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Apostila do curso "Nutrição Imune" atualizado

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Conceitos básicos 
 Função fisiológica do Sistema Imune; 
 Ocasiões que podem influenciar no Sistema Imune; 
 Resposta Imune; 
 Imunidade inespecífica e específica; 
 Alergias e Hipersensibilidades; 
 Relação: Sistema imunológico e a Nutrição; 
 Inflamação; 
 Imunidade intestinal. 
 
 
 
Imunonutrientes e principais funções: 
 Arginina, glutamina, aminoácidos de cadeia ramificada, ômega 3, nucleotídeos; 
 Efeitos das vitaminas, minerais, antioxidantes na função imune; 
 Cobre, magnésio, zinco, ácido fólico, complexo B, Vit. A, D, C, E; 
 Planos alimentares e suplementos com foco na melhora Imunológica. 
 
 
Qual a ligação da imunologia com a nutrição? 
 
 
 
Um desequilíbrio do sistema imunológico pode agravar os danos causados aos 
tecidos e provocar inflamação crônica e desenvolvimento de doenças alérgicas e 
autoimunes. O funcionamento adequado da função imune pressupõe um delicado 
equilíbrio entre destruir os patógenos invasores e impedir a autodestruição do corpo. 
Para manter esse equilíbrio e poder desempenhar suas funções o sistema imune precisa 
de: 
 
 Energia (macronutrientes) – PTN (glutamina); 
 Componentes básicos como vitaminas essenciais para a 
produção de moléculas sinalizadoras (enzimas e citocinas); 
 Proliferação celular; 
 E a síntese de moléculas efetoras, como os anticorpos (IG). 
 
Imunidade 
Pode ser definida como o conjunto concatenado de mecanismos e respostas, 
utilizados pelo corpo para defendê-lo contra substâncias estranhas, micro-organismos, 
toxinas e células não compatíveis. Pode ser dividido em: 
Inespecífica (inata): as defesas passivas incluem barreiras anatômicas, secreções 
exógenas, atividade ciliar, fatores fisiológicos normais, flora microbiológica normal e 
mesmo fatores ambientais e ocupacionais. 
Específica (adaptativa): envolve a interação antígeno - anticorpo, que se inicia com o 
reconhecimento do antígeno pelos receptores de linfócitos T e B, a proliferação de 
clones linfocitários com reatividade antigênica específica, a produção e liberação no 
plasma de imunoglobulinas de alta afinidade antigênica e a “memorização”. 
 
O sistema imunológico é dividido em dois grandes ramos: 
1) O sistema inato (não específico): 
Além das barreiras físicas (pele) e químicas (lágrima, sistema complemento). Fatores 
solúveis: proteínas de fase aguda e enzimas. Moléculas bactericidas como o óxido nítrico 
(NO) e ânion superóxido (O2-). Células: Neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e 
células natural killer (NK). 
2) O adaptativo (específico/memória):Linfócitos T (CD4+ e CD8+) e Linfócitos B. 
Atuação por fatores humorais (citocinas), as imunoglobulinas. Anticorpos ou 
imunoglobulinas são subdividas em cinco classes: IgA, IgD, IgE, IgG, IgM. 
 
Citocinas 
Classificadas como pró ou anti-inflamatórias, de acordo com as funções 
desempenhadas: 
 Citocinas anti-inflamatórias: IL-10 e TGF-beta (fator de transformação de crescimento β) 
as quais podem inibir a produção de citocinas pró-inflamatórias; 
 Citocinas pró-inflamatórias: IL-1, IL-2, IL-12, IL-18, IFN-γ e TNF-α. 
 
Citocinas no balanço da resposta imune: 
 
 
 
 
A resposta imune é caracterizada por um balanço de mensageiros químicos chamados 
citocinas, que são produzidos por células inflamatórias que ativam outras células da 
cascata imune. Além disso, há um efeito tanto pró como anti-inflamatório destas 
citocinas. Na autoimunidade há um predomínio de citocinas que aumentam a 
inflamação. 
 
Células inflamatórias nos tecidos alvo? 
 
 
 
Apresentação de antígenos 
Linfócitos T reconhecem antígenos apenas quando células apresentadoras 
(células dendríticas, macrófagos e linfócitos B) expõem antígenos em sua superfície 
associados a moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC – major 
histocompatibility complex). 
Antígenos - qualquer substância capaz de ser reconhecida pelo sistema imune 
adaptativo. 
 
Sistema Complemento 
É um sistema de proteínas plasmáticas que ativa uma cascata de reações proteolíticas 
na superfície microbiana, mas não nas células do hospedeiro. Recobrindo as superfícies 
(patógenos - LPS) com fragmentos que são reconhecidos e ligados pelos receptores 
fagocíticos dos macrófagos. Essa cascata de reações também libera pequenos peptídeos 
que contribuem para a inflamação. 
 
 
 
Sinais cardinais da inflamação: 
 
 
O que pode disparar o processo inflamatório? 
 
 Microrganismo; 
 Alergia; 
 Produtos químicos; 
 Tumores; 
 Ferida/lesão; 
 Trauma; 
 Queimadura. 
 
O que modula a função imune? 
Calor Rubor Edema
Dor Perda da Função
 
 
 A carência de energia de origem proteica costuma vir acompanhada 
da deficiência de micronutrientes, como vitamina A, vitamina E, vitamina B6, 
vitamina C, folato, zinco, ferro, cobre e selênio. 
Os obesos são mais sujeitos do que pessoas de peso normal a desenvolver diferentes 
tipos de infecção e a obesidade está associada a um maior risco de vários tipos de 
câncer. 
Os mecanismos que modulam a resposta imune ao exercício podem ser divididos em 
três grupos: 
 Hormonais (catecolaminas: adrenalina e o cortisol; hormônio do crescimento 
(GH) e peptídeos 7pioides (endorfinas); 
 Metabólicos (glutamina); 
 Mecânicos (lesão). 
 
Adrenalina X Cortisol 
Estas moléculas ativam receptores em células imunológicas. A adrenalina está 
associada à redução de responsividade de (⬇) linfócitos a mitógenos. A estimulação de 
receptores β2-adrenérgicos por adrenalina pode inibir a proliferação linfocitária. 
Cortisol também parece inibir a proliferação por ação direta celular e por inibição da 
produção de IL-2 e reduzir ativação (⬇) NK. 
 
Cortisol – Hormônio do estresse agindo metabolicamente 
O cortisol apresenta ação oposta à da insulina e similar à do glucagon com a 
importante diferença de que este (glucagon) age em receptores da membrana celular, 
enquanto o cortisol interfere na transcrição, dentro do núcleo celular. 
Ele afeta três tecidos relacionados com o suprimento de energia para o corpo: 
 Fígado; 
 Músculos; 
 Adipócitos. 
Estresse 
 
Adrenalina = Fuga 
Cortisol = Manutenção vida 
 
Cortisol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cortisol 
Pico 8h 
Reduz 0h 
Estresse 
desregula 
Hormonal 
Imune 
Ações 
Músculo 
Fígado 
Adipócito 
Proteólise (musculatura) 
Eleva a glicose sanguínea e 
pressão arterial e (fígado) 
Lipólise (adipócito) eleva 
gordura visceral 
Reduz leucócitos circulantes (LT) 
REDUZ IL1 e REDUZ anticorpos 
Altera homeoestase cellular 
Eleva o deslocamento de 
leucócitos para a lesão 
Eleva secreção gástrica HCL = úlcera 
Reduz hormônios sexuais 
Reduz GH e massa óssea (inibe 
reabsorção cálcio renal e intestinal) e 
reduz produção colágeno tipo 1 
Estimula produção 
de leucócitos na 
medula 
 
Estresse 
 
 O estresse agudo foi definido como estresse que tem a duração de minutos a 
horas, e estresse crônico como o estresse que persiste por várias horas por dias 
para semanas ou meses; 
 A ligação entre o hipotálamo e função imunológica permite percepções 
neurológicas para modular o impacto da atividade física sobre os sistemas 
fisiológicos, incluindo células do sistema imunológico; 
 O estresse psicológico e atividade física intensa parecem ter efeitos 
semelhantes; 
 Ambos induzem respostas neuro-hormonais semelhantes, incluindo a secreção 
de cortisol, hormônio de crescimento (GH), epinefrina e norepinefrina. 
 
Alteração imune 
Exercícios aeróbios prolongados e extenuantes diminuem a expressão de 
receptores do tipo Toll (Toll-like receptor – TLRs) em macrófagos e comprometem a 
apresentação de antígenos para os linfócitos T, impedindo, sobretudo, a resposta 
inflamatória Th1. Esse efeito anti-inflamatório impede o dano tecidual causado pelos 
mediadores inflamatórios e reduz o risco de doenças inflamatórias crônicas, mas 
aumenta a susceptibilidadede infecções por microrganismos intracelulares. 
A Sociedade Internacional de Exercício e Imunologia (ISEI), em seu posicionamento 
oficial  preconiza que a disfunção imune observada após o exercício é mais 
pronunciada quando: 
 O exercício é contínuo, prolongado (> 1h30 min); 
 Realizado em intensidade variando de moderada a alta (55 e 80% do VO2 
máximo). 
 
 
 
 
Respostas imunológicas 
Th1 (+ tolerância) induz citotoxicidade e resposta inflamatória decorrente da 
produção de interleucinas como a IL-2 (estimula multiplicação de linfócitos T e B), o 
interferon-gama (IFN-gama) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa). 
Há ativação dos macrófagos e da fagocitose, e dos mecanismos citotóxicos 
(linfócitos T), levando a extensa destruição das zonas infectadas. É eficaz na eliminação 
dos patógenos intracelulares (vírus e bactérias intracelulares). 
Th2 (- tolerância) produz citocinas como IL-4 (diferenciação LB), IL-5 (anticorpos), IL-
6 (anticorpos), e IL-10 contrarreguladora, que são importantes na formação de 
anticorpos. 
→ Células Th1 e Th2 desempenham papéis distintos em várias condições 
fisiológicas ou patológicas. 
Em resposta a um exercício físico intenso ocorre neutrofilia (⬇), linfopenia (⬇) e 
monocitose temporariamente (⬆). 
O exercício físico intenso pode induzir inibição de muitos aspectos da defesa do 
organismo, incluindo a atividade das células NK (vírus e câncer), a resposta proliferativa 
dos linfócitos e a produção de anticorpos pelos plasmócitos (LB). 
Estas alterações comprometem a defesa do organismo contra agentes infecciosos e 
oncogênicos, assim como nos processos alérgicos e na autoimunidade. 
 
Doenças da imunidade 
Hipersensibilidade 
 Alergias e choque anafilático (IgE); 
 Degranulação (complemento) ou calor (sol) ou frio; 
 Hipersensibilidade tipo 2 (citotóxico), transfusão ou materna (IgG); 
 Hipersensibilidade do tipo 3 (imunocomplexos); 
 Hipersensibilidade 1 tardia (celular, tuberculose/granulomatoma, transplante). 
Autoimunidade 
 Alteração na anergia das células t/tolerância. 
Imunodeficiências 
 AIDS. 
 
Alergia 
Os alérgenos alimentares são definidos como componentes específicos do alimento, 
sendo representados, na maioria das vezes, por glicoproteínas hidrossolúveis, 
termoestáveis, resistentes à ação de ácidos e proteases. São reconhecidos por células 
especificas do sistema imunológico, desencadeando resposta imunológica humoral (IgE) 
ou celular, que resultam em manifestações clínicas características. Os recentes avanços 
tecnológicos relacionados à̀ biologia molecular tem permitido o mapeamento dos 
epítopos dos alérgenos alimentares. Epítopo é a parte de um antígeno capaz de 
estimular resposta imunológica. 
 
 
 
 
Fisiopatologia nas alergias alimentares 
 
 
 
 
 
 
Alergia Alimentar (AA) 
Segundo os mecanismos imunológicos envolvidos, as AAs podem ser classificadas em: 
→ Mediadas pela IgE; 
→ Não mediadas pela IgE (linfócitos T); 
→ Mistas. 
 
 
AAs mediadas por IgE 
As alergias alimentares mediadas pela IgE, em comparação as não mediadas, são 
de mais fácil diagnostico e o seu mecanismo imunológico é melhor compreendido. Em 
indivíduos geneticamente predispostos, a exposição à alérgenos alimentares 
(geralmente glicoproteínas), por via inalatória, cutânea ou parenteral, ocasiona a 
produção de anticorpos IgE-específicos. Após a sensibilização, os anticorpos circulantes 
se ligam a receptores de alta afinidade nas superfícies dos mastócitos e basófilos e a 
receptores de baixa afinidade nos linfócitos, eosinófilos e plaquetas. 
O que são alérgenos? 
 
Contatos posteriores com o alérgeno alimentar induzem a ligação com as 
moléculas de IgE específicas deflagrando uma cascata de eventos intracelulares, que 
culminam com a liberação de mediadores pré-formados e neoformados, responsáveis 
pelas diferentes manifestações alérgicas. 
Os sintomas podem ocorrer de quatro a seis horas após a ingestão, visto que se 
faz necessário tanto a digestão como o processamento do alérgeno para o 
desenvolvimento da reatividade clínica. 
 
AAs não mediadas por IgE 
1) Geralmente se manifestam com sintomas tardios envolvendo preferencialmente o 
trato gastrointestinal. 
2) Os mecanismos imunológicos envolvidos ainda permanecem “obscuros". 
3) Fazem parte deste grupo: coloproctite, proctite ou proctocolite eosinofílica ou 
alérgica, enterocolite induzida por proteína e a hemossiderose pulmonar (doenças 
autoimunes). 
 
AA – Reações mistas 
São exemplos a esofagite eosinofílica, a gastroenteropatia eosinofílica, a 
dermatite atópica e a asma. As manifestações clínicas são decorrentes de mecanismos 
Peixes; Crustáceos;
Leite 
(caseína);
Ovos 
(albumina); 
Soja; Amendoim; Pólen; Ácaros;
Trigo 
(glúten); 
Centeio, 
cevada e 
aveia.
mediados por IgE, com participação de linfócitos T, eosinófilos e citocinas pró-
inflamatórias e mecanismos celulares complexos demonstrados pela presença de 
linfócitos CD8 no epitélio. 
 
Hipersensibilidade mediada IgE e mistas 
Manifestações clínicas: 
 Sistêmica – choque anafilático; 
 Localizada – rinite alérgica, asma, alergia alimentar, eczema. 
 
 
Reações de hipersensibilidade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipersensibilidade Tipo 1: 
 
 
 
Alergia Atopia 
 Caracterizada por uma reação alérgica que se estabelece imediatamente após o 
contato com o antígeno por indivíduo sensibilizado; 
 Vasodilatação; 
 Aumento da permeabilidade capilar; 
 Espasmo das células musculares lisas; 
 Secreção glandular; 
 Iniciada 5-30 min após a exposição do indivíduo sensibilizado ao alérgeno específico; 
 Mediada por IgE. 
Ocorre inflamação mediada por IgE quando o antígeno ligado aos anticorpos IgE 
ocupam os receptores de alta afinidade dos mastócitos. 
 
Resposta de duas fases: 
Efeito imediato inicial: sobre os vasos, músculo liso e secreção glandular. Deve-se aos 
mediadores pré-formados: histamina, fator quimiotático de eosinófilo e derivados do 
ácido araquidônico de síntese rápida. 
Efeito tardio: infiltração celular da área afetada. Deve-se ao TNF, PAF, IL-4 e outros 
mediadores. 
 
 Fase imediata Fase tardia 
 
 
Hipersensibilidade tardia 
 
Enterocolite induzida por Proteínas Alimentares (EIPA): 
A enterocolite induzida por proteínas alimentares (EIPA) é uma hipersensibilidade 
gastrointestinal alimentar. Os linfócitos intestinais são ativados pelas proteínas dos 
alimentos produzem citocinas inflamatórias. O que resulta em um aumento da 
permeabilidade intestinal, má absorção, dismotilidade, vômitos, diarreia, dor abdominal 
e má progressão ponderal. 
 
→ O leite de vaca, soja e arroz são as causas mais comuns de EIPA. 
 
 
 
 
 
 
 A EIPA também está descrita em associação com outros cereais (aveia, milho, 
cevada), frango, peru, ovo, leguminosas, batata, batata-doce, abóbora, frutos 
frescos e moluscos. 
 Surge tipicamente entre o primeiro e o terceiro mês de vida ao ofertar o alimento 
ao bebê. 
 Pode surgir em adultos, mas é mais raro. 
 Possui característica genética. 
 
Choque anafilático 
Os sintomas na anafilaxia surgem rapidamente (minutos - horas), atingindo o pico 
entre 3 e 30 minutos, podendo permanecer quiescente por um período de 1 a 8 horas, 
quando se inicia, então, a fase tardia. 
Lista de alimentos  alergenicidade: 
 Leite de vaca e derivados; 
 Amendoim; 
 Ovo; 
 Soja; 
 Trigo; 
 Peixes; 
 Aditivos alimentares (corantes, conservantes, glutamato monossódico); 
 Adoçantes artificiais; 
 Chocolate. 
 
Alergia Alimentar 
A alergia alimentar é uma patologia relativamente comum nos primeiros 
anos de vida especialmente a mediada pela IgE. Contudo, a maioria das 
crianças com antecedentes de alergia alimentar adquire tolerância até à 
idade escolar. Na vida adulta podemos desenvolverIntolerância ou 
Hipersensibilidade tardia (IgG4). 
 
Tolerância Oral 
 Capacidade de o organismo compreender que aquela proteína não representa 
um risco hoje; 
 Reagir produzindo resposta não inflamatória; 
 
O trato gastrintestinal (TGI) é considerado o maior órgão linfoide do corpo, 
representando uma das maiores áreas de contato com o meio externo. Diariamente, 
recebe grande quantidade de alimentos contendo proteínas com potencial alergênico, 
sendo atribuída a ele a difícil tarefa de orquestrar o desenvolvimento de tolerância oral. 
Tolerância oral (TO) é definida como um estado de não reatividade local e sistêmica 
do sistema imunológico que é induzida por um antígeno administrado pela via oral. 
Embora esta seja a definição mais encontrada é interessante ressaltar que a não 
reatividade aos antígenos encontrada nesta situação não representa ausência de 
inflamação local. Pelo contrário, a infiltração celular; em especial de linfócitos, é uma 
característica do TGI, mesmo na ausência de doenças. Este fato é uma evidência de que 
a TO é mantida à custa de uma reação imunológica de supressão contínua, 
caracterizando a TO como um processo ativo. Como a produção de IgA e IL10. 
 
Esta tolerância pode ser adquirida de forma especialmente precoce nos lactentes com 
alergia ao leite de vaca por mecanismos não mediados primariamente pela IgE, mas 
por células e cujas manifestações são predominantemente gastrintestinais. 
 
Artigo publicado recentemente (2012), é referido que 85% das crianças alérgicas 
ao leite de vaca e 66% das alérgicas ao ovo se tornam tolerantes a estes alimentos até 
aos cinco anos de idade. 
Alergia X Tolerância 
Se, por um lado, a tolerância a alimentos como o leite, o ovo, o trigo e a soja 
ocorrem na maioria das crianças, a alergia a frutos secos, peixes e mariscos, tende a 
persistir na idade adulta. O amendoim é um forte gatilho imunológico, assim como o 
leite, ovo, trigo, peixe e soja. A alergia alimentar pode ser encarada como um marcador 
de predisposição atópica. Em muitas crianças coexiste com diversas condições de 
alergia, como eczema atópico, asma e rinite alérgica. Esses pacientes são de alto risco. 
A prevenção primária de alergia alimentar poderá, assim, contribuir para a prevenção 
de doença atópica em geral. 
Alergia Alimentar - Papel da microbiota intestinal 
A formação da microbiota intestinal acontece de forma predominante até os dois 
anos de vida e sofre influência de fatores ambientais. O parto cesáreo associa-se a maior 
risco de alergia alimentar nos dois primeiros de vida. O uso indiscriminado de 
antibióticos em crianças e jovens aumenta o risco de doenças atópicas em geral. A 
exposição a animais de estimação pode reduzir o risco de sensibilização a alérgenos 
alimentares e ambientais até os cinco anos de idade. 
 
 
 
 Consequências da Disbiose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELEMBRAR A CÉLULA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doença Inflamatória 
Intestinal 
Intestino Irritável Obesidade 
Rota virus e 
infecção 
DII X Candida 
(fungo) 
Resistencia a insulina 
e obesidade 
Esteatose hepática 
 
PTN REPARO 
ENZIMAS 
HORMÔNIOS 
LISO LIP 
RUGOSO PTN 
CONCEITOS SOBRE GENÉTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disbiose 
Estado em que microrganismos de baixa virulência se tornariam patogênicos em 
virtude do desequilíbrio qualitativo e quantitativo que está instalado. Disbiose foi 
conceituada como um antônimo para simbiose que expressa uma convivência 
harmônica entre os seres. 
O conceito atual de Disbiose intestinal diz que: 
→ Disbiose é um estado no qual a microbiota produz efeitos nocivos via: 
 
1) Mudanças qualitativas e quantitativas na própria microbiota intestinal; 
2) Mudanças na sua atividade metabólica; 
3) Mudanças em sua distribuição no trato gastrointestinal. 
 
Equilíbrio entre ingestão de alimentos e o intestino 
 
 
 
 
 
• QUE A CÉLULA PRODUZ? 
• SAÚDE, MANUTENÇÃO OU INFLAMAÇÃO? 
Ingestão de toneladas de 
alimentos ao longo da vida. 
Maior superfície de contato 
com o meio ambiente. 
Maior órgão linfoide. 
Proteção X Tolerância. 
Desenvolvimento da Imunidade Intestinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consequência das mudanças da sociedade ocidental, como da redução do 
contato das crianças com microrganismos, propiciada tanto por melhores condições de 
higiene e vacinação como por mudanças na alimentação que, em conjunto, determinam 
alterações na microbiota intestinal. 
Frequentemente, as mães introduzem, de forma precoce, alimentos ricos em 
dissacarídeos e monossacarídeos, como mel, xarope de frutose e sacarose na 
alimentação de seus filhos. Estes alimentos são conhecidos promotores da disbiose 
intestinal, em qualquer idade. 
 
Equilíbrio Imunológico 
 
 
 
 
 
 
Colonização bacteriana inicial 
Leite materno 
Oligossacarídeos não digestíveis 
Fermentados no colón 
Proliferação de probióticos 
BACTÉRIAS 
SIMBIONTES BACTÉRIAS COMENSAIS 
ESTAR VIVO 
ALIMENTOS 
AMBIENTE 
BEIJOS 
CONTATO 
Controle pH (AGCC) 
Aumentando Bifidios 
Produzindo bacteriocinas 
ESTAR VIVO 
BACTÉRIAS 
PATOGÊNICA
S 
ALIMENTOS 
DOENÇAS 
O ácido lático e os ácidos carboxílicos de cadeia curta, principalmente acetato, 
propionato e butirato, são os produtos finais da fermentação de substâncias prebióticas 
que contribuem para a redução do pH do intestino grosso. 
O aumento do número de bifidobactérias, por serem resistentes em meio ácido, 
enquanto que as patogênicas, sensíveis à acidez, são diminuídas. As bifidobactérias, ao 
lado dos lactobacilos, produzem e secretam bacteriocinas, substâncias antibacterianas 
que exercem efeito sobre a microbiota patogênica. 
 
Microbiota 
Função imunomoduladora: 
A flora bacteriana interage com as células do epitélio intestinal do hospedeiro e 
provoca uma resposta contínua do sistema imune, este, por sua vez, tende a 
desenvolver-se, fortificando o mecanismo de defesa do individuo (tolerância). 
O desenvolvimento do sistema imune local e sistêmico com o estímulo da 
microflora matura (amadurece) o sistema imune, impede a estruturação de resposta 
alérgica alimentar, o eczema atópico, doenças inflamatórias intestinais e artrite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MUCOSA SAUDÁVEL PERMEABILIDADE 
 
São renovadas a cada 3-5 dias - Enterócitos 
 
Homeostase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferenciam-se no 
tipo celular que esta 
precisando e migram 
Eixo vilosidade Cripta-Intestinal 
Formação da Barreira Intestinal 
Células Tronco 
Diferenciam-se em: 
 Enterócitos; 
 Células endócrinas; 
 Células caliciformes; 
 Células de Paneth. 
O equilíbrio entre a morte e a 
proliferação celular é reconhecido 
como determinante para homeostase 
intestinal. 
Células especializadas em 
absorção e secreção;
Alto turn-over; Adesão celular.
Origem Embrionária 
 
 Pode originar-se dos 3 folhetos embrionários. 
 
 
 
→ Ectoderma: 
Epitélios de revestimento externos (epiderme, boca, fossas nasais, orifício retal). 
→ Endoderme: 
Epitélio de revestimento do tubo digestivo, da árvore respiratória, do fígado e do 
pâncreas. 
→ Mesoderma: 
Endotélio (vasos sanguíneos e linfáticos) e mesotélio (revestimento de serosas). 
 
Microbiota 
Quais os benefícios de uma microbiota saudável? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Função Metabólica: 
→ Diferenciação de células epiteliais intestinais; 
→ Metabolização de carcinógenos; 
→ Síntese de vitaminas/Fermentação de fibras dietéticas. 
pH 
Competição NUTRIENTES 
e sítios 
Bacteriocinas 
Junções 
Contribuição nutricional: 
As bactérias intestinais atuam na produção de vitaminas (complexo B) e na 
digestão de alimentos, principalmente carboidratos não digeridos no trato 
gastrointestinal superior  formando ácidos graxos de cadeia curta (AGCC/Butirato)  
FOS, que constituem a fonte alimentar energética das células intestinais (colonócitos). 
 
DISBIOSE = REDUÇÃO DE LACTOBACILUSE BIFIDIUS 
 
O que causa a disbiose? 
 Vida sedentária; 
 Ingestão de álcool em excesso; 
 Baixa ingestão de fibras; 
 Estresse físico e emocional; 
 Consumo de bebidas e alimentos com aditivos químicos; 
 Contaminantes veiculados pelo alimento e água; 
 Uso de antibióticos; 
 Idade; 
 Clima; 
 Fumo; 
 Infecções; 
 Alimentação Industrializada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disbiose 
Alterações da microbiota intestinal natural trazem como consequência um 
desequilíbrio na resposta inflamatória sistêmica ou exacerbação do processo 
inflamatório pré-existente intensificando a resposta aos estímulos dolorosos e 
provocando artrites, vasculites, e dores musculoesqueléticas. 
Este desequilíbrio imunológico tem efeito irrefutável nas inflamações e pode ser 
secundário ao consumo frequente de dieta pró-inflamatória intolerâncias e alergias 
alimentares, disbiose microbiana de diferentes órgãos, desequilíbrios hormonais e 
exposição e acúmulo de xenobióticos que podem resultar em imunotoxicidade por 
ativação na produção de autoantígenos. 
 
Prisão de ventre ou constipação intestinal? 
 Menos de três evacuações por semana; 
 Esforço ao evacuar; 
 Presença de fezes endurecidas ou fragmentadas; 
 Sensação de evacuação incompleta; 
 Sensação de interrupção da evacuação; 
 Manobras manuais para facilitar as evacuações. 
Lúmen Intestinal 
Muco 
Enterócitos e células 
especializadas (células 
de Paneth, células M. 
Calciformes etc.) 
Lâmina própria/GALT 
 
 
2 critérios ou mais 
 
Constipação 
 Menos de três evacuações por semana; 
 Esforço ao evacuar; 
 Presença de fezes endurecidas ou fragmentadas; 
 Sensação de evacuação incompleta; 
 Sensação de interrupção da evacuação; 
 Manobras manuais para facilitar as evacuações. 
 
Em qual nível você está? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 e 2 – Fezes duras, T. intestinal lento = 
CONSTIPAÇÃO. 
3 e 4 – Fezes brandas – T. INTESTINAL 
REGULAR. 
5 6 e 7 – Fezes pastosas ou líquidas – T. 
INTESTINAL RÁPIDO OU DIARREIA. 
A constipação intestinal leva à presença no colón de fezes putrefativas, gerando 
placas duras e aderentes na mucosa intestinal, que liberam toxinas para todo o 
organismo. Estas toxinas podem ser absorvidas pela pele, resultando em um quadro de 
urticária e acne, ou para as articulações, gerando quadros de inflamação e até mesmo 
lesões articulares como a artrite reumatoide. 
 
 
 
Cepa específica: 
 SII: Bifidius. Infantis; 
 Intolerância lactose: Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. 
Bulgaricus; 
 Constipação: Bifidobacterium bifidum; 
 Diarreia por Clostrium (pós-antibiótico grave): Sacaromiceas (Floratil®); 
 Diarreia pós-antibiótico simples: Lactobacillus acidophilus e casei; 
 Alergia e eczema: Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium lactis; 
 Rinite: Lactobacillus casei, L. reuteri. 
 Colesterol: Bifidobacterium longun 
 Elevar HDL: Enterococcus faecium 
 Obesidade e Diabetes 2: Bifidobacterium e Lactobacillus acidophilus (gran positivas) 
 Disbiose: Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium bifidum 
 Candidíase: Lactobacillus rhamnosus e Fermentum. 
 Melhora imunológica: Lactobacillus salivarius; Lactobacillus plantarum. 
 Colite: Sacaromiceas Boulardi, S. cerevisiae. 
 
Alergias Alimentares 
Diagnósticos laboratoriais para Disbiose e Alergias Alimentares 
 O diagnóstico é o primeiro passo para o tratamento da disbiose intestinal e, 
consequentemente, da obesidade. 
 Primeiro, é preciso uma avaliação completa do paciente, com história clínica e 
avaliação da composição corporal, exames laboratoriais. 
 Além do teste de hidrogênio expirado, que mede o crescimento bacteriano no 
intestino e tem se mostrado um diferencial pelos resultados. 
 Neste exame, o paciente ingere uma substância específica e depois se avalia o ar 
expirado, indicando se a pessoa possui ou não um crescimento bacteriano 
normal. 
 
Características do Perfil Organix™ de Disbiose: 
1) Amostra de urina colhida pela manhã, resultando numa aceitação melhor do 
paciente que o exame de fezes; 
2) Discernimento entre classes microbiais, permitindo terapias mais focadas; 
3) D-arabinitol, um marcador específico para Candida SP; 
4) D-lactato, um indicador de crescimento excessivo de L. acidófilos e má absorção 
de carboidrato; 
5) Como componente, o Perfil Orgânico (Organix™) pode ser usado como um 
acompanhamento para controlar as terapias. 
(Sem comprovação científica) 
 
 
Diagnóstico SII 
 Calprotectina exame de fezes para descobrir doença inflamatória 
intestinal em pacientes com suspeita de SII, embora, provavelmente, a causa seja 
doença inflamatória intestinal (DII). Agora é feito rotineiramente em muitos pontos de 
atenção primária no Reino Unido. 
 
Sinais clínicos SII e disbiose: 
Efeitos clínicos podem ser diversos, como: 
 Distúrbio de comportamento; 
 Fadiga crônica; 
 Depressão; 
 Dor de cabeça; 
 Disfunção imunológica; 
 Insônia; 
 Dores articulares; 
 Distúrbio de aprendizado; 
 Deficiências nutricionais; 
 Distúrbio de pele; 
 Sudorese noturna. 
 
Marcadores para alergia 
 IgE; 
 IgG; 
O número crescente de aquisições tem melhorado o valor preditivo de alguns 
testes laboratoriais empregados no diagnóstico de alergias alimentares. 
Entretanto, até hoje não há teste in vitro ou in vivo que mostre correlação 
completa com a clínica da alergia alimentar. 
 
Diagnóstico de alergia alimentar 
Com relação à̀ alergia, os testes diagnósticos mais utilizados são: 
1) Testes cutâneos como prick test ou patch test; 
2) Diagnóstico Laboratorial: análise sérica IgE específica (ImmunoCap®), 
RAST (radioallergosorbent test) e ELISA; 
3) Endoscopia Digestiva alta e baixa; 
4) Biópsia intestinal; 
5) Dieta de exclusão; 
6) Teste de Desencadeamento Oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Testes laboratoriais para alergias: 
Ex. IgE no soro. 
 
 IgE total no soro; 
 Elisa competitivo; 
 IgE contra alérgeno específico; 
 Placas sensibilizadas com o alérgeno. 
 
 
Teste cutâneo para alergia 
 
 
 
IgG4 = Alergias Tardias 
 Os anticorpos IgG4 estão associados a reações não-atópicas ou “tardias” que 
podem complicar ou contribuir para vários problemas de saúde e são considerados 
como a forma mais comum de intolerância imunológica imediada (celular). Essas 
reações são mais complicadas de serem identificadas, pois podem ocorrer horas ou até 
mesmo dias após o consumo do alimento agressor. 
 
 
 
 
 
Intolerância a lactose 
Métodos diagnósticos: 
1) Biopsia; 
2) Os testes de tolerância à lactose são realizados com desafio, o paciente 
ingere de 25g a 50g de lactose e se avalia os sintomas por duas a três horas. 
A técnica mais difundida nos laboratórios de análises clínicas é a curva glicêmica. 
Nesta técnica, é coletada a glicemia em jejum e depois é feita uma curva. Se o paciente 
absorver a lactose, a glicemia deve se elevar de 1,4 mmol/l ou mais. 
1) O teste respiratório do hidrogênio expirado (realizado no Hospital das Clínicas da 
FMUSP) é considerado padrão-ouro para o diagnóstico de intolerância à lactose, 
seguindo o primeiro Consenso de Roma para metodologia e indicações de teste 
respiratório do hidrogênio expirado para doenças gastrintestinais. 
O paciente tem que fazer o preparo na véspera, só podendo ingerir dieta não 
fermentativa com restrição total de lactose, sem fumar (o cigarro aumenta o hidrogênio 
expirado). Deve também evitar antibióticos por um mês antes do exame (a presença da 
flora bacteriana é essencial para a produção do hidrogênio), não pode fazer exercícios 
físicos (aumentam o hidrogênio expirado) e tem que se apresentar para o exame com 
jejum de 10 a 12 horas, podendo ingerir água. A sensibilidade do exame é de 80% a 
92,3% e a especificidade 100% com 25g de lactose, desde que o preparo esteja correto.A flora bacteriana colônica fica com atividade diminuída em pH ácido (é esse o pH das 
fezes quando se dá a fermentação da lactose), podendo neste pH o exame ser falso-
negativo. 
 
 
 
 
Prevalência de intolerância 
No intestino humano, os níveis de lactase são baixos até a 27ª- 32ª semana de 
gestação, quando se elevam, rapidamente, começando a cair por volta dos cinco anos 
de idade. Desta forma, os bebês prematuros nascidos com 28 a 32 semanas de gestação 
têm atividade reduzida de lactase, porém se forem de outra maneira saudáveis, o cólon 
pode recuperar os carboidratos não absorvidos, prevenindo a desnutrição e diarreia. 
 
 
 
 
57% adultos brancos 
Os sintomas típicos incluem: 
 Dor abdominal; 
 Sensação de inchaço no abdome; 
 Flatulência; 
 Diarreia; 
 Borborigmos; 
 E particularmente nos jovens, vômitos; 
 A dor abdominal pode ser em cólica e frequentemente é localizada na região 
periumbilical ou quadrante inferior esquerdo; 
 O borborigmo pode ser audível no exame físico e para o paciente; 
 As fezes usualmente são volumosas, espumosas e aquosas; ácidas; 
 Uma característica importante é que estes indivíduos, mesmo com quadro de 
diarreia crônica, geralmente não perdem peso. 
 
Intolerância a lactose - Genético 
Com a validação do polimorfismo LCT-13910C>T, o exame genético passou a 
incorporar a rotina de exames de laboratório para diagnosticar hipolactasia. Na Europa 
o exame é feito com kit MutaReal Lactase Test que utiliza o PCR em tempo real, e com 
kit GenoType LCT que se baseia na hibridização dos produtos de PCR de PCR multiplex 
com sondas selvagens e mutantes aderidas às tiras de nitrocelulose. 
O kit que emprega hibridização reversa não sofre interferência dos 
polimorfismos africanos observados nos pacientes da raça negra imigrantes da África 
que vivem na Europa, e que provocam um desvio da curva de melting por PCR em tempo 
real, sendo considerado melhor. 
 
 
 
 
Doenças Inflamatórias 
 
 
Doenças autoimunes 
Diversas doenças são ativadas por este mecanismo autoimune inflamatório como: 
 Asma; 
 Rinites; 
 Sinusites; 
 Dermatites; 
 Artrite reumatoide; 
 Lúpus; 
 Psoríase; 
 Espondilite anquilosante; 
 Gastrenterites e esofagites eosinofílicas alérgicas; 
 Síndrome do intestino irritável; 
 Enterocolites; 
 Infecções urinárias crônicas; 
 Cefaleias; 
 Tireoidite de Hashimoto e outras. 
 
Urticária 
 Caracterizada pela vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular da pele. 
 Trata-se de uma forma cutânea localizada da anafilaxia e uma das manifestações 
da anafilaxia sistêmica. 
 O mesmo mecanismo de anticorpos IgE é responsável pela patogenia da urticária 
e da anafilaxia sistêmica e os alérgenos causais são muito semelhantes. 
 Ao contrário da anafilaxia, a urticária é uma condição benigna, de ocorrência 
muito mais comum. 
 
Lesões típicas de paciente com urticária 
 
 
 
 
 
Histamina 
 
 
Dermatite Atópica (DA) 
A incidência de doenças alérgicas vem aumentando nas últimas décadas como 
consequência de predisposição familiar e fatores ambientais. Estima-se que cerca de 
20% da população ocidental sofre de algum tipo de alergia. A dermatite atópica (DA) é 
uma doença inflamatória crônica da pele que apresenta um impacto significativo na 
qualidade de vida dos pacientes. Há associação entre aspectos psicológicos e DA. 
Apresenta uma pele intensamente pruriginosa, inflamada, que permite a penetração de 
irritantes e alérgenos e predispõe os pacientes à colonização e à infecção por micro-
organismos. 
 
Princípios da imunologia 
Modulação do sistema imune a partir da NUTRIÇÃO. 
→ Imunonutrição; 
→ Imunonutrientes; 
→ Vitaminas e minerais e a função imune; 
→ Alimentos imunoprotetores. 
 
 
 
Nutrição x Imunologia 
 O funcionamento adequado do sistema imune é fortemente influenciado pelo 
estado nutricional do organismo e pelos nutrientes ingeridos na alimentação. A ingestão 
inadequada de energia, macronutrientes e micronutrientes resulta em efeito supressor 
(diminuição) de funções imunes, aumentando os riscos de infecções. 
 Diversos nutrientes apresentam propriedades moduladoras do sistema 
imunológico. Aminoácidos não essenciais, ou seja, que são produzidos pelo organismo 
humano, como a arginina e a glutamina, podem se tornar essenciais em condições de 
estresse e apresentar importante efeito no funcionamento da resposta imunológica. 
 A arginina aumenta a atividade de células exterminadoras naturais, linfócitos e 
macrófagos, ajuda no tratamento de tumores e melhora a resposta tardia à 
hipersensibilidade. A glutamina é uma importante fonte energética para células do 
sistema imune e sua deficiência é associada com disfunção imune e maior mortalidade 
em doentes críticos. 
 As vitaminas também podem exercer importante papel no funcionamento do 
sistema imune. A vitamina e, por exemplo, é um importante antioxidante que previne 
os efeitos agressivos do estresse oxidativo e ajuda a preservar o funcionamento 
adequado da imunidade. Assim como a vitamina E, outras vitaminas são consideradas 
antioxidantes, como a vitamina C. 
 Os lipídios são substâncias que exercem efeitos profundos na modulação do 
sistema imune. Dentre eles destacam-se os ácidos graxos poli-insaturados ômega-6 e 
ômega-3. Esses ácidos graxos são essenciais, isto é, o organismo humano é incapaz de 
produzi-los, sendo necessária sua ingestão pela dieta. Exercem importante efeito 
modulador em funções imunes, alteram a expressão de moléculas de superfície e 
produção de citocinas, além de participarem na síntese de mediadores inflamatórios, 
como leucotrienos, prostaglandinas e tromboxanos. 
 
Imunonutrientes e principais funções: 
 Arginina; 
 Glutamina; 
 Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA); 
 Ômega 3; 
 Nucleotídeos; 
 Cobre; 
 Magnésio; 
 Zinco; 
 Ácido Fólico; 
 Complexo B; 
 Vit. A, D, C, E. 
 Planos alimentares e suplementos com foco na melhora. 
 
Arginina 
 A arginina é um aminoácido semi-essencial, que se torna condicionalmente 
essencial em situações de hipercatabolismo, como no trauma. Atua imunologicamente 
através de proliferação do linfócito T. Como estimulante da síntese protéica, participa 
da produção de prolina, importante na formação de colágeno e no processo de 
cicatrização de feridas na presença de traumas. Controle da pressão arterial. A liberação 
do óxido nítrico (ON) pelas células endoteliais vascular, via conversão da L-arginina, 
regula a pressão sanguínea e perfusão tecidual. É também um secretagogo para 
hormônio de crescimento, prolactina e insulina. Porem, a suplementação excessiva de 
arginina pode levar à hiperprodução de ON, que induz a vasodilatação. 
→ Doses de 3g/dia por 30 dias (Angeli, 2006); 
→ Muito utilizada para Nutrição Enteral em dose de 7 a 30g/L. 
 
BCAA ou ACR 
O sistema imune é influenciado agudamente, e em menor extensão, 
cronicamente, pelo exercício. Dados epidemiológicos e experimentais sugerem que o 
exercício moderado aumenta a imunocompetência, enquanto que durante o 
treinamento intenso e após um evento competitivo ocorre aumento da incidência de 
infecções do trato respiratório superior (ITRS) em atletas. O exercício intenso e 
prolongado está associado com temporária imunossupressão que afeta macrófagos, 
neutrófilos e linfócitos. Os ACR podem atuar como precursores da síntese de glutamina 
no tecido muscular. Esses aminoácidos fornecem grupamentos amino em reações de 
transaminação, as quais acarretam na formação de glutamato que, posteriormente, na 
reação catalisada pela enzima glutamina sintetase, participa da síntese de glutamina. 
A suplementação com ACR (BCAA) promoveu maior capacidade de proliferação 
de linfócitos obtidos do sangue periférico, quando estimulados com mitógenos, em 
relação ao grupo placebo tanto antes quanto após o triatlo.Paralelamente a esses 
efeitos, esse estudo também demonstrou redução da incidência de sintomas de 
infecção (34%) reportada pelos atletas suplementados com ACR no decorrer do período 
de suplementação – 30 dias antes do exercício intenso da prova de triatlon. Sendo assim, 
não está elucidado qual o mecanismo de ação da suplementação com ACR sobre a 
imunocompetência, ou seja, se é efeito decorrente da manutenção da concentração 
plasmática de glutamina, ou se é efeito direto dos ACR. 
 
Outros alimentos com potencial 
 Soro do leite (Whey protein/ modulador/ Lactoferrina); 
 Obs: A lactoferrina é a segunda proteína predominante no leite humano, com 
concentrações mais elevadas no colostro. Antibacteriano e antiviral, 
Bifidogênico, reduz NFKB; 
 Alga Spirulina (PTN e fibras prebióticas). 
 
Algas: Spirulina 
 As proteínas presentes possuem digestibilidade de 70%; 
 Aminoácidos não essenciais presentes na Spirulina: alanina, arginina, ácido 
aspártico, cistina, ácido glutâmico, glicina, histidina, prolina, serina e tirosina; 
 Aminoácidos essenciais: isoleucina, a leucina, a lisina, a metionina, a fenilalanina, 
a treonina e a valina; 
 A fim de suprir as necessidades diárias de aminoácidos essenciais requeridas por 
um adulto saudável, seria necessário o consumo de 25 g/dia de Spirulina spp; 
 Para resposta imunológica doses de 5 a 10g/dia. 
 
Nucleotídeos 
 São precursores de ácidos nucleicos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e 
ribonucleico (RNA), sendo indispensáveis para a síntese de proteínas celulares; 
 São importantes na homeostase do sistema imunológico do adulto, onde o RNA 
aumenta a contagem total de linfócitos; 
 Os nucleotídeos da dieta são essenciais na imunidade célula-mediada. Sua 
presença é especialmente importante durante o desenvolvimento, maturação e 
reparo intestinal. Suplementos de nucleotídeos podem ajudar a preservar a 
estrutura e função intestinal; 
 Ainda não foi bem conhecida e não há um valor recomendado para sua 
suplementação. 
 
Vitamina A 
 Consequências da deficiência de vitamina A: comprometimento da integridade 
do revestimento dos tratos pulmonar, gastrointestinal e urinário, ficando assim 
mais fácil para as bactérias patogênicas penetrar a barreira epitelial e provocar 
infecções mais graves e inflamações mais exacerbadas; 
 Um exemplo: a suplementação com vitamina a limita a diarreia, restaurando a 
integridade intestinal; 
 Foi demonstrado recentemente que o ácido retinóico, um metabólito da 
vitamina A, é produzido exclusivamente por células imunes intestinais, mas não 
do mesmo tipo de célula imune de outros órgãos linfoides; 
 Esse ácido direciona a migração de células T antígeno especificas da periferia de 
volta para o intestino, onde encontraram seu antígeno pela primeira vez. 
 
Inflamação - Influência imunológica e Fenótipo da Dieta 
Nutrigenômica - Estudo do efeito de componentes bioativos da dieta na expressão 
de genes e consequências nas funções bioquímicas/fisiológicas. 
Nutrigenética - Estudo do efeito da variação genética individual na resposta a dieta e 
a nutrição. 
 
 
Doenças: 
 Doenças cardiovasculares; 
 Câncer; 
 Obesidade; 
 Diabetes; 
 Desordens neurológicas; 
 Osteoporose; 
 Desordens inflamatórias. 
Macro e micro nutrientes 
As macro moléculas são: 
 Carboidratos (CHO) 
 Proteínas (PTN) 
 Lipídios (LIP) 
As micro moléculas são os oligoelementos minerais e vitaminas, oferecidos todos os 
dias para manutenção e crescimento de novos tecidos. 
→ Todos os alimentos são mistos: CHO + PTN + LIP + H2O 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carboidratos 
Os carboidratos possuem a classificação entre os simples (absorção rápida para 
obtenção de energia) e os complexos (precisam ser hidrolisados até simples para 
obtenção de energia). Devido à diferença nos processos de digestão e a velocidade no 
tempo de absorção dos carboidratos, foi determinado um mecanismo denominado 
Índice Glicêmico, para avaliar a resposta da glicemia, de acordo com o tipo de 
carboidrato. O índice glicêmico é um indicador qualitativo da habilidade de um 
carboidrato ingerido, em elevar os níveis glicêmicos no sangue. 
Para verificar a quantidade de carboidrato nos 
alimentos, utiliza-se como referência o Manual de 
contagem de carboidratos. 
 
 
 
 
 
Carboidratos 
Proteínas 
Gorduras totais 
Índice glicêmico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tecidos DEPENDENTES de GLICOSE; 
 Tecidos NÃO DEPENDENTES de INSULINA; 
Cérebro; Hemácias; Cristalino do olho; Células da Medula Renal. 
 
 
DIAPEDESE = SAÍDA DO VASO/CELULAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HEMÁCIAS 
ESTASE 
ACUMULO BACTERIANO 
MONÓCITOS 
INFLAMAÇÃO 
SINALIZAÇÃO INTRACELULAR NA RESISTÊNCIA A INSULINA/INFLAMAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Via de sinalização da Insulina 
e leptina. 
Via de ativação serina/TNF-α 
 
 
 
 
Produtos de Glicação Avançada (AGEs) 
 AGEs (advanced glycation end-products); 
 São formados por meio da reação de glicação não enzimática de escurecimento, 
também conhecida como reação de Maillard; 
 Os principais AGEs formados no organismo são: carboximetil-lisina, pentosidina, 
pirralhinha e dímeros de glioxal e metilglioxa. 
 
Diabetes 2 
Aterosclerose PPAR família receptores nucleares 
protetores 
 
 
 Os produtos de glicação avançada constituem uma grande variedade de 
moléculas formadas a partir de interações aminocarbonilo, de natureza não 
enzimática; 
 Entre açúcares redutores ou lipídeos oxidados e proteínas, aminofosfolipídeos 
ou ácidos nucléicos; 
 E ocorrem aceleradamente no estado hiperglicêmico; 
 A glicação não enzimática de proteínas ou reação de Maillard é um mecanismo 
relacionado à ̀ hiperglicemia crônica, a qual ocasiona uma série de alterações 
fisiológicas importantes no desenvolvimento das complicações crônicas do 
diabetes (Placa de Ateroma e lesão renal). 
 
 
 
A dieta é a principal fonte exógena de AGEs. AGEs podem ser absorvidos no trato 
gastrintestinal e transportados pela albumina e ou por partículas de LDL-c (lipoproteína 
de baixa densidade). Os alimentos que têm sido descritos com altas concentrações de 
AGEs são aqueles ricos em gorduras, como manteiga e margarina, carnes e queijos 
(especialmente o queijo parmesão), produtos industrializados, como cereais matinais, 
biscoitos e batatas do tipo chips ou fast food. 
As técnicas de processamento empregadas pela indústria podem promover a 
formação de AGEs nos alimentos, especialmente a desidratação e o aquecimento a altas 
temperaturas. A utilização de temperaturas superiores a 170°C, como fritar, assar e 
grelhar potencializa a formação de AGEs. A cocção em temperaturas mais brandas (em 
torno de 100°C) na presença de umidade (H2O), como o cozimento em água ou em 
vapor, contribui para o menor conteúdo de AGEs. 
Cerca de 10% dos AGEs ingeridos com a dieta são absorvidos. Da fração absorvida, 
aproximadamente 2/3 são armazenados no organismo e apenas 1/3 é eliminado pela 
urina por indivíduos com função renal normal, dentro de 48 horas. Os macrófagos fazem 
a retirada dos AGEs formados nos tecidos pela endocitose de AGEs (via receptores) e 
que, após a degradação intracelular, liberam na circulação AGE-peptídeos, também 
denominados “segunda geração de AGEs” solúveis e de baixo peso molecular, 
posteriormente eliminados na urina, dessa forma, a eficácia da remoção de AGEs 
ESTÍMULO INFLAMATÓRIO 
DENTRO DO GLOMÉRULO 
depende do clearance renal. O alvo principal da sinalização dos AGEs é o fator de 
ativação nuclear NF-κB. 
 
AGEs promovem: 
 Estresse oxidativo; 
 Alterações morfofuncionais celulares; 
 Aumento da expressão de mediadores inflamatórios; 
 A formação de AGEs ocorre vagarosamente sob condições fisiológicas; 
 Afeta predominantemente moléculas de meia-vida longa, como o colágeno,exercendo importante função no processo de envelhecimento. 
 
AGEs se formam in vivo na presença de hiperglicemia e contribuem para a 
fisiopatologia da doença vascular no diabetes. 
 
 
 
 
 
 
 
NF-kB é também ativado em resposta à ligação do RAGE, embora os mecanismos 
ainda não estejam claramente definidos. 
A ativação de monócitos por albumina sérica humana sérica modificada por AGE 
leva à expressão do RNAm da IL-1β e do TNFα. 
 
 
Os AGEs podem danificar as células por três mecanismos básicos: 
1) A modificação de estruturas intracelulares, incluindo aquelas envolvidas com a 
transcrição gênica (DNA e RNA). 
2) A interação de AGEs com proteínas da matriz extracelular modificando a 
sinalização entre as moléculas da matriz e a célula, gerando disfunção. 
 
Vários receptores diferentes para AGEs foram 
descobertos, um dos quais, denominado receptor 
de AGEs (RAGE), que inicia a cascata de sinalização 
que estimula NADPH oxidase, aumenta as 
espécies reativas de oxigénio (ROS), e ativa p21 
RAS e MAPKs (mitogen-activated protein kinases). 
3) A modificação de proteínas sanguíneas como citocinas e fatores de crescimento 
(neutrófilos). 
4) As proteínas e os lipídeos circulantes modificados por AGEs podem ligar-se a 
receptores específicos, causando a produção de citocinas inflamatórias e fatores 
de crescimento, que, contribuem para a patologia vascular do diabetes e 
envelhecimento (Barbosa, 2008). 
 
A formação de AGEs in vivo pode envolver: 
→ Neutrófilos, monócitos e macrófagos. 
Que após estímulo inflamatório, produzem mieloperoxidase (derivada de 
neutrófilos catalisa formação ERO) e a enzima NADPH oxidase (de superfície celular de 
macrófagos), induzindo a formação de AGEs por meio da oxidação de aminoácidos. Sob 
condições de hiperglicemia (diabetes e excessos alimentares) e ou estresse oxidativo, a 
geração de AGEs aumenta intensamente. A mensuração da hemoglobina glicosilada 
(HbA1C) reflete a ocorrência de hiperglicemias nos últimos 4 meses e, indiretamente, 
de glicação avançada (AGEs). A alta concentração de glicose intracelular é considerada 
atualmente o evento iniciador primário da formação de AGEs intra e extracelular. 
 
Produtos da reação de Maillard (PRM) 
Os PRM estão presentes em alimentos submetidos a qualquer tipo de 
tratamento térmico, incluindo alimentos fritos, assados em churrasqueiras, cozidos em 
forno convencional ou de micro-ondas. Sendo a temperatura o parâmetro crítico 
relativamente a essa reação. 
Métodos mais brandos de cozimento e com alta atividade de água, como 
preparações ensopadas e a vapor, geram teores menores de PRM. 
 
O teor de PRM em peito de frango pode variar de: 
 1.100kU/100g - quando cozido em cocção úmida; 
 4.700kU/100g - quando frito (1/3 recomendação). 
 
 
A preparação frita atinge cerca de um terço da recomendação de ingestão desses 
compostos por diabéticos, a qual não deve ser ultrapassar 16.000kU por dia. 
 
Combate aos AGES 
 
 
 
Recomendação: 
 Evitar alimentos FRITOS e ou grelhados a altas temperaturas; 
 Evitar preparações assadas (seco) a altas temperaturas (200° c); 
 Utilizar fogo mais baixo e temperaturas de forno médias e sempre envoltas em 
líquidos; 
 Assados marinados e grelhados com um pouco de líquidos (cozidos) e com 
temperos protetores; 
 Reduzir o consumo de CHO de alto índice glicêmico. 
Preferir: 
 Farinha de amêndoas ou 60g de amêndoas/dia; 
 Farinhas ou cereais: quinoa, aveia, trigo sarraceno; 
 Frutas de baixo índice glicêmico; 
 
Orientar ao uso de especiarias secas e condimentos como: 
 cúrcuma, açafrão, curry, gengibre, (cravo e canela/cápsulas); 
 O uso de cebola e alho é protetor na reação de Mailard; 
 Suplementação de B6 (piridoxina) inibidor natural dos AGEs; 
 ALA – Óleo de linhaça ou chia; 
 Ômega 3 – EPA e DHA; 
 Óleo de semente de uva – 125mg (3x) ao dia. 
 
Lipídeos 
Gorduras 
São substâncias orgânicas de origem animal ou vegetal, formadas 
predominantemente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos graxos, 
chamados triacilgliceróis. Além de fonte de energia, são veículos importantes de 
nutrientes, como vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e ácidos graxos essenciais. 
Estrutura química 
São compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Diferencia-se dos 
carboidratos pela proporção desses nutrientes. Cada molécula de gordura possui 
glicerol (álcool) combinado com ácidos graxos (ácido). 
Ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poli-insaturados: 
O grau de saturação de um ácido graxo é definido pelo número de ligações duplas 
entre os átomos de carbono nas cadeias. A cadeia que não apresentar ligações duplas é 
um ácido graxo saturado. Já, a cadeia que apresentar um ácido graxo apenas insaturado 
é monoinsaturado ou pode ser um ácido graxo poli-insaturado que contém várias duplas 
ligações. 
Saturados: Presentes em carnes gordas, banha, manteiga, palma, cacau, laticínios, coco, 
etc. Deve ser limitada a menos de 10% do total de ingestão calórica. Aumentam o 
colesterol total e a LDL. 
Monoinsaturados: Presentes no azeite de oliva, canola, açaí, abacate e frutas 
oleaginosas (amendoim, castanhas, etc.). Diminui o LDL e o colesterol total. 
Poli-insaturados: Presentes nos peixes, óleos vegetais (girassol, soja, milho, canola, 
açafrão, algodão, gergelim, etc.) e nas frutas oleaginosas (castanhas, nozes, avelãs, etc.). 
Diminuem a concentração de colesterol na LDL, possuem efeito anti-inflamatório 
sobre as células vasculares, inibindo a expressão de proteínas endoteliais pró-
inflamatórias. São os ácidos graxos essenciais, que o organismo não produz, 
necessitando serem incorporados na dieta. Têm papel importante no transporte de 
gorduras e na manutenção da integridade das membranas celulares. 
 
Lipídeos poli-insaturados: 
1) Ômega 6 (ácido Linoleico): Carnes, prímula, girassol, semente de abóbora, milho, 
soja, gergelim, canola, linhaça, groselha negra (açaí), oliva e leite humano. Reduz o 
colesterol total, LDL e eleva HDL; 
2) Ômega 3 (ácido Alfa-Linolênico): Óleo de peixe (salmão, atum, arenque, sardinha, 
etc.) chia, linhaça. Reduz os triglicerídeos e o colesterol total. 
 
 
 
 
 
 
Lipídeos x Imunologia 
 A PGE2 tem muitos efeitos pró-inflamatórios como a indução de febre, aumento 
da permeabilidade vascular, aumento da dor e edema. Entretanto, a PGE2 também 
diminui a proliferação de linfócitos e a atividade das células NK, além de inibir a 
produção de TNF-α, IL-1, IL-2, IL-6 e INF-γ, portanto, a PGE2 também possui efeitos anti-
inflamatórios. Já́ o LTB4 pode aumentar a produção de citocinas pró-inflamatórias, a 
permeabilidade vascular, o fluxo sanguíneo local e a atividade das células natural killer. 
 
 
ALA 
Apenas 5% de 
conversão 
 
 
 
TCM (óleo de coco) 
 Os triacilgliceróis de cadeia média (TCM) são formados por ésteres de glicerol 
contendo ácidos graxos com 6 a 12 átomos de carbono; 
 Os TCM são absorvidos através da parede intestinal sem ação enzimática e sem 
ressíntese dos triacilgliceróis nas células intestinais; 
 Os TCM sofrem, predominantemente, β-oxidação (energia) e não são estocados nas 
células adiposas; 
 Consequentemente, constituem boa fonte de energia para pacientes com 
insuficiência pancreática e má́ absorção lipídica. 
 
 
SAT 
MONO 
W6 
W3 
 
Apesar dos potenciais benefícios do óleo de coco no HDL, os estudos 
experimentais comprovam o efeito hipercolesterolêmico do coco e seus subprodutos, 
como o recente estudo com cobaias que comparou óleo de coco com azeite de oliva e 
óleo de girassol. O grupo tratado com óleo de coco apresentou aumento significativo da 
fração não HDL e triglicérides. 
 
Lipídeos x Colesterol 
Somente três ácidos graxos de cadeia longa podem elevar a concentração de 
colesterol plasmático: 
 Láurico (12:0); 
 Mirístico (14:0); 
 Palmítico (16:0); 
 
Composição do chocolate amargo: 33% de ácido oleico (cis-18:1 monoinsaturado); 
 25% de ácido palmítico (16:0 saturado ⬆ colesterol); 
 33% de ácido esteárico (SAT) NÃO ELEVA O COLESTEROL. 
 
 
 
 
 
 
Ponto Fumaça 
 
Óleo Temperatura (ºC) e tempo 
Azeite 185 – 7 min 
Girassol 183 – 5 min 
Soja 240 – 7 min 
Canola 233 – 9 min 
Milho 215 – 17 min 
 
 
 
 
 
 
 
Gorduras Saturadas 
 
 
Óleo de coco - muito lauritico - 50% 
Ponto de fusão de 44 a 69 graus. 
 
 
 
 
 
Então qual é o melhor óleo para se usar? 
 
 
 
 
 Soja; 
 Girassol; 
 Canola; 
 Milho; 
 Azeite. 
Ao se fritar um alimento se evapora a água (0 kcal) e adiciona gordura = 9kcal/g. A 
partir de aproximadamente 200°C o efeito é drástico, por isso recomenda-se para o uso 
de temperatura até 180°C no processo de fritura. O melhor é o óleo de soja (?), porque, 
além de ser fácil de encontrar e manusear tolera melhor altas temperaturas. Esse 
produto contém ômega 3 e 6 e bom custo-benefício (é mais barato e melhor para a 
saúde). 
Lipídeos – Gorduras trans 
 São formadas a partir do processo de hidrogenação industrial ou natural (rumem 
dos animais) dos ácidos graxos; 
 Encontram-se nos alimentos industrializados; 
 Alimentos de origem animal (carnes gordas e leites integrais) apresentam 
pequenas quantidades dessas gorduras; 
 Possuem a finalidade de melhorar a consistência, sabor dos alimentos e 
aumentar a vida de prateleira de alguns produtos; 
 O consumo excessivo aumenta a concentração de LDL e diminuem a 
concentração de HDL plasmático. 
 
→ Fontes alimentares: naturais (carnes, leites e derivados) e industrializados 
(biscoitos, salgadinhos, frituras, bolos, margarinas, pães, sorvetes, doces, etc.). 
 
MEMBRANA BICAMADA LIPÍDICA 
 
 
 
Ômega-3 
 O ácido graxo poli-insaturado ômega-3 é derivado do óleo de peixe e tem 
potentes efeitos anti-inflamatórios em pacientes com trauma, substituindo o ácido 
araquidônico dos fosfolipídios das membranas das células imunes e inibindo a 
ciclooxigenase. 
Gordura Trans Gordura saturada 
 Esse efeito reduz inflamação sistêmica, através de uma menor produção de 
prostaglandinas da série 2 (PGA-2) e leucotrienos da série 4. 
 As citocinas produzidas pelo ácido graxo poli-insaturado ômega-3 são as PGAS-3 
e tromboxano 3, que têm como principais funções a redução da agregação plaquetária, 
diminuição do potencial pró-inflamatório e imunomodulação na resposta inflamatória. 
 
 
 
CLA x Imunidade 
 Entre os mecanismos de modulação do processo inflamatório exercido pelo CLA 
está a alteração no padrão de produção dos eicosanoides. 
 Da mesma forma que os outros poli-insaturados isômeros e metabólitos do CLA 
podem ser incorporados nos fosfolipídios das membranas celulares. 
 O CLA parece ser capaz indiretamente de diminuir as concentrações de ômega-6 
ao aumentar os ômega-3, reduzindo dessa forma a produção de PGE2. 
 Sendo assim, o CLA pode modular o sistema imune diminuindo o acúmulo de 
ácido araquidônico nos fosfolipídios das membranas celulares e os seus eicosanoides 
derivados. 
 Efeitos colaterais: redução HDL, elevação LDL e a glicose sanguínea. 
 
Vitamina E 
 Estudos experimentais mostrando que a deficiência de vitamina E compromete 
vários aspectos da resposta imune, entre eles a imunidade mediada por células B e T. 
 A vitamina É capaz de aumentar a produção de imunoglobulinas de uma forma 
semelhante ao CLA (diminuindo o acúmulo de ácido araquidônico nos fosfolipídios das 
membranas celulares). 
 Já́ foi observado que a suplementação com vitamina E deprime a produção de 
PGE2 que por sua vez inibe a IL-2. 
 Como já ́foi citado anteriormente, a IL-2 é responsável pelo aumento da síntese 
de IgG, IgA e IgM. 
 
DOSES: 15mg (DRI), UL 100mg (ANVISA). 
 
 
 
 
Vitamina A 
 Para Diarreias e doenças respiratórias. 
 A vitamina A promove a regeneração do epitélio 
danificado da mucosa e a atividade fagocítica dos neutrófilos e 
macrófagos. 
 Além disso, restaura a capacidade das células imunes do 
intestino de produzir anticorpos (IgA e IgG) contra toxinas 
bacterianas, que mostram comprometimento na deficiência de 
vitamina A. 
 Palmitato de Retinila: UL 2000 microgramas (30 dias). 
 
 
 
Vitamina D 
 Estima-se que um bilhão de pessoas no 
mundo todo tenham deficiência ou insuficiência de 
vitamina D. 
 Seus receptores (RVD) ocorrem na maioria 
das células do corpo, inclusive nas células imunes. 
 O Institute of Medicine acabou aumentando 
o valor para 600 UI no fim de 2010. 
 
 
A pele é a principal: 
 
Metabolismo e função da vitamina D: 
Ações clássicas 
 Ação hormonal: 
 - Metabolismo mineral e saúde esquelética (promove a mineralização da matriz 
óssea); 
Ação intestinal: 
 - Aumenta a absorção de cálcio e de fosfato. 
Literatura científica recente: 
- Prevenção de doenças neurológicas, ex: depressão. 
- Prevenção de câncer; 
- Obesidade; 
- Prevenção de doenças autoimunes: DM tipo 1 Artrite reumatoide, Esclerose múltipla 
e etc. 
- Prevenção de doenças inflamatórias: Ex: Doença Inflamatória Intestinal. 
Ação da vitamina D ligada aos receptores: 
 
 
 
Receptor de vitamina D (RVD): 
 RVD em várias células do sistema imune, entre elas linfócitos T, linfócitos B e células 
dendríticas, despertou interesse pela vitamina D como um fator imunorregulatório. 
NOS LINFÓCITOS, AS PRINCIPAIS AÇÕES DA VITAMINA D SÃO: 
 Alteração na secreção de citocinas pró-inflamatórias, como a diminuição de 
Interferon-Gama (IFN-γ) e a Interleucina-2 (IL-2), bloqueando, assim, o principal 
sinal de retroalimentação das células dendríticas, gerando uma diminuição da 
capacidade de apresentação de antígenos aos linfócitos e diminuição da ativação 
e expansão clonal dos linfócitos. 
 Ao mesmo tempo, ela aumenta a produção de IL-4, IL-5 e IL-10, e gera uma 
mudança de fenótipo T helper 1 (Th1) para T helper 2 (Th2), o que leva a uma 
maior tolerância imunológica. 
 
Vitamina D X Doenças Autoimunes 
 A ação da vitamina D sobre o sistema imune também afeta a subpopulação de 
linfócitos Th17. Esses linfócitos T helper se caracterizam por secretar IL-17 e com isso 
participam na fisiopatogenia de doenças autoimunes. Outras citocinas também sofrem 
diminuição na sua produção na presença de vitamina D, como IL-6, IL-12 e IL-23. 
 As células Tregs reguladoras (células T) são críticas para a manutenção da 
tolerância imunológica e se caracterizam por secretar IL-10 e prevenir o 
desenvolvimento de enfermidades autoimunes. 
 
 Os linfócitos B também são alvo da ação da vitamina D: 
 Sobre essas células, eles têm efeitos diretos e potentes, estimulando a apoptose, 
inibindo sua proliferação e formação de células de memória, impedindo a diferenciação 
de células plasmáticas e síntese de imunoglobulinas. 
 
 
 
 
Resposta Imune Dependente de Vitamina D 
Deficiência de Vitamina D 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ausência de receptores intestinais de vitamina D causa achatamento das vilosidades: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deficiência de Vitamina D 
Níveis sanguíneos de 25 
OH D3 <20ng/mL 
↓Controle da asma; 
↑Doenças alérgicas; 
↑ Obesidade e DM; 
↑ Doenças neurológicas. 
↑Colite ulcerativa e ↑ Doença de Crohn. 
Alteração da microbiota intestinal? 
Receptor de Vitamina D & Barreira Intestinal 
Colite 
experimental 
Sulfato de sódio 
(2,5%DSS) 
Por 7 dias. 
Ulceração 
intestinal em 
camundongo 
com ausência de 
VDR. 
Sem VDR = permeabilidade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Humanos com deficiência de vitamina D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ausência de VDR em camundongos 
promove maior permeabilidade do 
complexo tight junction 
VS. 
Camundongos com presença de VDR 
Receptor de Vitamina D tem papel fundamental na integridade da 
barreira da mucosa intestinal. 
Associação entre deficiência na ingestão de 
vitamina D & microbiota 
Americanos africanos = 42 adultosAnálise da microbiota intestinal: 
- Extração de DNA; 
- Denaturing Gradient Gel 
Electophoresis (DGGE); 
- Fluorescentin situ hybridization 
(FISH); 
- Quantitative PCR (qPCR). 
Questionário de frequência alimentar 
Menor ingestão de vitamina D 
Altera a composição da microbiota intestinal (p<0,05) 
↑ Bacteroidetes; ↑ Clostridium 
BACTERIAS 
PATOGÊNICAS 
Probióticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como o nutricionista pode atuar nesse cenário? 
Anamnese alimentar: 
 Verificar a quantidade de alimentos consumidos ricos em vitamina D; 
 Verificar função intestinal e disbiose; 
 Solicitar exames bioquímicos para avaliar os níveis plasmáticos de 25OHD3; 
 Orientar alimentação rica em alimentos fontes de vitamina D, e explicar a 
exposição solar adequada (se possível); 
 Se necessário suplementar de acordo com as normas da ANVISA. 
 
 
 
 
Probióticos podem aumentar níveis plasmáticos de 
vitamina D 
Adultos com hipercolesterolemia e IMC entre 22 – 32Kg/m² 
n=127 
9 
semanas L. reuteri NCIME 
30242 
2,9 x 10
9
 UFC/cápsula 
2 cápsulas por dia 
Placebo 
Lactobacilus reuteri ⬆ 
 25% VIT D sanguínea 
Suplementação de Vitamina D 
ANVISA: 200UI/dia 
Esquema de suplementação: 1 mês e meio de suplementação com a dose máxima, 
realização de novo exame e depois manutenção pela DRI por tempo indeterminado. 
Indicação Dose recomendada 
(duração) 
Nível de evidência 
Manutenção da saúde 
Idade 18 – 65 anos, sem 
doenças crônicas. 
Exposição ao sol 
(Indefinido) 
D 
Idade ≥65 anos para saúde 
óssea 
800-2.000 UI/dia A 
Idade ≥65 anos, para 
prevenção de fraturas. 
800-5.000 UI/dia 
(Indefinido) 
A 
Idade < 18 anos sem 
doenças crônicas 
400 UI/dia (Até 18 anos) B 
Deficiência de Vitamina D 
(20ng/ml) 
50.000 UI/semana (3 
meses) OU 50.000 UI/3x 
semana (1 ½ mês). 
B 
 
Índice Inflamatório da Dieta 
 Este potencial inflamatório foi analisado por meio da proteína C-reativa (PCR), 
que é um conhecido marcador inflamatório. 
 Esta proteína é produzida em resposta a estimulação de interleucinas (IL), que 
são produzidas por células hematopoiéticas; 
 Portanto, a partir de revisão de estudos científicos originais a dieta foi avaliada 
sobre os seis principais marcadores inflamatórios: IL-1beta⬆, IL-6⬆, TNF-alfa⬆ e PCR⬆ IL-
4⬇, IL-10 ⬇ (inflamação⬆ ou ⬇) 
 Foi criada uma pontuação para diversos compostos alimentares e alguns 
alimentos, dependendo de seu potencial inflamatório. 
 A pontuação de -1 foi dada aqueles alimentos ou nutrientes com efeitos pró-
inflamatórios (ou seja, que aumentaram significativamente a IL-1beta, IL-6, TNF-
alfa e PCR, ou diminuíram a IL-4 ou IL-10); 
 +1 para os alimentos cujos efeitos foram anti-inflamatórios (quando diminuíram 
significativamente) a IL-1beta, IL-6, TNF-alfa e PCR; ou aumentaram IL-4 ou IL-
10; 
 E 0 para as variáveis dietéticas que não produziram mudanças nos marcadores 
inflamatórios. 
Compostos alimentares com características pró-inflamatórias (ou seja, aqueles 
que adquiriram pontuação mais próxima de -1) em ordem decrescente: 
 Carboidratos (-0,346) +++++; 
 Lipídios (-0,323); 
 Gordura saturada (-0,25); 
 Colesterol (-0,21); 
 Vitamina B12 (-0,09); 
 Ácidos graxos monoinsaturados (-0,05) 
 E ácido graxo ômega-6 (-0,016) 
 
Compostos alimentares anti-inflamatórios (com pontuação mais próxima de +1) 
em ordem decrescente: 
 Magnésio (0,905) ++++++; 
 Açafrão-da-índia (0,774); 
 Betacaroteno (0,725); genisteína (isoflavona, 0,680); 
 Vitamina A (0,580); chás (0,552); fibras alimentares (0,520); 
 Vinhos (0,480); quercetina (flavonóide, 0,490); 
 Luteolina (flavonoide, 0,430); vitamina E (0,401); 
 Ácido graxo ômega-3 (0,384); vitamina C (0,367); 
 Vitamina D (0,342); zinco (0,316), vitamina B6 (0,286); 
 Alho (0,27); niacina (0,26); ácido fólico (0,214); 
 Cerveja (0,2); gengibre (0,18); daidzeína (isoflavona, 0,17); 
 Cianidina (pigmentos vermelhos de vegetais, 0,130); epicatequina (0,12); cafeína 
(0,035); riboflavina (0,160); 
 Bebidas alcoólicas (0,1); 
 Proteínas e tiamina (0,05); ferro (0,029) e selênio (0,021). 
 
Magnésio 
 O magnésio é um mineral que apresenta também um papel fundamental em 
várias reações biológicas. 
 O magnésio é um mineral do meio intracelular. É ativador de sistemas 
enzimáticos que controlam o metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteínas e 
eletrólitos; 
 Influencia a integridade e transporte da membrana celular; media as contrações 
musculares e transmissões de impulsos nervosos. 
 Acredita-se que o fornecimento de quantidades adequadas de magnésio seja 
importante para o funcionamento do sistema imune, uma vez que ele é necessário para 
a realização de inúmeros processos metabólicos de fundamental importância para todas 
as células do nosso organismo incluindo as células imunes. 
 
Fonte alimentar: - Clorofila 
 - Leite de derivados 
 
 
 O meio ácido do estômago favorece a feofitinização, que corresponde à remoção 
do átomo de Mg2+. 
 O estudo de Ferruzzi e colaboradores (2001) comprovam que 95% da clorofila é 
totalmente convertida em feofitina. 
 De qualquer forma, o Mg2+ liberado durante esse processo pode ser absorvido 
pelo organismo animal, contribuindo com as necessidades diárias desse mineral. 
 A ingestão de 100 g de espinafre disponibilizaria teoricamente aproximadamente 
58 mg de Mg2+ para serem absorvidos. 
 UL 400 mg. 
 
 
Deficiência de Magnésio: 
 A deficiência de magnésio é relacionada a prejuízos na função imune celular 
(como macrófagos, neutrófilos e células endoteliais). 
 A deficiência grave desse mineral em ratos induziu, após alguns dias, a ativação 
de macrófagos, liberação de citocinas pró-inflamatórias e maiores produções de EROs. 
 
Zinco 
 A deficiência moderada de zinco induzida experimentalmente afetou as funções 
das células T e provocou um desequilíbrio entre as subpopulações de células T, queda 
na produção de citocinas (interleucina-2, interferon-γ) e atenuação na atividade das 
células exterminadoras naturais. 
 Existem várias maneiras pelas quais a deficiência e a suplementação de zinco 
afeta o sistema imune. Em primeiro lugar, o zinco é necessário para a atividade biológica 
da timulina, um hormônio específico do timo que promove as funções das células T, 
como a citotoxicidade e a produção de citocinas. Em segundo lugar, o zinco afeta as vias 
de transdução do sinal que controla a expressão gênica de várias citocinas 
imunorreguladoras. 
 Por último, o zinco é um cofator de várias enzimas envolvidas nas respostas 
antioxidantes que contribuem para um menor dano oxidativo nas células imunes. 
 A ingestão de zinco duas vezes maior que a recomendada por dia não exerce 
efeitos negativos sobre o sistema imune de adultos saudáveis, mas em quantidade 
superior a essa, o zinco pode comprometer a imunidade. 
 No sistema imune, pelo fato de as células específicas e não-específicas 
apresentarem alta proliferação, o zinco desempenha papel fundamental no processo de 
transcrição, tradução e replicação do DNA. 
 O zinco, em conjunto com o cobre, participa da estrutura da enzima SOD, sendo 
sua atividade reduzida pela deficiência desse mineral. Comprometimento no processo 
de fagocitose realizado por macrófagos e neutrófilos na lise celular mediada pelas 
células NK e na atividade antioxidante da SOD. 
 Os efeitos da deficiência de zinco sobre a produção de citocinas 
imunorreguladoras em crianças e concluíram haver significativa redução de células 
brancas e da IL-6. 
 Como o zinco estimula a síntese de anticorpos, a proliferação de células T, a 
ativação do mecanismo natural de morte celular e citotoxidade. 
 Indica-se a suplementação terapêutica de zinco em duas situações bem definidas 
pela Organização Mundial da Saúde: diarreia aguda e na desnutrição grave. 
 A deficiência de zinco pode ocasionar atrofia do timo e de outrosórgãos 
linfoides, acarretando diminuição da proliferação de linfócitos, reconhecida como 
linfopenia, o que reduz a ação citolítica das células T e diminui a relação das células 
CD4+/CD8+. 
DOSES: 25mg /dia 
 Na diarreia aguda a recomendação é de 20 mg de zinco elementar/dia (crianças 
acima 6 meses). 
 
 
 
Cobre 
 Cobre, zinco e magnésio atuam como cofatores de 
enzimas responsáveis tanto por diversas atividades 
metabólicas como na resposta imune inata e adquirida, 
além do papel importante na maturação dos tecidos e 
células linfoides. 
 Sua deficiência acarreta neutropenia e linfopenia, 
comprometendo a imunocompetência. 
 O cobre desempenha papel importante na 
maturação dos tecidos linfoides. Atua também como 
cofator para a enzima superóxido dismutase (SOD), enzima 
chave na defesa antioxidante. 
 
 Portanto, sugere-se que a depleção de cobre contribua para uma maior 
suscetibilidade a infecções. 
UL 3000 mcg 
 
Vitamina B6 (Piridoxina) 
 A vitamina B6 está amplamente distribuída 
nos alimentos, sendo suas fontes mais ricas as aves, 
peixes, fígado, cereais e grãos de leguminosas. 
Sabe-se desde a década de 1940 que deficiências 
de vitamina B6 debilitam a função imune. 
 Esse efeito não surpreende, já́ que a vitamina B6 
é essencial para grande variedade de reações 
necessárias para a síntese e o metabolismo de 
aminoácidos e, durante a resposta imune, a 
necessidade de síntese proteica é maior. 
 Estudos feitos com seres humanos demonstram 
que a deficiência de vitamina B6 compromete a 
produção de anticorpos e a atividade das células T. O 
crescimento e a maturação dos linfócitos também 
sofrem alteração, assim como cai a atividade das células 
exterminadoras naturais. 
Doses UL 10mg (ANVISA 100mg) 
 
Glutamina 
 A glutamina é considerada um aminoácido condicionalmente essencial, 
exercendo efeito benéfico na função imune através da produção de linfócitos T e B e 
imunoglobulina A (IgA). 
 O principal combustível para CÉLULAS DE MULTIPLICAÇÃO RÁPIDA como o 
rápido o sistema celular como o epitélio do trato gastrointestinal e células imunológicas. 
Foi observado que a glutamina promove a manutenção do GALT. Serve como energia 
para células intestinais. 
 A análise dos resultados permite concluir que a associação da glutamina e 
probióticos confere um maior trofismo na mucosa colônica em ratos submetidos à 
peritonite bacteriana. 
 
Glutamina X Imunidade 
 Os macrófagos são consumidores de glutamina, tanto para o seu metabolismo 
(síntese de purinas e de coenzimas) como para realizar suas funções. 
 Os animais que receberam glutamina apresentaram um maior ganho de peso 
corporal, comparativamente aos seus pares que não a receberam. 
 Um dos fatores que pode influenciar a imunossupressão é a diminuição da 
disponibilidade de glutamina no plasma. Entretanto, este estudo verificou que, mesmo 
aumentando a disponibilidade de glutamina, não houve atenuação dos parâmetros 
imunes analisados. 
Obs: o Whey comum (concentrado) pode conter 3,5g de Glutamina e o isolado 6g. 
Recomendação 5 a 10g/dia. 
 
Estresse Oxidativo 
 Desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes. 
Radicais livres e antioxidantes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEUTRALIZAR 
EXCESSO 
ALIMENTOS FONTES 
VITAMINA C 
VITAMINA E 
SELÊNIO…. 
RADICAIS LIVRE 
 Oxigênio Singlete 
NO· óxido nítrico 
ONOO- peroxinitrito 
Q· radical semiquinona 
 C6-H12-O6 – CHO; 
 C20-H30-O36 – LIP; 
 -0H-C-C-NH2 – PTN; 
 ALIMENTOS. 
O2 e CO2 
ORAC 
O ORAC é um método que usa a avalia o teor de substancias que neutralizem radicais 
livres. 
O ORAC combina o tempo de inibição e a percentagem (%) de inibição da ação do 
radical pelo antioxidante e usa a área sob a curva para a quantificação. 
 
 
 
Radicais Livres 
O estado crítico é associado à formação de radicais livres de oxigênio e diminuição 
da capacidade antioxidante, levando ao estresse oxidativo. Acredita-se que o 
suprimento exógeno de determinadas vitaminas e elementos-traço podem ajudar a 
balancear os níveis de oxidantes e antioxidantes no paciente crítico. 
Doses de selênio, zinco, vitaminas, C, E betacaroteno podem ser utilizados. 
O efeito benéfico do estresse oxidativo em situações de infecção, o mesmo passa a 
ser prejudicial quando a inflamação torna-se sistêmica. 
 
 
 
Equilíbrio: 
O sistema imunológico dos seres humanos é excelente, envolvendo métodos de 
prevenção (executado por proteínas extracelulares), de reparo por meio de enzimas, 
como a superóxido desmutase, catalase e glutationa peroxidase (ENDÓGENA). 
O sistema não enzimático (EXÓGENO) inclui compostos sintetizados pelo organismo 
como bilirrubina, hormônios sexuais, melatonina, coenzima Q, ácido úrico; e outros, 
ingeridos por meio da dieta regular ou via suplementação como agentes antioxidantes, 
como as vitaminas C e E os carotenoides. 
 
Selênio 
O selênio dietético ocorre em alimentos ricos em 
proteína, como carne, peixe, frutas secas e sementes. 
Trata-se de um elemento essencial para a resposta imune 
mais adequada e que influencia tanto o sistema imune 
inato quanto o adquirido, desempenhando papel 
fundamental no equilíbrio de oxidação-redução inclusive 
na proteção do DNA. 
O selênio é também importante cofator de um grupo 
de enzimas que contribuem para proteger as células de 
dano oxidativo. Como os fagócitos geram grandes 
quantidades de espécies de oxigênio reativo, o selênio 
pode ser um fator na proteção dos fagócitos contra o 
excesso desses oxidantes. Porem, a avaliação dos efeitos 
diretos do selênio é difícil por causa das interações entre o 
selênio e outro antioxidante, a vitamina E. 
Foi feito um estudo com homens saudáveis, com ingestão baixa de selênio, que 
receberam selênio suplementar durante várias semanas. Essa suplementação de 
selênio (50 e 100 μg/dia) melhorou a resposta imune celular. 
Vitamina C 
Os mecanismos pelos quais a vitamina C afeta o sistema imune não estão bem 
esclarecidos. Devido à̀ sua atividade antioxidante, pode ser que ela proteja as células 
imunes do dano oxidativo e que alguns órgãos apresentem concentração de vitamina C 
muito mais elevada do que a do sangue. 
Um desses órgãos é o timo, que desempenha papel crucial na imunidade mediada 
pelas ações dos linfócitos T. 
A vitamina C também é encontrada em elevada concentração nas células imunes, 
mas essa concentração cai rapidamente durante as infecções. 
Ela modula as funções dos fagócitos, a proliferação de linfócitos T, a produção de 
citocinas e a expressão gênica das moléculas de adesão dos monócitos. 
Os efeitos da vitamina C no resfriado e eles mostram que quem consome 
regularmente 200 mg/dia ou mais de vitamina C costuma sofrer um pouco menos com 
resfriados (cerca de 10%) do que quem não consome. A suplementação com vitamina 
C, porém, não afeta a incidência de resfriados na população normal; a redução na 
incidência de resfriados pela suplementação com vitamina C é observada apenas nas 
pessoas que praticam atividades físicas muito extenuantes (maratonistas, por exemplo) 
ou expostas a ambientes subárticos. 
Doses: 100mg 3x ao dia. 
 
 
 
Ácido Fólico 
 Essa vitamina é essencial para a formação dos 
leucócitos (glóbulos brancos) na medula óssea. 
 Segundo a literatura científica, existe uma relação 
entre a deficiência de AF, a Hhcy (HOMOCISTEÍNA) e o EO 
(ESTRESSE OXIDATIVO). 
 Embora as ERO estejam associadas com efeitos 
negativos à saúde, elas são necessárias para a ocorrência 
de várias reações do organismo, tais como apoptose, 
fagocitose e reações de detoxificação. 
 
 O sistema antioxidante remove apenas o excesso de ERO, mantendo as 
concentrações necessárias para as reações citadas anteriormente. 
 O equilíbrio entre os antioxidantes e as ERO é importante para o adequado 
funcionamento celular e o excesso pode inibir a apoptose e prejudicar a ação de 
fármacos

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