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Aluno: Carlos César de Melo - Matrícula: 202001673512 Teoria Tridimensional do Direito Miguel Reale Cotia, SP 2020 Introdução: De acordo com Igor Antônio em seu artigo de 06/2012 disponível na internet Miguel Reale é certamente a figura mais relevante do pensamento jusfilosófico nacional. Sua Teoria Tridimensional do Direito ganhou importância no meio acadêmico, em todo o Brasil e no mundo, com destaque na América Latina. Sua comprovação de que o Direito possui tríplice face – o fato, o valor e a norma – chegou a ser um clichê entre os estudantes da área jurídica, que não raro, mal compreendiam as particularidades de tal filosofia. “Miguel Reale nasceu no interior de São Paulo, em São Bento do Sapucaí, em 6 de novembro de 1910 e faleceu aos 95 anos em São Paulo no dia 14 de abril de 2006. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, na juventude tornou- se um dos líderes do integralismo no Brasil, para depois tornar-se um dos principais liberais sociais do país. Foi Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e Reitor desta mesma Universidade. É pai do também jurista Miguel Reale Júnior” (ACADEMIA, 2007). Importante citar também que Miguel Reale foi filiado à corrente culturalista que dava grande ênfase ao Direito como fator cultural. Desenvolvimento / referencias: Apesar de não ser o primeiro teórico a formular uma teoria tridimensional do Direito, Reale certamente foi quem defendeu de forma mais séria esta teoria, inclusive o espanhol Ricaséns Siches renomado jurista e filósofo, passou a utilizá-la com base nos estudos de Reale. Conforme Thiago Henrique expõe em seu artigo no site JUS a tridimensionalidade corresponde a uma característica de toda conduta ética, uma vez que toda conduta implica no fato de uma ação subordinada a uma norma resultante de um valor que se quer realizar, sendo, portanto, uma qualidade genérica da conduta e do direito. A história nos mostra como os significados da palavra Direito, se delinearam segundo os três aspectos fundamentais; sendo o valor, como intuição primordial; a norma, como ordenamento da conduta social; e o fato, com uma condição social e histórica da conduta. Thiago Henrique continua explicando que antigamente, a correlação entre os aspectos fático, axiológico e normativo, não foram claramente percebidos pelos juristas. Estes foram antes tentados a compreender o fenômeno jurídico através de um ou de dois dos aspectos citados, de forma setorizada. Tão logo, a partir do segundo pós-guerra, surgiram as primeiras doutrinas que se aperceberam da questão acerca da interdependência e correlação dos três elementos (fato, valor e norma). Foi a partir deste momento histórico que surgiu a chamada tridimensionalidade genérica. A – Tridimensionalidade Genérica – Esta teoria concebe cada um dos três elementos, de forma abstrata ou separada, fazendo corresponder a cada um deles, um ramo distinto e autônomo do saber jurídico, qual seja: (fato) o sociologismo jurídico; (valor) o moralismo jurídico; (norma) normativismo jurídico. Não reconhecendo, portanto, que exista uma correlação ou implicação entre estes três fatores como algo essencial ao direito. Segundo Miguel Reale, o jurista e professor alemão Gustav Radbrunch, concebia o direito como um fato cultural, estudado sob três formas, a factual ou empirista, a gnoseológica e por fim o seu valor final. Foi essa tricotomia que deu base a tridimensionalidade genérica. B - Tridimensionalidade Específica – Por volta de 1940, na Alemanha, com Wilhelm Sauer, e no Brasil, com Miguel Reale, surgiram às primeiras tentativas de demonstrar que o fato, valor e norma, devem ser considerados como fatores essenciais da experiência jurídica. Insta salientar que na tridimensionalidade específica, os três fatores se encontram indissoluvelmente unidos entre si, não podendo serem apresentados cada um abstraídos dos demais, como ocorreria na tridimensionalidade genérica. Miguel Reale se insurgiu contra a generalidade, sustentando que o Direito é tridimensional, quer o estudo seja filosófico, sociológico ou científico, sendo que a diferença entre eles se dá sob a perspectiva de análise. Ao se perguntar acerca de como os três elementos se correlacionam em uma unidade essencial à experiência jurídica, Reale, aduz que somente pode ser unidade de processo dialético, no qual o elemento normativo integra em si e supera a correlação fática axiológica. Conclusão: Miguel Reale teve uma contribuição significativa apostando e se aplicando na busca do desenvolvimento da teoria da tridimensionalidade, pois foi através dela que houve um salto de qualidade e comprometimento das autoridades para olhar as resoluções dos conflitos de uma forma mais justa e querente. Com isso a consonância dos três fatores envolvendo a teoria tridimensional fato, valor e norma fez com que ficasse à disposição da população de um modo geral, mas priorizando os mais fracos a justiça social através da análise de valor e suas atribuições morais. Não poderia de deixar de citar também a inovação referente a instrumentalização das normas que facilitou o acompanhamento das mudanças permitindo que leis e normas fossem criadas e alteradas através das mais diversas entradas, sendo culturais, sociais, políticas e outras. Bibliografia: AUGUSTO, Igor Antonio Michallene. O que é a Teoria Tridimensional do Direito. Âmbito Jurídico. 2012. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-101/o-que- e-a-teoria-tridimensional-do-direito/. Acesso em: 15/05/2020. SANTOS, Thiago Henrique de Souza Santos. Tridimensionalidade do direito diante dos https://jus.com.br/tudo/processo https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-101/o-que-e-a-teoria-tridimensional-do-direito/ https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-101/o-que-e-a-teoria-tridimensional-do-direito/ https://jus.com.br/1180317-thiago-henrique-de-souza-santos/publicacoes fundamentos de Miguel Reale. JUS.2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/37848/tridimensionalidade-do-direito-diante-dos-fundamentos- de-miguel-reale Acesso em: 15/05/2020. ACADEMIA Brasileira de Letras. Miguel Reale – Biografia. 2007. Disponível em: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=512&sid=182 Acesso em: 14/05/2020. GONZAGA, Alvaro de Azevedo, ROQUE, Nathaly Campitelli. Enciclopedia Juridica da PUC. 2017. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/64/edicao- 1/tridimensional-do-direito,-teoria. Acesso em 15/05/2020. HOGEMANN, Edna Raquel. Sociologia Jurídica e Judiciaria. SESES Estácio. 1ª Ed. Rio de Janeiro, 215. http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=512&sid=182 https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/64/edicao-1/tridimensional-do-direito,-teoria https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/64/edicao-1/tridimensional-do-direito,-teoria
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