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ATIVIDADES HISTÓRIA E ANTROPOLOGIA DA NUTRIÇÃO

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DISCIPLINA: HISTÓRIA E ANTROPOLOGIA DA NUTRIÇÃO 
 
1. Segundo o antropólogo Sidney Mintz: “Desde seu início como uma ciência da observação próxima a disciplinas como 
a história natural, a antropologia mostrou grande interesse pela comida e pelo ato de comer. Dificilmente outro 
comportamento atrai tão rapidamente a atenção de um estranho como a maneira que se come: o quê, onde, como e 
com que frequência comemos, e como nos sentimos em relação à comida. O comportamento relativo à comida liga-se 
diretamente ao sentido de nós mesmos e à nossa identidade social, e isso parece valer para todos os seres humanos”. 
Considerando o trecho acima e o conteúdo apresentado nesta aula, que contribuições a Antropologia pode trazer para 
a Nutrição? 
 
Espera-se que você possa identificar como a Antropologia pode agregar à ciência da Nutrição uma dimensão mais 
ampliada e plural da alimentação, percebendo o alimento além dos micro e macronutrientes, considerando aspectos 
simbólicos e culturais em relação à alimentação e à nutrição. 
 
2. Leia o trecho da matéria retirada do site do Ministério da Saúde e responda a pergunta a seguir: 
Levantamento analisa hábitos alimentares dos brasileiros 
 Cerca de 60% dos alimentos com maior teor de gordura fazem parte da alimentação diária da população 
 A Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE, Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística, mostra que a população brasileira está preferindo alimentos mais gordurosos na hora de se 
alimentar. 
 De acordo com os dados, cerca de 60% dos alimentos com maior teor de gordura fazem parte da alimentação 
diária da população. Na pesquisa, feita entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014 com 63 mil pessoas em todo o País, 
37,2% dos entrevistados disseram que comem comida muito gordurosa. Entre os homens, esse percentual é de para 
47,2%. 
 O designer Leonardo Martins é um exemplo disso. Ele tem trinta anos e reconhece que não se alimenta bem. 
"Eu sempre morei sozinho, eu não sei cozinhar direito, eu sou o tipo do cara que coloco o 'Nissim' para fazer e coloco 
alguma coisa em cima. Na verdade, eu me alimento muito mal, eu não como salada, eu evito comer verdura, fruta 
raramente eu como. Eu geralmente como comida básica, como pão, faço sanduiche e eu não gosto de cozinhar. Eu 
tenho que sair para comer alguma coisa se for um pouco mais elaborado", conta. 
 De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde com o público feminino, as mulheres têm a alimentação um 
pouco mais saudável: 28% das entrevistadas admitem que comem alimentos gordurosos. 
 A servidora pública Cristiane Amorim, 31 anos, possui uma alimentação balanceada. Ela não abre mão de levar 
sua própria marmita com a dieta certa para as cinco refeições que ela faz todos os dias. "Eu trago a bolsa com as 
marmitas de todas as refeições que eu faço, do almoço, do café da manhã, do lanche da tarde e do lanche do meio da 
manhã também. Dentro dessa dieta tem os nutrientes que são saudáveis", relata. 
 Apesar de os dados da pesquisa apontarem que no geral a população brasileira está procurando ter hábitos 
de vida mais saudáveis, o consumo de gordura na alimentação é preocupante. 
Fonte: Ministério da Saúde. 
Que dimensões antropológicas podem ser apontadas a partir dessa matéria como fatores de influência nos atuais 
hábitos alimentares brasileiros? 
 
As mudanças no estilo de vida trazidas pelo ritmo fabril do mundo do trabalho imprimem uma velocidade acelerada à 
vida, que impacta diretamente no tempo e atenção dedicados à alimentação. A inserção feminina no mercado de 
trabalho alterou as configurações tradicionais das casas brasileiras e também trouxe impactos para a alimentação. 
Ainda sobre relações de gênero e antropologia, podemos pensar que a correlação cultural histórica de mulheres com 
o universo doméstico e a alimentação estão inseridas nisso, como um fator para o indicativo de que mulheres dedicam 
um tempo e atenção maiores a sua alimentação que homens, nos ajudando a entender os dados estatísticos 
apresentados pela matéria que apontam que as mulheres brasileiras têm hábitos alimentares mais saudáveis que os 
homens. 
 
3. Leia o trecho de Everardo Rocha e responda a pergunta a seguir: 
 Assim, a colocação central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a procura de sabermos os 
mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim, pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas 
emoções, pensamentos, imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós. Este 
problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única sociedade. Talvez o etnocentrismo seja, 
dentre os fatos humanos, um daqueles de mais unanimidade. (ROCHA, Everardo. 2004) O que seria uma atitude 
etnocêntrica e o que seria uma atitude pautada no relativismo cultural? Exemplifique isso, considerando os campos de 
atuação do nutricionista. 
 
Uma atitude etnocêntrica seria aquela na qual um indivíduo julga o comportamento cultural do outro a partir dos seus 
pontos de vista culturais, classificando esse comportamento como certo ou errado. Ao passo que uma atitude pautada 
no relativismo cultural respeita e considera as diversidades culturais, não exercendo julgamento sobre o 
comportamento cultural do outro. Exemplos possíveis dentro dos campos de atuação do nutricionista seriam o respeito 
aos hábitos culturais alimentares dos pacientes na hora da prescrição e às restrições alimentares religiosas na hora de 
construir o cardápio de um serviço de alimentação coletiva. 
 
4. Em 2017, um projeto multidisciplinar reuniu algumas escolas e instituições em São Paulo, no Bairro do Bom Retiro, 
região Central, para pensar a diversidade cultural da região a partir dos saberes culinários. O fruto deste projeto foi a 
publicação de um livro com receitas diversas das famílias da região. Segundo a apresentação do livro: 
 Pessoas oriundas de várias partes do mundo, com línguas e culturas as mais diversas convivem diariamente, 
compartilhando os mesmos tempos, espaços e serviços no Bairro Bom Retiro, em São Paulo. Atualmente, o local 
possui uma população de 230 mil habitantes, sendo 6% de outras nacionalidades, dentre bolivianos, coreanos, 
italianos, angolanos, peruanos, sírios, chineses e gregos. 
 A diversidade descrita representa também as mais de quinhentas famílias envolvidas direta ou indiretamente 
no projeto Sabores e Saberes: memórias que atravessam tempos e espaços e que se entrecruzam nas escolas de 
seus filhos. Realizado durante o ano de 2017, a iniciativa envolveu três escolas da região: Escola Municipal de 
Educação Infantil (EMEI) João Theodoro, Centros de Educação Infantil (CEI) Dom Gastão e Lar Criança Feliz. 
Sobre essa iniciativa, como podemos perceber a valorização da diversidade cultural e que relação ela tem com a 
alimentação? 
 
Ao elaborar um livro que busca o resgate de saberes e sabores alimentares de diferentes povos que habitam a região, 
a publicação estimula o conhecimento de variados hábitos alimentares, em respeito à diversidade cultural que forma a 
comunidade escolar do bairro, promovendo uma educação múltipla e plural. 
 
5. Observe esse trecho de um texto publicado no blog da empresa Bonduelle: 
Diversidade alimentar segundo as culturas 
 A diversidade na alimentação é importante para ter uma dieta equilibrada. Deve haver variedade nos alimentos 
que consumimos para tal ser possível. Como acontece noutros aspectos, a cultura e hábitos de cada local, lar ou 
indivíduo influenciam um determinado tipo de alimentação. 
 Cada país tem a sua dieta e a sua cultura alimentar, e os alimentos que se consomem variam consoante estes 
hábitos alimentares. Por um lado, dependendo da alimentação de cada sítio, são usados uns produtos mais do que 
outros. Por exemplo, a dieta mediterrânica foi sempre caracterizada por usar o alho como ingrediente base. Na cultura 
índia são usadas diferentes especiariase na oriental o produto protagonista é o arroz. 
 A diversidade alimentar foi crescendo com o tempo. Alguns alimentos chegaram às nossas cozinhas há 
relativamente pouco tempo. A batata demorou mais de três séculos a chegar à dieta mediterrânica desde que a 
trouxeram da América. O tomate, o pimento e o milho também são americanos e a berinjela, a alcachofra e os 
espinafres vieram do mundo árabe. Todos estes alimentos, juntamente com as suas culturas, fazem com que a 
variedade seja mais extensa no que se refere à alimentação. 
Fonte: Bonduelle. 
Com base na aula e a partir do texto, como podemos definir o conceito de cultura? 
 
Você pode definir cultura desde uma compreensão mais simples, sendo tudo aquilo que o homem transforma, até 
relacionar isso com as definições de diferentes antropólogos apresentadas no conteúdo da aula, além de relacionar a 
palavra cultura a cultivo e conectá-la mais ainda ao universo da alimentação. 
 
6. “O que aprendemos sobre comida está inserido em um corpo substantivo de materiais culturais historicamente 
derivados” (Braga, 2004, p.26). Como podemos definir o conceito de cultura alimentar? 
 
Um sistema simbólico, um conjunto de práticas alimentares, que inclui o que se come (insumos, ingredientes), como 
se prepara (culinária, técnicas de processamento), quando se come (número de refeições por dia que compõem o 
hábito alimentar dessa cultura), com quem se como (restrições de casta, gênero, até mesmo o ato de comer sozinho). 
 
7. (Diferenciar comida de alimento) “Cozinhar é um ato exclusivamente humano”. Partindo dessa frase, como podemos 
distinguir uma comida de um alimento? 
 
Alimento é qualquer substância nutritiva ingerida para manter a vida, o que diz respeito a todos os seres vivos. A comida 
diz respeito a tudo o que se come com prazer, de acordo com regras sociais, deixando de ser apenas uma substância 
alimentar, mas um modo de se alimentar. 
 
8. Aprendemos que diferentes aspectos incidem sobre um alimento. Pontuamos três fundamentais, que são: real, 
simbólico e imaginário. Diferencie e explique esses três aspectos. 
 
Aspecto real: corresponde ao alimento em si, in natura, ao alimento natural. Podemos dizer que é o aspecto mais 
próximo ao que chamamos de natureza, ou seja, falar de aspecto real de um alimento é entende-lo na sua dimensão 
biológica, seus componentes físico-químicos. 
 
Aspecto simbólico: significados e valores simbólicos, culturalmente construídos por uma determinada sociedade ou 
grupo social, que confere valores específicos para um determinado alimento. 
Aspecto imaginário: Corresponde a construções imaginativas inventadas e culturalmente validadas sobre uma 
determinada coisa. Esses constructos podem se referir a todo tipo de coisa. 
 
9. Os seres humanos são seres biológicos, culturais e sociais. Algumas características são particularidades destes 
seres. A coletividade em relação à alimentação é uma delas. Como chamamos esse exercício de compartilhar o 
alimento? 
 
O hábito de compartilhar alimentos se chama comensalidade. 
 
10. Algumas vezes, quando comemos, mais que o prazer e a saciedade, atribuímos outros significados ao momento. 
Chamamos isso de memória afetiva. Como podemos definir esse conceito? 
 
Memória afetiva é formada por registros sensoriais e afetivos que a comida e a comensalidade podem gerar nos 
indivíduos. 
 
 
11. Mitos, tabus e crenças são elementos que fazem parte de praticamente todas as sociedades humanas ao longo de 
diferentes gerações. O tempo pode conferir a eles algumas mudanças, principalmente por se tratarem de tradições de 
transmissão oral, mas, no geral, eles remontam ou conversam com tempos anteriores ao momento em que estão sendo 
utilizados por alguém. Neste sentido, podemos dizer que eles são historicamente construídos? Por que? 
 
Espera-se que o aluno consiga dizer que mitos, crenças e tabus são historicamente construídos, isto é, são criados e 
ganham novos significados ao longo do tempo, em diferentes contextos sociais, mas sempre com a finalidade de dar 
sentido a valores simbólicos de uma determinada sociedade. 
 
12. Vimos em nossa aula, que apesar das semelhanças, mitos, crenças e tabus alimentares são coisas diferentes. 
Diferencie e explique cada um deles. 
 
Mitos: São narrativas, discursos, falas. Uma forma de as sociedades espelharem suas contradições, exprimirem seus 
paradoxos, dúvidas e inquietações. Podem ser vistos como uma possibilidade de refletir sobre a existência, o cosmos, 
as situações de "estar no mundo" ou as relações sociais. 
 
Crenças: são elaborações populares, verdades do senso comum, historicamente construídas e que nem sempre 
possuem embasamento científico, mas que, algumas vezes, relacionam-se com saberes cientificamente validados. 
 
Tabus alimentares: são restrições/proibições alimentares que dialogam com diferentes saberes de uma determinada 
sociedade. Geralmente, eles estão associados a alguma dimensão sagrada, um conjunto dogmático religioso ou mítico. 
 
13. A charge mostra como, algumas vezes, é mais fácil aceitar o pensamento do senso comum do que questionar e 
pensar criticamente. Com base no que vimos na aula, defina e diferencie senso comum de pensamento crítico. 
(Fonte: Nelson Veras / Blog Bicudo, o Pombo). 
 
Espera-se que o aluno consiga definir que senso comum é o conjunto de saberes, crenças e verdades formado pela 
própria sociedade, que nasce, se renova e se constitui como fonte de explicação para diversos fenômenos da 
sociedade sem validade científica. Ao passo que, diferenciando-se do senso comum, o pensamento crítico é a reflexão 
crítica desse senso comum. Ao invés de utilizar argumentos prontos, advindo desses saberes do senso comum, o 
pensamento crítico busca questionar, refletir e pesquisar respostas científicas para os problemas cotidianos. 
 
14. O Guia Alimentar para a população Brasileira foi lançado em 2006 e atualizado em 2015, sendo a primeira 
ferramenta oficial do governo de compilação de orientações para uma alimentação saudável voltada tanto para 
profissionais de saúde, quanto para a população em geral, além de oferecer orientações para a cadeira produtiva de 
alimentação. Como o caráter interdisciplinar do Guia Alimentar pode ajudar o ofício no nutricionista? 
 
A dimensão interdisciplinar do Guia garante à Nutrição um olhar mais plural sobre a alimentação, bem como para as 
orientações de educação alimentar e nutricional da população, ao defender a visão do alimento e da alimentação como 
uma ação biológica e sociocultural. 
 
15. Qual é o papel do Nutricionista na mediação entre crenças e conhecimento científico? 
 
Com muito cuidado e sensibilidade, sem cometer atitudes etnocêntricas, cabe aos nutricionistas o papel de auxiliar na 
educação alimentar e nutricional, esclarecendo a falta de veracidade de práticas alimentares baseadas em crenças, 
mas respeitando sempre os limites culturais e simbólicos dos tabus alimentares. 
 
16. Com base na imagem abaixo, explique o que são sistemas alimentares. 
 
(Esquema visual elaborado por Márcia Cristina Stolarski. Fonte: Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA/PR). 
 
São um conjunto de elementos que entendem a alimentação como uma cadeia conectada desde o setor produtivo, 
terra e indústria, até o descarte daquilo que consumimos. 
 
17. Quando pensamos no modelo alimentar do vegetarianismo, vimos que há diversas variações. Explique algumas 
delas. 
 
O vegetarianismo é utilizado, no senso comum, para se referir à uma dieta isenta de carnes. O vegetarianismo restrito 
(veganismo) exclui completamente os produtos animais (carne, peixes, leite e ovos, e, às vezes, mel) e é baseado no 
consumo de cereais, leguminosas, frutas, verduras e oleaginosas. Já os ovolactovegetarianos, complementam a dieta 
com ovos, leite e derivados. Alguns indivíduos que ainda prescindem de carnes, mas ingerem peixes, se designam 
piscicovegetarianos.18. Aprendemos três conceitos fundamentais para o estudo da alimentação nas Ciências Sociais: sistema alimentares, 
modelos alimentares e hábito alimentar. Como podemos diferenciar os três? 
 
Os sistemas alimentares são um conjunto de elementos que entendem a alimentação como uma cadeia conectada 
desde o setor produtivo, terra e indústria, até o descarte daquilo que consumimos. Já os modelos alimentares são 
características alimentares e nutricionais de uma população, incluindo peculiaridades de sua estrutura culinária, de 
modo a permitir identificar tais características como parte de um povo ou nação. Os hábitos alimentares, por sua vez, 
são o conjunto de práticas alimentares frequentes de uma cultura alimentar específica, formando um conjunto de rituais 
que rodeiam o ato alimentar no seu sentido estrito. 
 
19. Vimos que os modelos alimentares são exemplos construídos e ressignificados ao longo da história. Escolha um 
dos modelos e explique essa relação com o contexto histórico. 
 
O aluno pode relacionar o crudivorismo e o frugivorismo à Pré-história, ou o cerealismo à Antiguidade, por exemplo. 
 
20. Os hábitos alimentares são o objeto dos estudos sociais em alimentação. De forma resumida, como eles são 
construídos? 
 
Há fatores históricos e culturais que incidem diretamente na construção dos hábitos alimentares de grupos sociais em 
qualquer cultura alimentar. 
 
21. A partir da relação entre alimentação e religiosidade, cite um exemplo de hábito alimentar brasileiro influenciado 
pelas práticas religiosas. 
 
Consumo de alimentos feitos a partir do milho, aves na ceia de natal, feijoada de São Jorge, doces de São Cosme e 
Damião. 
 
22. Vimos ao longo da aula a relação entre religiosidade e alimentação em diversas manifestações religiosas. Com 
base nisso, de que forma a religiosidade pode influenciar nossos hábitos alimentares? 
 
Independentemente de sermos ou não filiados a uma religião, em diferentes lugares do mundo, a religiosidade se 
expressa na alimentação, influenciando os hábitos alimentares locais. No caso do Brasil, o sincretismo é uma das 
nossas maiores marcas, uma vez que que somos um país de forte diversidade cultural. 
 
23. Estudamos diferentes religiões e seus tabus alimentares com o objetivo de instrumentalizar os estudantes de 
Nutrição em relação a isso, para evitar abordagens etnocêntricas. O que seria uma atitude etnocêntrica em relação à 
alimentação e à religiosidade de um indivíduo. 
 
Olhar com julgamento e preconceito qualquer tipo de restrição e tabu que uma religiosidade possa interferir em relação 
à alimentação, ainda que o nutricionista não concorde com esta prática religiosa. 
 
24. Vimos que tabu alimentar são restrições alimentares socialmente e/ou culturalmente impostas a um indivíduo ou 
coletividade. Cite três tabus alimentares ligados à religiosidade. 
 
Comer carne na semana santa; Comer carne suína para judeus e muçulmanos; Misturar carne com leite na cozinha 
kasher; Ingerir bebida alcóolica para muçulmanos; Comer carne bovina para hindus. 
 
25. Um paciente hindu, com severa deficiência de ferro, chega ao seu consultório procurando atendimento. Como 
proceder em relação às suas restrições religiosas e culturais? 
 
Devemos pensar na alimentação individual e coletiva sempre respeitando todas as diversidades religiosas. No caso 
dos hindus, um nutricionista jamais poderia prescrever uma dieta com carne vermelha para ele, ainda que seja uma 
fonte importante de ferro. Cabe ao profissional, além de um diagnóstico acurado do paciente pensar junto ao mesmo 
alternativas que levem em conta seus tabus alimentares. 
 
26. Apesar do ser humano ser biologicamente onívoro, “o ato alimentar se desenrola de acordo com regras impostas 
pela sociedade, influenciando a escolha alimentar. Cite quatro fatores que influenciam nossas escolhas alimentares. 
 
Você pode citar qualquer um dos diversos fatores que vimos ao longo da aula, como fatores culturais, político 
econômicos, tecnológicos, de renda e de escolaridade. 
 
27. Dentre os diversos fatores que influenciam em nossas escolhas alimentares, estão as influências político-
econômicas. De que forma a renda per capita pode influenciar nas escolhas alimentares? Por que os Nutricionistas 
precisam estar atentos a esse fator em seu exercício profissional? 
 
O rendimento familiar e individual é um fator decisivo no poder de compra dos indivíduos, que determina os limites de 
nossas escolhas. Nesse sentido, não basta pensar em uma proposta de reeducação alimentar sem levar em 
consideração a realidade financeira das pessoas. 
 
28. A família, independente da configuração, geralmente é o primeiro lugar de socialização alimentar da criança. Nesse 
sentido, qual a importância de uma educação alimentar e nutricional voltada para os pais, em relação às escolhas 
alimentares dos indivíduos? 
 
Por meio de uma educação alimentar e nutricional eficaz voltada para os pais, esperamos que as crianças sejam 
introduzidas a um ambiente de escolhas alimentares saudáveis. 
 
29. O uso das redes sociais cresce em todo o mundo, inclusive no Brasil. No Instagram, proliferam os perfis ligados à 
alimentação saudável, mas que nem sempre são orientados por profissionais de Nutrição. Como os nutricionistas 
devem pensar nas redes sociais como aliadas às escolhas alimentares saudáveis? 
 
Espera-se que o aluno perceba que as redes sociais precisam ser vistas com muito cuidado e diplomacia. Pelo seu 
grande crescimento e influência, demonizar os consumidores desses perfis significa afastar esses indivíduos. É preciso 
orientação e uso ético das redes sociais por parte dos profissionais de nutrição. 
 
30. Segundo a POF-IBGE, “a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 teve por objetivo fornecer informações 
sobre a composição dos orçamentos domésticos, a partir da investigação dos hábitos de consumo, da alocação de 
gastos e da distribuição dos rendimentos, segundo as características dos domicílios e das pessoas. A POF investigou, 
também, a autopercepção da qualidade de vida e as características do perfil nutricional da população brasileira”. 
A POF, mostra dados comparativos sobre o consumo de alimentos no Brasil, segundo diferentes índices, incluindo 
escolaridade. Como podemos relacionar o grau de escolaridade com as escolhas alimentares? 
 
Informação é conhecimento e aumenta a autonomia. Quanto mais instruídas as pessoas, maiores as chances de que 
as escolhas alimentares sejam mais saudáveis. No Brasil, ainda há muitas pessoas que não sabem sobre os malefícios 
dos ultraprocessados, cada vez mais a educação alimentar e nutricional precisa ganhar espaço nas escolas. Quanto 
mais as pessoas estudam, mais autônomas e saudáveis podem ser suas escolhas. 
 
31. “O livro ‘Pegando fogo: por que cozinhar nos tornou humanos’, de autoria do renomado professor Richard 
Wrangham, trata de uma questão essencial para a evolução humana, porém pouco discutida: a importância do 
cozimento dos alimentos para o surgimento de nossa espécie. É um livro provocativo e bastante didático, apresenta e 
defende a “hipótese do cozimento”, uma leitura para quem procura referências sobre a gênese da culinária, uma obra 
fundamental para os estudos antropológicos, bem como para o campo da história da alimentação.” (COMERLATO, 
Fabiana. O fogo e o homem. Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 32, n. 2, p. 205-208.) 
Qual é a importância do domínio do fogo na perspectiva cultural e nutricional para a alimentação humana? 
 
Culturalmente, o domínio do fogo permitiu ao homem a prática do cozimento de seus alimentos, atividade 
exclusivamente humana, que vai ser o elemento distintivo entre a dimensão natural e cultural da humanidade. 
Nutricionalmente, o cozimento a partir do fogo deixa a comida mais segura, cria sabores, reduz a deterioração, permite 
abrir alimentos duros e, principalmente, possibilita o aumento da quantidade de energia que ocorpo humano processa. 
 
32. A agricultura é uma das grandes marcas do florescimento das civilizações da Antiguidade. Qual foi a importância 
dos rios para a existência destas civilizações? 
 
Você deve compreender essas civilizações nasceram a partir dos rios, pois estes permitiam a irrigação da produção 
agrícola e a fertilidade dos solos à margem dos rios, que era a garantia de uma boa produção de alimentos. 
 
33. A cultura da Igreja Católica e o Feudalismo marcaram os hábitos alimentares da Idade Média. Qual é a principal 
relação de ambos com a alimentação do período? 
 
A Igreja Católica marcou profundamente a ritualização dos hábitos alimentares medievais, como, por exemplo, a prática 
de jejuns. Por outro lado, o feudalismo se relacionou com a alimentação na medida em que, com ele, a terra passa a 
ser o protagonista da vida social e econômica. 
 
34. As Grandes Navegações foram um dos principais traços da Idade Moderna no tocante à alimentação humana. Qual 
é a importância delas para a história da alimentação humana? 
 
Foi a partir das Grandes Navegações que a globalização de sabores ganhou corpo, fazendo com que insumos de 
diferentes continentes invadissem a Europa. Da mesma forma, insumos e hábitos alimentares da Europa conquistaram 
os novos mundos colonizados pelos europeus. 
 
35. Diversas mudanças alimentares ocorreram ao longo da história da humanidade, cite cinco grandes fatos 
importantes. 
 
Revolução agrícola da pré-história, domínio do fogo, desenvolvimento agrícola ampliado a partir dos rios na 
Antiguidade, uso do sal como conservante, grandes navegações, uso do açúcar como conservante, uso e 
comercialização de especiarias, trocas comerciais entre Europa e Ásia, Cruzadas. 
 
36. Tivemos no Brasil diferentes ciclos econômicos, com destaque para os ciclos da cana de açúcar, do ouro e do café. 
Como esses ciclos influenciaram nos hábitos alimentares brasileiros? 
 
Explore diversos pontos de influência para responder a essa pergunta, como a característica excessivamente doce 
herdada do ciclo do açúcar, a substituição do trigo por farinhas derivadas da mandioca, o consumo de secos no interior 
do país, bem como o próprio hábito de consumir café. 
 
37. Diferentes povos europeus influenciaram a cultura alimentar brasileira. Em nossa aula, destacamos principalmente 
os portugueses, italianos e alemães. Cite uma contribuição de cada uma dessas matrizes étnico-culturais para a cultura 
alimentar brasileira. 
 
Como contribuição portuguesa podemos citar os doces conventuais, o consumo de peixes e frutos do mar secos e 
salgados, de feijões e de arroz. Dos italianos, herdamos, dentre outras coisas, o consumo de massas, produtos 
derivados do processamento da uva. Dos alemães, os embutidos, chucrute e cerveja. 
 
38. O Brasil é um país de dimensões continentais, nossa geografia e formação histórica varia de região para região. 
Cite um exemplo de como a regionalidade pode influenciar nossos hábitos alimentares. 
 
A oferta de alimentos de uma dada região vai ter uma relação direta com o consumo alimentar. O que se come também 
é fruto de um processo histórico de construção de hábitos. Dessa forma, a geografia do local, somado à tradição 
histórica vai ter um peso direto na formação dos hábitos. 
 
39. Muitos insumos que compõem nossa cultura alimentar foram introduzidos a partir dos hábitos de consumo de 
negros africanos escravizados no país. Cite três deles. 
 
O milho, alguns vegetais como maxixe, jiló e quiabo, alguns feijões. 
 
40. Dentre as diversas contribuições atribuídas aos nativos indígenas para nossa cultura alimentar, um produto pode 
ser eleito como o principal. Qual seria ele? 
 
A mandioca, que era o tubérculo base da alimentação nativa dos indígenas brasileiros. 
 
41. A Nutrição nasce enquanto campo científico de pesquisa das décadas de 30 e 40. No mesmo período, temos as 
primeiras políticas de alimentação e Nutrição. Quais eram os principais focos das políticas desse período? 
 
Atenção à alimentação de qualidade ao trabalhador. 
 
42. No segundo governo de Vargas, as políticas de Alimentação e Nutrição ganharam um novo foco. Aponte que foco 
seria esse. 
 
A desnutrição passou a ser vista como um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil e um dos principais focos 
para o enfrentamento deste problema tem como mudança fundamental a incorporação da maternidade na adolescência 
às políticas de Alimentação e Nutrição. 
 
43. Que diferenciais o Programa Fome Zero trouxe em relação às ações anteriores de Alimentação e Nutrição no 
Brasil? 
 
Ação integrada dos ministérios no combate à fome e à desnutrição no país. 
 
44. Aponte um dos diferenciais que o Guia Alimentar para a População Brasileira trouxe para a percepção da 
Alimentação e Nutrição no país. 
 
O guia rompe com a percepção nutricional clássica de grupos alimentares e porções e propõe uma nova divisão entre 
alimentos in natura, minimamente processados e ultraprocessados. 
 
45. A tecnologia de alimentos foi fundamental para o crescimento da indústria alimentícia em escala mundial, pois 
aumentou a durabilidade e segurança dos alimentos. Cite dois exemplos de técnicas de conservação que nasceram 
no século XIX. 
 
Apertização em vidro e depois enlatados, pasteurização e congelamento de alimentos. 
 
46. As Guerras Mundiais foram grandes impulsionadoras de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas e a 
alimentação foi uma delas. Comente alguns impactos que os conflitos trouxeram para os hábitos alimentares mundiais. 
 
Aumento no consumo de alimentos enlatados e de produtos industrializados, mecanização no campo, desenvolvimento 
nos transportes, que impactou na cadeia logística de distribuição e comércio alimentícios. 
 
47. A Revolução verde foi um movimento que nasceu na década de 1950, impulsionado pela agroindústria norte-
americana, que consistia num pacote de modernização do campo, que incluía mecanização, desenvolvimento de 
sementes e uso de fertilizantes e agrotóxicos químicos. Sabemos que esse movimento se expandiu por todo o mundo 
e ganhou bastante força e espaço nos países periféricos. Destaque um ponto positivo e um ponto negativo da 
Revolução Verde. 
 
Como ponto positivo, temos o aumento da produção agrícola mundial. Como ponto negativo, temos a concentração de 
terra, associação do campo com a indústria alimentícia, uso extensivo de agrotóxicos e extinção das sementes nativas. 
 
48. Após as Guerras Mundiais, as mulheres foram cada vez mais entrando no mercado de trabalho, o que promoveu 
mudanças nas relações de gênero, na família e no trabalho. Quais impactos essas mudanças causaram em relação à 
produção industrial de alimentos? 
 
A indústria alimentícia foi se adaptando e investindo cada vez mais em produtos pré-prontos, instantâneos, que 
atendessem à demanda corrida de tempo para a alimentação. 
 
49. Os alimentos ultraprocessados são uma realidade crescente em todo mundo ocidental capitalista, mas, afinal, o 
que são esses alimentos? 
 
Produtos que contêm menos ingredientes in natura e mais aditivos químicos e substâncias conservantes como sal, 
açúcar e gorduras, que, com isso, têm maior durabilidade, sabor, textura e aromas artificialmente atrativos, mas menor 
valor nutricional.

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