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ACONTECE EXCLUSAO NA ALFABETIZACAO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
NEAD – NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO ALFABETIZAÇÃO 
IZABEL CRISTINA COSTA
ACONTECE EXCLUSÃO SOCIAL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO?
São João del-Rei - MG
2019
IZABEL CRISTINA COSTA
ACONTECE EXCLUSÃO SOCIAL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO?
Trabalho final de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em Práticas de Letramento e Alfabetização, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Práticas de Letramento e Alfabetização.
Orientador(a): xxx
São João del-Rei - MG
2019
IZABEL CRISTINA COSTA
ACONTECE EXCLUSÃO SOCIAL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO?
Trabalho final de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em Práticas de Letramento e Alfabetização, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Práticas de Letramento e Alfabetização. Orientador(a): xxx
	
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Prof. Dr. Fulano de tal- UFSJ
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Prof. Dr. Fulano de tal- UFSJ
ACONTECE EXCLUSÃO SOCIAL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO?
Resumo
Aprendizagem é um processo de apropriação do conhecimento que só é possível com o pensar e o agir do sujeito sobre o objeto que ele quer conhecer. Portanto, o conhecimento da lecto-escrita pela criança se dá a partir do contato entre esta criança e os objetos escritos. A pesar das diferenças individuais, ao tentar compreender o sistema de escrita e sua função, a criança em contato com este objeto (a escrita), formula teoria, metodologia e gramática próprias, num processo lógico e coerente que imagina ser sua língua e que executa como algo real e compreensível por todos. Neste contexto, o presente artigo propor-se refletir idéias que tangem o acontecimento da aprendizagem, e as discussões sobre a exclusão social provocado pela dificuldade de aprendizagem de leitura e escrita na escola. A partir dos eixos de inclusão e aprendizagem, discutir e verificar quais práticas pedagógicas facilitam a aprendizagem da leitura e da escrita. O desempenho do individuo é importante para um resultado geral de sucesso; o desempenho de cada sujeito dentro de uma rede se torna importante e é objeto central para inclusão social de todos ali inseridos. Nesse contexto será observado os conceitos relevantes a alfabetização escolar de forma a analisar as relações e interações para que a criança desenvolva ao longo de sua vida o seu desenvolvimento como pessoa.
Palavras chave: inclusão, aprendizagem, alfabetização, exclusão social.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	5
2 EXCLUSÃO ESCOLAR	7
2.1 DA EXCLUSÃO SOCIAL À EDUCAÇÃO INCLUSIVA	9
3 COMPREENDENDO OS ALUNOS COM DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM	11
4. FALANDO DE ALFABETIZAÇÃO	14	
4.1 CRIANÇA: SUJEITO DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO	14
4.2 ALFABETIZAÇÃO: CONSTRUÇÃO DO OBJETO CONCEITUAL	16
4.2.1 Concepção construtivista da alfabetização 	16
4.2.2 Como a criança aprende segundo Piaget	17
4.3 ALFABETIZAÇÃO TENDÊNCIAS: CONSTRUIR, OU ADQUIRIR?	18
4.3.1 Não há oposição entre construir o saber e adquirir o saber	19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	21
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	22
1 INTRODUÇÃO 
A alfabetização tem sido uma questão bastante discutida pelos que se preocupam com a Educação, já que há muitas décadas se observam as mesmas dificuldades de aprendizagem, as inúmeras reprovações e a evasão escolar. Atualmente, essa questão vem recebendo uma atenção especial da parte dos órgãos oficiais, os quais, entretanto, não têm obtido resultados expressivos em suas tentativas de solucionar os problemas citados.
Primordialmente, a alfabetização é a aprendizagem da escrita e da leitura. Note-se que ler e escrever são atos lingüísticos; no entanto, só recentemente tem havido a participação significativa de lingüistas em projetos educacionais.
A alfabetização é, sem dúvida, o momento mais importante da formação escolar de uma pessoa, assim com a invenção da escrita foi o momento mais importante da História da Humanidade, pois somente através dos registros escritos e o saber acumulado pode ser controlado pelos indivíduos. Deve-se a esse saber acumulado pela escrita o fato de termos chegado aos meios atuais de registro e manipulação de dados, como gravadores, videocassetes e computadores.
Este trabalho tem como foco/temática a importância que a escola pode oferecer de bom aos alunos, que é a leitura, sem dúvida, a melhor grande herança da Educação. É o prolongamento da escola na vida, já que a maioria das pessoas, no seu dia-a-dia, lê muito mais do que escreve. Portanto, deveria se dar prioridade à leitura no ensino na língua portuguesa, desde a alfabetização.
O problema de pesquisa e as questões que norteiam o estudo diz respeito de certos fatores que podem ocasionar dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, muitas vezes ocasionadas pelo processo de ensino, que pode ocasionar ao sujeito inserido nesse meio, o processo de exclusão social.
O primeiro fator de dificuldade é o de não saber para que serve a língua escrita e como ela funciona. 
Não entender o que se está fazendo e o por quê...Para que serve ler e o que se pode ler?
Muitas crianças chegam à escola com idéias bastante claras a esse respeito, sabem que são lidas coisas escritas e não desenhos. Que um livro tem um título, que lendo pode-se saber o que está dito em um texto. 
Saber como funciona a linguagem escrita.
Nosso sistema de escrita funciona segundo um princípio alfabético: a quantidade de letras de uma palavra corresponde, a grosso modo, ao número de sons que compõem a palavra. Algumas crianças chegam à escola com a compreensão do princípio alfabético, outras pensam que o número de letras de uma palavra é igual ao número de sílabas de uma palavra, enquanto outras, sequer entenderam que as letras escritas tem relação com o sons das palavras. Devemos lembrar sempre que as crianças não chegam à escola com o mesmo nível de compreensão que do seja ler e escrever.
	Este trabalho tem como objetivo geral é analisar como se dá as relações na sala de aula, os reflexos das mesma na aprendizagem. É na sala de aula que se desenvolve a maioria das atividades de aprendizagem na escola. Para que espaço se torne um ambiente de aprendizagem, ele necessita ter as características sujeitos que ali convivem e ampliar e promover as relações sociais. "É o no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações ...e como objetivos específicos...	
Este trabalho fundamenta-se na pesquisa bibliográfica, e por constantes diálogos com professores da área de alfabetização e língua portuguesa, fazendo com que os educadores reflitam a respeito do método utilizado para a o desenvolvimento da leitura e escrita nas escolas.
O trabalho está estruturado em três partes, inicialmente, será abordado a questão exclusão social no ambiente escolar. Lança um olhar sobre o cenário da exclusão escolar que sempre se depara nas desigualdades sociais, aqui entendida como as diferenças econômicas e as diferenças no acesso a direitos básicos entre as classes sociais.
Na segunda parte de estudo/analises em contraponto a analise da exclusão social, será abordado a idéia das dificuldade apresentados pelos educandos na escola procurando compreender as dificuldades e distúrbios de aprendizagem.
Já na terceira parte trataremos de das idéias associadas a alfabetização compreendendo sua relação com a aquisição da leitura e da escrita, procurando analisas situações inerentes a dificuldades apresentadas quanto ao processo de adquirir a habilidade de ler e escrever, processo inerente ao processo de ensino aprendizagem relativos a alfabetização.
2 EXCLUSÃO ESCOLAR
Este capítulo faz uma análise entre exclusão e inclusão no ambiente escolar. Lança um olhar sobre o cenário da exclusão escolar que sempre se depara nas desigualdades sociais, aqui entendida como as diferenças econômicas e as diferenças no acesso a direitos básicos entre as classes sociais. Demonstra que o simplesacesso à escola não é fator determinante de inclusão social. A qualidade da aprendizagem e o próprio ambiente escolar ao mesmo tempo em que podem ser fator de inclusão ou podem contribuir para excluir. O debate em torno da exclusão social é bastante atual. Hoje, apesar dos avanços no campo da ciência e da tecnologia, a sociedade continua a reproduzir as diferenças sociais. Desde os primórdios da história, encontram-se divergentes formas de dominação e de apartação entre os homens. Construir estrategicamente uma proposta educacional que inclua socialmente supõe, inicialmente, compreender o processo de exclusão social, entender as diferentes formas de desigualdade, como a miséria e a pobreza. De acordo com Xiberras (1993, p. 33), “excluídos são todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos valores”. Para entender a exclusão social, são necessários vários recortes, já que se trata de um fenômeno, um processo, uma lógica, que possui várias interpretações e uma gradação de situações. Essa multiplicidade de concepções permite afirmar que a exclusão social é relativa, cultural, histórica e gradual. Isso significa que pode variar de lugar para lugar, em diferentes momentos. A exclusão social supõe ter por referência um padrão de vida de inclusão de costumes, de valores, de qualidade de vida, de desenvolvimento humano, de autonomia, de equidade. Assim, pobre é o que não tem renda, enquanto excluído pode ser o que tem sexo feminino, cor negra, opção homossexual, é idoso, é gordo, é magro, etc. 
No processo educativo deve permeia os princípios da igualdade, ou seja, promover um trabalho voltado para o respeito com a diversidade onde a sociedade saiba conviver com as diferenças, sejam elas de religião, opção sexual, gênero, entre outras diferenças e opções. E numa sociedade excludente como a do Brasil, não podemos pensar em equidade sem antes considerar a inclusão no sentido de romper a apartação do acesso das classes populares à riqueza social. A escola tem um papel fundamental no resgate de direitos de inclusão dessas classes. É preciso ousar, não basta defender a idéia de garantias sociais enquanto a sociedade não envolver. E preciso rever nossos currículos escolares para incorporar a discussão desses padrões. Se faz necessário construir uma pedagogia da inclusão. Não basta a palavra de ordem: “toda criança na escola”. É essencial colocar em prática as experiências vividas na escola. É imprescindível que escola defenda hábitos, pensamentos, formas de raciocínio, gestos, sensibilidades, formas de fazer, de compartilhar e de intervir no processo mais amplo de inclusão social.
Em análise dos processos de democratização da sociedade brasileira, são incontestáveis os avanços que vêm sendo alcançado no caminho da inclusão de todas as pessoas nas escolas. Perpassa por todos os movimentos políticos e sociais que lutam para que todas as crianças ingressem e concluam a educação básica, até alcançar movimentos sociais que lutam pelo direito a uma educação de qualidade para grupos étnico-raciais diferentes, o Brasil vem obtendo espaços significativos na melhoria das condições de acesso à educação. Entretanto as nossas escolas continuam a reproduzir as desigualdades sociais, dos mais diversos tipos. A oposição em mudar o paradigma que sustenta um perfil excludente de educação, em que as pessoas são definidas por suas diferenças sociais, econômicas, psíquicas, físicas, culturais, religiosas, raciais, ideológicas e de gênero reforçam conflitos e violências físicas e simbólicas, e tornam-se entraves para a constituição da inclusão educacional. A escola precisa ser ressignificada de acordo com o paradigma de ética, cidadania e democracia que sustenta os movimentos inclusivos. Tais mudanças, devem acontecer simultaneamente àquelas porque passa a sociedade em geral, supõem uma abertura à pluralidade e à diversidade das pessoas que convivem nos espaços educativos, dirigindo o foco dos conteúdos, dos métodos e das relações humanas para a aprendizagem dos estudantes e não apenas para o ensino de temáticas descontextualizadas da sociedade contemporânea e de suas vidas. 
Dessa maneira, estaremos combatendo as exclusões em suas distintas formas de manifestação. Estamos caminhando a passos lentos, e é papel dos(as) educadores(as) comprometidos(as) com a construção de uma sociedade mais justa, atuar na construção de um novo paradigma educacional, inclusivo. 
Para abordar com serenidade as relações entre educação e exclusão importa primeiro distinguir o que depende da exclusão social e de seus efeitos na escola, da exclusão escolar propriamente dita. A situação atual é, sem dúvida, definida pelo reforço dos processos sociais de exclusão com o aumento das desigualdades e do desemprego. Entretanto, o fenômeno mais marcante e mais paradoxal é o desenvolvimento da exclusão escolar propriamente dita, como conseqüência de uma vontade de interrogação inigualada. Quanto mais a escola intensifica o seu raio de ação, mais ela exclui, apesar das políticas que visam a atenuar esse fenômeno. Nesse contexto, a exclusão não é apenas uma categoria do sistema e dos processos globais, é também uma das dimensões da experiência escolar dos alunos e é nesse aspecto que esse trabalho será focado.
2.1 DA EXCLUSÃO SOCIAL À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação é um setor onde não pode dissociar dos mecanismos sociais. Ao a analisar a historia educacional da humanidade, percebe-se que ocorre uma integração á história social e cultural. Nesse contexto a educação se dá no interior do desenvolvimento civilizatório e a educação escolar tende a retomar e a reproduzir a experiência humanizadora de nosso momento histórico. Portanto, a escola é um grande espelho do que acontece na sociedade, sendo o que se vê refletido na sua superfície configura-se uma vasta lista de excluídos sociais e escolares, sendo identificados por Carvalho "como grupos de pessoas que, por uma série de motivos, sofrem discriminação".
Escreve a autora (2001, p.45):
Refiro-me aos meninos e meninas de rua, às crianças e adolescentes que trabalham, a todos que abandonam a escola precocemente, aos que têm doenças crônicas , aos encarcerados, às prostitutas, aos analfabetos, aos que vivem no campo, às populações nômades, às minorias lingüísticas, aos negros, mulatos, aos desempregados, ás crianças, aos jovens e adultos oriundos das camadas populares, pobres ou miseráveis, com ou sem dificuldades de aprendizagem. (CARVALHO, 2001., P.45)
Pela analise do autor, percebe-se que existem outras classes não citados pelos mesmos, tais como sem-terras, sem-tetos entre outros, nesse sentido pode-se comprovar que a maioria da nossa população se encontra infelizmente na categoria de excluídos. Ressalto que dentro da categoria supra citado, esta a inclusão também, daquelas pessoas com deficiência mental, sensorial ou física, outras que apresentam um quadro de deficiência múltiplas, além dos doentes mentais, dos surdos e dos cegos.
Dificilmente, conseguimos abordar esta realidade sem exaltações, pois o tema tem suscitado debates calorosos que trazem em seu teor concepções divergentes e acentuam o antagonismo entre educação especial e inclusiva. Esta realidade caótica evidencia o confronto de tendências opostas entre adeptos da educação inclusiva e os defensores da educação especial. Por outro lado, constata-se uma inegável mudança na postura, de concepções e atitudes por parte dos educadores, pesquisadores, formadores de opinião. Estas mudanças se traduzem na incorporação das diferenças como atributos naturais da humanidade, no reconhecimento e na afirmação de direitos, na abertura para inovações no campo teórico-trático e na assimilação de valores, princípios e metas a serem alcançadas.
Constantemente encontra-se em diversas bibliografias palavras de cunho como integração e inclusão escolar, onde refere-se ao processo de escolarização de alunos com deficiências no sistema comum de ensino. Mas ao analisar, porém, parece estabelecer uma diferença circunstancial entre aproposta de integração e a educação inclusiva. Mantoan(2003, p.21) traz uma contribuição nesse sentido. Seus pressupostos com relação à diferenciação entre os termos são de ordem teórico metodológica. Nas palavras da autora:
Os dois vocábulos - integração e inclusão -, conquanto tenham significados semelhantes, são empregados para expressar situações de inserção diferentes e se fundamental em posicionamentos teórico-metodológicos divergentes. Destaquei os termos porque acho ainda necessário frisá-los, embora admita que essa já poderia estar bem definida no contexto educacional.
Para Mantoan, desde 1997, considerava a integração escolar como forma de inserção condicional que "depende do aluno, isto é, do nível de sua capacidade de adaptação às opções do sistema escolar [...] Trata-se de uma alternativa em que tudo se mantém, nada se questiona do esquema em vigor". Já a Inclusão escolar significa a inserção de uma maneira radical. Sua meta é não deixar ninguém fora do sistema escolar, que, por sua vez, "terá de se adaptar " (1997,p.8.)
Assim, a escola é uma garantia para fazer acontecer a inclusão, é neste espaço que acontece a integração e não apenas a inserção do aluno, limitando-se apenas a simples introdução física, um está presente, fazer parte; enquanto aquela, implica necessariamente em reciprocidade, envolve a aceitação que se insere, respeitando seu ritmo e características pessoais. Essa escola deve estar atenta as adaptações curriculares em que deve atuar frente as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem-se as adaptações do currículo regular, e não um novo currículo para cada situação especial em particular, haja visto que uma escola inclusiva respeita as diversidades, o que não significa particularizar cada caso, e sim, planificação pedagógica e ações decentes fundamentais em critérios que definem o que, como e quando o aluno deve aprender; que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem.
3 COMPREENDENDO OS ALUNOS COM DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
A escola brasileira entrou no século XXI, caracterizado pela velocidade de transmissão de informações, sustentada pelas novas tecnologias. Porém, ainda encontramos nossas crianças sendo, de uma forma ou de outra, excluídas no sistema quando não conseguem, por exemplo, se alfabetizar, no tempo ou modelo educacional proposto.
Políticas públicas garantem o acesso de todas as crianças à escola. Apesar disso, muitas são não tem sua aprendizagem garantida e chegam à idade adulta sem conseguir ler e compreender o que estão escrito. Enquanto o número de alunos matriculados nas escolas cresce consideravelmente, aumentam, na mesma proporção, os índices de fracasso escolar. É grande a preocupação dos professores. Assim como o médico não deseja que seu paciente piore, nenhum professor quer que seu aluno fracasse.
Neste contexto, um dos maiores desafios para os profissionais da Educação é distinguir quais são os alunos que têm dificuldades daqueles que têm os chamados distúrbios de aprendizagem. O objetivo deste trabalho é fornecer subsídios para compreender esta identificação, vem como sugerir formas de favorecer a aprendizagem de todos esses alunos. É importante deixar claro que esse procedimento não substitui, em hipótese alguma, avaliação interdisciplinar do aluno que não atende às expectativas de seu contexto escolar. 
Mesmo que apresente um distúrbio de aprendizagem, qualquer educando capaz de ter sucesso acadêmico, desde que tenha o apoio necessário. O diagnóstico deve apontar caminhos, ajudando a instituição escolar a compreender o que e passa com o aluno, ainda que cada um seja completamente diferente do outro, mesmo com diagnósticos semelhantes. Evitando rótulos e buscando atender às necessidades individuais do educando será possível prevenir, ou minimizar dificuldades de aprendizagem.
Observa-se que os termos dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem são freqüentemente utilizados como sinônimos, cabendo esclarecer sua diferença. Porém, precisamos primeiro entender os fatores que se implicam na aprendizagem.
Acredita-se que a aprendizagem sistemática seja garantida a partir de uma articulação equilibrada entre as condições internas e externas do sujeito. A aprendizagem é um conseqüência de diferentes dimensões que incluem suas possibilidades e limitações orgânicas, seu desenvolvimento psico-cognitivo e psico-afetivo. Este sujeito está imerso e se constitui no meio sociocultural do qual faz parte.
Na aprendizagem sistemático o meio escolar (dimensão pedagógica) é importante gerador de condições para que tal aprendizagem se desenvolva. Assim, como já foi dito, diagnosticar e conceituar no âmbito escolar os problemas ou dificuldades só terá sentido e for para traçar estratégias de ação que busquem metodologias e recursos, considerando também o desenvolvimento de um perfil para o educador que atue dentro da realidade inclusiva da escola regular.
Entende-se que a dificuldades no processo de aprendizagem têm caráter provisório e são provenientes de desarticulações no processo de aprendizagem do sujeito. De acordo com Weiss e Cruz (2001):
O sujeito que aprende, que está em processo de construção de seu conhecimento, em aprendizagem formal e informal, não é determinado somente pelo eu potencial cognitivo. Ele é constituído na articulação entre seu aparelho biológico, suas estruturas psico-afetivas e psico-cognitiva, nas interações com o meio social do qual faz parte e onde está inserido. Entendendo o sujeito aprendente dessa forma, compreendemos suas dificuldades (pertubações, problemas, de aprendizagem, fracasso escolar), dentro da pluricausalidade dos fenômenos(...) (p.42)
Uma das principais questões levantadas pelos educadores é quanto ao número crescente de alunos que não prestam atenção nas aulas, apresentando ou não problemas de comportamento associados. Se for possível excluir uma causa neurológica, temos encontrado muitos casos de crianças e adolescentes imersos em uma "enxurrada" de estímulos que, em todos os níveis socioeconômicos, invadem nossa sociedade.
A mídia, bastante representada pela televisão, traduz e conduz novos hábitos, gostos, manifestações culturais. Esses aparatos tecnológicos utilizam várias linguagens superpostas, que se apresentam em um ritmo alucinante e de forma sintética sem necessitar de um processo mais profundo de reflexão sobre os temas. Os alunos em geral, não conseguem acompanhar aulas tradicionais na escola, com poucos recursos e quase nenhuma interação. É como se a escola fosse uma ilha pouco atraente, e não raramente ouvimos o aluno dizer quer estudar "é chato".
4 FALANDO DE ALFABETIZAÇÃO
Nossas expectativas no início do ano letivo não devem superar a realidade. É preciso aceitar o aluno como sujeito real e não como ser imaginário, aquele que gostaríamos de ter. É preciso acreditar que a criança pode e vai aprender, que tem potencial para aprender. Só conseguimos ensinar quando realmente acreditamos em nós mesmo e no aluno.
Não podemos tomar como base as informações sobre aspectos negativos ou positivos que nos passaram sobre um aluno: cada informação deve ser avaliada de forma a percebermos o quanto ela pode colaborar no trabalho com esse aluno. Precisa-se procurar entender a criança e tratá-la como sujeito, tentando estabelecer a relação de reciprocidade. A aproximação aluno-professor facilita a aprendizagem.
Como fundamentos da proposta construtivista, são destacadas as pesquisas de Ferreiro e colaboradores, nas quais sobressai a perspectiva teórica cognitivista-piagentina. Destacam-se também as idéias de Vygotsky sobre a escrita como prática cultural, reforçando as críticas sobre o ensino limitado às técnicas de decifração mecânica. Nas orientações relativas à proposta, o enfoque da escrita como sistema de representação de significados é contraposto ao seu enfoque como código de transcrição gráfica de sons. Ênfase é dada à utilização social da escrita, às leituras de textos, às oportunidades de as crianças viverem experiênciascomo leitores e escritores.
4.1 CRIANÇA: SUJEITO DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização não aconteceu ou, pele menos, não deve acontecer num “vazio pedagógico”. É condição básica dar significado ao ler e ao escrever, explorando o vivido com um “peso epistemológico” que necessariamente envolve aluno e professor.
Entender o contexto social e partir dele vai contribuir muito para que se trabalhe com a criança e não para a criança. É preciso ter cuidado para não se trabalhar contra a criança, ponto-chave razão do insucesso.
Ouso dizer que muitas crianças não aprendem por faltar quem se interesse por elas. E mais, quem aposte na sua aprendizagem. É urgente acreditar que toda criança, salvo algum comprometimento maior, tem condições de uma alfabetização com sucesso.
O respeito á criança, as suas condições de vida e ás suas experiências não pode ser visto com conformismo e licenciosidade pelo educador. Respeitar o outro não é alienar-se em relação a este. Respeitar é entender o outro e partir para conquistar dificuldades apresentadas. Lembrando Pulo Freire: “O que não é possível é tentar superá-lo sem, partindo dele, passar por ele”.
O trabalho com crianças deve ser construído conforme a caminhada se desenvolva, com base no tripé: referências teóricas; multiprofissionais em diálogo constante; e as respostas e questionamentos feitos pela criança, que de fato é quem deve dar o tom, a cor, o brilho á caminhada que se desenrola.
A criança deve ser “sujeito do processo” e não “objeto de experiências”. A criança tem que ter voz e vez. Pode se deve mostrar-se sem ser tolhida e principalmente deve ser vista pelo educador como “pensante”, capaz de produzir o trabalho que vai decidir a trajetória da construção. Sem imposição e coerção pode-se criar a partir da necessidade, pode-se dar sentido ao trabalho, descobrir o concreto objetivo daquilo que se faz. 
Todo educador deve ter presente o desafio de construir junto com as crianças um sentido para o convívio escolar. Vale frisar que nenhuma atividade é apreendida, nenhum conteúdo em fixado se não houver sentido, significado para sua realização.
Uma prática criativa, problematizadora não dispensa a arte, que pode manifestar-se através do desenho, da história, da conversa, do lúcido, da fantasia, do sonho. A arte não tem lugar aqui como mero instrumental para a alfabetização. A arte resgata o ser humano nessa criança que é o sujeito do processo.
A escola é talvez o único lugar onde se escreva muitas vezes sem motivo...Certas atividades da escola apresentam um puro exercício de escrever. Na alfabetização isso pode trazer problemas sérios para certos alunos. Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem todos lêem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo. Em muitas famílias de classe social baixa, escrever pode ser restringir apenas a assinar o próprio nome ou, no máximo, a redigir listas de palavras e recados curtos. Para quem vive neste mundo escrever pode ser estranhíssimo, indesejável e inútil. Porém o mundo social onde se lêem jornais, revistas, livros, onde os adultos escrevem freqüentemente e as crianças desde muito cedo, tem seu estojo cheio de lápis, canetas, borrachas, régua; acham muito natural o que a escola faz, pois para eles é apenas uma continuação do que já estão habituados no seu cotidiano.
Portanto, alfabetizar grupos sociais que encaram a escrita como uma simples garantia de sobrevivência na sociedade e totalmente diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a escrita, alem de necessária, é uma forma de expressão individual de arte e de pensar. Antes de ensinar a escrever, é preciso saber o que os alunos esperam da escrita, que julgam ser sua utilidade e, a partir daí, programar as atividades adequadamente.
4.2 ALFABETIZAÇÃO: CONSTRUÇÃO DO OBJETO CONCEITUAL
4.2.1 Concepção construtivista da alfabetização 
Para FERREIRO E TEBEROSKY (1986). “a alfabetização é apropriação de um objeto conceitual”. Elas elaboraram a psicogênese da leitura e da escrita- estudo sobre como uma criança aprende a ler e escrever, processos cognitivos envolvidos e etapas. Sua construção é longa, envolvendo uma seqüência crescente de níveis de complexidade da compreensão que o sujeito vivência em direção à silabação e à escrita.
A concepção construtiva em que se baseia pode ser esclarecida através da leitura do texto a seguir: Algo que temos procurado em vão nesta literatura é o próprio sujeito: o sujeito nascente, o sujeito que a teoria de Piaget nos ensinou a descobrir... é um sujeito que procura ativamente compreender o mundo que o rodeia, e trata de resolver as questões que este mundo provoca. Não é um sujeito que espera, que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele, por um ato de bondade. É um sujeito que aprende basicamente, através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo em que organiza o seu mundo.
Esse ponto de vista muda inteiramente a visão do processo aprendizagem em relação à alfabetização: a preocupação deixa de lado os aspectos ligados à metodologia e à prontidão, para valorizar os aspectos construtivos ligados aquilo que a escrita representa e que seja a estrutura do modo de representação da escrita.
 A escrita não é um problema escolar, mas um objetivo cultural resultante do esforço coletivo da Humanidade. Como objetivo cultural, cumpre diversas funções sociais e tem modos concretos da existência. A criança convive, desde cedo, com as maiores numerosas formas de inscrições produzidas e interpretadas pelos adultos, nos mais variados contextos: vê letreiros em cartazes, jornais e revistas, televisão; vê alguém à sua volta ler um jornal, escrever cartas, anotar, o número de um telefone, etc. Na presença desses sistemas simbólicos socialmente construídos, a criança busca compreender sua natureza, como se faz anteriormente com outros tipos de objetos, para descobrir suas propriedades. Assim, uma criança não espera ter seis ou sete anos e uma professora à sua frente para começar a refletir sobre problemas ligados á leitura e à escrita; muito antes disso, já tem hipóteses a respeito do que seja ler e escrever. 
4.2.2 Como a criança aprende segundo Piaget
Para o pesquisador suíço, que descobriu a possibilidades de trabalhar a partir do erro, todo conhecimento é construído de um processo contínuo de fazer e refazer. Nesse processo, o conhecimento seguinte é sempre mais sofisticado que o anterior e depende dos estímulos do meio ambiente. Da sua teoria, conhecida pelo imponente nome de epistemologia genética, partiram as teses construtivas de nossos dias e as práticas escolares que respeitam o universo do aluno.
Piaget cria possibilidades que trabalham a partir do erro. Na sua lógica, os erros que as crianças cometem durante o raciocínio cria processos de desenvolvimento intelectual do ser humano.
• Respeito entre á produção do aluno. O professor precisa estar seguro de qualquer indivíduo pode aprender, independente de sua idade, sexo, cor, classe social;
• O aluno precisa de espaço para testar suas hipóteses. Conhecer parte da ação;
• O trabalho em grupo facilita o aprendizado. O conhecer se dá na interação dos indivíduos com os objetos a conhecer e entre os indivíduos.
4.3 ALFABETIZAÇÃO TENDÊNCIAS: CONSTRUIR, OU ADQUIRIR?
Atualmente, a tendência mais moderna em alfabetização baseia-se nos estudos de Emília Ferreiro, que têm como conseqüência fundamental expor o aluno a material ligado a seu universo (seu nome, etiquetas e nomes de objetos de uso diário.) Ex.(LEITURA), criado, assim, dentro de um campo de interesse evidente, condições de aprendizagem pela descoberta.
Também, Paulo Freire centra o processo de aprendizagem no interesse do educando, considerando seu universo vocabular, isolando temos referentes a elementos de sua realidade (palavras geradoras), a partir dos quais serão trabalhadoras as ″famílias) das sílabas. A palavra serve antes de ser ponto de partida da aprendizagem das sílabas, a umadiscussão da própria realidade, visando a uma conscientização política do educando.
Podemos, ajuntando o mais novo e o mais antigo, considerar suas tendências básicas nos materiais e propostas existentes atualmente:
• por um lado, o processo tem como ponto de partida o SUJEITO, que se torna agente, parte ativa do processo e não um mero receptáculo de informações;
• por outro lado o ponto de partida é o OBJETO isto é, a língua escrita (método global começa no texto, métodos fônicos e silábicos) em unidades menores; a palavra parte, obviamente da palavra. Sempre o ponto de chegada almejado é a comunicação escrita.
No primeiro caso, quando o processo de aprendizagem está centrado no sujeito, é grande o risco de se perder no meio do caminho por falta de rumo, o que pode levar o sujeito ao fracasso, isto é, a não atingir seus objetivos – neste caso, aprender a ler e a escrever. A abordagem assintomática do objeto vai depender demais do jogo de cintura de sua atenção permanente ao passo que o aluno vai dando a percepção e Ada ação imediata sobre o momento de cada um; tudo isto sem perder de vista o conteúdo de aprendizagem – a língua escrita, com suas características próprias.
A palavra serve a uma discussão da realidade, visando a uma conscientização política do educando.
Os estudos epistemológicos de Emília Ferreiro representam um avanço fundamental para a renovação da prática da alfabetização. Urge ampliar e multiplicar a reciclagem dos professores para garantir maior possibilidade de acerto nos novos caminhos que se delineiam.
É muito comum principalmente em tendência recentes se observar o repúdio por tudo inclusive discriminadamente, que constituía o patrimônio anterior o que acarreta lamentáveis perdas inúteis. É preciso "não jogar fora o bebê com água do banho!"
Por outro lado, a aprendizagem centrada no objeto tem gerado uma ação pedagógica alienada dos interesses do sujeito, levando-o, quase que faltamente ao fracasso sem contar com outros prejuízos maiores perfeitamente adequados à escola, como arma do sistema, para manutenção dos status que (auto-imagem negativa da criança, culpa, humilhação incompetência, repetência, evasão, exclusão). De fato, a maioria dos materiais existentes apresentam, não o objeto (leitura + escrita = comunicação), mas uma deformação do mesmo. Engancham na superfície do código, nada comunicado, esvaziando, assim, o objeto de seu conteúdo próprio. 
4.3.1 Não há oposição entre construir o saber e adquirir o saber
Algumas citações de cartilhas ilustram essa afirmativa. Infelizmente o problema é mais amplo do que parece: esses materiais se adéquam perfeitamente à escola, que, em todas as áreas que englobou, serve ao aluno a casca, negando-lhe o suco e a polpa, culpando-o pela sua recusa, às vezes mudam, ás vezes barulhenta, de engolir a casca sem ter, pelo menos, direto de mastigar.
A abordagem a partir do desejo da criança (palavras, temas escolhidos) é interessante, pois parte da vontade, da curiosidade natural do aluno não se deve, porém, abandonar a idéia de que o objeto de aprendizagem – o texto (produzido ou interpretado) – não se confunde com seu sujeito e possui um campo específico que o educando pretende e tem direito de adquirir.
Outro erro trágico largamente praticado nas escolas: joga-se por cima do aluno, sem se considerar sua bagagem de conhecimento, sua evolução, seu momento e sua maneira de encarar a escrita, um massacrante trabalho mecânico de sentido e distante de sua compreensão... E... toma-lhe cobrança!
É como, de repente, se obrigasse um bebê a falar, sem antes expô-lo a contratos informais com situações de fala e sem esperar que ele construa, há seu tempo, através do uso e por etapas, sua latência a desabrochar lingüísticos.
Se a abordagem se faz a partir do objeto – a língua escrita poder-se-ia obter uma sistematização mais fácil ( mais viável) para o professor, pois o material impresso é possível. A apresentação de seqüência se estabelece a partir das dificuldades específicas da língua. Um material decente deve, antes de ser lançado, deve ser testado e reformulado, apresentado uma direção mais sólida nessa estrada sem retorno que nós, educadores, escolhemos para o aluno palmilhar. O trágico em educação e que não existe rascunho, é tudo o que o aluno sofre tem conseqüências irreversíveis. Bartolomeu Campos de Queirós, educador mineiro, afirma que preferia ser cozinheiro, pois, se queimasse o arroz, jogava fora e faria outro...
Todos concordam que é preciso mudar a ESCOLA, mas deve-se tomar muito cuidado para que esta mudança não a descaracterize. Necessário é mudar nossos motivos, a polícia educacional, a postura diante do aluno é o próprio papel do educador. É ele o maestro, que dirige a orquestra, respeita, incentiva e organiza os músicos. O aluno é pessoa, precisa de espaço para voar, criar, descobrir. 
Não há oposição entre construir o saber e adquirir o saber; a aprendizagem real se dá como o jogo dialético entre o sujeito e o objetivo. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alfabetização é um processo de construção de hipótese sobre o funcionamento de sistema de escrita. Para aprender a ler e escrever, o aluno precisa participar de situações que colocam a necessidade de refletir, transformando informações em conhecimento próprio e enfrentando desafios. E é utilizando textos, como listas, poemas, bilhetes, receitas, piadas, etc., que os alunos podem aprender muito sobre a escrita. Desta forma, os professores (as) descobrem que ler é muito mais do que decodificar, e por isso tratam seus alunos como leitores antes de estarem alfabetizados.
O melhor modo de se aprender a ler e escrever é sem o medo da rejeição. E com um professor próximo e compreensivo quanto às dificuldades de cada aluno individualmente. Se nós, educadores estivermos dispostos a conhecer, e mais do que isso: considerar o mundo de cada criança, conseguiremos os resultados positivos que não nos era possível devido a um relacionamento professor/aluno ultrapassado. É importante que as atividades propostas para o aluno, abram novos caminhos para que ele se aproprie, gradativamente, dos instrumentos necessários de que precisa para ler, escrever, contar, conhecer e compreender o mundo à sua volta.
Ser analfabeto hoje em dia significa estar à margem da sociedade tecnológica e burocratizada em função da qual nossas atividades se articulam. Essa situação periférica não afeta apenas as condições materiais de vida, mas se reflete também na diminuição das expectativas do analfabeto quanto às suas possibilidades de mudança e participação social.
A aprendizagem deve contribuir no sentido de levar o educando a desenvolver sua própria capacidade de conhecer e atuar criativamente no seu respectivo campo de saber, trabalho e vida. Quando optamos por pesquisar os métodos de alfabetização e a relação com o rendimento interno do ensino, nosso propósito foi de verificar se de fato a alfabetização está contribuindo para a construção deste caminho.
A defasagem de leitores e não leitores parece que vem legitimando as diferenças entre classes sociais, em que tarefas são divididas entre aqueles que pensam e os que executam. Neste sentido a leitura aparece também como um instrumento de conquista de poder antes de ser meio de lazer, conhecimento e cultura.
Assim, acredita-se que seja necessário elaborar um projeto de alfabetização que compreenda a leitura enquanto processo de re-significação do objeto lido, que pode ser um livro, uma obra de arte, um texto, entre outras coisas, que amplie a noção de leitura e a visão de mundo, de tal modo que se possa compreender o homem como um ser histórico e social.
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