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ESTUDO DE CASO

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ESTUDO DE CASO 
Em 2019 o ano letivo começou bem animado na Escola Estadual 2 de Julho, na cidade de Santa Felicidade, no estado da Bahia. A unidade escolar oferece excelente qualidade de ensino, tendo em vista seu IDEB que é de 3.8, o que, na realidade do estado, é um número bastante animador. As turmas têm em média 40 estudantes matriculados em suas 8 salas de Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º anos, sendo duas classes por série/ano, além das 12 turmas entre 1ª e 3ª séries, de Ensino Médio e das 10 turmas de educação de Jovens e Adultos, ofertadas em três turnos letivos. Além de bastante numerosa em quantidade de estudantes, esta escola possui espaço físico razoável, se considerarmos a criatividade da comunidade escolar, que adapta os espaços e tempos de intervalo à sua realidade estrutural. Nesse contexto, a diretora escolar Maria dos Santos esforça-se bastante para junto com a equipe de coordenação pedagógica formada por João da Silva e Ana Souza garantir um clima escolar de otimismo e produtividade, mesmo não contando com as condições ideais no que tange a recursos financeiros e materiais. Isso só é possível porque a unidade escolar conta com qualificada e comprometida equipe de docentes e funcionários. Mariely Santana, estudante de 15 anos matriculada na turma A do 8º ano do EFII, no turno matutino, estava apresentando comportamento bastante diferente do observado nos anos anteriores, em que se mostrava desestimulada e indiferente às aulas que seus/as professores/as elaboravam. Este ano a adolescente parecia muito mais interessada e revelava muita vontade de concluir a etapa de escolarização em distorção. Todos/as estranharam seu comportamento por conta do histórico da garota. Porém, no início do mês de março, o mistério se revelou quando a estudante confessou à Ana Souza que estava grávida de cinco meses. Esperava uma menina, a quem gostaria de oferecer um futuro diferente do seu e a quem daria o nome de Valdina, em homenagem à professora de Língua portuguesa, por quem a estudante guardava muito carinho e admiração. Tudo corria bem na Escola Estadual 2 de Julho até o anúncio de suspensão das aulas devido à Pandemia de Coronavírus que se impôs na vida da cidade de Santa Felicidade, que tem cerca de 63 mil habitantes, conta com poucas opções de lazer e cultura. No fim do verão, Mariely dirigiu-se à Valdina, muito emocionada, para anunciar que aproveitaria a interrupção das aulas para arranjar um emprego e desistir definitivamente da escola, já que agora precisaria se dedicar à sua filhinha.
- Quais são os fatores externos e internos à unidade  escolar, individuais ou de ambiência social potencializaram a evasão escolar, nesta situação?
- Que ações estratégicas a escola poderia desenvolver para mitigar os fatores limitantes de ordem externa e individual, a fim de garantir a permanência da estudante na escola?
- A Pandemia de Covid -19 pode ser considerada uma ameaça à permanência dos estudantes nas escolas públicas, quando do retorno às atividades presenciais convencionais?
 
- Como a escola poderia estruturar ações estratégicas de estímulo ao retorno dos estudantes à escola?
A evasão escolar é um problema constante nas escolas públicas brasileiras, principalmente nas regiões mais pobres do país. Analisando o estudo de caso, é possível perceber situações causadoras da evasão: turmas cheias em que professor não consegue ter um contato direto com os alunos para saber das suas dificuldades individuais; distorção idade x série, algo que acaba desmotivando os alunos; gravidez na adolescência, onde muitas adolescentes passam um bom tempo sem retornar à escola, pois tem que cuidar da criança e começar a trabalhar para sustentar o filho; Pandemia do Coronavírus, que está causando o distanciamento físico da escola. 
Neste cenário de pandemia onde as aulas foram suspensas de maneira muito rápida, grande parte das escolas não tiveram tempo de se preparar para este novo formato de educação. Diante disso, nós educadores devemos aproveitar ao máximo este tempo para nós preparamos. É preciso conhecer este novo cenário da educação on-line, tentar interagir com os estudantes incentivando a continuidade dos estudos, propor atividades para serem realizadas junto à família, incentivar à prática da leitura e, na verdade, manter os estudantes ligados à escola.
É possível que no retorno às aulas percebamos a ausência de alguns alunos. Será necessário a realização de uma verificação detalhada por parte da escola para verificar o que aconteceu e, iniciar juntamente com a Secretaria de Educação uma busca ativa no intuito de resgatar estes alunos. Após esta Pandemia deveremos voltar motivados para fazermos uma educação diferente, mais sensível, pautada na compreensão do próximo, na diversidade e na inovação.

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