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Design Sustentável e Responsabilidade Social

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Prévia do material em texto

Design Sustentável e 
Responsabilidade Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Elisa Jorge Quartim Barbosa
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Alessandra Fabiana Cavalcanti 
Materiais
• Recursos Naturais;
• Os Rs;
• Os Resíduos Sólidos;
• Avaliação dos Impactos Ambientais;
• Comunicação;
• Desmaterialização.
 · Conhecer os principais materiais utilizados no design e seus impac-
tos na fabricação, uso e descarte.
 · Refletir sobre o consumo consciente de produtos e a interferência 
do projeto.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Materiais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Materiais
Recursos Naturais
As etapas de produção de qualquer produto são muito diversificadas, exigindo um 
amplo leque de recursos naturais e industriais. A exploração das florestas em busca 
de madeira para transformar em papel; a extração de minerais para a produção 
de metais; a areia para a produção do vidro; e a química do petróleo para resinas 
sintéticas servem de base para boa parte dos produtos vendidos hoje.
É importante conhecer como os produtos são feitos e identificar as matérias pri-
mas utilizadas e seus possíveis impactos no meio ambiente. Na economia de hoje, 
a interdependência de vários processos torna essa identificação difícil, demandando 
uma pesquisa eficiente e profunda.
Ar e água
O ar e a água são recursos frágeis, que devem ser explorados com muita pre-
caução. A poluição dos rios, dos mares e a degradação da qualidade do ar são 
problemas graves e de grande complexidade de se encontrar soluções. Os proces-
sos industriais já incluem formas de minimizar, porém ainda estão longe de serem 
100% eficientes, pois ainda produzem produtos com projetos que não colocam 
esses recursos como prioridade.
Ar
A poluição do ar é sem dúvida um dos mais perniciosos dos problemas ligados 
à proteção ambiental. A fumaça das chaminés das fábricas e dos gases dos 
escapamentos dos carros são os problemas mais visíveis, porém dentro do processo 
industrial o uso de produtos químicos impacta o ar, podendo causar doenças 
em seus funcionários e na população ao redor. O uso massivo de solventes, por 
exemplo, serve para a limpeza de equipamentos, para a diminuição da viscosidade 
das tintas, chegando até a participar diretamente de usa produção. Os solventes 
químicos estão em todos os lugares e alguns são extremamente tóxicos, fazendo 
parte dos compostos orgânicos voláteis (COV) que quando inspirados causam 
grandes problemas à saúde. Na escolha de fornecedores, é importante identificar se 
em seu processo são usados filtros eficientes para minimizar esse tipo de impacto, 
ou que solventes à base de água.
8
9
Água
A água, essencial para a sobrevivência humana, tornou-se um recurso crítico, e 
pouco valorizado ao longo do desenvolvimento humano. A agricultura e as indús-
trias são seus principais consumidores.
 · Falta de saneamento;
 · Falta de coleta de esgoto;
 · Terrenos impermeáveis.
Petróleo
Após a era do carvão, a economia atual se baseia na energia fornecida pelo pe-
tróleo, porém a disponibilidade desse recurso fóssil é tema de debate. Sua renova-
ção não acontece no mesmo ritmo do consumo humano, sendo, por esse motivo, 
considerado um recurso finito, colocando o mundo em ameaça por sua escassez; 
onde guerras acontecem em seu nome.
Energia
A energia é um setor econômico e ecológico estreitamente ligado. Boa parte da 
energia produzida no mundo vem da queima e de matérias-primas como o carvão 
ou o petróleo. Após a Segunda Guerra Mundial, começaram a surgir outras fontes 
de energia com o objetivo de minimizar a dependência do petróleo, e buscar outras 
fontes de energia mais limpas.
Se analisarmos o ciclo de vida de qualquer produto, a energia é atuante em todas 
as suas etapas e um dos grandes causadores do impacto ambiental.
O Brasil, como país privilegiado de recursos hídricos, tem como matriz energética 
as hidrelétricas, considerada energia limpa, por não emitir gazes poluidores. O que 
demanda grandes áreas inundadas para a contenção e a produção dessa energia, 
provocando um grande impacto no seu entorno.
As fontes de energia alternativa são aquelas que se apresentam ao uso das fontes 
tradicionais de energia (petróleo, gás natural, hídrica e carvão mineral, principal-
mente). As fontes alternativas de energias são renováveis, pouco ou não poluentes, 
além de apresentar a vantagem de ter baixos índices de agressão ambiental.
Exemplos de fontes alternativas de energia;
 · Energia eólica – gerada a partir do vento;
 · Energia solar (fotovoltaica) – gerada a partir dos raios solares;
 · Energia geotérmica – obtida a partir do calor contida nas camadas mais 
profundas da terra;
 · Energia mare motriz (das marés) – gerada a partir da energia contida nas 
ondas do mar;
9
UNIDADE Materiais
 · Biomassa – obtida a partir de matéria orgânica, principalmente de origem 
vegetal como, por exemplo, a cana-de-açúcar;
 · Nuclear – gerada através do processo de fissão do núcleo do átomo de 
urânio enriquecido;
 · Biogás – obtido dos gases provenientes da decomposição de resíduos orgânicos.
Importância do uso de fontes alternativas de energia
 · Grande parte destas fontes é renovável. Essa é uma grande vantagem, pois, 
como sabemos, o petróleo um dia vai acabar e o país que ficar dependente 
desta fonte de energia poderá enfrentar sérios problemas energéticos;
 · Apresentam baixo ou nenhum índice de geração de poluição ambiental;
 · Embora sejam mais caras para implantar, o sistema de geração de energia, 
em longo prazo, é capaz de gerar economia;
 · Unidades geradoras podem ser instaladas em áreas de difícil acesso para a 
chegada de fontes tradicionais de energia;
 · Diversificação de fontes de energia alternativa tira do país a dependência 
das fontes tradicionais, que muitas vezes podem ser controladas por 
empresas estrangeiras ou outros países.
Enquanto o homem pensar em fontes de energia única, nunca será sustentável. 
Uma matriz energética diversificada, decentralizada, utilizando os recursos locais, 
sem grandes demandas de obras arquitetônicas e de engenharia, com projetos 
inovadores e criativos é o ideal para a eficiência energética do mundo, e um respiro 
para a exploraçãodos recursos naturais.
Madeira
Para se produzir uma tonelada de papel são necessárias até 3 (três) toneladas 
de madeira (10 a 20 árvores), aproximadamente 10 mil litros de água (mais do que 
qualquer outra atividade industrial) e 5 mil kW/hora de energia, (o quinto lugar na 
lista das atividades industriais que mais consomem energia) (IDEC,2004).
Além desses fatores, o uso de produtos químicos potencialmente tóxicos para a 
separação e o branqueamento da celulose, também, representa um risco ambien-
tal. O consumo crescente do papel, sem posterior reciclagem, constitui uma das 
atividades humanas mais impactantes ao meio ambiente em escala global.
A utilização estrita de madeira de reflorestamento, a utilização racional da água 
e energia, a aplicação reduzida do uso de cloro nos processos de fabricação e a me-
lhoria da tecnologia de reciclagem são medidas que já vêm sendo tomadas por esse 
setor industrial e que em muito contribuem para a minimização dos efeitos danosos 
do ciclo do papel.
10
11
Os Rs
Os “Rs” foram criados, originalmente, como sendo os 3 (Reduzir, Reutilizar e 
Reciclar). Eles surgiram como resultado da Segunda Guerra Mundial. Na época, 
devido à guerra, havia escassez de materiais e a implementação da política dos 
Rs era para ajudar as empresas a lidarem com a falta de recursos. Ao fim da 
Segunda Guerra Mundial, o conceito dos 3 Rs foi se popularizando à medida que 
crescia a preocupação pelo implemento de políticas ambientais.
Com o passar do tempo e com maiores estudos sobre as questões ambientais, 
o conceito dos 3 Rs foi repensado, acreditando-se haver mais ações necessárias e 
que, juntamente com as três iniciais, aprimorariam as ações de sustentabilidade. 
Como houve mais de uma iniciativa diferente de complementar os 3 Rs, surgiram 
opções com 4, 5 e mais Rs, que incluíram diferentes palavras de acordo com a 
visão de quem os criou. Assim, não existe uma quantidade correta nem específica, 
há apenas diversas possibilidades com pontos de vista distintos e que possibilitam 
que seja feita uma opção à qual se vai seguir.
Abaixo está uma lista que reúne 12 deles com uma breve descrição de seus sig-
nificados:
 · Reduzir: diminuir o consumo, especialmente de itens descartáveis e de 
bens como água, energia e combustíveis;
 · Reutilizar: utilizar novamente o mesmo produto, tanto para o mesmo 
fi m original quanto para fi ns alternativos ao original;
 · Reciclar: reutilizar as matérias-primas dos produtos para fabricação de 
novos produtos; dá-se pela separação dos resíduos nos diferentes tipos 
de lixeiras para coleta seletiva;
 · Repensar: refl etir como você pode mudar seus atos para torná-los mais 
sustentáveis, acrescentando no seu dia a dia ações como as propostas 
pelos Rs;
 · Recusar: não consumir aquilo que você realmente não precisa, não 
comprar ou aceitar só por ter ou por “estar na moda”, mas apenas se 
houver necessidade;
 · Reparar: deve-se tentar consertar aquilo que quebrar, e somente jogar 
fora e comprar outro novo se não for possível consertá-lo;
 · Reintegrar: promover a reciclagem da matéria orgânica, o que 
normalmente é feito através de composteiras;
 · Reeducar: promover uma conscientização de como são produzidos os 
materiais consumidos e qual destino recebem, e como fazer para otimizar 
esse processo, visando à sustentabilidade;
 · Recuperar: revitalizar áreas degradadas e poluídas, conservando os 
recursos naturais do planeta, assim como a fauna e a fl ora;
11
UNIDADE Materiais
 · Respeitar: prezar a si e às pessoas ao seu entorno, assim como ao meio 
ambiente, respeitando-nos de todas as maneiras possíveis;
 · Responsabilizar-se: estar ciente de seus próprios atos, e das consequências 
deles no planeta e no seu próprio futuro;
 · Repassar: transmitir essas e outras informações para outras pessoas, de 
modo a ir conscientizando cada vez mais pessoas para agirem de modo o 
menos prejudicial possível ao ambiente.
Em sua essência, esses termos ajudam o pensamento de renovação e de trans-
formação dos processos que existem hoje, podendo ser utilizado em todo o ciclo 
de vida de um produto.
Os Resíduos Sólidos
Um dos marcos legais para a gestão de resíduos sólidos no Brasil foi a publicação 
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal no. 12.305/10) e sua regula-
mentação pelo Decreto Federal no. 7.404/10.
A PNRS dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes 
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os 
perigosos. Além disso, determina as responsabilidades dos geradores e do poder 
público e os instrumentos econômicos aplicáveis.
Tabela 1
Resíduo Sólido Rejeito
O resíduo sólido é gerado a partir da sobra de determinado 
produto (embalagem, casca) ou processo (uso do produto), 
mas pode ser consertado, servir para outra finalidade 
(reutilização) ou até ser reciclado.
×
O rejeito é o resíduo após todas as possibilidades de 
reaproveitamento ou de reciclagem já terem sido esgotadas 
e não houver solução final para o item ou parte dele.
As únicas destinações plausíveis são encaminhá-lo para um 
aterro sanitário licenciado ambientalmente ou incineração.
Fonte: Definição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, 2014
Principais classificações dos resíduos sólidos quanto à origem no âmbito 
da PNRS:
• Resíduos sólidos urbanos: correspondem aos resíduos domiciliares, origi-
nários de atividades domésticas em residências urbanas e resíduos de limpeza 
urbana, que são provenientes da varrição, da limpeza de logradouros e de vias 
públicas e de outros serviços de limpeza urbana.
• Resíduos industriais: são gerados nos processos produtivos e nas instala-
ções industriais.
• Resíduos de serviços de saúde: são gerados nos serviços de saúde, conforme 
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema 
Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e do Sistema Nacional de Vigilância 
Sanitária (SNVS). Importante ressaltar que os resíduos gerados em ambulató-
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13
rios ou em área de atendimento médico nas dependências da indústria devem 
ser tratados como Resíduos de Serviços de Saúde, observando a Resolução 
CONAMA nº 358/ 05 (Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos 
resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências) e de legislações locais.
• Resíduos da construção civil: são gerados nas construções, nas reformas, 
nos reparos e nas demolições de obras de construção civil, incluídos os resul-
tantes da preparação e da escavação de terrenos para obras civis. As obras 
de construção civil realizadas pela organização (reformas, ampliações, etc.) 
devem observar a Resolução CONAMA nº 307/02, que estabelece diretrizes, 
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
• Resíduos de serviços de transportes: são originários de portos, de aeropor-
tos, de terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e de passagens de 
fronteira.
• Resíduos de mineração: são gerados na atividade de pesquisa, de extração 
ou de beneficiamento de minérios.
Classificações dos resíduos sólidos, segundo norma ABNT NBR 10.004:2004
• Resíduos Perigosos (Classe I): são aqueles que por suas características podem 
apresentar riscos para a sociedade ou para o meio ambiente. São considerados 
perigosos também os que apresentem uma das seguintes características: 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade. 
Na norma estão definidos os critérios que devem ser observados em ensaios 
de laboratório para a determinação destes itens. Os resíduos que recebem esta 
classificação requerem cuidados especiais de destinação.
• Resíduos Não Perigosos (Classe II): não apresentam nenhuma das 
características acima, podem ainda ser classificados em dois subtipos:
 » Classe II A – não inertes: são aqueles que não se enquadram no item 
anterior, Classe I, nem no próximo item, Classe II B. Geralmente apresenta 
alguma dessas características: biodegradabilidade, combustibilidade e 
solubilidadeem água.
 » Classe II B – inertes: quando submetidos ao contato com água destilada ou 
deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes 
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da 
água, com exceção da cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da 
norma NBR 10.004:2004.
13
UNIDADE Materiais
Prioridade da gestão de resíduos
• Não geração: realizar a atividade produtiva sem que ocorram perdas ao longo 
do processo e demais atividades que o suportam.
• Reduzir: buscar a otimização e a maximização da eficiência de processo quan-
to ao uso de maquinário, matérias-primas, desenvolvimento de novas tecnolo-
gias, de forma a gerar a menor quantidade possível de resíduos.
• Reutilizar: identificar e buscar alternativas para viabilizar técnica e economi-
camente o uso de refugos e de perdas no próprio processo ou em outro, tanto 
do ponto de vista mássico quanto energético.
• Reciclar: identificar, buscar alternativas para viabilizar técnica e economica-
mente o tratamento de refugos, perdas em processos, embalagens, transfor-
mando-os em insumos ou novos produtos.
• Outros tratamentos: aplicar técnicas, tais como: compostagem, recuperação, 
aproveitamento energético, entre outras admitidas pelos órgãos competentes.
• Disposição final ambientalmente adequada: destinar rejeitos em aterro, 
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos 
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
PR
IO
RI
DA
DE
Não geração
Redução
Reutilização
Reciclagem
Tratamento
Rejeito
Figura 1 – META: Resíduo zero
Atualmente, frente a algumas limitações técnico-ambientais e econômicas, a não 
geração de resíduos sólidos e em última instância de rejeitos tem sido um desafio 
para as organizações, que reconhecem que as perdas de seus processos produtivos 
são recursos desperdiçados, que se não inseridos em algum fluxo de materiais, 
como indicado pelo WBCSD, representarão também perdas financeiras e mais 
uma preocupação com sua disposição ambientalmente adequada até o fim de seu 
ciclo de vida.
14
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Desta forma, inúmeros programas e instrumentos de gestão ambiental são uti-
lizados para que os processos 100% eficientes possam ser atingidos e, se não 
atingido, controlado e seus rejeitos gerenciados em acordo com boas práticas e 
legislações aplicáveis.
Para que uma organização alcance uma meta de geração de rejeitos nula ou 
mesmo que reduza de forma significativa os resíduos sólidos que origina, é impor-
tante que uma avaliação completa de seu processo e atividades de suporte ao mes-
mo seja realizada, para a identificação de oportunidades de melhoria e um novo 
projeto de design.
Rejeito Zero significa uma economia 100% eficiente em termos de 
recursos, onde, como na natureza, os fluxos de materiais são cíclicos e 
tudo é reutilizado ou reciclado sem causar danos de volta à sociedade 
ou à natureza. Nesse conceito a palavra “Rejeitos” deixa de existir, 
porque tudo será visto como um recurso. (World Business Council for 
Sustainable Development-WBCSD, 2002).
Logística Reversa
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a logística reversa é um ins-
trumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto 
de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos 
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em 
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
Devemos nos comprometer com o bom caminho, evitando os mesmos erros e 
reinventar o que já foi feito.
Avaliação dos Impactos Ambientais
A legislação ambiental disciplina o uso racional dos recursos ambientais e a 
preservação da qualidade ambiental. Um de seus instrumentos, o Decreto nº 
88.351/83, posteriormente revogado pelo Decreto nº 99.274/90, que regulamen-
tou a Lei nº 6.938/81, vincula a utilização da avaliação de impacto ambiental aos 
sistemas de licenciamento dos órgãos estaduais de controle ambiental, para as ati-
vidades poluidoras ou mitigadoras do meio ambiente.
De acordo com a caracterização do empreendimento e do estudo da situação 
ambiental das áreas de influência, desenvolveu-se a identificação dos impactos am-
bientais decorrentes das ações de instalação e da operação do empreendimento.
Os impactos ambientais são definidos pela Resolução do Conama nº 001/86 
como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas no meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das ati-
vidades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população; às atividades sociais e econômicas; a biota; as condições 
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.
15
UNIDADE Materiais
A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) assegura uma análise sistemática dos im-
pactos ambientais. Tem por objetivo garantir que responsáveis pela tomada de decisão 
apresentem soluções adequadas à população e ao meio ambiente, gerando medidas de 
controle e de proteção, medidas mitigadoras e compensatórias, conforme o impacto.
Metodologia
Os métodos ou as técnicas de avaliação dos impactos visam a identificar, avaliar 
e sintetizar os efeitos de um determinado projeto ou programa nas áreas de influ-
ência ambiental de um determinado empreendimento.
O diagnóstico ambiental visa a dar uma visão geral dos impactos e de sua carac-
terização, analisando as interações com o ambiente, produzidas pela implantação e 
pela operação do empreendimento, geradoras dos impactos ambientais.
Os impactos são categorizados e valorados em classes conceituais, de acordo com 
as diretrizes da Resolução Conama no. 001/86 (Ibama 1992), apresentadas a seguir.
Tabela 2
Magnitude A magnitude é definida pela extensão do efeito daquele tipo de ação sobre a característica ambiental, em escala espacial e temporal. É classificada como alta, média ou baixa.
Significância Indica a importância do impacto no contexto da análise. É classificada como alta, média ou baixa.
Natureza
Indica se o impacto ambiental é positivo ou negativo, da seguinte forma: impacto positivo (ou benéfico) 
- quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou de um parâmetro ambiental; 
impacto negativo (ou adverso) - quando a ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou de um 
parâmetro ambiental.
Forma
Indica se o impacto ambiental é direto ou indireto, da seguinte maneira: impacto direto - resultante 
de uma simples relação de causa e efeito; impacto indireto - resultante de uma reação secundária em 
relação à ação, ou quando é parte de uma cadeia de reações.
Prazo de ocorrência
Indica se o impacto ambiental ocorre de forma imediata, de médio ou longo prazo, da seguinte forma: 
impacto imediato – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre no mesmo momento em que se dá 
a atividade transformadora (causa); impacto de médio prazo – quando o impacto ambiental (efeito) 
ocorre em médio prazo, a partir do momento em que se dá a atividade transformadora (causa); impacto 
de longo prazo – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre em longo prazo, a partir do momento em 
que se dá a atividade transformadora (causa).
Constância/duração
Indica se o impacto ambiental em questão é temporário, permanente ou cíclico, da seguinte forma: 
impacto temporário - quando o efeito (impacto ambiental) tem duração determinada; impacto 
permanente - quando, uma vez executada a atividade transformadora, o efeito não cessa de se 
manifestar num horizonte temporal conhecido; impacto cíclico – quando o efeito se manifesta em 
intervalos de tempo determinados.
Abrangência
Este parâmetro indica se o impacto ambiental é local, regional ou estratégico, segundo as seguintes 
definições: impacto local - quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações; impacto 
regional - quando o impacto se faz sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação; impactoestratégico - quando o componente ambiental afetado tem relevante interesse coletivo ou nacional.
Reversibilidade
Indica se o impacto ambiental em questão é reversível ou irreversível, seguindo as seguintes definições: 
impacto reversível - quando o fator ou o parâmetro ambiental afetado, cessada a ação, retorna às 
suas condições originais; impacto irreversível - quando, uma vez ocorrida a ação, o fator ou parâmetro 
ambiental afetado não retorna às suas condições originais em um prazo previsível.
Cumulatividade e 
sinergia
Se houver efeitos cumulativos e/ou sinérgicos, estes serão destacados na descrição do impacto 
ambiental, indicando sua magnitude e relações. Seguem as respectivas definições:
- Cumulatividade: é quando o impacto deriva da soma de outros impactos ou de cadeias de impacto que 
se somam, porém contíguo, num mesmo sistema ambiental.
- Sinergia: é o efeito ou a força ou a ação resultante da conjunção simultânea de dois ou mais fatores, de 
forma que o resultado é superior à ação dos fatores, individualmente, sob as mesmas condições.
16
17
Comunicação
As declarações ambientais apresentam-se como importantes aliadas da comuni-
cação dos valores ambientais de um produto para o consumidor, pois, ao mesmo 
tempo em que valorizam o desenvolvimento do setor produtivo, convidam a socie-
dade a repensar seus hábitos de consumo.
Para orientar estas declarações ambientais na embalagem, a ISO 14.020 é um 
referencial formal para a indústria brasileira de bens de consumo. Essas normas, 
estabelecidas pela International Organization for Standadization (ISO), fazem 
parte da série de normas voltadas para a gestão ambiental nas empresas, a ISO 
14.001. As ações de rotulagem ambiental, ISO 14.020, visam a criar a consciência 
para a importância dos aspectos ambientais de um produto ou serviço e uma 
mudança de comportamento do fabricante. Além de descrever os princípios gerais, 
a norma ISO regulamenta o uso dos rótulos e das declarações ambientais, definidos 
em três tipos:
 · Rotulagem Ambiental do Tipo I (ISO 14024), procedimentos de certifi cação 
para a concessão do rótulo;
 · Rotulagem do Tipo II (ISO 14021), autodeclarações ambientais;
 · Declarações Ambientais do Tipo III (ISO 14025) declaração com Avaliações 
de Ciclo de Vida.
Rotulagem ambiental do Tipo I – certificação ambiental - Na definição 
da ABNT, rotulagem ambiental é uma certificação que atesta, por meio de uma 
marca inserida na embalagem, que determinado produto/serviço apresenta menor 
impacto ambiental em relação a outros produtos disponíveis no mercado.
Essa norma estabelece os princípios e os procedimentos para o desenvolvimento 
de programas de rotulagem ambiental do Tipo I, incluindo a seleção de categorias 
de produtos, critérios ambientais e características funcionais dos produtos, e pa-
râmetros para avaliar e para demonstrar sua conformidade. Essa norma também 
estabelece os procedimentos de certificação para a concessão do rótulo.
Rotulagem do Tipo II – autodeclarações ambientais - Essa norma especifica os 
requisitos para autodeclarações ambientais no que se refere aos produtos, incluindo 
textos, símbolos e gráficos. Além da metodologia de avaliação e de verificação geral 
para autodeclarações ambientais e métodos específicos de avaliação e verificação para 
as declarações selecionadas na própria norma, ela descreve, também, os termos usados 
comumente em declarações ambientais e fornece qualificações para o uso deles.
A autodeclaração ambiental oferece às empresas a flexibilidade e a autonomia de 
comunicar sem a necessidade de certificação por terceiros. No entanto, junto a essa 
vantagem, vem a responsabilidade de rotular com verdade e respaldo científico, 
verificável e acessível a todos. Toda autodeclaração ambiental deve ser verificável, 
ou seja, as informações que comprovam sua veracidade devem estar facilmente 
acessíveis por qualquer parte interessada.
17
UNIDADE Materiais
Declarações ambientais do Tipo III – declaração com 
Avaliação do Ciclo de Vida
A declaração ambiental do Tipo III exige a avaliação de ciclo de vida segundo as 
normas da série ISO 14.040. As declarações ambientais podem assumir a forma de 
textos, símbolos ou gráficos impressos no produto ou no rótulo da embalagem ou 
em literatura do produto, boletins técnicos, propaganda, publicidade, telemarketing, 
bem como na mídia digital ou eletrônica, como a internet.
A Simbologia Técnica de Identificação de Materiais e Rotulagem Ambiental se 
diferem quanto à função e ao objetivo, conforme quadro abaixo:
Tabela 3 – Diferenças entre Rotulagem Ambiental e Simbologia Técnica de Identificação de Materiais
Rotulagem Ambiental Simbologia Técnica de Identificação de Materiais
É uma ferramenta de comunicação que objetiva aumentar 
o interesse do consumidor por produtos de menor 
impacto, possibilitando a melhoria ambiental contínua 
orientada pelo mercado. Esse tipo de rotulagem agrega um 
diferencial e, por isso mesmo, deve ser usado com ética e 
com transparência para não confundir, iludir e tampouco 
distorcer conceitos de sustentabilidade.
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Parte integrante da Norma no. 14.021 foi criada para 
facilitar a identificação e a separação dos materiais, 
fortalecendo a cadeia de reciclagem. Todas as embalagens 
devem conter esta identificação técnica, mesmo que na 
prática nem todas sejam enviadas para reciclagem, por não 
existirem processos técnicos ou economicamente viáveis na 
região em que foram descartadas.
A Simbologia Técnica de Identificação de Materiais não é garantia de que o 
material será reciclado. Sendo assim, os símbolos devem ser empregados somente 
para a denominação do material, evitando-se a inclusão de adjetivos como Reciclá-
vel, pois passaria a configurar rotulagem ambiental. A ausência de simbologia ou 
do uso incorreto podem prejudicar o processo de reciclagem de outros materiais e 
o desperdício de materiais recicláveis.
Figura 2 – Alguns exemplos de simbologia de identificação de material
Simbologia Técnica de Descarte Seletivo visando a contribuir para a comuni-
cação com o consumidor na orientação sobre o descarte seletivo das embalagens, 
em 2009, foi incorporado aos anexos da norma ISO 14.021, o símbolo do Descarte 
Seletivo, que pode ser inserido como simbologia técnica acompanhado da simbolo-
gia de identificação de material.
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Figura 3 – Símbolo do Descarte Seletivo
Fonte: ABRE, 2012
Autodeclaração ambiental com selos de certifi cação
Os selos de certificação, como o dos produtos orgânicos, são quase sempre apon-
tados como uma solução para a divulgação de aspectos técnicos e complexos em 
uma embalagem. Em grande medida porque oferecem uma informação mais segura 
e confiável para o consumidor tomar uma decisão de consumo responsável, sem ter 
de se tornar um expert em ecologia. Conferida por uma organização certificadora 
idônea, após análise rigorosa dos seus aspectos específicos, a imagem de um selo, 
com destaque na embalagem de um produto, contribuiria para atender a tendência da 
mente humana de buscar o mínimo esforço na hora de juntar informações para uma 
tomada de decisão. Funciona também como uma chancela de aprovação.
A assimilação dos dados apresentados nos selos exige tempo, esforço e deman-
da cognitiva. Comunicado de forma rápida e compreensível a uma primeira olhada, 
o selo de certificação seria uma espécie de “marca verde”, dispensando o consumi-
dor do trabalho de organizar informações complexas.
Os primeiros selos obrigatórios surgiram na Europa, nos anos 1940, com caráter 
de advertência. Eles tinham a função de destacar a presença de substâncias quími-
cas potencialmente danosas à saúde do consumidor. Atualmente, os selos também 
têm a função de enfatizar questões específicas como a pegada de carbono, os ali-
mentos orgânicos, a presença de transgênicos e o comércio justo.
Figura 4 – Selos de pegadas de carbono, transgênicos e o comércio justo
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UNIDADE Materiais
Os selos podem ser divididos em atributos simples ou múltiplos. Os seloscom 
atributos simples são aqueles que evidenciam uma característica ambiental do pro-
duto de forma individualizada. Um bom exemplo é o das embalagens que utilizam 
parte de recursos reciclados em sua composição e declaram isso no rótulo.
Figura 5 – Exemplos de posições do valor percentual quando se utiliza o Ciclo de Möbius 
para fazer declarações sobre conteúdo mínimo de material reciclado na composição
Fonte: ISO 14021, 1999
Selos com atributos múltiplos
Diferente dos selos com atributos simples, os atributos múltiplos buscam esta-
belecer uma visão mais integral do impacto gerado por produtos, como: eficiência 
energética, conservação, emissão de gases de efeito estufa, otimização no uso de 
recursos, destinação final, entre outros. A gradação atribuída pela certificadora leva 
em conta uma média geral dos critérios para atribuir ou não o selo ao produto. As 
críticas a esse tipo de selo normalmente fazem menção à pouca precisão do pro-
cesso em virtude de trabalhar com médias ponderadas.
Em comum, esses selos são independentes, possuem critérios rígidos e avaliações 
contínuas. Todos desfrutam de alta credibilidade e representam um guia seguro 
para os consumidores, não sofrendo os efeitos da desconfiança que costuma recair 
sobre os selos autorreguladores, adotados sem verificação externa, por empresas 
ou segmentos empresariais. Para assegurarem o direito de seus consumidores 
a produtos ambientalmente responsáveis, os países promotores desses selos 
passaram a exigir também o mesmo compromisso dos produtos importados como 
contrapartida em acordos de comércio internacional. A seguir, alguns exemplos de 
selos de atributos múltiplos.
Figura 6 – Selos de certificação ambiental
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Sua metodologia se apoia na Análise do Ciclo de Vida (ACV), contemplando 
os seguintes elementos: extração e processamento de matéria-prima, fabricação, 
transporte e distribuição, usos do produto, reutilização, manutenção, reciclagem, 
descarte final, ingredientes ou restrições a materiais utilizados e desempenho am-
biental do processo de produção.
A evolução no uso de certificações pode e deve ser vista como um passo im-
portante na busca por processos industriais mais sustentáveis. Se usadas com se-
riedade, representam uma oportunidade real de engajamento do setor privado na 
solução de problemas ambientais em escala apropriada, além de um instrumento 
tangível de medição de impacto.
Para comunicar, com legitimidade, ações ambientais das empresas, os selos de 
certificação fornecem pistas cognitivamente mais eficazes para os consumidores 
que dificilmente seriam capazes de identificar as informações por outros meios.
A multiplicidade de selos pode gerar uma preocupação sobre a seriedade das 
certificadoras e a real impressão de que muitas querem apenas passar a imagem 
de sustentável, não por crença no processo de mudança, mas apenas como uma 
oportunidade de negócio.
Algumas empresas usam artifícios enganosos e declarações vagas para atrair 
consumidores. Uma forma comum de declaração vaga é a autodeclaração am-
biental sem embasamento técnico ou científico que rotula o produto ou a emba-
lagem como ambientalmente benéfico ou benigno. Autodeclarações ambientais 
como “ambientalmente seguro”, “amigo do meio ambiente”, “amigo da Terra”, 
“não poluente”, “verde”, “amigo da natureza”, “amigo da camada de ozônio” não 
devem ser utilizadas. As declarações vagas estão em todos os lugares e o ato de 
induzir o consumidor ao erro, quanto às práticas ambientais de uma empresa ou os 
benefícios ambientais de um produto ou serviço são denominados greenwashing.
Greenwashing é o termo para designar um procedimento de marketing utilizado por uma 
organização com o objetivo de prover uma imagem ecologicamente responsável dos seus 
produtos ou serviços. Com o objetivo de descrever, de entender e de quantifi car o crescimento 
do greenwashing no mercado, a consultora de marketing ambiental canadense TerraChoice 
desenvolveu uma metodologia de pesquisa em que, através dos padrões observados, classifi cou 
tais apelos falsos ou duvidosos em sete categorias, chamadas de The seven sins of greenwashing: 
custo ambiental camufl ado; falta de prova; incerteza; culto a falsos rótulos; irrelevância; do 
“menos pior”; e mentira (TERRACHOICE, 2010).
Ex
pl
or
Sem dúvida alguma, o fator mais importante no processo de escolha de uma 
certificação está no motivo que ampara a decisão. Se o vetor é simplesmente 
conquistar o consumidor, a falta de cuidado com os processos em algum momento 
vai gerar ruído e colocar a reputação da marca em jogo. Se, do contrário, a intenção 
for a busca genuína pela sustentabilidade, com a devida atenção à complexidade, 
os elementos se combinarão naturalmente e levarão a empresa ao lugar ideal.
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UNIDADE Materiais
Segundo Dougherty (2011), o melhor antídoto contra o greenwashing é a trans-
parência. A sustentabilidade não é uma noção vaga e maleável, ela é específica 
e mensurável. A transparência ajuda os designers a elaborarem mensagens de 
significado verdadeiro e os coloca no papel de agente de mudança. Os designers 
ajudam a simplificar, a esclarecer questões complexas e a educar o público sobre 
o caminho no qual as empresas estão. Assim, pode-se ajudar a construir histórias 
convincentes, a partir dos planos e do verdadeiro desempenho das empresas.
Se as ações de uma empresa contradizem os valores que elas promovem, a 
marca é afetada. O desenvolvimento da marca ecológica deixa as empresas sujeitas 
a acusações de greenwashing, se elas promovem demais e atuam de menos.
Os designers podem ter um importante papel como mediador na prevenção 
do greenwashing, podendo agir como gestores da marca e chamando a atenção 
para as contradições antes que as críticas e as notícias nocivas sejam publicadas 
(DOUGHERTY, 2011).
Desmaterialização
Manzini em seu livro “O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos 
ambientais dos produtos industriais” (Edusp/2002) traz a abordagem do conceito 
de ecodesign que estava centrada no ciclo de vida de um produto (como reduzir 
gastos com matéria-prima, energia e lixo, desde o nascimento até o descarte de 
um artefato).
A desmaterialização tem por objetivo principal descasar o crescimento econômi-
co da exploração de matérias-primas, tornando-se menos dependente. A desma-
terialização se torna ainda mais necessária em empresas que já se enquadram na 
evolução dos critérios de poder atual, baseados em valores cada vez mais imateriais 
e intangíveis.
O produto desmaterializado cede espaço a contextos de bem-estar e qualidade 
de vida, desligados da necessidade de compra e de consumo.
O produto sustentável deve ainda ser produzido de maneira menos agressiva ao 
meio ambiente, economizando matéria-prima e energia. Mas, por outro lado, a 
fabricação de novos artefatos, mesmo que eficientes, traz consigo um efeito cola-
teral: ela não desacelera a produção e o consumo. Portanto, devemos apostar em 
outra alternativa: no bem-estar baseado em contextos e não em produtos que nos 
conduzem à almejada qualidade de vida.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Associação Brasileira de Normas Técnicas
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
https://goo.gl/htTbjH
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólido
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólido (Sinir)
https://goo.gl/G7w6K3
Materiotecas
https://goo.gl/oUeYGe
https://goo.gl/419Ps7
https://goo.gl/VKDdsj
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UNIDADE Materiais
Referências
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Gestão ambiental: integração de aspectos ambientais no projeto e no desenvolvi-
mento do produto. Rio de Janeiro, 2004.
________. NBR 13230: Embalagens e acondicionamentos plásticos reciclá-
veis: identificação e simbologia. Rio de Janeiro, 2008.
________. NBR ISO 14020: Rótulos e declarações ambientais: princípios ge-
rais. Rio de Janeiro, 2002.
________. NBR ISO14021. Rótulos e declarações ambientais: autodeclarações 
ambientais: rotulagem do tipo II. Rio de Janeiro, 2004.
________. NBR ISO 14024. Rótulos e declarações ambientais: rotulagem am-
biental do tipo l: princípios e procedimentos. Rio de Janeiro, 2004.
________. NBR ISO 14040. Gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida: princí-
pios e estrutura. Rio de Janeiro, 2009.
________. NBR ISO 26000. Diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de 
Janeiro, 2010.
________. Rótulo ambiental. Disponível em: <http://www.abntonline.com.br/
sustentabilidade/Rotulo/Default>. Acesso em: 31 out. 2012.
ABRE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMBALAGEM. Diretrizes de rotulagem 
ambiental para embalagens: autodeclarações ambientais: rotulagem do tipo II. 
2. ed. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.abre.org.br/comitesdetraba-
lho/meio-ambiente-e-sustentabilidade/cartilhas/>. Acesso em: 29 set. 2012.
ASHBY, M.; JOHNSON, K. Materiais e design: arte e ciência da seleção de ma-
teriais no design de produto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional 
de Resíduos Sólidos. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 14 out. 2012.
DOUGHERTY, B. Design gráfico sustentável. São Paulo: Edições Rosari, 2011.
ECO MARK PROGRAM. Associação ambiental japonesa. Disponível em: 
<http://www.ecomark.jp/english/>. Acesso em: 3 nov. 2012.
ECOLABEL. The EU Ecolabel. Disponível em: <ec.europa.eu/environment/eco-
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ECOLOGO PROGRAM. Disponível em: <http://www.ecologo.org/en/>. Acesso 
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IDEC. O lado escuro do papel. Revista do IDEC, São Paulo, v. 1, ed. 77, mai. 
2004. Disponível na internet em: <http://www.idec.org.br/uploads/revistas_ma-
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KAZAZIAN, T. Haverá a idade das coisas leves: design e desenvolvimento sus-
tentável. São Paulo: Editora SENAC, 2005.
MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis. São 
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Napolitana, A. (org.). Embalagens: design, materiais, processos, máquinas e sus-
tentabilidade. Barueri: Instituto de Embalagens, 2011.
TWEDE, D.; GODDARD, R. Materiais para embalagens. São Paulo: Blucher, 2009.
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Outros materiais