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Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período CALCIFICAÇÃO E OSSIFICAÇÃO DOS TECIDOS MOLES A calcificação/mineralização refere-se ao processo de deposição de sais de cálcio, principalmente fosfato de cálcio, nos tecidos moles de forma desorganizada, sendo chamada de calcificação heterotópica, pois ocorre em um local incomum. Essa calcificação pode ser subdivida em outras três categorias. A idiopática é quando não há causa definida, ocorrendo uma deposição de cálcio em tecido normal, enquanto os níveis sorológicos de cálcio e fosfatos não apresentam alterações. A distrófica refere-se a mineralização em um tecido que apresenta alguma alteração, como a necrose. A metastática refere-se a deposição de cálcio em vários locais, enquanto há níveis sorológicos de cálcio e fosfatos aumentados (p. ex. hiperparatireoidismo e hipercalcemia maligna). A ossificação refere-se ao processo de deposição de sais de cálcio, principalmente fosfato de cálcio, nos tecidos moles de maneira organizada, sendo chamada de ossificação heterotópica. A maneira organizada refere-se a formação de trabéculas ósseas e cortical, por exemplo. CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA 1 LINFONODOS MINERALIZADOS Os linfonodos são compostos por um tecido que tem uma demanda grande e que sofre grandes alterações, então, explica-se o fato ser acometido por uma mineralização distrófica. Sendo que podem estar mais ou menos mineralizadas. Uma doença sistêmica que pode gerar esse tipo de condição é a tuberculose e a AIDS (doença crônica que promove uma imunodeficiência, possibilitando infecções recorrentes). Também é visível em tomografias e em tomadas AP, embora não seja necessário. Além disso, não há necessidade de tratamento, apenas investigação das possíveis causas. Semelhante com: Sialolito no parênquima da Glândula Submandibular 2 TONSILOLITOS (TONSILAS MINERALIZADAS) A infecção de garganta recorrente é um dos principais fatores que pode levar à calcificação das tonsilas. Caso esses tonsilolitos estejam mais superficialmente, é possível enxergá-los Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período durante o exame físico com uma coloração amarelada. O paciente ainda pode relatar mau cheiro e inchaço. Muitas vezes geram imagens fantasmas. Não há necessidade de tratamento. 3 CISTICERCOSE Referem-se aos ovos de tênia mineralizados no tecido cerebral. A cisticercose também pode ser localizada numa radiografia panorâmica, mas a tomada radiográfica ideal para a sua visualização é uma tomografia de crânio. Não é tão comum. CALCIFICAÇÃO ARTERIAL 1 PLACA ATEROMATOSA MINERALIZADA Há uma inflamação do endotélio da artéria Carótida e formação de uma placa ateromatosa que pode ser calcificada e aparece na imagem. Essa alteração reduz o fluxo sanguíneo do cérebro, sendo a principal causa de AVC. Os principais fatores de risco para a placa ateromatosa e o AVC é ser homem, fumar, beber, ser sedentário e ter mais de 50 anos. Outros fatores secundários são: diabetes, outras doenças sistêmicas como hipertensão etc. A conduta ideal do Cirurgião-Dentista é solicitar uma AP de Towne Modificada em que se observa uma radiopacidade lateral à coluna cervical. Caso esse achado não seja visto na imagem, refere-se à calcificação da cartilagem tritícea (tireoide). Outro exame que deverá ser solicitado é a ultrassom com Doppler , um estreitamento maior que 50% já é considerado significativo, pois já compromete o fluxo sanguíneo para a cabeça. Lembrando que a AP não fecha o diagnóstico e sim o exame de ultrassom. Semelhante com: Cartilagem Laríngea mineralizada CALCIFICAÇÃO IDIOPÁTICA 1 CARTILAGEM LARÍNGEA MINERALIZADA A mineralização das cartilagens laríngeas (geralmente a tritícea, que é uma parte da cartilagem tireóide) entra no diagnóstico diferencial da placa ateromatosa mineralizada. A diferenciação ocorre a partir do exame AP de Towne Modificada, pois a cartilagem não aparecerá na imagem, sendo projetada na coluna cervical, enquanto a placa ateromatosa irá aparecer. Algumas vezes, nem há necessidade de solicitar a tomada radiográfica, pela imagem característica da cartilagem tritícea, que se assemelha ao corno superior da cartilagem tireóide. Manuella Soussa Braga 2018/2 - 4º período 2 SIALOLITO Para diagnosticá-lo, faz-se uma oclusal total com parâmetros de exposição alterados (diminuição do tempo de exposição), a fim de se obter uma imagem menos densa, fazendo com que esse sialolito apareça. Também é visível nas radiografias mineralizadas e na tomografia. O tratamento dependerá de cada caso e se o paciente sente desconforto ou não. 3 FLEBOLITOS Referem-se às calcificações de trombos intravenosos. Além disso, são comuns em regiões com hemangiomas e malformações vasculares localizados em cabeça e pescoço. 4 RINOLITO/ANTROLITO O rinolito ocorre na cavidade nasal e o antrolito ocorre nos seios paranasais (dd = osteoma do seio maxilar). Podem ocorrer pela introdução de corpos estranhos no nariz. Pode ter sintomatologia ou não. No exame de imagem (oclusal), observa-se bem discretamente. Na panorâmica não dá para ver muito bem. Pode-se fazer uma incidência perpendicular para enxergar melhor. OSSIFICAÇÃO HETEROTÓPICA 1 OSTEOMA CUTÂNEO O osteoma cutâneo é uma alteração pequena dada pela ossificação de uma área da pele dada mais frequentemente por conta de acne recorrente, podendo ser visualizado melhor em radiografias periapicais e interproximais (dão maior riqueza de detalhes). 2 LIGAMENTO ESTILO-HIÓIDEO OSSIFICADO Geralmente é bilateral. Na maioria dos casos não há sintomatologia e é muito comum de ser visualizado em radiografias panorâmicas. Se houver sintomatologia, como tontura e desconforto na região cervical, é provável que esteja relacionada coma Síndrome de Eagle. Só neste último caso, faz-se intervenção cirúrgica.
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