Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P á g i n a | 1 90% das doenças em cirurgia vascular acometem MMII → qualquer paciente da cirurgia vascular tem que ter avaliado os MMII. Nesses casos a propedêutica envolve: 1) Fazer ausculta carotídea para ver se tem sopro 2) Palpação carotídea para ver se tem pulso 3) Palpação abdominal para ver se tem algum aneurisma ou massa pulsátil 4) Palpação dos pulsos de MMSS. Todo o resto das doenças que não são vistas nessas propedêuticas são de MMII. Entre elas temos: aneurismas periféricos, ulceras, pé diabético... 5) Avaliar MMII: coloração, temperatura, pulso (+ importante), edema, dor... • Realizar anamnese e exame físico direcionados e objetivos → só é necessário outras avaliações se tem condições associadas, como doenças cardíacas ou pulmonares. Se tiver amaurose fugaz ou sintomas de AVC sempre precisa fazer avaliação neurológica (GLW, pares cranianos). • Identificar fatores de risco para doenças vasculares: • Tabagismo ** • Obesidade • DM** • HAS • Dislipidemias • Doença cardíaca prévia • Diferenciar doenças arteriais e venosas → muitas vezes são confundidas pelo médico ou até pelos sintomas que o paciente refere. • Formular uma impressão diagnóstica. • Direcionar adequadamente os exames complementares → lembrar de colocar os nomes completos, com localização específica e necessidade de uso de coloração ou não. • Gênero: em homens é mais comum aterosclerose e em mulheres vasculites (Takayaso, Reynaud). • Idade: ↑ idosa ↑ aterosclerose manifesta → quanto mais idoso, mais se aproxima o nível de aterosclerose entre homens e mulheres. • Avaliação da altura dos sintomas do paciente (↑ jovem ↑alta a manifestação de obstrução arterial → ↑ jovem =aortoiliaca e ↑idoso = femoropoplítea) Isabela Terra Raupp Basicamente compreende a observação + palpação de pulsos. P á g i n a | 2 • Inspeção: coloração, presença de pelos, desenvolvimento muscular, aspecto da pele, enchimento venoso, presença e localização de úlceras. Dor, parestesias, perda de sensibilidade... • Sempre comparar as duas pernas com o paciente em diferentes posições (deitado, sentado, em pé). • Um achado de cianose não significa que tenha oclusão aguda. Precisa avaliar outros sintomas • Palpação: muscular, pulsos, temperatura, presença de dor. • DAP: atrofia muscular, porque não chega sangue, facilitando na cirurgia porque tem menos músculo. • Pulsos sempre são o mais importante em cirurgia vascular! • Tipo de dor, localização, fatores de alívio ou piora, quanto tempo começou... • Parestesia (DM, IAM prévio, medicamentos), queimação, constrição, aperto, câimbra, sensação de peso, fadiga ou claudicação intermitente. • Claudicação intermitente: caminha um pouco, sente dor na perna, espera parar e melhora dor. É a angina dos MMII. • A distância que o paciente caminha pode nos dizer se vamos tratar de uma maneira conservadora ou cirúrgica endovascular (Bypass ou angioplastia). • Claudicação intermitente é provocada pelo acúmulo de ácidos (bradicinina) do catabolistmo tecidual • Observar marcha → claudicação, arrastando os pés (DAP), perna para cima (TVP), levanta rápido (varizes). Nível de oclusão arterial X localização dos sintomas (dor, temperatura, parestesias, queimação nos pés, aperto na perna, fadiga, claudicação intermitente) Os sintomas e localização da dor em MMII pode ser indicativo do nível de oclusão arterial: o Eixo aorto-ilíaco (A. ilíaca comum ou aorta – acima das hipogástricas): Pacientes mais jovens Dor no glúteo quando caminha (claudicação de glúteo) P á g i n a | 3 Amenorreia em mulheres Impotência sexual nos homens Dor/parestesia nas pernas Geralmente acomete a origem das artérias hipogástricas (a oclusão é acima delas) Investigar eixo aortoilíaco com ecografia ou TC porque pode ter estenose que não dá repercussão clínica no exame físico. o Eixo femuropoplíteo (da A. femoral comum até a poplítea): Mais comum (>50% dos pacientes) Dor abaixo do joelho e má perfusão Claudicação na panturrilha, formiga o pé, perde o chinelo porque não sente os pés. idosos o Eixo de artérias distais da perna: Abaixo do joelho: DM • Fatores de Risco para doença arterial o Etnia: > em negros (prevalência 7,8% x 4,4% em hispânicos) o Gênero: mais frequente em homens, razão entre 1:1 a 2:1, 3:1 em mais jovens. • Em idades mais avançadas é a mesma proporção entre homens e mulheres. o Idade: prevalência aumenta com a idade o Hipertensão o Insuficiência Renal: relação causal ? o Tabagismo o Diabetes • Pulsos MMII A A. femoral vai ter permeabilidade da ilíaca, aorta e femoral comum. Se palpar poplíteo, vai ter permeabilidade dessas outras, se não palpar há uma possível oclusão. A a. fibular é dificilmente avaliada no doppler. 1) A. Femoral comum 2) A. ilíaca externa – mais fácil de palpar em pacientes mais magros na região da pelve/abdome. 3) A. poplítea – interlinha do joelho mais medial P e s c o ç o e c o ra ç ã o 1) Auscultar antes o coração e ver se o paciente não tem sopros 2) Carótida – sopro bilateral, pode ser estenose aórtica ou estenose carotídea se não tem sopro cardíaco. 3) Aorta M M S S 1)Artéria axilar 2)Artéria braquial 3) Artérias radial 4) Artéria ulnar M M II 1) Transição ilíaco- femoral - Ilíaca externa (acima da linha inguinal) e femoral comum 2) Artéria Poplítea 3) Artérias tibiais anterior, posterior e pediosa P á g i n a | 4 4) Tibial anterior e posteiror 5) Pediosa Pescoço A artéria carótida comum direita vem do tronco braquicefálico e a a. comum esquerda vem direto do arco aórtico. Podem ter variações anatômicas. MMSS: Pela anatomia conseguimos entender porque pessoas com problemas de MMSS não vão ter repercussões maiores: há uma boa perfusão do braço, com muito mais vascularização e menos afetado por DAP. A A. intraóssea faz a vascularização profunda, então dificilmente vai ter uma oclusão total do MMSS, que causa isquemia. A interossea também da um ramo que entra diretamente no arco palmar, perfundido os mesmos locais que a A. radial e A. ulnar também. Palpar: 1) A. axilar, 2) A. radial, 3) A. Ulnar e 4) a. braquial • ÍNDICE TORNOZELO BRAQUIAL (ITB) o Em sintomáticos – claudicação independentemente da idade o Assintomático entre 50 e 69 anos com doenças cardiovasculares ou doenças na família com idade semelhante a atual o Assintomáticos acima de 70 anos o Em quem não fazer → Pacientes diabéticos e renais crônicos pela calcificação das artérias. P á g i n a | 5 Valores de Referência: • Normal: > 1,0/1,2 (0,9 – 1,4) • Claudicantes: 0,5 – 0,7 • Isquemia Crítica: < 0,4 Feito a partir da medida da PA do braço e dos MMII e fazer a razão entre as duas. Normal: exclui doença arterial periférica o DAP: analisar aspecto de úlceras edema, dor, músculos atrofiados, cor, unhas quebradiças, aumento do TEC, TEV. o O ITB é bom para excluir DAP, mas deixa a desejar nos critérios para confirmar. Avaliar o Coloração vermelho brilhosa o Maléolo lateral bem pronuncioso o Edema da perna. o Presença de necrose: Ulcera necrose x ulcera limpa o Cianose: o Atenção para: início súbito, paciente fibrilado, fraqueza muscular, parestesia na perna o Não fixa: não tem trombose do leito venoso, distal. o Pode evoluir para cianose fixa o Fica claro na digito pressão – permite revascularização o Trombose arterial aguda, inicialmente tem vasodilatação importante para captar a maior quantidade de O2 possível, com o passar do tempo vai ter consumo do O2 e vai entrar em cianose. Como não tem perfusão adequada, começa a trombosar também o leito venoso. o Uma US no paciente com DAP, no início do quadro clinico mostraria fluxo venoso. Mas no final ele já vai ter trombose venosa, mostrando inviabilidade do membro(cianose fixa). o Fixa: trombose do leito venoso. Necessário amputação primária o Deformidade no pé/Pé diabético Paciente provavelmente tem DM → neuropatia e faz infecções de repetição e fez um mal perfurante plantear. Diversas amputações Úlcera vermelha- aberta e limpa vai estar bem pálida (branca) DAP – não tem edema da perna, tem necrose, mal perfusão dos dedos do pé, provavelmente não tem pulso palpável P á g i n a | 6 o Dermatite ocre – áreas mais acastanhadas o Dermatite alba – úlcera que já cicatrizou o Esclerose da pele: vai estar mais dura o Edema da perna o Pé é bem perfundido o Doença venosa. o Se o paciente fica em pé, consigo ver varizes? o Então é importante ver a úlcera e suas associações. Manobras para avaliar o fluxo arterial dos MMII • Os achados devem estar associados a anamnese e palpação de pulsos. o ITB o Manobra da marcha: pede para o paciente caminhar e observa como ele está • Provocar a claudicação intermitente o Manobra da isquemia provocada: • 1° observar coloração dos MMII; • 2° elevar MMII por 1 minuto e observar coloração; • 3° baixar os MMII e observar tempo de retorno da perfusão e coloração. o Manobra do enchimento venoso: • 1° paciente sentado com enchimento venoso; • 2° elevar MMII e esvaziar veias; • 3° sentar o paciente e observar tempo de enchimento venoso (< 10 seg é normal) o Manobra da hiperemia reativa: • 1° paciente deitada se observa coloração dos MMII • 2° elevar MMII e aplicar compressão pneumática (manguito) por 3 minutos, • 3° baixar o MMII, desinsuflar o manguito e observar a progressão da hiperemia (normal é progressiva da coxa aos pododactilos), tempo de reperfusão do membro (normal de 10-15 segundos) Manobras para avaliação do MMSS • Manobra de Adson: avalia compressão da artéria subclávia e plexo braquial pela 1ª costela, músculo escaleno anterior (síndrome do desfiladeiro torácico). Palidez quando levanta a perna Hiperemia quando baixa a perna Se não ocorrer o enchimento venoso em 10s provavelmente tem DAP que diminui o retorno venoso Observar se o preenchimento vai ser crânio-caudal ou caudo-cranial. Rápido ou devagar Não vai ter retorno a hiperemia P á g i n a | 7 • Paciente sentado com mãos sobre joelho, médico ausculta artéria subclávia e palpa pulso radial, em seguida paciente inspira e rota a cabeça para o lado examinado, verifica-se o pulso radial e presença de frêmito em subclávia. • Síndrome do desfiladeiro torácico: redução do espaço entre primeira costela e o escaleno, ele tem uma compressão do feixe vasculonervoso, se apresentando com parestesia do MMSS. O tratamento geralmente é repouso muscular e fisioterapia. Cirurgia não tem bons resultados. o Manobra costoclavicular: avalia a compressão da artéria subclávia durante sua passagem pelo espaço costoclavicular (síndrome do desfiladeiro torácico). • Paciente sentado com mãos sobre joelho, médico palpa pulso e ausculta a artéria subclávia, a seguir o paciente inspira e desloca ombro para trás e baixo. Avalia pulso radial e frêmito. A manobra é dita passiva quando se eleva o membro e se avalia a ausência de pulso. • Puxa o braço para trás e se em algum momento ele parar de sentir o braço, provavelmente ele tem desfiladeiro torácico. o Manobra de Allen: avalia as artérias radial e ulnar. • Comprime as duas artérias, abre uma de cada vez e vê a perfusão. Se após soltar uma das artérias o membro ainda fica branco, pode ser que tenha uma artéria obstruída. • 60% das pessoas tem a artéria ulnar como dominante. o Abdômen: • Ausculta, palpação o Cervical: • Palpar pulso carotídeo, ausculta • Gênero → mais comum em mulher • Idade • Inspeção: coloração, presença de pelos, desenvolvimento muscular, aspecto da pele, enchimento venoso, presença e localização de úlceras, edema, pigmentação (dermatites). • Palpação: muscular, pulsos, temperatura, presença de dor. • Tipo de dor, localização, fatores de alívio ou piora. Manifestação nos MMII P á g i n a | 8 o Edema importante o Dermatite ocre o Úlceras o Veia visível ao exame físico o História de cirurgia o História de sensação de peso nas pernas, cansaço. o HF o Nº de gestações o Qual a perna afetada – mulher com varizes somente na perna esquerda tem que pensar em síndrome de compressão da veia ilíaca comum esquerda com a artéria ilíaca comum direita. A via fica comprimida e aumenta a pressão venosa no MMII esquerdo. Pensar sempre que a paciente tiver trombose e for jovem. Achados no exame físico • Edema: vespertino, depressível, melhora com elevação dos membros. Queixa mais comum. • Hiperpigmentação (dermatite ocre): acúmulo de hemossiderina devido a fagocitose de hemáceas pelos macrófagos. • Sangue acumulado na perna vai para o terceiro espaço e é fagocitado por macrófagos, que fragmentam em hemossiderina, que causam a mancha na pele. • Nem sempre associado com varizes. • Eczema: vesículas pruriginosas com secreção serosa. • Úlcera: rasa, indolor, bordos nítidos e regulares – relação com veias perfurantes (Perfurante de Cocket). Manobras • Brodie-Trendelenburg: avalia válvula ostial da veia safena e perfurantes com varizes. • Enchimento caudocranial x enchimento craniocaudal x enchimento caudocranial + craniocaudal. • Torniquetes Múltiplos: localiza perfurantes (sistema superficial ao profundo) de acordo com o enchimento do segmento. • Perthes: avalia a perviedade do SVP – trombose ou não. • Homans: dorsiflexão do pé, com dor referida na musculatura. • Olow: palpação da musculatura, para ver se o paciente tem empastamento muscular ou não. • Denecke-Payr: compressão da planta do pé, se dolorosa indica trombose das veias do pé. Trombose do pé Mais comuns é Homans e Olow. P á g i n a | 9 Ultrassonografia • Color Doppler o Não invasivo o Avalia a possibilidade de revascularização o Baixo custo o Sem risco para o paciente o Examinador dependente o Escala de cinza o Escala de coloração: O que se aproxima do transdutor é vermelho e o que se afasta é azul o Escala de padrão de onda: mostra estenose, refluxo, oclusão, aneurisma Angiotomografia • Minimamente invasiva • Necessidade de uso de contraste (nefrotóxico) • Mais risco que US – radiação, contraste, extravasamento de contraste (sínd. compartimental) • Avalia em múltiplos ângulos, seleciona pacientes candidatos a cirurgia • Sensibilidade e especificidade > 95% • Possibilidade de reconstrução em programas específicos • Tamanho do aneurisma, extensão dele, onde se bifurca, presença de trombos ou não. Arteriografia • Localização anatômica e correlação com os sintomas • Não é boa para localizar aneurismas- bom para DAP • Método invasivo, uso de contraste, complicações • “RX com contraste” • Passível de complicações relacionadas ao procedimento: o Ateroembolização: deslocamento de placas, podendo causar isquemia mesentérica, IRA, “síndrome dos dedos azuis” o Sangramento: em pacientes anticoagulados, dificuldade técnica Arterial: Ultrassonografia com doppler** Angiotomografia** Angiorressonância Arteriografia e Aortografia** Plestimografia Venoso: Flebografia Ultrassonografia com doppler** Angiotomografia (flebotomografia)** P á g i n a | 10 o Pseudoaneurisma: em pacientes anticoagulados, dificuldade técnica (compressão inadequada da punção) o Fistula A-V: passagem da guia inadvertidamente através da veia adjacente a artéria o Toxicidade renal: IRC (Cr > 1,5), nefropatia diabética, desidratação, > 60 anos, grande dose de contraste
Compartilhar