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DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO
Prof. Franck Mattos
www.youtube.com/canaldofranck
Aula 004
Tema: CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE.
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CONTROLE CONCENTRADO
Definição
O controle concentrado de constitucionalidade de lei ou ato normativo recebe tal denominação pelo fato de “concentrar-se” em um único tribunal. Pode ser verificado em cinco situações:
Art. 102, I, a (ADI e ADC);
Art. 102, §1º (ADPF);
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CONTROLE CONCENTRADO
Definição
- Art. 103, §2º (ADO);
- Art. 36, III, c/c art. 34, VII (IF105 – Representação Interativa – ADI Interventiva).
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CONTROLE CONCENTRADO
ADI - Genérica
Conceito 
O que se busca com a ADI genérica é o controle de constitucionalidade de lei ou de ato normativo, sendo esse controle realizado em tese, em abstrato, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração.
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CONTROLE CONCENTRADO
ADI - Genérica
Ao contrário da via de exceção ou defesa, pela qual o controle (difuso) se verificava em casos concretos e incidentalmente ao objeto principal da lide, no controle concentrado a representação de inconstitucionalidade, em virtude de ser em relação a um ato normativo em tese, tem por objeto principal a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado.
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CONTROLE CONCENTRADO
ADI - Genérica
O que se busca saber, portanto, é se a lei (lato sensu) é
inconstitucional ou não, manifestando-se o Judiciário de forma específica sobre o aludido objeto. A ação direta, portanto, nos dizeres de Ada Pellegrini Grinover, “tem por objeto a própria questão da inconstitucionalidade, decidida principaliter”.
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CONTROLE CONCENTRADO
ADI - Genérica
Através do controle concentrado, almeja-se expurgar do sistema lei ou ato normativo viciado (material ou formalmente, assim como a nossa proposta de “vício de decoro parlamentar”), buscando, por conseguinte, a sua
invalidação.
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ADI - Genérica
O objeto da ADI genérica será a lei ou o ato normativo que se mostrarem incompatíveis com o parâmetro ou paradigma de confronto.
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ADI - Genérica
Assim, não se admite o controle de constitucionalidade jurisdicional preventivo e abstrato (ADI) de meras proposições normativas, já que estas não ensejam inovação formal na ordem jurídica. O próprio art. 102, I, “a”, CF/88, conforme apontado, estabelece como objeto da ADI lei ou ato normativo e não projeto de lei ou projeto de ato normativo.
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ADI - Genérica
“atos normativos ‘in fieri’, ainda em fase de formação, com tramitação procedimental não concluída, não ensejam e nem dão margem ao controle concentrado ou em tese de constitucionalidade, que supõe — ressalvadas as situações configuradoras de omissão juridicamente relevante — a existência de espécies normativas definitivas, perfeitas e acabadas” (ADI 466, j. 03.04.1991, Pleno, DJ de 10.05.1991).
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ADI - Genérica
A lei ou o ato normativo em vacatio legis, pode ser objeto de controle concentrado via ADI? Ou seja, a lei ou o ato normativo existe, foi publicado, mas ainda não está em vigor. Poderia haver controle concentrado abstrato via ADI?
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ADI - Genérica
Sim, já que a lei ou o ato normativo existe e, por isso, encontra-se formalmente incorporado ao sistema de direito positivo, podendo, então, ser objeto de controle sem a necessidade de se sustentar o cabimento preventivo da ação direta.
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ADI - Genérica
Se a lei em vacatio legis pode ser revogada (cf. HC 72.435), poderá, também, ser objeto de ADI, buscando, inclusive, evitar a insegurança jurídica durante o período de preparação para a sua efetiva aplicação, aliás, um dos sentidos da vacatio legis.
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ADI - Genérica
O controle da lei ou do ato normativo após a conclusão definitiva do processo legislativo, mesmo que ainda não esteja em vigor (Gilmar Mendes e Celso de Mello).
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ADI - Genérica
O objeto da ADI como sendo leis ou atos normativos já promulgados, editados e publicados, não exigindo, ao menos a partir da leitura do acórdão, a sua vigência (ADI 466). 
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ADI - Genérica
Min. Rosa Weber : “a existência formal da lei ou do ato normativo — ou, no caso, da emenda à Constituição — na ordem jurídica, o que se dá após a conclusão do processo legislativo, traduz pressuposto de constituição válida e regular da relação processual de índole objetiva inaugurada pela ação direta de constitucionalidade” (ADI 5.669, j. 15.03.2017).
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ADI - Genérica
A ADI é vocacionada para assegurar a “higidez constitucional da ordem jurídica vigente”, sendo que “o interesse na tutela judicial, por essa via objetiva, pressupõe, em consequência, ato normativo em vigor”, a fim de caracterizar “efetivo e atual descumprimento da Constituição”.
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ADI - Genérica
Boa parte da Doutrina considera ser possível ADI mesmo em vacatio legis, já que estaremos diante de lei ou ato normativo — requisitos constitucionais (art. 102, I, “a”), apesar de ainda não vigente.
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ADI - Genérica
Não se discute, na ação de controle abstrato, direito subjetivo, mas, como se sabe, a lei em tese, em processo marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração (destacando, contudo, ainda não haver uma decisão recente do Pleno do STF enfrentando esse assunto — pendente).
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ADI - Genérica
É possível o controle judicial preventivo de constitucionalidade (durante a tramitação) na hipótese de mandado de segurança a ser impetrado exclusivamente por Parlamentar,
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ADI - Genérica
Leis Entendam-se por leis todas as espécies normativas do art. 59 da CF/88, quais sejam: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções
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ADI - Genérica
Atos normativos Conforme anotou o Min. Celso de Mello, “a noção de ato normativo, para efeito de controle concentrado de constitucionalidade, pressupõe, além da autonomia jurídica da deliberação estatal, a constatação de seu coeficiente de generalidade abstrata, bem assim de sua impessoalidade.
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ADI - Genérica
Atos normativos podem ser: a) resoluções administrativas dos tribunais; b) atos estatais de conteúdo meramente derrogatório, como as resoluções administrativas, desde que incidam sobre atos de caráter normativo.
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ADI - Genérica
“ato revestido de indiscutível caráter normativo”, motivo pelo qual incluímos aí os regimentos internos dos tribunais. (Castanheira A. Neves).
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ADI - Genérica
Podem, também, ser objeto de controle de constitucionalidade: 
■ as deliberações administrativas dos órgãos judiciários;
■ as deliberações dos Tribunais Regionais do Trabalho judiciários;
■ resolução do Conselho Interministerial de Preços — CIP;
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ADI - Genérica
Súmulas?
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ADI - Genérica
Súmulas?
De acordo com a ADI 594-DF, só podem ser objeto de controle perante o STF leis e atos normativos federais ou estaduais. Súmula de jurisprudência não possui o grau de normatividade qualificada, não podendo, portanto, ser questionada perante o STF através do controle concentrado.
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ADI - Genérica
E a súmula vinculante pode ser objeto de ADI? 
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ADI - Genérica
E a súmula vinculante pode ser objeto de ADI?
Como se sabe, a EC n. 45/2004 fixou a possibilidade de o STF (e exclusivamente o STF), de ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (art. 103-A).
 
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ADI - Genérica
O seu § 2.º, por seu turno, fixa a possibilidade de, sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, proceder-se a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula, mediante provocação daqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. 
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ADI - Genérica
Tendo em vista o fato de a súmula nãoser marcada pela generalidade e abstração, diferentemente do que acontece com as leis, não se pode aceitar a técnica do “controle de constitucionalidade” de súmula, mesmo no caso da súmula vinculante. 
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ADI - Genérica
O que existe é um procedimento de revisão pelo qual se poderá cancelar a súmula. O cancelamento desta significará a não mais aplicação do entendimento que vigorava. Nesse caso, naturalmente, a nova posição produzirá as suas consequências a partir do novo entendimento, vinculando os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
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ADI - Genérica
O procedimento de aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante foi disciplinado pela Lei n. 11.417/2006. 
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ADI - Genérica
Emendas constitucionais?
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ADI - Genérica
Emendas constitucionais?
As emendas constitucionais podem ser objeto de controle, embora introduzam no ordenamento normas de caráter constitucional. O que temos com o processo de emendas é a manifestação do poder constituinte derivado reformador, e, como vimos ao estudar a teoria do poder constituinte, a derivação dá-se em relação ao poder constituinte originário. 
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ADI - Genérica
Emendas constitucionais?
As emendas de revisão também poderão ser “controladas”, tanto em seu aspecto formal (procedimento previsto no art. 3.º do ADCT) como no material (cláusulas pétreas — art. 60, § 4.º, I a IV) 
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ADI - Genérica
Medidas provisórias? 
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ADI - Genérica
Medidas provisórias?
Somente o ato estatal de conteúdo normativo, em plena vigência, pode ser objeto do controle concentrado de constitucionalidade. Como a medida provisória tem força de lei, poderá ser objeto de controle, já que ato estatal, em plena vigência. 
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ADI - Genérica
Medidas provisórias?
 No entanto, sendo ela convertida em lei, ou tendo perdido a sua eficácia por decurso de prazo, nos termos do art. 62, § 3.º, da CF/88 considerar-se-á prejudicada a ADI (que questionava a constitucionalidade da MP) pela perda do objeto da ação. O autor da ADI, na primeira hipótese, deverá aditar o seu pedido à nova lei de conversão. 
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ADI - Genérica
E os requisitos constitucionais de relevância e urgência (art. 62) podem ser objeto de controle jurisdicional? 
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ADI - Genérica
E os requisitos constitucionais de relevância e urgência (art. 62) podem ser objeto de controle jurisdicional? 
Excepcionalmente, o STF decidiu serem passíveis de controle desde que o exame seja feito cum grano salis, ou seja, com muita parcimônia. 
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ADI - Genérica
Assim, “conforme entendimento consolidado da Corte, os requisitos constitucionais legitimadores da edição de medidas provisórias, vertidos nos conceitos jurídicos indeterminados de ‘relevância’ e ‘urgência’ (art. 62 da CF), apenas em caráter excepcional se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força da regra da separação de poderes
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ADI - Genérica
“EMENTA: (...). A atuação do Judiciário no controle da existência dos requisitos constitucionais de edição de Medidas Provisórias em hipóteses excepcionais, ao contrário de denotar ingerência contramajoritária nos mecanismos políticos de diálogo dos outros Poderes, serve à manutenção da Democracia e do equilíbrio entre os três baluartes da República. Precedentes
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ADI - Genérica
(ADI 1.910 MC, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, j. em 22.04.2004; ADI 1.647, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, j. em 02.12.98; ADI 2.736/DF, Rel. Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, j. em 08.09.2010; ADI 1.753 MC, Relator Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, j. em 16.04.98)”.
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ADI - Genérica
Regulamentos subordinados ou de execução e decretos?
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ADI - Genérica
Regulamentos subordinados ou de execução e decretos?
Como regra geral, não! Tais atos não estão revestidos de autonomia jurídica a fim de qualificar-se como atos normativos suscetíveis de controle, não devendo, assim, sequer ser conhecida a ação. Trata-se de questão de legalidade, e referidos atos, portanto, serão ilegais e não inconstitucionais.
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ADI - Genérica
Regulamentos subordinados ou de execução e decretos?
O STF chamou de crise de legalidade, caracterizada pela inobservância do dever jurídico de subordinação normativa à lei, escapando das balizas previstas na Constituição Federal
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ADI - Genérica
Regulamentos subordinados ou de execução e decretos?
Nessas hipóteses, o objeto não seria ato normativo primário, com fundamento de validade diretamente na Constituição, mas ato secundário, com base na lei, não se admitindo, portanto, controle de inconstitucionalidade indireta, reflexa ou oblíqua
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ADI - Genérica
Regulamentos subordinados ou de execução e decretos?
O STF, excepcionalmente, tem admitido o controle de constitucionalidade na hipótese de decretos autônomos que não se prestam a regulamentar a lei, mas a inovar do ponto de vista normativo.
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ADI - Genérica
“Estão sujeitos ao controle de constitucionalidade concentrado os atos normativos, expressões da função normativa, cujas espécies compreendem a função regulamentar (do Executivo), a função regimental (do Judiciário) e a função legislativa (do Legislativo). 
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ADI – Genérica
Os decretos que veiculam ato normativo também devem sujeitar-se ao controle de constitucionalidade exercido pelo Supremo Tribunal Federal. O Poder Legislativo não detém o monopólio da função normativa, mas apenas de uma parcela dela, a função legislativa”
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ADI – Genérica
Tratados internacionais
A maior parte da doutrina e pacificamente os tribunais, inclusive, de forma majoritária, o STF, entendiam que os tratados internacionais de qualquer natureza, mesmo sobre direitos humanos, ingressam no ordenamento interno com o caráter de norma infraconstitucional, guardando estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias editadas pelo Estado brasileiro.
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ADI – Genérica
Tratados internacionais
Podendo, por conseguinte, ser revogados (ab-rogação ou derrogação) por norma posterior e ser questionada a sua constitucionalidade perante os tribunais, de forma concentrada ou difusa.
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ADI – Genérica
Tratados internacionais
A Reforma do Judiciário (EC n. 45/2004) acrescentou um § 3.º ao art. 5.º, nos seguintes termos: “os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
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ADI – Genérica
Tratados internacionais
A Reforma do Judiciário (EC n. 45/2004) acrescentou um § 3.º ao art. 5.º, nos seguintes termos: “os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
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ADI – Genérica
■ tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos e desde que aprovados por 3/5 dos votos de seus membros, em cada Casa do Congresso Nacional e em 2 turnos de votação (cf. art. 60, § 2.º, e art. 5.º, § 3.º): equivalem a emendas constitucionais e podem ser objeto de controle de constitucionalidade;
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ADI – Genérica
■ tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pela regra anterior à Reforma: malgrado posicionamento pessoal deste autor já exposto, de acordo com a jurisprudência do STF, guardam estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias e, portanto, podem ser objeto de controle de constitucionalidade; 
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ADI – Genérica
■ tese da supralegalidade dos tratados internacionais sobre direitos humanos (Gilmar Mendes): embora tenham o condão de “paralisar a eficácia jurídica de toda e qualquer disciplina normativa infraconstitucional com ela conflitante” (voto no RE 466.343), podem sofrercontrole de constitucionalidade, já que devem respeito ao princípio da supremacia da Constituição;
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ADI – Genérica
 ■ tratados e convenções internacionais de outra natureza: podem ser objeto de controle e têm força de lei ordinária.
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ADI – Genérica
 Normas constitucionais originárias?
Ao tratar do poder constituinte, que as normas constitucionais fruto do trabalho do poder constituinte originário serão sempre constitucionais, não se podendo falar em controle de sua constitucionalidade. 
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“Ação direta de inconstitucionalidade. ADI. Inadmissibilidade. Art. 14, § 4.º, da CF. Norma constitucional originária. Objeto nomológico insuscetível de controle de constitucionalidade. Princípio da unidade hierárquico-normativa e caráter rígido da Constituição brasileira. Doutrina. Precedentes. Carência da ação. Inépcia reconhecida. Indeferimento da petição inicial. Agravo improvido. Não se admite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder constituinte originário” (ADI 4.097-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 08.10.2008, DJE de 07.11.2008). 
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ADI – Genérica
Ato normativo já revogado ou de eficácia exaurida ?
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ADI – Genérica
Ato normativo já revogado ou de eficácia exaurida ?
O STF não admite a interposição de ADI para atacar lei ou ato normativo revogado ou de eficácia exaurida, na medida em que “não deve considerar, para efeito do contraste que lhe é inerente, a existência de paradigma revestido de valor meramente histórico”.
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ADI – Genérica
 Lei revogada ou que tenha perdido a sua vigência após a propositura da ADI?
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ADI – Genérica
 Lei revogada ou que tenha perdido a sua vigência após a propositura da ADI?
Nessa hipótese, estando em curso a ação e sobrevindo a revogação (total ou parcial) da lei ou ato normativo, assim como a perda de sua vigência (o que acontece com a medida provisória), ocorrerá, por regra, a
prejudicialidade da ação, por “perda do objeto”.
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ADI – Genérica
 Resoluções do CNJ e do CNMP ?
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) (art. 103-B, § 4.º), bem como o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) (art. 103-A, § 2.º), introduzidos pela Reforma do Poder Judiciário (EC n. 45/2004), no exercício de suas atribuições constitucionais e regimentais, podem elaborar resoluções. 
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ADI – Genérica
 Resoluções do CNJ e do CNMP ?
O STF vem reconhecendo a natureza jurídica de ato normativo primário dessas resoluções, que inovam a ordem jurídica a partir de parâmetros constitucionais e, assim, permitem o controle concentrado por meio de ADI genérica
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Competência (ADI genérica)
A competência para processar e julgar as ações diretas de inconstitucionalidade será definida em conformidade com a natureza do objeto da ação, qual seja, lei ou ato normativo federal, estadual, municipal ou distrital e o parâmetro ou paradigma de confronto, no caso, a Constituição Federal, a Constituição Estadual, a Lei Orgânica do Distrito Federal (que tem status de Constituição) ou qualquer preceito com força normativa constitucional (ampliação dentro da ideia de “bloco de constitucionalidade” 
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Competência (ADI genérica)
Lei ou ato normativo federal ou estadual em face da CF O art. 102, I, “a”, da CF/88 estabelece que compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) de lei ou ato normativo federal ou estadual. Trata-se de controle concentrado, sendo a ação proposta diretamente no STF, de forma originária. 
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Competência (ADI genérica)
Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da CE O art. 125, § 2.º, da CF/88 dispõe que caberá aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da CE, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. 
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Competência (ADI genérica)
Lei ou ato normativo municipal em face da CF Nesse caso, por falta de expressa previsão constitucional, seja no art. 102, I, “a”, seja no art. 125, § 2.º, inexistirá controle concentrado originário por ADI genérica. O máximo que pode ser feito é o controle via sistema difuso, podendo a questão levada ao judiciário, através do recurso extraordinário, de forma incidental, ser apreciada pelo STF e ter a sua eficácia suspensa, pelo Senado Federal, nos exatos termos do art. 52, X 
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Competência (ADI genérica)
Lei ou ato normativo municipal que contrariar a CF à não há controle concentrado através de ADI genérica a ser julgada pelo STF, só difuso. Há, contudo, a possibilidade de ajuizamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental tendo por objeto lei municipal confrontada perante a CF e sendo julgada originariamente pelo STF.
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Competência (ADI genérica)
Lei ou ato normativo distrital em face da CF/88 No tocante ao Distrito Federal, o poder constituinte originário de 1988 deixou de fazer previsão expressa ao controle de constitucionalidade das leis emanadas do legislativo do Distrito Federal.
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Competência (ADI genérica)
 Apesar disso, o art. 32, § 1.º, dispõe que ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Assim, o controle concentrado a ser exercido pelo STF será possível ou não de acordo com a natureza da norma constitucional elaborada pelo Distrito Federal. 
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Competência (ADI genérica)
■ Lei ou ato normativo distrital de natureza estadual que contrariar a CF à STF; 
■ Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal que contrariar a CF à não há controle concentrado no STF através de ADI,154 só difuso. Há, contudo, a possibilidade do ajuizamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental tendo por objeto lei ou ato normativo distrital, de natureza municipal, confrontada perante a CF. 
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