Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de condicional liberdade igual ou superior a dois anos, desde que:
III-comprovado:
a) bom comportamento durante a execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
OBS: o livramento condicional é um benefício penal legal, trago pela LEP e pelo CP. A única mudança significativa traga por esse artigo, é a alinha b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses, os outros requisitos já eram presentes na lei anterior.
Súmula 441 do STJ: falta grave não interrompe o prazo (o prazo seria o cumprimento de pena do preso?) do livramento condicional.
A falta grave vai ser um requisito subjetivo para conseguir o livramento. 
O cometimento de uma falta grave, depois do cumprimento necessário de tempo da pena para concessão do livramento condicional, impossibilitará a concessão , pois mesmo que preenchidos todos os requisitos necessários o cometimento de falta grave nos últimos doze meses da concessão do beneficio passou a ser mais um requisito para consegui a liberdade condicional, contudo o cometimento de falta grave não interrompe o prazo já corrido para a concessão do benefício. 
	Condenado primário e de Bons antecedentes
	Condenado Reincidente em crime doloso
	Condenado por crime hediondo
	Requisito objetivo: 
Cumprimento de mais de 1/3 da pena
	Requisito Objetivo: cumprimento de mais de 1/2 (metade da pena)
	Requisito Objetivo: cumprimento de mais de 2/3 da pena
	
	
	ATENÇÃO: condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado com resultado morte, este não terá o direito ao livramento condicional, mesmo se for primário 
O agente primário e o agente reincidente que tenha praticado crime hediondo ou equiparada com resultado morte, não tem direito a livramento condicional. 
Na lei já havia previsão da não concessão de liberdade condicional para réu reincidente específico em crime hediondo ou trafico de pessoas, independentemente de morte.
#Passar o do caderno para o note
e) Perda do Patrimônio incompatível com a renda do condenado
Art.91-A. Na hipótese de condenação por infrações ás quais a lei comine pena máxima superior a 6 ( seis) anos de reclusão, poderá ser decretado a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes á diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com seu rendimento lícito.
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens:      
       
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e           
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.              
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. 
OBS:O artigo 91-A, foi incluído no capitulo VI dos efeitos extrapenais da condenação, e o presente artigo se trata de um efeito extrapenal automático.
Natureza Jurídica: um novo efeito extrapenal 
Objetivo: a perda da diferença patrimonial do patrimônio lícito com aquele que não seja compatível com o seu rendimento. Ou seja, Vantagem indevida ilicitamente são perdidos. Diferença patrimonial não justificada é perdida
Exemplo: uma pessoa prática corrupção e recebe uma vantagem indevida de 200 mil, tal funcionário recebe 300 mil por ano e tem um patrimônio de 10 milhões. O que já acontecia era a perca dos 200 mil, contudo com os 10 milhões não acontecia nada. Agora com os a inserção do artigo 91-A, haverá investigação de compatibilização do patrimônio (10 milhões) com a renda ganha.
Conclusão: quando o agente recebe vantagem indevida para praticar determinado ato,quando levado a justiça esta vantagem era perdida, contudo seu patrimônio mesmo que se fosse muito superior aos seus rendimentos, não era fiscalizado e nem perdido, com a novo artigo inserido no CP, poderá o agente perder a diferença do seu patrimônio que seja incompatível com seu rendimento.
Requisitos: pena superior há 6 anos.
Conceito de patrimônio do condenado: § 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens:      
       
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e           
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal.
Possibilidade de comprovação de Licitude do Patrimônio
 
 § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. (procedência ok e licitude ok)
 
Não vai haver o perdimento se o condenado conseguir comprovar que a procedência do bem é licita ou que a compatibilidade com seu patrimônio.
OBS: violação ao princípio da inocência (inversão do ônus da prova)
Regra: o dever de provar os fatos constitutivos da ação criminosa é do órgão acusador (MP). Prova a existência do crime. Pode haver discussões por causa da violação do princípio da inocência.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.    Art.387, IV DO CPP          
Forma de realização: o MP já no ajuizamento da ação já deve apontar a diferença entre o patrimônio total e os vencimentos do agente. 
Decisão do Juiz: 
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada.
OBS¹: o juiz não pode decidir genericamente, a lei obriga o juiz a especificar os patrimônios e a diferença e os bens que serão perdidos. 
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. 
OBS: a regra que os parágrafos sejam interpretados de acordo com caput e o §5° cria uma nova hipótese. 
f) Novas Causas de Suspensão da Prescrição:
	Redação anterior
	Redação dada pela Lei 13.964/19
	Art.116 – Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;
II- enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
	Art. 116 – Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
II. enquanto o agente cumpre pena no exterior;
III. na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis;
IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. 
EX: crime de bigamia, se já tem procedimento civil tratando deste caso já está em curso, a causa e impeditiva (nem corre). Agora se a ação penal já se iniciou pelo crime e eu instauro lá no cível um processo para anulação do casamento a causa é suspensiva porque a ação já está correndo.
O artigo 116 do CPP traz as hipóteses de causas impeditivas ou suspensivas dependo do momento processual em que tiver. As causas impeditivas são aquelas em que por algum motivo a prescrição não corre, na verdade nem inicia. E as causas suspensivas é aquela que por algum motivo o processo, o crime já se iniciou, o curso prescricional chegou nessa causa suspensiva e o cronometro para, fica suspensa.
II- enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. 
· Não houve mudança substancial, só na terminologia. 
I. na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis
Quando os recursos forem só para protelar, a prescrição não corre! 
São estes embargos de declaração e RESP e RE. 
Tribunais superiores são os: RESP para O STJ e RE para STF. Quando o recurso não é nem reconhecido, é inadmissível, não foram admitidos. A prescrição não corre, não caminha, não corre o risco de ocorrer prescrição 
quando os recursos forem inadmissíveis.
ATENÇÃO: essas leis não retroagem, pois é maléfica ao réu.
ATENÇÃO²: enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não percussão penal. 
Art.28-A: Não sendo caso de arquivamento e endo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos, o MP poderá propor acordo de não persecução do crime, mediante condições ajustadas cumulativa e alternativamente.
Quais os requisitos para o acordo de não persecução penal?
1°Não ser caso de arquivamento;
2°O investigado deve confessar o crime formalmente e circunstancialmente;
3° Sem violência ou grave ameaça;
4° Pena mínima inferior a 4 anos;
5° O acordo de não persecução penal deverá ser suficiente para reprovação e prevenção do crime.
 
Acordo de não persecução penal é um acordo feito entre o promotor de justiça, o ministério público e o acusado na presença do advogado ou defensor em se que se evita a propositura de ação criminal contra o acusado desde que preenchidos os requisitos do artigo 28ª. É um beneficio para se evitar a propositura de ação.
Resolução 181/2017 do CNMP -> Acordo de não persecução penal. Os doutrinadores defendiam que não era correto a via pelo qual se deu a regulamentação do acordo de não persecução penal, então foi instituído pelo pacote anticrime o art.28. 
· Tanto na transação penal quanto na suspensão a prescrição fica suspensa. 
· Já os acordos de não persecução penal a prescrição não fica suspensa.
· Se é caso de transação penal não é caso de persecução penal.
G) Alterações no crime de roubo
	Redação anterior 
	Redação dada pela Lei 13.964/19
	Roubo
Art.157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido á impossibilidade de resistência: 
§2° a pena aumenta-se de 1/3 até a metade
	Roubo
Art.157- Subtrai-se coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la por qualquer meio, reduzido á impossibilidade de resistência: 
§2°- A pena aumenta-se de 1/3 até metade:
VII. se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; 
§2°-B Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
 
	Antes da Lei 13.654/18
	Durante a Lei 13.654/18
	Depois do pacote anticrime (Lei 13.964/19)
	Art.157(...)
§2° A pena aumenta-se de um terço até metade:
I- Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma
	Art.157 (...)
§2° A pena aumenta-se de 2/3 até a metade: 
I- se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo. 
Arma branca não seria mais causa de aumento, doutrina dizia que foi uma exclusão indevida.
	Art.157(...)
§2°- A pena aumenta-se de 1/3 até metade:
VII. se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; 
§2°-A A pena aumenta-se de 2/3:
I- se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo
§2°-B Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
OBS: Antes da lei de 2018 a pena era aumentada 1/3 ate metade se fosse empregado arma (a lei não falava arma branca ou arma de fogo), a doutrina entendi majoritariamente que os dois tipos de arma configuravam a causa de a aumento.
Existe dois tipos de arma: 
· arma própria: é aquela que tem o fim precípuo de ataque ou defesa, Ex: arma de fogo, punhal 
· arma impropria: ela não tem propriamente afinalidade de ataque ou defesa, mas ela pode ser utilizada. Ex: caneta 
ATENÇÃO: estudo das Sucessões das leis, para compreender os crimes cometidos antes dela e que serão julgados agora.
Entenda a lei de 13.654/18, temos duas situações para o réu um benéfica e uma maléfica, em relação a arma branca tivemos uma novatio legis in mellius( lei que benéfica o acusado), isso retroage a beneficio do réu, STJ RESP 151/9860RJ, informativo 628, em relação a arma de fogo, houve um aumento de 2/3 e antigamente era 1/3, tendo assim uma novati legis in pejus( uma nova lei que piorou a situação do réu), somente os réus que praticassem o crime após a vigência desta norma seriam “prejudicados” por esse novo instituto de aumento . 
Entenda a Lei 13.964/19, pacote anticrime: foi incluída a arma branca novamente( VII) sendo assim uma novatio legis in pejus( piorou a situação do acusado sendo assim não pode ser aplicada retroativamente), a arma de fogo permanece lá no § 2°- A, I, com o aumento de 2/3 ( Lembrando que se trata de arma do fogo de uso permitido) .
Ex¹: sucessões de lei no tempo, considere que Mévio tenha praticado um crime em 2016, com um emprego de uma faca, chegou agora para julgamento em 2020, qual das três leis será aplicada neste caso? 
R: vai aplicar a lei mais benéfica ao réu, ou seja, a lei 13.654/18, pois nela a arma branca não era causa de aumento.
Ex²: concurso de majorante no crime de roubo, Tício praticou um crime com uma arma branca e uma arma de fogo, qual das causas de aumento será aplicada? A da arma branca que de 1/3 até a metade ou a da arma de fogo que é 2/3?
R: existem dois posicionamentos: 
1° Não é possível a aplicação de ambas as causas de aumento, uma vez além do patrimônio , o bem jurídico tutelado pelo delito de roubo é a integridade física, sendo assim considerando que a arma de fogo é capaz de causar maior dano que a arma branca, deve aplicada somente a causa de aumento da arma de fogo( que é a que mais aumenta a pena), Ou seja, ela absolveria a causa de aumento da arma branca.
2° Aplicam-se ambas as causas de aumento, uma vez que são compatíveis entre si, o fato de o delito ser praticado com mais de uma arma, arma de fogo e arma branca o torna mais grave. Sendo assim, não há razão para que naõ se aplique ambas as causas de aumento, tendo em vista que diversidade de armas utilizadas pelo agente delitivo para a pratica do roubo expõe ainda mais a perigo a integridade física da vitima. Além do mais, se a intenção do legislador fosse a aplicação de apenas um dos aumentos o teria incluído o porte de arma branca no artigo 2-A que trata da arma de fogo, como era antes da entrada em vigor da lei 13.654/18. Agora estes encontram-se em dispositivos distintos. Posição mais aceita
Cálculo da pena
        Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
        Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
ATENÇÃO: o juiz pode aplicar a regra do 68, PU e aumentar a maior que é a de 2/3, ou aplicar as duas causas de aumento pois o paragrafo diz pode, não quer dizer que ele deva, significa então que ele pode aplicar os dois, tendo um aumento em cascata.
 Roubo com emprego de arma de fogo de uso restrito ou uso proibido
§2- B, Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
Natureza jurídica: uma causa de aumento ou uma qualificadora?
Qualificadora: novo mínimo e novo máximo de pena. 
Causa de aumento: quando pega a pena já aplicada lá na 3° fase e joga um aumento que geralmente é uma fração. Ex: aumenta-se a pena, majora-se a pena.
Ou seja, a natureza jurídica do §2°- B é de qualificadora 
Uso restrito: são aquelas que apenas determinados agentes podem usar;
Uso proibido: ninguém pode usar;
Uso permitido: é aquela que qualquer um pode ter a posse ou porte.
Obs¹: diferença entre o §2°B e o §2-A, I: 
§2°-A: Uso de arma de fogo permitido
§2° -B: Uso de arma de fogo de uso restrito ou proibido 
Ex: João praticou o crime de roubo com arma de uso restrito, antes da entrada em vigor da Lei anticrime, qual lei aplica?
R:A lei anticrime piorou a situação do réu, ou seja, se aplica a lei mais benéfica ao réu, que seria o aumento de 2/3. 
Ex²: Se for praticado crime de roubo com arma de fogo de uso restrito/proibido e arma de uso permitido. Aplica-se a qualificadora e causa de aumento do § 2-A, I?
1° Posição: aplica-se apenas a qualificadora do §2°-B, tendo em vista que, pelo princípio da consunção, estando no mesmo contexto fático, a conduta mais grave (uso de arma de fogo de uso restrito/proibido), deve absorver a conduta menos grave( uso de arma de fogo de uso permitido).
2° Posição: O STJ entende que os delitos do art.12, 14 e 16 da Lei 10.826/03(Estatuto do desarmamento) tutelam bens jurídicos distintos, o que torna inviável o reconhecimento do crime único. Dessa forma, aplicando-se a mesma lógica do STJ, deve ser reconhecida tanto a qualificadora (pelo uso da arma de uso restrito proibido), quanto a causa de aumento (pelo uso da arma de fogo de uso permitido). Além do mais, o §2°-A,I e o §2°-B possuem naturezas jurídicas distintas, sendo o primeiro de aumento de pena( analisado na terceira fase da aplicação da pena) e o segundo qualificadora( analisado na primeira fase da aplicação da pena, no momento da fixação da pena-base). 
OBS: e se o crime for praticado com arma branca, arma de fogo de uso permitido e arma de fogo de uso restrito/proibido? Se aplica os três aumentos, 1/3 + 2/3 + a qualificadora.
OBS²: CRIMES HEDIONDOS: A lei anticrime incluiu na Lei de crimes hediondos algumas hipóteses de roubo:
II- ROUBO
a) Circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima;
b) Circunstanciada pelo emprego de arma de fogo ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido/restrito;
c) Qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte(latrocínio)
H) Alterações no Crime de Estelionato
	Redação anterior 
	Redação dada pela lei 13.964/19
	Estelionato 
Art.171 – Obter, para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artificio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. 
	Estelionato 
Art.171 – Obter, para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artificio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
§5° Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
I – A administração Pública direta ou indireta;
II – Criança ou adolescente;
III – pessoa com deficiência mental ou 
IV – Maior de 70 anos ou incapaz.
 OBS: antigamente, o estelionato era de ação pública incondicionada, agora o estelionato é de ação pública condicionada a representação. 
Absolutamente incapazes são só os menores
Condição de prosseguibilidade e condição de procedibilidade
Condição de procedibilidade: é aquela que a vítima propõe para que o processo se inicie, para que se instaure a investigação, a vítima dá o “OK”, “eu quero que seja representado”. 
Condição de prosseguibilidade: é aquela que o processo já está em curso e por alguma razão a vitima precisa de novamente autorizar que a ação prossiga.
A representação deve ser feita em 6 meses dos conhecimentos dos fatos. 
1°) Intimação da vítima para saber se ela quer prosseguir ou não (prazo de 6 meses para manifestar) 
2°) 6 meses a contar da vigência da lei;
3°) 6 meses da data do fato 
I) Alteração no crime de concussão
	 Redação anterior 
	Redação atual
	Concussão:
Art.316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena: reclusão, de dois a oito anos, e multa
	Concussão:
Art.316 – Exigir, para si ou paraoutrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de 2 a 12 anos e multa
A pena aumentou, pois a doutrina estabelecia que havia uma inversão axiológica era uma critica doutrinaria que dizia o seguinte: olha o crime de corrupção passiva ele é muito parecido com o crime de concussão, o crime de corrupção tem pena de 2 a 12 anos e o crime de concussão tem pena de 2 a 8 anos, e isso é uma inversão axiológica, pois o crime concussão o verbo é exigir que tem uma certa carga de imposição, de intimidação, já o crime de corrupção é solicitar. Aquele crime que em tese é mais grave a pena é menor(concussão) e o crime que você só pede, solicita, a pena é maior.

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