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O Positivismo e a Ciência no Século XIX

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FILOSOFIA – Capítulo 12 
 
O positivismo: 
a divinização da ciência 
 
AUGUSTO COMTE 02 
JOHN STUART MILL 05 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 07 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 07 
SEÇÃO ENEM 08 
 
A riqueza aumentou juntamente com a produção em 
larga escala, criando-se assim um ciclo virtuoso entre oferta 
e procura, pois, à medida que a produção aumentava, 
crescia também o número de trabalhadores assalariados, 
o que, consequentemente, gerava mais produção. Naquele 
momento, ocorreram importantes avanços científicos, 
como na Medicina, por exemplo, que encontrou solução 
para algumas das doenças infecciosas que afligiam 
a humanidade. 
Foi nesse período também que a Revolução Industrial 
atingiu o auge de seu desenvolvimento, o que mudou 
radicalmente a vida dos homens. O entusiasmo com 
o progresso da humanidade, visto como algo certo 
e irrefreável, e com a construção de uma vida melhor 
e mais feliz, a qual seria proporcionada pelos avanços 
científicos, pode ser notado em diversos aspectos da 
vida humana, tendo-se em vista a crença de que todos 
os problemas seriam resolvidos pelo conhecimento científico 
aplicado na indústria e na educação.
De 1830 a 1890, os avanços dos conhecimentos nos vários 
campos do saber se fizeram notáveis. Na Física, os estudos 
de Hertz sobre o Eletromagnetismo e os de Joule e Thomson 
sobre a Termodinâmica foram os grandes destaques. 
No campo da Biologia, Pasteur desenvolveu a microbiologia. 
Bernard desenvolveu a Fisiologia e a medicina experimental 
e Darwin, sua Teoria Evolucionista. Nesse momento 
da História, como sinal do crescente conhecimento da 
Engenharia e de suas tecnologias, foram construídos a Torre 
Eiffel, em Paris, e o canal de Suez, ligando a Europa à Ásia, 
o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho.
O positivismo encontrou, assim, seus principais pontos 
de apoio na estabilidade política da Europa, no notável 
crescimento das indústrias, no desenvolvimento latente 
das ciências e no aparecimento de novas tecnologias. Visto 
como o romantismo da Ciência, o positivismo acompanhou 
e estimulou o surgimento e a afirmação da organização 
técnico-industrial da sociedade moderna, o que se expressa 
no otimismo que acompanhou a origem do movimento 
de industrialização. 
Essa corrente de pensamento pode ser dividida em duas 
formas históricas essenciais:
1. Positivismo social: Essa forma de positivismo, 
representada por Saint-Simon, Augusto Comte e John 
Stuart Mill, surgiu da necessidade de constituir a Ciência 
como o fundamento de uma nova ordenação social 
e religiosa da sociedade.
2. Positivismo evolucionista: Essa segunda forma, 
representada por Spencer, ampliou o conceito 
de progresso do positivismo e lutou por sua imposição 
em todos os campos da Ciência. 
O positivismo foi um movimento filosófico do século XIX 
que teve como principal característica a romantização 
da Ciência, ou seja, a crença de que ela deveria servir 
como guia exclusiva da vida individual e social do homem: 
deveria ser, assim, o único conhecimento, a única moral, 
a única religião possível. Exercendo grande influência em 
todo o pensamento europeu, o positivismo tinha em sua 
essência as ideias empiristas, o que o fez ser considerado por 
alguns estudiosos como um desenvolvimento do empirismo. 
Tendo como principal representante Augusto Comte 
(1789-1857), o movimento positivista espalhou-se por todo 
o mundo ocidental e manifestou-se nas mais diversas áreas 
do conhecimento. 
Derivado do latim positum, o termo positivismo 
refere-se àquilo que está posto, situado, que existe 
na realidade, referindo-se, portanto, a tudo o que 
pode ser observado e experimentado. Esse termo 
foi uti l izado pela primeira vez por Saint-Simon 
(1760-1825), um dos fundadores do socialismo utópico, 
para designar o método exato das Ciências e sua extensão 
para a Filosofia, acreditando que o avanço da Ciência 
determinaria as mudanças políticas, sociais, morais 
e religiosas pelas quais a sociedade deveria passar.
Tendo em vista a definição do termo, fica clara a crítica do 
positivismo a qualquer filosofia metafísica, a qual buscava 
algo que ultrapassasse a simples aparência dos seres, 
ou seja, a filosofia que buscava uma essência imaterial das 
coisas por meio da razão. Para a filosofia positivista, só é 
conhecimento aquele que diz respeito ao mundo material 
(empírico), sendo que tudo aquilo que não se possa 
experimentar não existe ou não pode ser conhecido.
O positivismo desenvolveu-se plenamente em uma 
Europa que vivia um quadro político de paz substancial, 
a qual se deu logo após os movimentos revolucionários 
de 1848, conhecidos também como A primavera dos povos, 
e, também, em um contexto de expansão colonial europeia 
na África e na Ásia. Nesse contexto social e político, 
a Europa vivenciava a concretização de seu desenvolvimento 
industrial, o que trouxe uma mudança radical no modo de ser 
e de viver dos homens, graças aos avanços proporcionados 
pelo desenvolvimento das ciências e pela produção de novas 
tecnologias. Tais tecnologias modificaram todo o modo de 
produção dentro das indústrias, trazendo como inevitável 
consequência o crescimento vertiginoso das cidades, que 
se tornaram centros urbanos cada vez mais procurados 
por trabalhadores em busca de novas oportunidades de 
emprego e renda, rompendo com o antigo equilíbrio entre 
cidade e campo. 
O positivismo: 
a divinização da ciência
A
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6. O positivismo foi visto como o auge dos ideais iluministas 
que, rompendo com uma concepção idealista de 
conhecimento, valorizavam os fatos empíricos como os 
únicos capazes de levar ao conhecimento verdadeiro, 
além de valorizarem a fé na racionalidade, o poder da 
Ciência para resolver os problemas humanos e sociais 
e a cultura como criação exclusivamente humana sem 
a interferência da divindade.
7. De uma forma geral, o positivismo pecou pela 
confiança acrítica na Ciência, vista como aquela 
que produziria um novo mundo pelo progresso. 
A inevitabilidade defendida pelo positivismo 
era considerada inquestionável, o que fugia 
ao espírito da própria Filosofia.
8. O pensamento positivista levou à formulação 
de críticas a todo o conhecimento que não fosse 
real e empiricamente comprovado. Assim, ainda 
que o positivismo tenha caído, mais tarde, em uma 
concepção metafísica de igual proporção, a metafísica 
e qualquer concepção idealista de mundo eram 
combatidas como formas inferiores e antiquadas de 
pensamento. 
9. Alguns marxistas criticaram o positivismo ao 
vislumbrar, nessa concepção de progresso inevitável, 
a concretização dos ideais burgueses e dominadores. 
10. No positivismo, a Teologia e a Metafísica foram 
substituídas pelo culto à Ciência, considerada a única 
capaz de compreender o mundo. O mundo espiritual 
foi, assim, substituído pelo mundo humano, e as ideias 
de espírito ou essência foram substituídas pela ideia 
de matéria.
AUGUSTO COMTE 
Nascido em 19 de janeiro de 1798, em Montpellier, 
França, membro de uma modesta família católica, Augusto 
Comte ficou conhecido como o fundador da Sociologia 
e como o maior representante do positivismo enquanto 
movimento filosófico. 
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Augusto Comte, o maior representante do positivismo.
Os principais representantes do positivismo foram: 
na França, Augusto Comte (1798-1857); na Inglaterra, 
Stuart Mill (1806-1873) e Herbert Spencer (1820-1903); 
na Alemanha, Jakob Moleschott (1822-1919) e Ernest 
Haeckel (1834-1919); na Itália, Roberto Ardigò (1828-1920). 
Em cada um desses países, o positivismo mostrou traços 
próprios e desenvolvimentos específicos. Porém, alguns 
princípios são comuns a todas essas ramificações, 
garantindo ao positivismo seu caráter de movimento filosófico. 
Teses fundamentais do positivismo:
1. A Ciência é o único conhecimento possível e seu método 
é o único válido para a obtenção do conhecimento 
verdadeiro. Logo, a busca por causas ou princípios 
que não sejam acessíveis ao método científico não 
leva, absolutamente, aoconhecimento. A investigação 
metafísica, ou seja, a busca por verdades que 
ultrapassam a matéria, não tem nenhum valor.
2. O método da Ciência busca descrever os fatos e mostrar 
as relações constantes entre eles, expressando-os 
em leis que permitem ao homem realizar a previsão 
dos fatos futuros, tese defendida por Comte. No campo 
da evolução, Spencer afirma que as experiências 
permitem prever a gênese evolutiva dos fatos mais 
complexos a partir dos mais simples, uma vez que 
a lei advinda da observação e da experiência da 
natureza é a tradução da regularidade observada 
na natureza. Assim, o positivismo baseia-se 
na identificação das leis causais e no domínio sobre 
os fatos. O método descritivo pode ser aplicado tanto 
no estudo da natureza quanto no estudo da sociedade. 
Os fatos naturais, além de constituírem as relações 
de causa e efeito no mundo natural, também o fazem 
no mundo social, nas relações entre os homens, 
o que deixa clara a importância da Sociologia para 
o positivismo. 
3. O método da Ciência, por ser o único válido, deve ser 
estendido a todos os campos de indagação e da atividade 
humana, que, tanto no campo individual quanto no 
social, deve ser guiada por ele. O método científico é, 
portanto, o único capaz de possibilitar a compreensão 
do mundo e também a resolução de seus problemas. 
Por essa razão, surge a crença de que a Ciência é capaz 
de construir um mundo melhor, resolvendo todos os 
problemas humanos e sociais.
4. No momento histórico do positivismo, observou-se 
um otimismo crescente, já que a humanidade 
acreditava que o progresso era inevitável e que 
o caminho para a construção de um mundo melhor 
havia sido, enfim, encontrado. Essa nova realidade 
de bem-estar geral, de paz e de solidariedade deveria 
ser então construída pelo conhecimento científico 
e pelo trabalho humano. 
5. Nesse período, acreditava-se que o positivismo 
construiria um mundo melhor e mais justo, em que 
todos teriam garantidas as melhores condições de vida, 
proporcionando a plena felicidade a todos. Esse estágio 
de desenvolvimento humano seria inevitável e, por isso, 
o positivismo trazia uma visão messiânica da História, 
acreditando que o mundo positivista era o último 
e perfeito.
Frente A 
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O conhecimento do mundo aprimorou-se ao longo do 
tempo, o que levou ao consequente aprimoramento 
das concepções sobre o mundo. A humanidade avançou 
de uma condição rudimentar e bárbara para uma 
condição civilizada de mundo, progresso este que se 
manifestou no aprimoramento constante dos homens 
e de suas visões sobre a realidade, o que explicaria, inclusive, 
as transformações da História.
A lógica que permeia essa teoria é a de que 
a humanidade, enquanto não houvesse atingido o auge 
de seu desenvolvimento, conheceria o mundo de forma 
imperfeita. Porém, essas formas imperfeitas iriam sendo 
substituídas por outras melhores até que a humanidade 
chegasse ao último estágio do conhecimento, em que 
as antigas superstições e os pré-conceitos tornassem-se 
desnecessários e obsoletos. 
Os estágios da humanidade são:
	 1º	 estado	 –	 Teológico:	 Nesse estágio, o ser 
humano explica a realidade apelando para entidades 
sobrenaturais (os “deuses”). Busca-se, dessa forma, 
o absoluto e as causas primeiras e finais representadas 
por questões como “de onde viemos?” e “para onde 
vamos?”. No estágio teológico, os fenômenos são vistos 
como produtos da ação direta de seres sobrenaturais 
cuja vontade arbitrária comanda a realidade. 
 2º estado – Metafísico: O estágio metafísico é uma 
espécie de meio-termo entre o estado teológico 
e o positivo. No lugar dos deuses, há a presença 
de entidades abstratas, como essência e substância dos 
seres, para explicar a realidade. Permanece, no entanto, 
a busca por respostas às questões “de onde viemos?” 
e “para onde vamos?”. Procura-se, assim, o absoluto, 
com a diferença de que este não é mais uma divindade, 
mas sim conceitos abstratos como essência e ideias. 
Para Comte, as explicações teológica ou metafísica são 
ingenuamente psicológicas, possuindo importância, 
sobretudo histórica, como crítica e negação da 
explicação teológica precedente, mas não encerrando 
a verdade em si mesmas. Nesse segundo estágio, 
fala-se de natureza, de povo, etc. como conceitos 
abstratos e absolutos. 
 3º estado – Positivo: Essa é a etapa final e definitiva 
do conhecimento sobre o mundo, na qual não se busca 
mais o “porquê” das coisas, mas sim o “como” elas 
são. Esse conhecimento se estabelece por meio das 
descobertas e do estudo das leis naturais, ou seja, das 
relações de causa e efeito a que todas as coisas estão 
submetidas. Nesse estágio, que consiste no apogeu das 
etapas anteriores, a imaginação é excluída e prioriza-se 
a observação dos fenômenos concretos, encontrando-se, 
assim, as leis por detrás de seu funcionamento.
É no estado positivo que o espírito humano, reconhecendo a 
impossibilidade de obter conhecimentos absolutos, renuncia 
a perguntar qual é sua origem, qual o destino do universo 
e quais as causas íntimas dos fenômenos para procurar 
somente descobrir, com o uso bem combinado do raciocínio 
e da observação, suas leis efetivas, isto é, suas relações 
invariáveis de sucessão e semelhança. 
COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva. 2. ed. São 
Paulo: Abril cultural, 1983. p. 20. Coleção Os Pensadores. 
Apesar da educação religiosa recebida, afastou-se da fé 
católica aos 14 anos de idade, ingressando, em 1814, 
na Escola Politécnica de Paris (École Polytechnique), a qual 
exerceu forte influência sobre seu pensamento. Comte 
foi expulso dessa escola em 1816 por participar de um 
motim realizado pelos alunos em uma época marcada 
pelas mudanças políticas pós-napoleônicas. Retornou 
em seguida à sua cidade natal, onde estudou Medicina 
por pouco tempo. Em 1817, retornou a Paris, passando 
a sobreviver de seu trabalho como professor particular 
de Matemática e escrevendo para alguns jornais. 
Aqueles foram tempos tortuosos para Comte, que 
passava por necessidades financeiras, tendo de recorrer 
constantemente ao dinheiro enviado pela mãe para 
sobreviver. Durante certo tempo, foi secretário de um 
banqueiro na cidade e, de 1818 a 1824, tornou-se 
secretário do socialista utópico Conde de Saint-Simon, 
sobre o qual teceu duras críticas mais tarde. Em 2 de abril 
de 1826, iniciou seu curso público de Filosofia Positiva. 
Abandonado pela mulher, sofreu sérias perturbações 
mentais, suspendendo o curso de Filosofia, o qual retomou 
somente em 1829, tendo mantido-o até 1842, período 
de publicação da redação do curso. 
Em 1844, começou seu envolvimento amoroso com 
Clodilde de Vaux, que faleceu no ano seguinte, vítima 
de tuberculose. Com a morte da amada, Comte vivenciou 
maus momentos, o que influenciou fortemente para que 
seu pensamento se tornasse uma espécie de misticismo, 
com a consequente fundação da religião da humanidade 
em 1852. Comte faleceu em 5 de setembro de 1857, 
em Paris, possivelmente acometido de câncer. Sua última 
casa, situada à Rua Monsieur-le-Prince, nº 10, em Paris, 
foi posteriormente adquirida por alguns positivistas 
e transformada no Museu Casa de Augusto Comte.
Obras 
• Planos de trabalhos científicos para reorganizar 
a sociedade, 1822. 
• Curso de filosofia positiva, sua obra-prima, publicado 
em seis volumes, escrito de 1830 a 1842. 
• Discurso sobre o espírito positivo, 1844. 
• Discurso sobre o conjunto do positivismo, 1948, 
reunindo, no 4º volume, seis opúsculos editados 
de 1819 a 1828. 
• Sistema de política positiva, instituindo a religião 
da humanidade, em quatro volumes, escritos de 1851 
a 1854. 
• Catecismo positivista ou sumária exposição da religião 
da humanidade, 1852. 
• Síntese subjetiva ou sistema universal de concepções 
próprias ao estado normal da humanidade, 1856. 
Além dessas obras, há três outras publicadas 
postumamente. 
A Lei dos Três Estados
A ideia-chave do positivismo comtiano é a Lei dos Três 
Estados,a qual ele chamava, inclusive, de “minha grande 
lei”. De acordo com a teoria comtiana, a humanidade 
vivenciou três estágios de concepções sobre o mundo, 
sendo que em cada estágio haveria a ideia de futuro 
enquanto progresso e, portanto, o estágio posterior 
seria sempre melhor e mais perfeito do que o anterior. 
 
Pág 03
A religião da humanidade 
Em sua última grande obra, O sistema de política positiva, 
escrita entre os anos 1851 e 1854, Comte demonstrou 
sua crença de que a teoria positiva pudesse produzir uma 
sociedade regenerada. O aperfeiçoamento dos homens 
se daria por meio da Ciência e das leis sociais, as quais 
assumiriam o papel de religião. Porém, nessa religião 
positiva, não se adoraria uma divindade extraterrena, 
mas sim a própria humanidade. O amor a deus, portanto, 
presente no estágio teológico, cederia lugar, no estado 
positivo, ao amor à humanidade. 
Para Comte, a ideia de humanidade representa todos 
os indivíduos que existem, existiram e que ainda irão 
existir, sendo um conceito que engloba mais do que apenas 
os indivíduos particulares. Todos os indivíduos são como 
células de um grande organismo, a humanidade, que deve 
ser venerada como eram os deuses. 
Tomando como base a organização do catolicismo, como 
cultos, ritos, hierarquia e doutrina, Comte afirmou que 
a nova religião da humanidade também deveria ter dogmas, 
os quais consistiriam nas verdades científicas e na Filosofia 
Positiva. Também existiriam sacramentos, como o batismo 
secular, o crisma e a unção dos enfermos, e seriam 
construídos templos, os institutos científicos, dentre outros. 
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Capela do positivismo ou da religião da humanidade 
em Porto Alegre, RS. Em sua fachada, a frase de Comte: 
O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso 
por fim.
O positivismo no Brasil
O positivismo, enquanto movimento fi losófico, 
espalhou-se por todo o mundo, chegando ao Brasil 
e ocupando lugar de destaque na política e no pensamento 
nacionais durante a passagem do século XIX para o XX. 
Dentre os mais importantes positivistas, destacam-se 
o Coronel Benjamin Constant, considerado o fundador 
da república brasileira, e os pensadores Miguel Lemos 
(1854-1917) e Teixeira Mendes (1855-1927). Além disso, 
cabe ressaltar que os governos de Deodoro da Fonseca 
e Floriano Peixoto foram especialmente marcados pelas 
influências positivistas.
Para Comte, esses estágios são necessários para 
a evolução da humanidade e do homem, representando 
fases de compreensão da realidade que se sucedem 
rumo à perfeição do saber. Assim, sua Lei dos Três 
Estágios serviria para compreender o desenvolvimento 
do homem, o qual estaria no estado teológico em sua 
infância, no metafísico em sua juventude e no positivo 
em sua maturidade. 
Segundo Comte, a época em que ele vivia já passava 
pelo estágio positivo e, assim, qualquer forma de conhecer 
a realidade que não fosse pela Ciência deveria ser 
extinta, já que o progresso e a construção de um 
mundo perfeito ocorreriam apenas como consequência 
do conhecimento científico.
Estudando o desenvolvimento da inteligência humana [...] 
desde sua primeira manifestação até hoje, creio ter descoberto 
uma grande lei fundamental [...] Esta lei consiste no seguinte: 
cada uma de nossas concepções principais e cada ramo 
de nossos conhecimentos passam necessariamente por três 
estágios teóricos diferentes: o estágio teológico ou fictício, 
o estágio metafísico ou abstrato e o estágio científico 
ou positivo [...] daí três tipos de filosofia ou de sistemas 
conceituais gerais sobre o conjunto dos fenômenos, que se 
excluem reciprocamente. O primeiro é um ponto de partida 
necessário da inteligência humana; o terceiro é seu estado 
fixo e definitivo; o segundo destina-se unicamente a servir 
como etapa de transição. 
COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva. 2. ed. São 
Paulo: Abril cultural, 1983. p. 18. Coleção Os pensadores. 
A classificação das Ciências 
Comte classificou as Ciências a partir das mais gerais 
para as menos gerais, de acordo com a generalidade 
do seu objeto. Logo, segundo essa concepção, a mais 
geral de todas as Ciências seria a Matemática, seguida 
da Astronomia, da Física, da Química, da Biologia 
e da Sociologia, com objetos progressivamente menos 
gerais, e, portanto, mais complexos. Partindo dessa 
classificação, a Sociologia comtiana figura como a mais 
complexa de todas as Ciências. Para Comte, os caminhos 
para se alcançar o conhecimento das leis que regem 
a sociedade são a observação, o experimento e o método 
comparativo. Segundo o filósofo, para se passar de uma 
sociedade desordenada para uma ordenada, é necessário 
um conhecimento científico sobre tal sociedade e, para 
que esse conhecimento seja eficaz, deve-se encontrar 
as leis que regem os fenômenos sociais de modo que se 
perceba as relações de causa e efeito no interior dessa 
sociedade. Comte chama a Sociologia de “física social”, 
pois, assim como a Física encontra as leis dos fenômenos 
naturais e dos movimentos dos corpos, a Sociologia 
é capaz de encontrar as leis que regem a sociedade. 
Comte não menciona a Filosofia em sua classificação, uma 
vez que ela tem o papel de ordenadora e de instrumento 
de conhecimento de todas as outras Ciências. 
Pág 04
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como o princípio governante da conduta humana. Para ele, 
dor e prazer eram os “mestres soberanos” da humanidade. 
Dessa ideia, nasceu a teoria moral do utilitarismo, segundo 
a qual o único fim da conduta humana é alcançar a maior 
felicidade para o maior número de pessoas possível.
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Jonh Stuart Mill.
James Mill queria que o filho se tornasse um gênio, e, 
para isso, esmerou-se em proporcionar a Stuart Mill uma 
educação apropriada, escolhendo inclusive suas amizades. 
Adepto da teoria da tábula rasa de John Locke, James Mill 
sabia que o filho deveria passar por experiências construtivas 
para que pudesse desenvolver ideias superiores. Por isso, 
a educação de Stuart Mill foi muito rigorosa, pois ele 
deveria ser aquele a assegurar o sucesso do utilitarismo 
no futuro. Devido aos planos de seu pai, Stuart Mill foi 
educado exclusivamente em casa, garantindo a James 
Mill total participação nas etapas da educação intelectual 
de seu filho. 
Com apenas três anos de idade, Stuart Mill já havia 
aprendido o alfabeto grego e um grande número 
de palavras nessa língua. Com oito anos, já havia lido 
Esopo, Xenofonte, Heródoto, Diógenes, Isócrates e seis 
diálogos de Platão, além de muitos livros sobre a História 
da Inglaterra. Foi com essa idade também que aprendeu 
latim e álgebra, tendo sido escolhido como tutor 
dos membros mais jovens de sua família. Antes mesmo 
de completar dez anos de idade, Stuart Mill já lia livros 
em latim e em grego que somente eram lidos pelos jovens 
mais velhos nas escolas e nas universidades. 
Aos dezoito anos, começou a estudar Lógica, lendo 
os tratados lógicos de Aristóteles no original grego. 
Estudou Economia através dos trabalhos de Adam Smith 
e de David Ricardo, grandes pensadores utilitaristas 
e dois dos principais representantes do positivismo social 
na Inglaterra. Ainda com dezoito anos, afirmou, em sua 
Autobiografia, que era uma “máquina lógica”. Com 21 anos, 
Stuart Mill caiu em profunda depressão, recuperando-se 
somente anos depois. 
A partir da segunda metade do século XIX, as idéias de Augusto 
Comte permearam as mentalidades de muitos mestres 
e estudantes militares, políticos, escritores, filósofos e historiadores. 
Vários brasileiros adotaram, ou melhor, se converteram 
ao positivismo, dentre eles o professor de Matemática 
da Escola Militar do Rio de Janeiro, Benjamin Constant, o mais 
influente de todos. Tais influências estimularam movimentos 
de caráter republicano e abolicionista, em oposição 
à monarquia e ao escravismo dominante no Brasil. A Proclamação 
da República, ocorrida através de um golpe militar, com apoio 
de setores da aristocracia brasileira, especialmentea paulista, 
foi o resultado “natural” desse movimento.
VALENTIM, Oséias Faustino. O Brasil e o positivismo. 
Rio de Janeiro: Publit, 2010. 
A expressão mais clara da influência do positivismo 
no Brasil figura na própria Bandeira Nacional, que traz 
a máxima política positivista “Ordem e Progresso”, originada 
como uma variação da citação de Comte: “O Amor por 
princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”, que 
representa o desejo de uma sociedade justa, fraterna 
e progressista. Tal frase conduz ao pensamento de que 
a ordem das coisas, expressa no conhecimento científico 
a partir das relações de causa e efeito, levaria ao progresso 
inevitável na vida material e na sociedade, sendo esta 
a principal crença do positivismo.
O lema “Ordem e Progresso”, impresso na Bandeira Nacional, 
nasceu do pensamento positivista, segundo o qual somente pela 
ordem é possível alcançar o progresso.
De acordo com a perspectiva positivista, o progresso 
é fruto de uma atitude racional deliberada, podendo ser 
alcançado por meio de decisões racionais e científica, 
as quais devem ser tomadas por governos competentes, 
constituídos de pessoas capacitadas.
JOHN STUART MILL
Nascido em Londres, em 1806, Stuart Mill teve contato 
com a Filosofia desde muito cedo. Seu pai, James Mill, 
foi um importante filósofo da corrente utilitarista de 
Jeremy Bentham, o qual havia sido, inclusive, professor 
de Stuart Mill. Bentham considerava o hedonismo 
(do grego hedonê: prazer, alegria, desejo) psicológico 
 
Pág 05
O utilitarismo de Stuart Mill 
O utilitarismo é uma das doutrinas éticas que consideram 
a felicidade o bem maior a ser buscado em toda e qualquer 
ação. Logo, a ação humana deve ter como critério de bem 
e mal o “princípio da maior felicidade”, conhecido também 
como princípio da utilidade, que encontra suas origens 
na filosofia de Epicuro. Bentham, porém, foi quem 
desenvolveu essa ideia com maior sistematização. Segundo 
ele, na obra Uma investigação dos princípios da moral 
e da legislação, de 1789: 
[...]o princípio da maior felicidade é aquele que aprova 
ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência que 
tem a aumentar ou diminuir a felicidade da pessoa cujo 
interesse está em jogo. 
BENTHAM, Jeremy. Uma investigação dos princípios da 
moral e da legislação. São Paulo: Abril cultural, 1974. p. 4.
A melhor ação seria, portanto, aquela que proporcionaria 
maior prazer ou felicidade ao indivíduo ou à comunidade, 
definindo-se o critério de certo ou errado de acordo com 
o maior grau de felicidade para um maior número de pessoas. 
De acordo com Bentham, são sete os critérios utilizados 
para definir se uma ação irá trazer ou não a felicidade, 
os quais devem auxiliar na avaliação das dores e dos prazeres 
para a tomada de decisão: intensidade, duração, certeza 
ou incerteza, proximidade ou longinquidade, fecundidade, 
pureza e extensão. 
Essa posição filosófica de Bentham, porém, pode ser 
facilmente confundida com o hedonismo (a busca do prazer 
sem se preocupar com as consequências posteriores), 
uma vez que o princípio da maior felicidade está ligado 
ao prazer, e nem tudo o que traz prazer para o homem 
é necessariamente bom. Há de se distinguir os tipos 
de prazeres, como o faz Epicuro, mas de forma mais 
sistemática, de modo que se evite o erro do subjetivismo 
e do egoísmo, pois, aquilo que seria prazer e felicidade para 
uns, poderia não o ser para outros. 
Buscando justificar a posição ética de seu mestre, Stuart 
Mill reelabora sua tese, defendendo a necessidade de unir 
ao hedonismo aspectos do estoicismo e do cristianismo. 
Faz-se necessária, assim, uma distinção clara entre 
os prazeres humanos e os prazeres animais. Tal distinção 
se dá qualitativamente, sendo que os prazeres melhores 
e superiores, chamados por Mill de prazeres mentais, estão 
ligados ao pensamento, enquanto os prazeres inferiores, 
chamados de prazeres corporais, estão ligados ao corpo. 
Stuart Mill acreditava que o homem deveria buscar 
em sua vida os prazeres que lhe fariam alcançar a felicidade, 
fazendo a distinção adequada desses prazeres, sendo que 
os prazeres superiores e mentais é que fariam o homem 
verdadeiramente feliz, embora os prazeres inferiores 
e corporais não devessem ser deixados de lado, precisando 
apenas ser buscados com moderação e comedimento. 
Stuart Mill trabalhou de 1823 a 1858 na Auditoria da 
Companhia Inglesa das Índias Orientais, passando a maior parte 
de seus últimos anos de vida em Avignon, embora tivesse sido 
membro da Câmara dos Comuns, no Parlamento Inglês, de 1865 
a 1868. A partir de 1823 seu emprego lhe permitiu dedicar-se 
a outras atividades, principalmente aos seus escritos. 
O Sistema de lógica dedutiva, uma de suas principais 
obras, foi publicado em 1843. Em 1848, publicou os Princípios 
de economia política e, de 1854 a 1860, escreveu sua obra 
mais importante, Utilitarismo. Em 1859, foi publicada a obra 
A liberdade, seguida, em 1869, de Sujeição das mulheres, 
obra na qual atacava o argumento de que as mulheres eram 
naturalmente piores do que os homens em certos aspectos 
e que, por isso, elas deveriam ser proibidas de realizarem 
certos atos. John Stuart Mill morreu em Avignon, vítima 
de erisipela infecciosa, no dia 8 de maio de 1873. 
A crítica ao silogismo e o princípio 
da uniformidade da natureza 
Em sua obra Sistema de lógica dedutiva, Mill empenhou-se 
em criticar o silogismo lógico, que tem sua conclusão ou 
dedução inferida necessariamente das premissas do próprio 
silogismo. Um bom e clássico exemplo de silogismo é: 
“Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, Sócrates 
é mortal”. Concluir que Sócrates é mortal é chegar a uma 
ideia que já estava contida nas premissas do argumento. 
Partindo desse raciocínio, fica claro que a conclusão 
dedutiva não acrescenta nada às informações presentes 
nas premissas. Por isso, para Mill, o argumento dedutivo 
ou silogístico é estéril. 
Stuart Mill afirmava que a verdade da proposição 
“Todo homem é mortal” provinha das experiências, 
realizadas anteriormente, de observar vários homens 
mortos. Por isso, o filósofo defendia que toda inferência 
é feita “do particular para o particular”, ou seja, em todos 
os casos, o conhecimento obtido por meio de um raciocínio 
lógico é proveniente de experiências anteriores do mesmo 
caso. A proposição geral de um raciocínio dedutivo não 
passa, portanto, de um conjunto de experiências particulares 
feitas anteriormente. Com isso, Mill buscou defender que 
todo conhecimento é de natureza empírica.
Diante dessa posição filosófica, surge, entretanto, uma 
questão: se todo o conhecimento vem de experiências 
particulares, inclusive as proposições gerais de uma dedução 
têm sua origem em experiências realizadas anteriormente, 
como é possível ao homem generalizar uma dada 
informação? No exemplo anterior, ao se afirmar que “Todo 
homem é mortal”, faz-se uma generalização, uma vez que 
é impossível a alguém observar todos os casos particulares 
do mundo para chegar a essa verdade. 
Como solução para esse problema, Mill afirmou 
que a garantia para que as inferências que levam 
às generalizações ocorram em todos os casos é a de que 
“o curso da natureza é uniforme”, ou seja, a natureza 
age sempre da mesma maneira, seguindo uma mesma 
causalidade, e é somente graças a esse princípio que se pode 
alcançar um conhecimento por meio da indução lógica. 
Frente A 
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02. O caráter fundamental da Filosofia é tomar todos 
os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis 
cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor número 
possível constituem o objetivo de todos os nossos 
esforços, considerando como absolutamente inacessível 
e vazia de sentido para nós a investigação das chamadas 
causas, sejam as primeiras sejam as finais.
COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva. 2. ed. São Paulo: 
Abril Cultural, 1983. p. 7. Coleção Os Pensadores. 
De acordo com o texto e com outros conhecimentos sobre 
o assunto, EXPLIQUE o que Comtechama de “causas 
primeiras” e “causas finais”. 
03. Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência 
em suas diversas esferas de atividades, desde seu 
primeiro vôo mais simples até os nossos dias, creio 
ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se 
sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece 
poder ser solidamente estabelecida, quer na base de 
provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa 
organização, quer na base de verificações resultantes 
dum exame atento do passado. Essa lei em que cada uma 
de nossas concepções principais, cada ramo de nosso 
conhecimento, passa sucessivamente por três estados 
históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado 
metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo.
COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. 2. ed. São Paulo: 
Abril cultural, 1983. p. 18. Coleção Os Pensadores. 
IDENTIFIQUE e EXPLIQUE a tese defendida por Comte 
na citação anterior. 
04. Nós reconhecemos que a verdadeira ciência [...] consiste 
essencialmente de leis e não mais de fatos, embora 
estes sejam indispensáveis para o seu estabelecimento 
e sua sanção. 
COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva. 2. ed. São Paulo: 
Abril cultural, 1983. p.35. Coleção Os pensadores.
A partir da citação anterior e de seus conhecimentos 
sobre o assunto, REDIJA um texto estabelecendo uma 
relação entre leis e fatos e tendo como base o positivismo 
de Comte.
05. As idéias governam e subvertem o mundo, em outros 
termos, todo o mecanismo social repousa finalmente 
sobre opiniões [...] A grande crise política e moral 
das sociedades atuais está ligada, em última analise, 
à anarquia intelectual. 
COMTE, Augusto. Curso de Filosofia Positiva. 2. ed. São Paulo: 
Abril cultural, 1983. p. 17. Coleção Os pensadores. 
EXPLIQUE o que é, para Comte, a “anarquia intelectual”.
06. No positivismo, a Teologia e a Metafísica foram 
substituídas pelo culto à Ciência, considerada a única 
capaz de compreender o mundo. O mundo espiritual 
foi, assim, substituído pelo mundo humano, e as ideias 
de espírito ou essência foram substituídas pela ideia 
de matéria. 
A partir do trecho anterior, REDIJA um texto explicando 
por que, na filosofia positiva, o espírito ou essência 
é substituído pela matéria. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. Leia os trechos a seguir: 
Ciência, logo previsão; previsão, logo ação: tal é a fórmula 
simplicíssima que expressa de modo exato a relação 
geral entre a ciência e a arte, tomando estes dois termos 
em sua acepção total.
Auguste Comte
A ciência, e apenas a ciência, pode tornar a humanidade 
aquilo sem o que ela não pode viver, um símbolo e uma lei.
Ernest Renan
A evolução pode terminar apenas com o estabelecimento 
da maior perfeição e da mais completa felicidade.
Herbert Spencer
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. 2. ed. 7 v. 
São Paulo: Loyola, 2001. Volume V. p. 285. 
A partir das citações anteriores e de seus conhecimentos 
sobre o assunto, REDIJA um texto explicando 
a importância da Ciência para o positivismo. 
02. A Ciência é o único conhecimento possível e seu método 
é o único válido para a obtenção do conhecimento 
verdadeiro. Logo, a busca por causas ou princípios 
que não sejam acessíveis ao método científico não 
leva, absolutamente, ao conhecimento. A investigação 
metafísica, ou seja, a busca por verdades que ultrapassam 
a matéria, não tem nenhum valor.
De acordo com o texto e com outros conhecimentos 
sobre o assunto, REDIJA um texto explicando a crítica 
do positivismo ao conhecimento metafísico.
03. [deve-se] pedir desculpas aos opositores do utilitarismo 
por confundi-los, mesmo que por um momento sequer, 
com os que são capazes de um equívoco tão absurdo. 
O equívoco parece ainda mais extraordinário quando 
se considera que, entre as acusações correntes contra 
o utilitarismo, figura a acusação contrária de remeter 
tudo ao prazer, e mesmo ao prazer inferior.
MILL, John Stuart. A Liberdade / Utilitarismo. 
São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 185.
A partir do texto e de outros conhecimentos sobre 
o utilitarismo de Stuart Mill, REDIJA um texto explicando 
por que o utilitarismo de Mill não prega a busca 
de qualquer forma de prazer.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. [...] o positivismo baseia-se na identificação das leis 
causais e no domínio sobre os fatos. O método descritivo 
pode ser aplicado tanto no estudo da natureza quanto 
no estudo da sociedade.
De acordo com a citação e com outros conhecimentos 
relacionados ao positivismo, EXPLIQUE por que as leis 
causais permitem o domínio dos fatos. 
 
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07. Stuart Mill defendia que toda inferência é feita 
“do particular para o particular”, ou seja, em todos 
os casos, o conhecimento obtido por meio de um 
raciocínio lógico é proveniente de experiências anteriores 
do mesmo caso.
A partir do trecho anterior, EXPLIQUE a crítica de Stuart 
Mill ao raciocínio silogístico. 
08. [...] a utilidade ou o princípio da maior felicidade 
como a fundação da moral sustenta que as ações 
são corretas na medida em que tendem a promover 
a felicidade e erradas conforme tendam a produzir 
o contrário da felicidade. Por felicidade se entende 
prazer e ausência de dor; por infelicidade, dor 
e privação de prazer [...] o prazer e a imunidade 
à dor são as únicas coisas desejáveis como fins, e que 
todas as coisas desejáveis [...] são desejáveis quer 
pelo prazer inerente a elas mesmas, quer como meios 
para alcançar o prazer e evitar a dor.
MILL, John Stuart. A Liberdade / Utilitarismo. 
São Paulo: Martins Fontes, 
2000. p. 187.
EXPLIQUE, de acordo com o pensamento utilitarista, 
a importância do prazer para o princípio da maior 
felicidade. 
SEÇÃO ENEM
01. Leia com atenção o texto a seguir, em que Augusto Comte 
se propõe a criar uma nova religião, denominada religião 
da humanidade:
É assim que o positivismo dissipa naturalmente 
o antagonismo mútuo das diferentes religiões 
anteriores, formando seu domínio próprio do fundo 
comum a que todas se reportaram de modo instintivo. 
A sua doutrina não poderia tornar-se universal, 
se, apesar de seus princípios antiteológicos, o seu 
espírito relativo não lhe ministrasse necessariamente 
af inidades essenciais com cada crença capaz 
de dirigir passageiramente uma porção qualquer 
da Humanidade. 
COMTE, Augusto. Curso de filosofia positiva. 
2. ed. São Paulo: Abril cultural, 1983. 
p. 139. Coleção Os Pensadores. 
A intenção de Comte ao criar essa nova religião era
A) agregar todos os homens em um culto ao Deus cristão.
B) levar os homens ao arrependimento por terem se 
desviado das verdades metafísicas.
C) promover uma harmonia entre os homens para 
a construção de uma sociedade melhor.
D) criar uma legislação única a que todos se submetessem 
de forma irrestrita.
E) incentivar uma visão organicista da sociedade a partir 
de concepções religiosas. 
GABARITO
Fixação
01. A ideia central do positivismo é a crença na força 
poderosa e transformadora da Ciência. Segundo 
essa corrente filosófica, política e sociológica, 
somente através do desenvolvimento científico 
os homens poderiam construir um mundo melhor. 
O positivismo tem como premissa fundamental de 
que é possível decifrar a natureza e a sociedade por 
meio de relações de causa e efeito. Encontrando tal 
relação, fundamento de toda e qualquer lei natural, 
os homens dispensariam qualquer preconceito ou 
pensamento metafísico e transformariam o mundo 
de forma a construí-lo com bases puramente 
racionais, o que garantiria o desenvolvimento 
do mundo e, consequentemente, o desenvolvimento 
e a realização de todos os homens. 
02. Uma das premissas mais importantes do positivismo 
é de que só é possível alcançar o conhecimento 
verdadeiro a partir das experiências. Dessa 
forma, o conhecimento busca seu fundamento 
na realidade, uma vez que é a partir das relações 
entre causa e efeito dos fenômenos naturais que 
se pode encontrar e determinar as leis que regem 
a sociedade e a natureza. Assim, qualquer forma 
de conhecimentoque busque ideias ou conceitos 
que estejam além do mundo material é inválida 
e falsa, pois procura conhecer aquilo que não 
é experimentável. A metafísica, sendo a busca pelo 
conhecimento daquilo que está além do mundo 
material, físico, é um conhecimento impossível 
e inválido para o positivismo.
03. Acompanhando Jeremy Bentham, sistematizador 
do utilitarismo, Mill acredita que o critério da 
maior felicidade deve ser empregado para decidir 
as ações boas e más, corretas e incorretas. 
Para ele, as ações corretas ou boas são aquelas 
que trazem o prazer e, consequentemente, 
a felicidade para um número maior de pessoas. 
Porém, não é qualquer prazer que é buscado 
por Mill. Para ele, há uma clara classificação entre 
os prazeres de acordo com sua qualidade. Assim, 
há prazeres que estão ligados somente à satisfação 
das necessidades e há prazeres superiores, ligados 
ao intelecto. Estes devem ser buscados em 
primeiro lugar e são eles que devem ser utilizados 
como critério da avaliação das ações. 
Propostos
01. O conhecimento científico, segundo o positivismo, 
baseia-se exclusivamente nas relações de causa 
e efeito presentes na natureza e na sociedade. 
Assim, por meio da identificação dessas causas 
e efeitos é possível alcançar as leis que traduzem 
a regularidade presente na natureza. Uma vez 
que se tem o conhecimento dessas leis, é possível 
prever, pelos fatos, aquilo que acontecerá 
e se antecipar dominando o que irá acontecer. 
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05. Para Comte, o conhecimento verdadeiro parte de 
experiências ordenadas para alcançar uma relação de 
causa e efeito presente na sociedade e na natureza. 
Essa ordem é fundamental para que o homem 
alcance as verdades pela Ciência, que segue, por 
sua natureza, um método. Outras ideias que se 
pretendem verdades, mas que não sejam realizadas 
a partir desse método, não passam de falsidades 
e opiniões, sendo passageiras e instáveis. Comte 
afirma, portanto, que a grande crise política e moral 
da sociedade de seu tempo se deve exatamente 
à tentativa de conhecer o mundo a partir dessas falsas 
opiniões, elaboradas por homens que se apoiam na 
teoria puramente racional e não em conhecimentos 
verdadeiros obtidos pelo empirismo, o que Comte 
chama de anarquia ou desordem intelectual.
06. Ao positivismo não interessa nada que não seja 
experimentável. Assim, a verdade é obtida pela 
experimentação dos fenômenos naturais e sociais 
a fim de encontrar sua regularidade e, portanto, suas 
leis de causa e efeito. Esse é o único conhecimento 
legítimo da ciência. Assim, o cientista não deve 
buscar a essência ou o espírito das coisas, pois esses 
são conceitos abstratos e imateriais que não são 
possíveis de serem conhecidos, uma vez que não 
existem. O cientista deve se deter na coisa material, 
no fenômeno, buscando nele o conhecimento. 
Por isso a essência é substituída pela matéria, a única 
capaz de levar o homem à verdade científica.
07. Para Stuart Mill, filósofo influenciado pelo 
positivismo, as únicas fontes do conhecimento são 
as experiências realizadas pelos sentidos humanos. 
Assim, o silogismo, ao sair de premissas gerais para 
atingir uma verdade, não torna o homem livre dessas 
experiências. As proposições gerais do silogismo 
não nascem de outro lugar senão das experiências 
particulares que foram generalizadas em um 
princípio. Assim, ao dizer que todos os homens são 
mortais, essa verdade geral nasceu da observação 
dos homens de fato, ou seja, tal proposição nasce de 
experiências. Dessa forma, é possível compreender 
por que todas as inferências são feitas de experiências 
particulares para experiências particulares. 
08. Para a teoria utilitarista da moral, o critério de 
avaliação de uma ação em boa ou má, correta 
ou incorreta, é o princípio da maior felicidade. Desse 
modo, bom é aquilo que traz a felicidade e mau é 
aquilo que causa a infelicidade para o maior número 
de pessoas. Segundo esse princípio, felicidade 
e infelicidade consistem em ausência de dor e presença 
de prazer e ausência de prazer e presença de dor, 
respectivamente. Para Mill, seguindo o pensamento 
de seu mestre Jeremy Bentham, o prazer 
é o princípio natural que guia as ações humanas. 
Buscar o prazer e fugir da dor é natural em todos 
os animais, sejam irracionais ou racionais. É nesse 
raciocínio que se encontra o fundamento da moral 
utilitarista e, consequentemente, o fundamento 
do prazer para a avaliação das ações. 
Seção Enem
01. C
Por exemplo: pela Ciência, é possível prever que 
o consumo de substâncias tóxicas, como o álcool, 
afetará o funcionamento do fígado daquela 
pessoa que as consome. O conhecimento das leis 
do funcionamento permite que sejam tomadas 
providências para que alguma doença seja evitada 
ou para antecipar alguns efeitos que decorrerão 
dessa doença. Assim, as leis permitem o domínio 
dos fatos futuros. 
02. Comte acredita que o conhecimento verdadeiro 
e legítimo nasce das experiências das coisas reais 
e não de conceitos abstratos ou de algo que não seja 
fisicamente experimentável. Ao se referir a causas, 
o filósofo está falando de essências ou substâncias 
que determinam a ação ou a existência de um ser 
qualquer. Para Comte, esse tipo de conhecimento 
é impossível e os esforços para encontrar tais 
causas são totalmente inúteis e vazios. Segundo 
o filósofo, não existe nada que esteja além da matéria, 
e é ela que nos dá o conhecimento sobre as coisas. 
03. Segundo Comte, a humanidade está em um caminho 
de desenvolvimento rumo à plena realização. 
Em um processo ascendente, os homens saíram de 
uma concepção primitiva de mundo, que o filósofo 
denomina de fase teológica, em que a ideia da 
divindade era necessária para a compreensão 
do mundo. Superada essa fase, tem-se a fase ou 
estágio metafísico, pois, nessa etapa, o homem, 
apesar de não estar preso à ideia de divindade, passa 
a almejar conhecer as essências ou causas primeiras 
das coisas, numa concepção metafísica do mundo. 
Superada essa fase, os homens são levados ao 
desenvolvimento de concepções puramente racionais 
sobre o mundo através da Ciência. Nessa terceira 
e última fase, toda e qualquer explicação não científica 
e racional do mundo é negada. A primeira e a segunda 
fases, apesar de necessárias ao desenvolvimento 
da humanidade, foram superadas, e, a partir 
de então, o homem deverá conhecer o mundo 
pela razão científica, confiando exclusivamente em 
si mesmo, em sua racionalidade, alcançando 
a terceira fase ou estágio denominado positivo. 
04. A terceira fase ou estágio do desenvolvimento da 
humanidade, segundo Comte, seria a fase positiva, 
em que toda busca por algo divino e metafísico 
da realidade seria superada. Ao alcançar tal 
estágio, não interessaria mais saber o porquê das 
coisas, interessando ao conhecimento científico 
da realidade tão-somente saber o como as coisas, 
a natureza, funcionam. Buscando esse modelo de 
conhecimento, os fatos não são em si a finalidade, 
pois eles dizem respeito à natureza particularmente, 
sendo que ao positivismo interessa alcançar 
as leis gerais de funcionamento dessa natureza. 
O positivismo não nega a importância dos fatos, 
mas considera que esses fatos são importantes 
enquanto constituintes da matéria-prima necessária 
para alcançar, por meio das generalizações, as leis, 
as quais seriam a abstração máxima da Ciência 
compreendendo o mundo posto.
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