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Curso de Português Jurídico 
Nome: Yasmin Borchardt e Mariana Dias Felisbino 
Curso: Direito Data: 14/04/2020 Disciplina: Teoria da Argumentação Jurídica 
 
1- COMUNICAÇÃO JURÍDICA 
 
Naturalmente a comunicação ultrapassa o plano histórico e está presente em 
nosso mundo desde o começo da sociedade. A comunicação é capacidade inata do ser 
humano e se dá por meio de diversas formas, tais como: Por meio de sinais (corporal, 
gestual, facial, sinais de fumaça, dentre outros) ou de um conjunto de signos, a pessoa 
expressa sentimentos, ideias, entendimento ou compreensão de algo, mantém contato ou 
ligação com outros, dentre tantas funções. Para a efetivação da comunicação é 
necessário no mínimo seis elementos comunicativos que estão envolvidos no processo 
de comunicação: emissor (quem emite a mensagem); receptor (a quem a mensagem é 
direcionada); mensagem (o que é comunicado); canal (meio físico pelo qual a 
mensagem é enviada); código (grupo de sinais, linguagem utilizada para enviar a 
mensagem); referente (assunto sobre o qual versa a mensagem). O homem se comunica 
de diversas formas, seja verbal ou não verbal: 
Linguagem Corporal: Como por exemplo a indústria cinematográfica e partidas de 
futebol que versam acerca da linguagem gestual. A obra enaltece os filmes Charles 
Chaplin e, constantemente, ressalta-se a expressividade dos olhos de Bette Davis. Os 
destinatários dessa comunicação não verbal irão recebê-la de acordo com o código 
cultural que interfere nos usos e costumes de urna sociedade. 
 
Linguagem de Vestuário: Trata-se de como a sociedade se veste diante de eventos 
formais. Como por exemplos os postulantes a cargos públicos em Roma vestiam-se de 
túnicas brancas, indício da pureza de suas intenções e; por tal motivo, chamavam-se 
candidatos. Outro exemplo evidente é obra de Machado de Assis ''A mulher de preto." 
Onde a perspectiva do autor se exalta referente a sociedade de vestir com roupas de cor 
preta. 
 
1.2 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
O texto jurídico é usado como forma de comunicação, nos elementos envolvidos 
iremos encontrar um objeto de comunicação, com um conteúdo, transmitido para um 
receptor, enviado de um emissor por meio de um canal com o próprio código. É 
importante ressaltar que que a comunicação é um binômio, pois temos o emissor e o 
receptor, ou seja, não pode ser unilateral. A comunicação não é um ato só, portanto ela 
somente irá se efetivar quando todos os componentes funcionarem corretamente. 
Qualquer falha na comunicação pode interferir na compreensão da mensagem. Para não 
ocorrerem erros o juiz recorre a peritos ou interpretes. 
Os elementos da comunicação são: 
- Emissor: Autor do requerimento, ele é o destinador, a fonte da mensagem. 
- Receptor: É o juiz de direito, ele é o destinatário 
 
 
- Mensagem: Coação ilegal. 
- Canal: É o elemento usado para que o requerimento seja usado, podendo ser uma 
folha, telefone, telegrama. 
- Código: Linguagem usada, escrita em língua portuguesa. 
- Referente: É o assunto do requerimento. 
 
1.3 FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Podemos encontrar algumas funções exercidas no mundo do direito, como um 
acusado que esteja dando o depoimento ele vai usar geralmente uma linguagem mais 
subjetiva falando pronomes como eu, me, mim, enfatizando o emissor, sendo assim 
função emotiva. Na função poética precisa – se de sonoridade e ritmo das palavras, 
valorizando ainda mais a comunicação. E uma informação jurídica é precisa, objetiva 
chamando – se assim de função referencial. O texto jurídico é persuasório, 
principalmente para o receptor, se aproximam dele para fazer com que ele mude de 
ideia, os impulsos para provocar reações no receptor recebem o nome de função 
conativa. 
 
1.4 LÍNGUA ORAL E LÍNGUA ESCRITA 
A comunicação pode ser oral ou escrita, elas divergem uma da outra, pois 
ninguém escreve do jeito que fala ou vice – versa. Por isso quando falamos não 
precisamos nos preocupar em relação a gramática e podemos dar mais ênfase no 
assunto. Porém quanto a linguagem escrita, o contato é totalmente indireto, o 
vocabulário precisa ser mais conservador e o cuidado com a gramática deve ser 
excepcional. 
 
 1.5 NÍVEIS DE LINGUAGEM 
Para que tenhamos sucesso no ato de comunicação, temos que prestar atenção no uso 
correto do nível de linguagem. Temos três principais níveis: 
- Linguagem Culta: Utilizada nas classes intelectuais da sociedade, encontramos mais 
na forma escrita do que oral. Muito usada nos meios diplomáticos e científicos, 
discursos, em tratados jurídicos e em sessões do tribunal. É um vocabulário muito rico, 
e as normas gramaticais são bem observadas. 
- Linguagem familiar: Muito usada no cotidiano das pessoas, como em rádios, 
televisão, e outros meios de comunicação, encontrada mais na forma oral do que escrita. 
- Linguagem popular: É linguagem corrente, sem nenhuma preocupação gramatical, 
cheia de gírias e termos regionais. 
 
1.6 O ATO COMUNICATIVO JURÍDICO 
Este ato ocorre quando há colaboração entre os interlocutores, o emissor tem um 
pensamento e busca a forma verbal para fazer com que sua mensagem seja 
compreendida, e o receptor caminha na direção do pensamento com o intuito de entedê 
–la. No mundo jurídico o vocabulário é mais preciso para que as palavras que tenham 
mais significado não dificultem o entendimento. O ato comunicativo jurídico, exige que 
 
 
seja construído um discurso que convença o julgador da veracidade que pretende 
provar. 
 1.7 CONCEITOS BÁSICOS DE LINGUÍSTICA E COMUNICAÇÃO 
JURÍDICA 
Bom explicar o processo comunicativo jurídico, tendo em vista conceitos 
linguísticos básicos. 
 
 
PARTE II – VOCABULÁRIO JURÍDICO 
 
 2.1 LÉXICO E VOCABULÁRIO 
Não se costuma haver distinções entre as palavras léxico, dicionário e 
vocabulário, para os linguistas, porém, há diferenças semânticas entre os vocábulos - 
aliás, vale a afirmação de que inexiste a sinonímia perfeita. 
 
Léxico reserva-se à língua como um conjunto sistêmico posto ao usuário; é um 
inventário aberto, com número infinito de palavras, podendo ser sempre acrescido e 
enriquecido não só pelo surgimento de novos vocábulos, mas também por mudanças de 
sentidos dos já existentes na língua. 
 
Dicionário: É o elemento concreto da língua e possui grande mobilidade, apesar de não 
registrar ele todas as possibilidades lexicais. 
 
Vocabulário: por sua vez, é o uso do falante, é a seleção e o emprego de palavras 
pertencentes ao léxico para realizar a comunicação humana. 
 
 2.2 O SENTIDO DAS PALAVRAS: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
Denotação: Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está 
sendo utilizada em seu sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico 
das palavras, expressões e enunciados de uma língua. 
 
Conotação: Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está 
sendo utilizada em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou 
enunciados ganham um novo significado em situações e contextos particulares de uso. 
 
2.3- O SENTIDO DAS PALAVRAS NA LINGUAGEM JURÍDICA 
No Direito é muito importante que a palavras sejam expressas com clareza para que elas 
possam atingir o fim necessário. Temos três tipos de vocabulário jurídico: 
 
- Unívocos: Contém somente um sentido, a codificação vale – se deles para descrever 
delitos e assegurar direitos, como furto (art. 155, CP – subtrair para si ou outrem, coisa 
 
 
móvel alheia); roubo (art. 157, CP – subtrair para si ou outrem, coisa móvel alheia 
mediante grave ameaça ou violência, depois de reduzir a resistência da pessoa). Assim 
podemos dizer que representa termos técnicos do vocabulário especializado. 
 
- Equívocos: É o vocabulário que possui mais de um significado e sentido para uma 
palavra. O profissional do direito deve se esforçar muito quando usar qualquer palavra 
que tenha mais significados.- Análogos: São palavras sinônimas, tem a mesma ideologia, mas não tem a mesma 
origem. Elas não tem exatamente o mesmo sentido, podem se agrupar com um ponto 
em comum, cada uma mantendo seu significado. 
 
 2.4 POLISSEMIA E HOMONÍMIA 
São palavras que possuem significados diferentes, porém tem a mesma estrutura 
fonóloga, ou seja, homônimos. Na polissemia, o emissor desenvolve os sentidos de uma 
só palavra, já na homonímia, distingue várias palavras. 
 
2.5 SINONÍMIA E PARONÍMIA 
 
2.5.1 Sinônimos 
São palavras diferentes que possuem um mesmo significado. 
2.5.2 Parônimos 
São palavras que possuem significados diferentes, mas são parecidas tanto na escrita 
quanto no som. 
2.5.3 Usos da linguagem jurídica (sinonímia e paronímia) 
Um profissional do direito deve examinar com cuidado os dicionários de palavras 
semelhantes, sempre estando bem informado sobre tais palavras. 
 
 2.6 O VERBO JURÍDICO: ACEPÇÕES E REGIMES 
O pensamento humano provoca ações, expressas em estados ou qualidades e da 
atributos a condutas. Quando o verbo exprime o fato, a frase é verbal, quando integra a 
definição de algum ser, apresentando atributos, a frase é nominal. Quando o profissional 
do direito construir frases, ele deve levar em conta fatores psicológicos dos verbos para 
enfatizar a ideia com os termos acessórios adequados. Este profissional deve sempre ter 
a consultoria de um dicionário, pois conhecer as acepções e regimes é algo 
indispensável. 
 
 2.7 ARCAÍSMOS 
Algumas palavras, expressões, e tipos de construções sintáticas com o passar do 
tempo não são mais usadas, elas cumprem sua história, e depois desaparecem na 
escuridão dos tempos, elas então são denominadas de arcaísmos. 
 
2.8 NEOLOGISMOS 
O nosso vocabulário está sempre em constante mudança, e essa renovação 
recebe o nome de neologia. Não se trata de originar novas palavras, mas sim 
transformar as existentes. 
 
 
 
2.9 ESTRANGEIRISMOS 
São palavras usadas no cotidiano em outras línguas na forma original, pois 
quando traduzida perde o sentido. No mundo jurídico as palavras sempre foram 
aportuguesadas, mesmo quando o uso consagra o estrangeirismo. Com a globalização 
houve uma grande tolerância aos estrangeirismos, que são assimilados a nossa cultura 
brasileira sem necessidade de substituir por palavras iguais em português. 
 
2.10 LATINISMOS 
Sabemos que as línguas neolatinas não se originam do latim, elas são o latim na 
atualidade, pois não houve uma continuidade relacionada a sua história. E o nosso 
português é o latim, porém de outra forma. No Direito podemos encontrar as palavras: 
extraditando, interditando, usucapiendo, prestações vincendas, exequenda. 
 
2.11 CAMPOS SEMÂNTICOS E CAMPOS LÉXICOS 
Saussure, contribuiu muito para mostrar que a palavra não é uma unidade 
semântica isolada, ele procurou conceitos de relação entre aproximação e oposição. 
Após um breve entendimento sobre campos semânticos, verificamos que cada unidade – 
membro da família ideológica possui suas particularidades, e esclarecendo, traços 
mínimos de significação que podem distinguir ela das demais. Mattoso Câmara Jr., diz 
que campos léxicos são famílias de palavras ou palavras cognatas, palavras que 
constituem um grupo de derivação incluindo – se a composição prefixal. 
 
2.12 DIFICULDADE NO VOCABULÁRIO NA LINGUAGEM JURÍDICA 
Todos nós enfrentamos dificultados em relação ao vocabulário seja na oral ou na 
escrita, podemos nos confundir e acabar nos expressando de uma maneira contraria a 
ideia inicial. Nestes casos um profissional de Direito deve estar sempre alerta a toda e 
qualquer mudança que o vocabulário possa ter, tendo sempre consigo um dicionário 
para que ele não seja mal interpretado e consiga realizar as suas performances com 
êxito. 
 
2.13 REPERTÓRIO VOCABULAR JURÍDICO 
Podemos falar que cada língua tem uma descrição vocabular própria, fazendo 
com que a linguagem seja exata. Como já descrito anteriormente os profissionais de 
direito devem ter consigo um dicionário, para fazer o bom uso das palavras. E não basta 
somente conhecer bem as palavras, elas devem ser usadas no momento certo. 
 
PARTE III – A ESTRUTURA FÁSICA NA LINGUAGEM JURÍDICA 
 
3.1 FRASE, ORAÇÃO E PERIODO 
 
3.1.1 FRASE 
 
 
A gramática clássica emprega a frase como sinônimo de oração, proposição ou 
sentença, sendo os três termos referentes a um pensamento expresso de forma 
inteligível. Também são divididas em dois tipos: 
- Frase nominal: trata-se de frase onde há menos elaboração. É chamada inarticulada 
ou frase de situação. Conquanto plena de sentido, acha-se destituída dos elementos 
articulatórios estruturais que caracterizam a oração. 
- Frase verbal: por estar concentrada num verbo e apresentar formas de comunicação 
de maior dimensão, é a frase mais desenvolvida ou de maior complexidade estrutural, 
operando na esfera da sintaxe. Chama-se frase articulada, oracional ou verbal. 
 
3.1.2 ORAÇÃO 
 
A oração é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado linguístico cuja 
estrutura caracteriza-se, obrigatoriamente, pela presença de um verbo. 
 
3.1.3 PERÍODO 
 
Recebe o nome de período a unidade gramatical que se constitui de uma ou mais 
orações concluídas por ponto final ou outro sinal (ponto de interrogação, ponto de 
exclamação, reticências, dois-pontos). 
 
3.2 ESTRUTURA DA FRASE 
 
3.2.1 AS COMBINAÇÕES DAS FRASE: COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO 
 
Os processos, mediante os quais as orações se conectam ou se amarram no 
período, denominam-se processos sintáticos: coordenação e subordinação. 
 
3.2.1.1 COORDENAÇÃO 
 
Etimologicamente, O termo coordenação está preso à preposição latina cum e ao 
verbo ordinare (cum + ordinare), isto 'é, ordenar com, ordem em conjunto. O termo 
grego correspondente é parataxe (pará - ao lado de) e táxis (linha). 
 
3.2.1.2 SUBORDINAÇÃO 
 
Se uma oração for parte de outra, ela não dispõe de autonomia; fala-se, nesse 
caso, de subordinação ou dependência. O nexo, pois, na subordinação é de dependência; 
a oração subordinada constitui uma parte da oração a que se dá o nome de principal e 
com a qual compõe o todo. A oração principal ou subordinante é o eixo de gravitação 
das demais orações para conferir ao período o acerto necessário e conveniente. 
 
 
 
 
3.3 RELAÇÕES SINTÁTICAS NA EXPRESSIVIDADE DA FRASE 
 
3.3.1 CONCORDÂNCIA 
 
https://www.portugues.com.br/gramatica/vozes-verbo-.html
 
 
Concordância é o princípio conforme o qual se estabelecem correlações de 
flexão entre termos subordinantes e subordinados. De acordo com as classes 
gramaticais, podem-se apresentar as formas seguintes de concordância: 
 
a) concordância nominal: entre substantivo (ou pronome) e adjetivo. 
b) concordância verbal: entre sujeito e verbo. 
 
3.3.2 REGÊNCIA 
 
Diz-se regência a dependência de palavras com relação a outras na oração. A 
forma regente é a que governa; a forma regida é a que sofre dependência. 
 
a) Regência nominal: estabelece-se entre o nome e seus dependentes. 
b) Regência verbal: constituída entre o verbo e seu complemento ou adjunto. Regência 
verbal acontece com verbos intransitivos, transitivos diretos ou indiretos. Há de se 
registrar que verbos intransitivos se usam como transitivos; em tais casos, o leitor atento 
perceberá que o objeto direto é cognato do verbo e se faz acompanhar de um elemento 
especificador. 
 
3.3.3 COLOCAÇÃO 
 
Ditam-se algumas normas para a distribuição das palavras na frase ao se elaborar 
uma oração, a saber, em primeiro lugar o sujeito e seus agregados; a seguir, o predicado 
e complementos. A esta disposição dos vocábulos na oração dá-se o nome de colocação. 
 
3.4 ASPECTOS ESTILÍSTICOS DA ESTRUTURA ORACIONAL 
 
Um enunciado, simples ou composto, como se viu, possui ênfase quando a 
posição dos termos oracionais dá realce à ideia principal. Em uma frase, portanto, não 
basta a escolha de palavras para traduzir de maneira firmeo pensamento; a frase 
estilística requer, ainda, uma seleção vocabular cuidadosa e paciente para obtenção de 
um sistema fonológico capaz de trazer em si um estado afetivo. 
 
3.4.1 A FRASE COMPLETA SIMPLES 
 
O elemento sintático estabelece a intencionalidade da ideia, sendo a frase 
completa simples, desta sorte, um recurso estilístico para a expressão do pensamento. Já 
foi dito que na significação nominal o fator direção intencional prende uma 
caracterização à existência real ou ideal de determinado objeto, dando-lhe um aspecto 
estático e valorativo. 
 
 
 
3.4.2 O FATOR PSICOLÓGICO DA ESTRUTURA FRÁSICA 
 
A linguagem, como se viu, é suporte de manifestações significativas, percebidas 
pelas relações combinatórias de palavras carregadas de direcionalidade. 
 
 
Para Robert F. Terwilliger (1984, p. 11), em sua valiosa obra Psicologia da linguagem, 
"encara-se a linguagem como atividade ou processo mental, que é, por essência, 
consciente, significativo e orientado para o social". 
Assim, uma simples frase, pela qual se quer expressar uma ideia ou impressão, requer 
um intrincado processo mental para a transmissão do pensamento. 
 
3.4.3 A ORDEM DOS TERMOS NO PERÍODO SIMPLES 
 
A ordem das palavras apresenta-se mais ou menos rígida segundo as línguas, 
constituindo-se em marcador estrutural. Na língua portuguesa, a ordem direta indica a 
estrutura tipo: sujeito-verbo-complementos, sendo que os integrantes comparecem antes 
dos acessórios. 
 
3.4.4 A EXPRESSIVIDADE FRÁSICA NA COORDENAÇÃO 
 
A coordenação, conforme ensina Silveira Bueno (1958, p. 235), era construção 
largamente usada, na literatura arcaica, por não exigir grande esforço de expressão. 
Àquela época, bom é lembrar, as estruturas frásicas mais complexas eram expressas na 
vida jurídica, constituídas, porém, em latim. 
 
3.4.5 A EXPRESSIVIDADE FRÁSICA NA SUBORDINAÇÃO 
 
Hierarquizando ideias e estabelecendo relações gramaticais de dependência não 
só semântica, mas também sintática, a subordinação enfrenta duas dificuldades: 
 
a) a necessidade da escolha da ideia principal; 
b) a dramaticidade do circuito ideológico. 
 
3.5 FEIÇÃO ESTILÍSTICA DA FRASE E DISCURSO JURÍDICO 
 
Nem sempre a feição estilística das frases é adequada ao discurso jurídico. 
Literariamente, há diversos tipos frásicos de vigor retórico, mas não apropriados ao 
discurso jurídico. 
 
As principais modalidades estilísticas frasais são as seguintes: 
a) Frase de arrastão: sequência cronológica de coordenações, arrastando a ideia, 
pormenorizando o pensamento. 
b) Frase de ladainha: é variante da frase de arrastão, sendo construída com excesso de 
polissíndeto da conjunção e, sem, no entanto, dar à frase tom retórico de gradação 
(crescente ou decrescente). 
c) Frase entrecortada: também chamada de frase esportiva, é muito curta. Em excesso, 
esta construção usada como recurso estilístico literário para apontar a incapacidade de o 
homem pensar, torna-se em estilo picadinho, impróprio ao discurso jurídico. 
d) Frase fragmentária: variante da frase entrecortada, apresenta rupturas na construção 
frásica, com incompletude sintática. Não deve ser usada no discurso jurídico, salvo se 
ocorrer elipse gramatical retórica, 
e) Frase labiríntica: é o excesso de subordinações, dividindo-se a frase em ideias 
secundárias que, por sua vez, também se partem, afastando-se da ideia nuclear. 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
DIAMÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de Português Jurídico. 10ª 
Edição. São Paulo. Editora Atlas S.A. 2009.