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Teoria da Argumentação Jurídica Perguntas reunidas

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TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA - NOTURNO
TÓPICA DE VIWEWEG
1) Qual a importância do problema / aporia dentro da tópica de Viehweg?
O conceito de problema é central porque a tópica é entendida como a técnica do pensamento problemático. O ponto de partida do pensar da tópica é sempre um problema, uma situação da vida ou um caso concreto de difícil resolução Para Viehweg, um problema é uma aporia, uma questão para a qual não se tem uma resposta certa ou que tem mais de uma resposta. Viehweg defende que a tópica é a metodologia adequada para o direito, indicando que a aporia fundamental da disciplina é exatamente esta: o justo aqui e agora ou o justo do caso concreto
2) Para Viehweg, por que a tópica não pode ser considerada um método? 
Viehweg nega à tópica condição de método jurídico. Isso porque Viehweg vincula método ao sentido lógico axiomático dedutivo. A tópica defende uma contraposição entre a justificação lógico-dedutiva e a justificação dialética, mostrando-as como irreconciliáveis. A tópica defende uma contraposição entre a justificação lógico-dedutiva e a justificação dialética, mostrando-as como irreconciliáveis.
3) Qual a diferença da argumentação secundária da argumentação primária de Viehweg?
A argumentação primária é o lugar da retórica, que se ocupa da escolha e justificação das premissas.
A argumentação secundária é a argumentação lógica, que trabalha já com as premissas escolhidas e com uma regra de inferência da lógica.
4) De que forma a tópica é usada para manter as normas atualizadas ao longo do seu período de vigência?
Para Viehweg a retórica é o instrumento que serve à análise do comportamento argumentativo, colocando em evidência a dependência contextual da argumentação e o modo como se relacionam as dimensões ética e tópica. A tópica desempenha um papel central na análise retórica, exatamente porque constitui fonte dos argumentos que podem ser empregados conforme as circunstâncias do caso em questão.
5) Como a argumentação primária, quando consolidada, se converte em uma espécie de argumentação secundária?
Interessa verificar se as premissas, a partir de uma regra de inferência da lógica, justificam a conclusão
6) Considerando a tópica como um sistema aberto de dialética jurídica, quais são os riscos para a segurança jurídica?
Em primeiro lugar, levanta-se a crítica da imprecisão e vagueza das noções da tópica jurídica. Em segundo lugar, levanta-se crítica em relação ao caráter antilógico e antissistemático da tópica jurídica de Viehweg. O problema para a tópica é não ter critérios para a falta de hierarquia entre os tópicos. Os tópicos seriam propostas para uma determinada solução, mas nada é formulado pela tópica quanto à escolha dos tópicos. Além disso, levanta-se a crítica de remeter a solução ao consenso igualmente não é útil, dada dificuldade de se falar em consenso diante da pluralidade de opiniões e posturas em uma determinada comunidade social e jurídica Por isso, então, aponta-se que a tópica levaria ao decisionismo.
7) Sob a ótica Ciceriana da tópica jurídica, o que a embasa e qual sua finalidade?
Em Marco Tulio Cícero (Cícero), a tópica tem base na ideia de senso comum, orientado pela via silogismo A finalidade dos tópicos de Cícero é especificar os meios para a elaboração de argumentos Com isso, Cícero pretende unir lógica e retórica para formular argumentos Contudo, quando Cícero está falando em lógica está se referindo à argumentação em geral (dialética) Nesse sentido, lógica como argumentação em geral está dividida em duas partes: elaboração de um argumento e validade de um argumento A técnica dos tópicos (lugares comuns do argumento) está na elaboração do argumento Em Tópicos, Cícero formulou um catálogo de tópicos, entendidos como lugares comuns: pontos de vista com aceitação generalizada e aplicáveis universalmente e também em determinado ramo do saber. Em Cícero, desaparece a distinção entre o apodítico e o dialético, mas seu lugar é ocupado pela distinção entre a invenção e a formação do juízo A tópica surge exatamente no campo da invenção e da obtenção dos argumentos O argumento para Cícero é uma razão que serve para convencer alguém de algo que é duvidoso. 
8) Qual a diferença do pensamento problemático para o sistemático?
A tópica jurídica de Viehweg defende uma contraposição extrema entre a lógica e a tópica, bem como entre o pensamento sistemático e o pensamento problemático.
O pensamento sistemático é descrito como um sistema de axiomas que se deixa construir com base um conjunto de operações lógico-dedutivas, a partir do qual encontra-se uma solução formalmente válida para o problema, não se interessando pelo conteúdo das premissas.
O modo de pensar da tópica é problemático. Tópica como técnica do pensamento problemático, que tem como fim encontrar uma solução justa para o caso a partir dos tópicos disponíveis, amplamente aceitos em um determinado contexto social, cultural e histórico. O ponto de partida do pensar da tópica é sempre um problema, uma situação da vida ou um caso concreto de difícil resolução
9) Do que depende a racionalidade comunicativa?
A retórica poderia constituir em uma teoria da argumentação jurídica, em que a argumentação se desenvolve como um diálogo, algo como um intercâmbio comunicativo. As exigências para essa troca comunicativa é que os participantes estejam reciprocamente dispostos a cumprir determinadas condições comunicativas. A racionalidade do diálogo depende de que os participantes observem as condições do comportamento comunicativo correto. Os postulados do diálogo racional devem ser observados por todos os participantes, estando excluído qualquer tipo de coerção física, psicológica e social. A racionalidade comunicativa depende de que o discurso seja desenvolvido em conformidade com os pressupostos da pragmática universal.
10) O que é um argumento retórico?
A retórica poderia constituir em uma teoria da argumentação jurídica, em que a argumentação se desenvolve como um diálogo, algo como um intercâmbio comunicativo. A retórica pode ser entendida como a arte de descobrir argumentos e debater sobre questões problemáticas. O argumento retórico é o argumento que pertence à argumentação primária. 
11) A tópica de Airstóteles parte de qual distinção? 
Aristóteles parte da distinção entre os argumentos dialéticos e os argumentos apodíticos. 
Os argumentos dialéticos são os argumentos da tópica, que partem do simplesmente opinável, provável ou verossímil, dos tópicos. Os argumentos dialéticos concluem a partir de premissas amplamente aceitas. A dialética como arte de trabalhar com opiniões opostas. Os argumentos dialéticos são construídos a partir de tópicos, proposições que parecem verdadeiras a todos ou aos mais sábios. Os conceitos e proposições básicas dos procedimentos dialéticos não são axiomas nem postulados de demonstração, mas tópicos de argumentação.
Os argumentos apodíticos são construídos com proposições verdadeiras.
12) Qual a aplicação da tópica atualmente?
A tópica desempenha um papel central na análise retórica, exatamente porque constitui fonte dos argumentos que podem ser empregados conforme as circunstâncias do caso em questão. Essa função pragmática dos tópicos supre as suas carências lógicas (problema da ausência de ordenação lógica) e semânticas (problema de vagueza dos tópicos). Apesar desses avanços, a obra de Viehweg não formula as regras da análise retórica destinadas a estabelecer a racionalidade da argumentação jurídica
13) Quais as lições de não aplicabilidade que devemos abstrair da aplicação distorcida do que objetiva a tópica?
o objetivo metódico da tópica para a solução racional de casos pode ser articulado a partir de dois princípios metodológicos: Atenção permanente ao problema Tomar como ponto de partida para a solução racional de um caso um conjunto de postulados, diretivas ou crenças consideradas evidentes na comunidade social de que se trata Postulados ou diretivas consideradas como evidências, mas não absolutas e sim sempre provisórias, mediatas e historicamentecondicionadas: os tópicos
14) Quais os riscos da discricionariedade possível a partir da tópica? Qual o nível de validade da crítica que classifica a tópica de Viehweg como mero decisionismo?
....
15) Por que Viehweg não apresenta a tópica como instrumento reservado às aporias, uma vez que sua aplicação nos casos comuns apenas traria insegurança jurídica e decisionismo desnecessário?
???
16) Há espaço para discussão na argumentação secundária que não atinja diretamente as premissas escolhidas na primária?
???
17) Qual o pré-requisito para a norma jurídica ou a tópica se sobressaírem uma à outra?
Uma questão central é compreender o lugar das normas jurídicas dadas no direito positivo em relação aos tópicos quando se trata da decisão de um caso As divergentes posições sobre essa questão podem ser assim agrupadas 
 As normas jurídicas estão no mesmo plano hierárquico que os tópicos jurídicos, de tal modo que o juiz pode escolher entre aplicar um tópico ou uma norma jurídica, importando apenas que a decisão leve à justiça do caso concreto Assim, uma norma jurídica é um tópico como outro qualquer, sem maior grau de hierarquia 
 Os tópicos jurídicos não carregam o caráter vinculante das normas jurídicas, o que significa que a tópica jurídica deve ser simplesmente desprezada 
 Os tópicos jurídicos podem ser compatibilizados com o caráter vinculante e preceptivo das normas jurídicas do direito positivo
PERELMAN
1) Os valores jurídicos são válidos e por que são interpretados de vários modos?
2) Como os argumentos jurídicos específicos devem ser empregados para o juiz alcançar a aprovação do auditório?
Se o falante se dirige a todos serem humanos que podem ser considerados razoáveis, tem-se argumentação destinada à aprovação do auditório universal e, portanto, ao convencimento. Uma argumentação é racional quando é capaz de alcançar aprovação perante o auditório universal.
3) O que é a nova retórica do filósofo Chaim Perelman?
Nova Retórica propõe um modelo para descrever como falante pode convencer os ouvintes a aceitarem as suas opiniões e conclusões Critérios da lógica formal não são adequados para avaliar argumentos empregados na linguagem ordinária do dia-a-dia Argumentação correta é a capaz de alcançar aceitabilidade do auditório Perelman descreve um conjunto de técnicas argumentativas que o falante pode empregar para convencer o auditório. Perelman desafia a ideia de que somente juízo fáticos são passíveis de verdade e aceitabilidade racional Consenso racional: aceitabilidade de juízos de valor Juízos de valor têm importante papel na linguagem do dia-a-dia e são passíveis de aceitabilidade racional. Na Nova Retórica, Perelman descreve o potencial sucesso das técnicas argumentos para o falante alcançar a aprovação do auditório O auditório é central para a teoria da argumentação do Perelman, pois a força da argumentação depende de sua aceitação e aprovação perante o auditório Perelman faz a opção por um modelo descritivo de racionalidade, ao invés de um modelo normativo Perelman não propõe critérios para a racionalidade da argumentação, colocando nas mãos do auditório a decisão sobre a qualidade da argumentação, medida pela aceitação e aprovação
4) Por que, em um auditório particular, é possível chegar a uma conclusão irracional?
Porque o falante pode empregar falácias para ao auditório particular, adequando seus argumentos às particularidades daquele caso concreto, enquanto o auditório universal, composto por pessoas dotadas de racionalidade, questiona os argumentos falaciosos, pois não está submetido à uma situação específica ou singular. 
5) Para Perelman, quais são os três auditórios a que o juiz se dirige ao tomar uma decisão?
Com isso, juiz pode aspirar que a sua decisão judicial alcance aceitação perante a comunidade (auditório) jurídica Comunidade jurídica do juiz é integrada por três diferentes auditórios: 
 Partes em disputa no caso a ser decidido 
 Operadores e investigadores da atividade jurídica (juízes de tribunais, promotores, procuradores, advogados, professores, juristas, acadêmicos, estudantes 
 Opinião pública 
 Esses três auditórios constituem um auditório imaginário, central para a racionalidade da interpretação e aplicação do direito pelos juízes
6) Quais são as categorias de ponto de partida?
Duas categorias de pontos de partida: 
 Relativos ao real: o fatos, verdades e presunções, que aspiram reconhecimento perante o auditório universal
 Relativos ao que é preferível: valores, hierarquias de valores e lugarescomuns, que aspiram reconhecimento perante o auditório particular
7) Explique o conceito de auditório e diferencie seus dois tipos.
Toda a argumentação é sempre dirigida a uma auditório (real ou imaginário) Auditório é constituído pelo conjunto de pessoas que o falante deseja influenciar ou atingir com a sua argumentação
Perelman distingue entre auditório particular e auditório universal Auditório particular: grupo de pessoas concretas, como membros de um tribunal ou de um parlamento
O auditório universal é uma norma abstrata O auditório universal não é constituído de pessoas ou grupo de pessoas que existem concretamente O auditório universal como construção do falante, concernente a ideia do que pessoas racionais aceitariam em um caso particular. Como essa concepção depende do que pode ser considerável aceitável em um determinado momento, a concepção do auditório universal é sempre dependente de fatores históricos, culturais e sociais
8) De que forma o argumento teleológico intersecciona-se com o argumento sistemático e pode agir na possível identificação das razões subjacentes da regra jurídica interpretada?
Argumento teleológico Esse argumento refere-se as razões e aos fins do direito, de um sistema jurídico e, igualmente, das regras jurídicas O argumento teleológico interessa-se pelas razões subjacentes da regra jurídica interpretada Igualmente, emprega-se o argumento teleológico com objetivo de determinar a solução de casos não expressamente cobertos pelo direito positivo dado pelo legislador, ou seja, casos não imaginados pelo legislador
Argumento sistemático Esse argumento tem como ponto de partida a ideia de que o sistema jurídico é um todo dotado de sentido, ordem, unidade e, por isso, coerente 7 As normas jurídicas constituem um sistema jurídico e, por isso, elas devem ser interpretadas no contexto desse sistema jurídico mesmo Para Perelman, o modo como o juiz deve justificar sua decisão depende da concepção do direito A partir de uma concepção teleológica do direito, tem primazia a interpretação que leva em conta os fins e objetivos da norma jurídica interpretada Assim, o juiz deve atribuir ao texto o significado que concretiza os fins perseguidos A partir de uma concepção funcional do direito, em que o direito é o meio para a realização dos fins desejados pelo legislador, então a interpretação jurídica deve levar em conta a vontade do legislador
9) Qual resultado poderá produzir o erro da teoria argumentativa na questão da aceitabilidade do auditório quando o argumentador está desatento às circunstâncias do caso, à área do conhecimento ou ao contexto histórico? O que acontece se os argumentos não são construídos de acordo com o contexto do auditório ou do caso concreto?
O falante não convence o auditório.
10) O que força os juízes de último grau a decidirem racionalmente e se preocuparem em convencer o auditório se às suas decisões não cabe recurso?
Credibilidade.
11) Qual diferença entre o argumento histórico, o argumento psicológico e o argumento teleológico?
Argumento histórico Esse argumento é assentado na presunção de continuidade e de que o legislador é conservador, mantendo o dado em uma regra jurídica, salvo modificação expressa do texto dado
Argumento psicológico Esse argumento refere-se aos materiais preparatórios que expressam a vontade do legislador histórico Destina-se a reconstruir a vontade do legislador histórico e a achar os princípios e razões subjacentes à criação da regra jurídica
Argumento teleológico Esse argumentorefere-se as razões e aos fins do direito, de um sistema jurídico e, igualmente, das regras jurídicas O argumento teleológico interessa-se pelas razões subjacentes da regra jurídica interpretada
12) Qual a diferença entre o juízo fático e o juízo de valor?
Juízo fático surge de questões teóricas e são comprovados com demonstração
Juízo de valor surge de questões práticas e são construídos a partir da argumentação. 
13) Como os pontos de partida e os esquemas argumentativos se relacionam?
Pontos de partida e esquemas argumentativos usados para convencer o auditório jurídico. Para começar a ganhar aprovação do auditório a partir desses pontos comuns, tomados como pontos de partida, o falante deve desenvolver esquemas argumentativos. Esquemas argumentativos são empregados para o falante transferir a aceitação dos pontos de partida para ponto de vista ou conclusão defendida.
LÓGICA INFORMAL 
1) É possível provar algo com o argumento da ignorância?
NÃO. O argumento da ignorância costuma ser uma falácia. Falta de prova não é uma prova. 
O argumento da ignorância nem sempre é falacioso: depende do contexto Em alguns casos, é razoável supor como verdadeira uma afirmação que não seja reconhecidamente falsa Por isso, dependendo do contexto, o argumento da ignorância pode ser racional
Presunção de inocência em matéria penal: presume-se que ninguém é culpado até prova em contrário Essa é uma forma de argumento da ignorância O ônus da prova é da acusação
2) Como funciona o argumento post hoc?
“Post hoc” é a redução de “post hoc, ergo propter hoc” (depois disto, logo por causa disto). Argumento post hoc é um argumento falacioso. Cuida-se de um argumento falacioso porque uma sucessão temporal é identificada como uma sucessão causal.
3) Qual o problema do argumento post hoc?
O problema está em assumir-se acriticamente uma inferência causal pelo simples fato de que um evento ocorre depois do outro. Assumir uma inferência causal com base em apenas uma sucessão temporal de eventos Assumir uma relação causal sem que se possa definir a sua direção.
4) Como que o falante deve se portar quando a outra parte viola as regras negativas da discussão crítica racional?
Apontar que essa outra parte está violando as regras.
5) Qual o ponto em comum entre o argumento ad hominem e o argumento da autoridade?
Nos dois, recorre-se a fontes pessoais e não em evidências verificáveis empiricamente O conhecimento vem de uma fonte pessoal e não da experiência científica. (Além disso, ambos são indutivos e podem ser utilizados de forma falaciosa)
6) Como testar o argumento de autoridade?
Um tipo de erro comum é tomar como autoridade alguém que tenha apelo popular, mas não é efetivamente um especialista no assunto de que se trata
Outro erro recorrente com o uso do argumento de autoridade é falta de identificação do nome do especialista e de seu campo de conhecimento. Em alguns casos, o emprego do argumento de autoridade aparece apenas com referência a opinião de um grupo de pessoas, sem qualquer identificação ou documentação de quem é a fonte Esse é o problema da vagueza quanto à identificação da autoridade
Outro problema do argumento de autoridade é apelar à opinião de uma autoridade a respeito de um assunto que é alheio a sua área de conhecimento
Outro aspecto é que especialistas de uma mesma área do conhecimento normalmente divergem sobre determinadas questões
Outro elemento para análise do argumento de autoridade é se a autoridade foi corretamente interpretada
Algumas questões devem ser consideradas Em primeiro lugar, verificar se a opinião do especialista foi reproduzida diretamente, devendo ser indicada a fonte e referência da citação Em segundo lugar, no caso de citação indireta, deve-se investigar se a opinião do especialmente foi corretamente interpretada, especialmente quanto a informações adicionais, circunstâncias específicas, emprego de termos técnicos Seis perguntas para análise crítica do argumento de autoridade O argumento de autoridade pode ser tanto um argumento racional como um argumento falacioso O apelo racional de autoridade depende de que o argumento de autoridade atenda as exigências das seguintes questões Em primeiro lugar, deve-se responder se a autoridade citada é especialista na área de conhecimento da discussão em pauta, bem como se não existem outros especialistas mais qualificados e autorizados a darem opinião sobre o tema E segundo lugar, deve-se responder se a autoridade citada não é meramente alguém que desfruta de prestígio pessoal, popularidade, é o preferido pela imprensa ou o mais ativo nas mídias sociais Algumas características podem servir para veriverificar a autoridade do especialista na área do conhecimento objeto da discussão
Em terceiro lugar, deve-se investigar até que ponto determinado especialista é efetivamente uma autoridade na área do conhecimento de que trata a discussão 
 Em quarto legar, deve-se verificar se há divergências fundada entre os especialistas sobre o tema
Em quinto lugar, deve-se verificar se não existem provas objetivas disponíveis da opinião citada
Em sexto lugar, deve-se investigar se o especialista citado foi corretamente interpretado por quem está empregando o argumento de autoridade
7) O argumento de autoridade é indutivo ou dedutivo?
Indutivo. Argumento indutivo é um argumento ampliativo. A conclusão vai além das premissas, contendo uma informação não trazida nas premissas. 
8) Qual a diferença entre autoridade administrativa e autoridade cognitiva?
Autoridade pode ser tanto tomada em sentido administrativo como cognitivo Autoridade administrativa é alguém investido de poder institucionalmente estabelecido conforme o sistema jurídico em uma determinada comunidade Um agente político ou um servidor público é uma autoridade administrativa Uma instituição como é o caso de um tribunal é uma autoridade Autoridade cognitiva diz com a especialidade ou perícia no domínio do conhecimento ou de uma técnica em uma determinada área do conhecimento
9) Apresente dois exemplos de situações argumentativas nas quais há transferência do ônus da prova. 
Argumento da ignorância, Argumento ad populum, argumento ad hominem circunstancial...
TOULMIN
1) Quais são os elementos de um argumento?
4 elementos de um argumento: 
 1) Conclusão (Claim): é o ponto de chegada do argumento, seu resultado, objeto central do assunto proposto pelo argumento A conclusão de um argumento é uma afirmação colocada com pretensão de correção e aceitabilidade racional. A conclusão é o primeiro elemento para a identificação de um argumento . O ponto de partida para identificação de um argumento é a destinação final do procedimento argumentativo. Então, uma questão na identificação e avaliação de um argumento é uma conclusão, destinação ou ponto de chegada clara e objetivamente colocado Assim, ambiguidades, vagueza, incerteza ou falta de clareza quanto ao destino final de um argumento devem ser resolvidas previamente Por isso mesmo, deve se identificar exatamente qual é o propósito de um argumento ou o que exatamente se pretende provar ou afirmar como verdadeiro
 2) Fato (Ground): são as informações, circunstâncias, evidências, dados conhecidos ou presumidos assumidos apresentados para justificar a aceitabilidade da conclusão; são observações empíricas, dados científicos, dados estatísticos ou temas de conhecimento comum relevantes para a aceitabilidade da conclusão A aceitabilidade da conclusão de um argumento depende da aceitabilidade dos fatos, informações, dados estatísticos, evidências apresentadas Outra exigência é a de que os fatos apresentados sejam relevantes e pertinentes para a aceitabilidade da conclusão Se os fatos apresentados não guardam relação e não têm relevância ou pertinência temática com a conclusão, então eles em nada contribuem para a aceitabilidade da conclusão A aceitabilidade dos fatos depende de que eles sejam verdadeiros, certos, seguros ou confiáveis Um ponto de partida na apresentação dos fatos de um argumento é identificar fatos notórios, amplamente conhecidose compartilhados, cuja verdade não se acha controvertida ou sob dúvida Fatos sobre os quais não recaem dúvidas quanto a sua veracidade são pontos de partida centrais para o desenvolvimento de um argumento Então, na apresentação e descrição fática de um caso, devem ser assentados os fatos verdadeiros ou fatos presumidos como verdadeiros Quem não está disposto e comprometido a apresentar fatos verdadeiros ou presumidos verdadeiros não pode colocar pretensão de correção na conclusão de seu argumento, esbarrando já na própria aceitabilidade de suas premissas A avaliação de um argumento depende do conjunto total de evidências apresentadas justificar a verdade das proposições fáticos As evidências devem ser robustas, sólidas, consistentes e coerentes de modo a ganharem aceitabilidade Proposições fáticas frágeis, incertas ou dúbias levam à fragilidade de um argumento
 3) Regra de garantia (Warrant): é o que justifica a passagem do fato para a conclusão; o movimento do fato para a conclusão é garantido for diferentes regras próprias das diversas áreas do conhecimento (leis da natureza, ciência; normas jurídicas e precedentes, Direito; regras da experiência, questões práticas gerais. Regra de garantia estabelece a conexão entre os fatos e a conclusão de um argumento, servindo à justificação de sua aceitabilidade racional É o que autoriza o movimento dos fatos para a conclusão Regras de garantia podem ser generalizações, regras da experiência, leis na natureza, leis da ciência, valores comuns, costumes, princípios morais, normas jurídicas Regra de garantia autoriza ou legitima a passagem dos fatos para a conclusão
 4) Fundamento da regra de garantia (Backing): regras de garantia podem ser colocadas em dúvida ou controvertidas, quando, então, devem ser apresentados fundamentos para justificar a aceitabilidade da própria regra de garantia A regra de garantia não pode fundamentar a sua própria validade, sendo necessária apresentação de sua fundamentação A fundamentação da regra de garantia é a garantia da garantia Então, deve ser apresentado a fundamento para justificar a aceitabilidade da regra garantia No famoso exemplo de Toulmin, a regra de garantia é a de que pessoa nascida nas Bermudas, em geral, tem cidadania britânica, mas pode ser levantada objeção sobre o que fundamenta essa regra Então, deve ser apresentado esse fundamento: regra jurídica válida do Common Law inglês diz que pessoa nascida nas Bermudas tem cidadania britânica O fundamento da regra de garantia na argumentação jurídica pode ser o documento legislativo (constitucional e infraconstitucional), trabalhos preparatórios, precedentes dos tribunais, etc. A correta escolha da regra de garantia é central para a construção de um bom argumento Na argumentação jurídica, nos chamados casos difíceis, os tribunais enfrentam a necessidade de escolher uma ou outra regra de garantia, cada uma apontando para uma solução diferente Os casos que envolvem conflito entre os direitos à informação e os direitos à privacidade e intimidade Nesses casos, o problema não é encontrar uma regra de garantia, mas escolher entre duas ou mais Um critério para determinar a regra de garantia fazer uma ponderação dos direitos em colisão (direito à informação e direito à privacidade), a fim de determinar qual deve ser a regra garantia A fundamentação da regra de garantia na argumentação jurídica é um assunto da interpretação jurídica, que envolve o emprego dos diversos tipos de argumentos interpretativos das normas jurídicas (linguísticos, históricos, sistemáticos, contextuais, teleológicos), formulações da ciência jurídica e precedentes dos tribunais
2) Qual a função da conclusão intermediária na corrente de argumentos?
Argumentos podem ser analisados e avaliados individualmente, mas na prática da linguagem comum diária e nas diversas áreas do conhecimento um argumento é apenas o ponto de partida para outro argumento e, normalmente, este último é o ponto de partido para o próximo argumento Argumentos deixam-se vincular uns aos outros por meio de uma corrente de argumentos
MACCORMICK
1) Qual a diferença entre a justificação de primeira ordem e a justificação de segunda ordem?
A justificação judicial distingue-se em dois níveis Primeiro nível, justificação de primeira ordem Segundo nível, justificação de segunda ordem No primeiro nível, a justificação de uma decisão judicial é defendida com base em uma regra jurídica e os fatos do caso Se os fatos do caso implementam as condições da regra jurídica, a decisão judicial pode ser construída como um argumento dedutivamente válido É o que MacCormick chama de justificação dedutiva: justificação de primeira ordem Nos casos difíceis, contudo, a justificação dedutiva somente é possível depois de resolvidos os problemas de interpretação Esse é o caso da justificação de segunda ordem, que ocorre no segundo nível a que se refere MacCormick A justificação de segunda ordem destina-se a mostrar que uma determinada interpretação jurídica pode ser justificada sob o ponto de vista de suas consequências e de sua coerência com as regras e os valores que constituem o sistema jurídico de uma determinada comunidade A justificação de segunda ordem compreende duas formas de argumentos O primeiro argumento ocupa-se de defender que a regra jurídica formulada em uma determinada interpretação é aceitável do ponto de vista de suas consequências MacCormick chama esse de argumento de argumento consequencialista O secundo argumento ocupa-se de defender que a regra jurídica formulada em uma determinada interpretação está em conformidade como a ordem jurídica Isso significa que a decisão judicial é coerente e consistente com os princípios e as regras jurídicas Esses são os argumentos de coerência e de consistência
2) Quais os problemas relacionados à aplicação de uma norma jurídica?
A aplicação de uma regra jurídica coloca os seguintes problemas
 Problemas de interpretação: Problemas de interpretação ocorrem quando não está claro se uma regra jurídica é aplicável aos fatos de um caso As regras jurídicas são dadas em linguagem natural, com palavras e expressões que carregam vagueza, ambiguidade e abertura valorativa Em razão disso, a tarefa de determinar o significado de uma palavra, expressão ou proposição dada no texto do direito positivo, considerados os fatos do caso em questão, demanda pesado esforço intelectual do aplicador do direito
 Problemas de relevância: Problemas de relevância ocorre não há uma regra jurídica aplicável ao caso Nesse caso, tem-se duas decisões possíveis A pretensão jurídica deduzida perante o juiz não encontra bases em nenhuma fonte jurídica e, portanto, o direito invocado não existe A pretensão jurídica deduzida perante o juiz encontra base em uma nova regra jurídica criada para ser aplicada aos fatos do caso concreto Uma condição colocada pela exigência de justiça formal é que essa nova regra jurídica seja passível de universalização para aplicação a todos os casos similares futuros em seus aspectos relevantes
 Problemas de classificação: Problemas de classificação ocorrem quando está claro como os fatos podem ser traduzidos nos termos da hipótese normativa da regra jurídica em questão

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