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Texto de apoio Página 1 Análise Matemática I, março de 2020 Cálculo Diferencial Definição da derivada: A derivada da função )(xfy em relação a x é o limite para o qual tende a razão do crescimento da função e o crescimento da variável independente quando este tende para zero. Notações empregues: dx dy xfy x )( ,, Dada a função )(xfy , o acréscimo da variável independente x é xx na variável dependente teremos )(xfy e )( xxfyy . Pode-se calcular o acréscimo y da função y : )()( xfxxfy Forma-se o quociente do acréscimo da função e da variável independente: x xfxxf x y )()( Calcule-se limite da fracção quando 0x : x y x xfxxf xf lim )()( lim)( , esta chama-se derivada de y=f (x) em relação a x Exemplo 1: Calcule a derivada de 2 xy (1) num ponto qualquer x (2) bo ponto x=2 Resolução: 1. 222 )(2)( xxxxxxy Forma-se o quociente x y : xx x xxx x y 2 )(2 2 Passando ao limite quando 0x teremos xxx x y 2)2lim(lim assim xy 2, 2. Para x=3 63.2 , 3 x y Funções deriváveis Definição: Se o x xfxxf x y )()( limlim 00 quando 0x existe dir-se-á que a função é derivável para 0 xx . Teorema: Se a função )(xfy é derivável no ponto 0xx , ela é contínua neste ponto. Se )(lim , xf x y quando 0x então )( , xf x y sendo que é uma grandeza que tende para zero quando 0x Nota: Nos pontos de descontinuidade uma função não pode ter derivada Texto de apoio Página 2 Derivada das funções elementares Derivada da função Nnxy n , Para calcular a derivada desta função recorre-se às seguintes operações: 1. Dar o acréscimo x à variável x, calcular o valor correspondenteda função: )( xxfyy 2. Calcular o crescimento correspondente da função: ),()( xfxxfy 3. Formar a razão entre o crescimento da função e o acréscimo da variável: x xfxxf x y )()( 4. Calcular o limite desta razão quando x xfxxf x y yx )()( limlim:0 , Teorema: A derivada da função nxxfy n ,)( é igual a eixn n .,. 1 se ,nxy então 1, nnxy Demonstração 1. Se x sofre acréscimo ,x então: nnn xxxyxxyy )()( 2. Desenvolver y usando a fórmula de binómio de Newton: nnn xxx nn xnxy )(...)( 2.1 )1( 211 3. Calcular o quociente : x y 121 )(... 2.1 )1( nnn xxx nn nx x y 4. Achar o limite do quociente quando 0x : 1121 )(... 2.1 )1( limlim nnnn nxxxx nn nx x y Logo 1, n nxy cqd Exemplos: 4 3xy , 314, 123.4 xxy Derivadas das funções xysenxy cos Teorema 1: A derivada do senx é cosx i.e. se xysenxy cos, , Demonstração: 1. Introduzir o acréscimo em x e y: )( xxsenyy 2. Calcular y : 2 cos 2 2 2 cos 2 2)( x x x sen xxxxxx sensenxxxseny Texto de apoio Página 3 3. Achar o quociente x y : 2 cos 2 22 cos 2 2 x x x x sen x x x x sen x y 4. Achar o limite quando 0x 2 coslim 2 2limlim , x x x x sen x y y e isto resulta em afirmar que x x x x x sen cos 2 coslim1 2 2lim logo a derivada de senx é cosx Teorema 2: A derivada do cosx é -senx i.e. se senxyxy , ,cos Demonstração: 1. Introduzir o acréscimo em x e y: )cos( xxyy 2. Calcular y : 22 2 22 2cos)cos( x xsen x sen xxx sen xxx senxxxy 3. Achar o quociente x y : 2 2 2 xxsen x x sen x y 4. Achar o limite quando 0x 2 lim 2 2limlim , x xsen x x sen x y y e isto resulta em afirmar que senx x xsen x x sen 2 lim1 2 2lim , logo a derivada de cosx é - senx. Derivada duma constante Teorema 1: A derivada duma constante é igual a zero. Texto de apoio Página 4 Demonstração: 1. y=C , C=Constante 2. Considere-se 0 xx : Cxxfyy )( 3. Consequentemente : 0)()( xfxxfy 4. Achar razão entre o crescimento da função e o crescimento da variável independente 0 x y Logo o limite quando 0x 0lim , x y y Derivada dum produto duma constante por um função Teorema 2: Pode-se separar um factor constante de debaixo do sinal de derivação, i.e. se ,tan),(. teconsCxfCy )( ,, xCfy . Derivada duma soma finita de funções Teorema 3: A derivada da soma de um número finito de funções deriváveis é igual à soma das derivadas destas funções. Por exemplo )()()( xwxvxuy , )()()( ,,,, xwxvxuy Demonstração ),()( wwvvuuyy wvuy ,,, São acréscimos de y, u, v, w, wvuy e x w x v x u x y e quando 0x x w x v x u x y y limlimlimlim , ou )()()( ,,,, xwxvxuy xxsenxxxfsenxxxf cos15)()3()(3)( 4,,5,5 Derivada do produto de funções Teorema 4: A derivada do produto de duas funções deriváveis é igual ao produto da derivada da primeira função pela segunda mais o produto da primeira função pela derivada da segunda, i.e. se uvy então ,,, uvvuy Demonstração Texto de apoio Página 5 uvy Então vvuuyy vuvuvuuvvuvuvuuvuvvvuuy .. x v u x v uv x u x y Assim a derivada é o limite do quociente quando 0x x v u x v u x u v x y y limlimlimlimlim , , ,,, lim0lim)(lim)(lim v x v uxv x v xu x u em resultado ficamos com ,,, uvvuy Derivada duma fracção Teorema 5: A derivada duma fracção é uma fracção cujo denominador é igual ao quadrado do denominador da fracçãoconsiderada e o numerador é igual à diferença do produto do denominador pela derivada do numerador e do produto do numerador pela derivada do denominador, i.e. dado 2 ,, , , v uvvu y v u y Demonstração vv uu yy , vvv vuuv v u vv uu y , vvv u x v v x u vvv x vuuv x y A derivada será o limite desta razão quando 0x : vvv x v u x u v vvv x vuuv x y lim limlim limlim o que se resume em 2 ,, , v uvvu y Derivada duma função composta ),(xfy Função composta tal que ),(uFy ),(xu ou ainda xFy Texto de apoio Página 6 Teorema: Se a função xu tem uma derivada xu x ,, no ponto x e a função uFy tem uma derivada uFy u ,, para o valor correspondente de u, então, no ponto considerado x a função composta xFy tem igualmente uma derivada igual a )(,,, xuFy ux ou simplesmente ,,, xux uyy . Em termos simples: A derivada duma função composta é igual ao produto da derivada desta função em relação à variável intermerdiária u pela derivada em relação a x da variável intermerdiária. Demonstração Seja xu e ),(uFy considerando os acréscimos tem-se )( xxuu , )( uuFyy .Se 0x tem-se que 00 yu e por hipótese . , lim uy u y quando 0u . Esta relação e de acordo com a definição de limite, para 0u temos que , , uy u yonde 0 quando 0u . A igualdade uy u y , pode ser escrita na forma uuyy u , divida-se esta igualdade por x e ter-se-á x u x u y x y u , por hipótese, quando 0x 0limlim , xu x u e voltando a igualdade x u x u y x y u , ter-se-á xux uyy ,,, . Exemplos: 1.Achar a derivada da função 2 xusenuy , xuuuy u 2.cos ,,, então )cos(2 2, xxy x 2. Achar a derivada da função 52 32 xxy Solução: Seja 32 25 xxuuy de acordo com a fórmula 424,2,5, )32)(1(10)22(532)( xxxxuxxuy xu Função implícita e sua derivada Imagine-se uma situação em que as variáveis x, y estão ligadas entre si por uma equação 0),( yxF (1). Caso partamos da equação (1) para definir )(xfy este f (x) é uma função implícita definida pela equação (1). Por exemplo a equação 0 222 ayx (2) define implicitamente as funções elementares: 22 xay (3) e 22 xay (4) tal que estas funções tornam verdadeira a igualdade (2) fazendo 022222 axax pois, resulta em 0)( 2222 axax . Da igualdade (2) foi possível Texto de apoio Página 7 obter ou definir funções explícitas (3) e (4), mas nem sempre é possível exprimir uma implícita em funções explícitas. Por exemplo: 1. 0 26 xyy 2. 0 4 1 senyxy 3. 03 33 axyyx Tomemos a igualdade (2) e derivemo-la assumindo que y é função de x e seguimos a regra da derivação composta: 022 , xyyx o que é igual a y x y x , . Caso tivéssemos usado a expressão explícita 22 xay a derivada seria 22 , xa x y o mesmo resultado assumido que 22 xay Derive-se a implícita 0 26 xyy em relação a x: 026 ,,5 xyyy xx donde 16 2 5 , y x y x Função inversa e sua derivada Teorema: Se a função )(xfy admite uma função inversa )( yx em que a derivada )( , y num ponto dado y é diferente de zero, então )(xfy possui no ponto correspondente x uma derivada )( , xf igual a )( 1 , y i.e. )( 1 )( , , y xf Demonstração Partamos da condição da existência da inversa )( yx e derivamos esta igualdade como função implícita em x: x yy ,, )(1 donde )( 1 , , y y x onde )( ,, xfy x então resulta na fórmula )( 1 )( , , y xf Texto de apoio Página 8 Funções trigonométricas inversas e suas derivadas 1. A função arcsenxy é inversa de senyx Teorema1: A derivada da função arcsenx é 2 1 1 x isto é se arcsenxy então 2 , 1 1 x y Demonstração: Em virtude de senyx tem-se: yx y cos , De acordo com a regra dea derivação duma função inversa yx y y x cos 11 , , e sabe-se que 22 11cos xyseny logo 2 , 1 1 x y x Nota:Antes da raiz toma-se o sinal + porque a função arcsenxy toma seus valores sobre o segmento 22 y por consequência 0cos y Exemplo 1. )( xearcseny )1( ).( )(1 1 2 , 2 , x x x x x e e e e y Exemplo 2 2 1 x arcseny 1 11 2 1 1 1 11 2 2 , 2 , xxx arcsen x x x arcseny 2. A função xy arccos yx arccos ,esta função está definida no intervalo y . A função yx cos é decrescente sobre o segmento y0 e tem uma inversa assim designada xy arccos e esta função definida sobre o segmento 11 x e os valores desta função preenchem o intervalo 0 y Teorema 2: A derivada da função xy arccos é 2 1 1 x isto é se xy arccos , então 2 , 1 1 x y Demonstração: Em virtude de yx cos tem-se: senyx y , Texto de apoio Página 9 De acordo com a regra dea derivação duma função inversa ysenyx y y x 2, , cos1 111 e sabe-se que ,cos xy logo 2 , 1 1 x y x Exemplo: )arccos(tgxy xxtg tgx xtg y 22 , 2 , cos 1 1 1 )( 1 1 3. A função arctgxy , Seja a função tgyx definida para todo o y menos para os valores tais que ....2,1,0 2 12 kky . tgyx crescente no intervalo 22 y e neste intervalo admite uma função inversa designada por arctgxy Em x a função está definida no intervalo x e neste intervalo os valores da função preenchem o intervalo 22 y . Teorema: A derivada da função arctgx é 2 1 1 x i.e. se ,arctgxy então, 2 , 1 1 x y Demonstração: Segundo a igualdade tgyx y x y 2 , cos 1 então y x y y x 2 , , cos 1 mas , 1 1 sec 1 cos 22 2 ytgy y como xtgy obtém-se 2 , 1 1 x y 4. A função arcctgxy , Seja a função ctgyx definida para to o y excepto ky ,...)2,1,0( k .No intervalo y0 a função ctgyx é decrescente e tem a sua inversa arcctgxy . Esta função é definida no intervalo x e os seus valores pertencem ao intervalo 0 y . Teorema: A derivada da função arcctgx é , 1 1 2 x isto é se arcctgxy então 2 , 1 1 x y Demonstração: Deduz-se de ctgyx : ysen x y 2 , 1 por consequência yctgyec yseny x 22 2, 1 1 cos 1 e é sabido que xctgy então 2 , 1 1 x y Texto de apoio Página 10 Derivada duma função paramétrica Seja y uma função de x dada pelas equações paramétricas: ty tx Ttt 0 (1) Assuma-se que estas são deriváveis e que a função tx admite inversa xt também derivável, pode-se assim considerar a função xfy dada pela paramétrica como uma função composta: ,ty xt , onde t é variável intermerdiária.Usando a regra de derivação das funçõs compostas tem-se xttyy xtxtx ,,,,, )( . (2) Daqui recorre-se ao teorema da derivação das funções inversas t x t x , , 1 . Esta expressão pode ser colocada na igualdade (2) t t x t txtx x y y t t t ttyy , , , , , , ,,,, 1 )( Exemplo: A função de y de x é dada pelas equações paramétricas taseny tax cos t0 . Calcular dx dy : 1) para t arbitrário, 2) para 4 t Resolução 1) ctgt asent ta ta asent y x cos cos , , , 2) 1 44 , ctgy tx Texto de apoio Página 11 Função hiperbólica e e sua derivada Função hiperbólica As combinações da funções exponenciais como xx ee 2 1 e xx ee 2 1 originam novas funções designadas de hiperbólicas: 2 cosh 2 xx xx ee x ee senhx . A primeira função denomina-se seno hiperbólico e a segunda cosseno hiperbólico. Também define-se tangente e cotangente hiperbólico, resultante das relações seno e cosseno hiperbólicos xx xx xx xx ee ee senhx x ctghx ee ee x senhx tghx cosh cosh Identidades análogas as verificadas nas funções trigonométricas: 1cosh 22 xsenhx )()(coshcoshcosh bsenhasenhbaba )(coshcosh)( basenhbasenhbasenh Derivada da função hiperbólica senhx eeee x x eeee senhx xxxx xxxx 22 )(cosh cosh 22 )( , , , xsenh ctghx x tghx 2 , 2 , 1 )( cosh 1 )( Aplicação de diferencial em cálculos aproximados )(xfy é derivável sobre o segmento [a,b] e a derivada desta função no ponto x de [a,b] é dada pela relação )(lim , xf x y quando 0x . Quando 0x o quociente x y tende para um determinado )( , xf que difere duma quantidade infinitamente pequena: )( , xf x y onde 0 quando 0x . Multiplique-se a igualdade )( , xf x y por x e tem-se xxxfy )(, . Visto que 0)( , xf , o produto xxf )( , é uma quantidade infinitamente pequena de ordem superiora x já que Texto de apoio Página 12 0limlim x x . Assim o crescimento y da função y compõe-se de duas partes 0)( , xf é a parte principal do crescimento e é função linear de .x Diferencial: Chama-se diferencial o produto xxf )( , e designa-se pela notação dy ou )(xdf : xxfdy )( , Calculemos o diferencial da função xy isto resulta em 1 ,, xy que resulta em xdxxdxdy . Ora a expressão xxxfy )(, pode ser escrita na forma xdyy e frequentemente escreve-se dyy e de forma explícita é xxfxfxxf )()()( , . Exemplo Encontrar o diferencial dy e o crescimento y da função 2 xy 1) para valores arbitrários de x 2) Se 1.020 xx 1) 222 2)( xxxxxxy , xxxxdy 2)( ,2 e nota-se que dyy 2) Se 1.020 xx 01,41,01,0202 2 y e 00,41,0202 dy . O erro cometido substituindo y por dy é de uma centésima, 0,01 que em muitos casos pode ser desprezível. Teoremas relativos às funções deriváveis 1. Teorema de Rolle – Se a função f(x) é contínua no segmento [a,b], derivável em qualquer ponto interior do segmento e se anula nas extremidades deste segmento, [f(a)=f(b)=0], então, existe pelo menos um ponto intermediário x=c, a<c<b, em que a derivada f´(c)=0. Demonstração Caso f seja uma função constante em [a, b], então para todo o c de [a, b] f (́c)=0. Caso f seja uma função contínua e não constante sobre [a, b] então ela admite um máximo ou um mínimo diferente de f(a) e de f(b). O valor é atingido para x=c logo f´(c)=0. Exemplo 23)( 2 xxxf sobre o segmento 2,1 Resolução 1. f(x) é contínua e derivável sobre o segmento considerado. 2. f(1)=f(2)=0 3. 2 3 c0=3-2c=f´(c) 3-2x=f´(x) . Claramente 2 2 3 12,1 2 3 Texto de apoio Página 13 2. Teorema dos crescimentos finitos (Teorema de Lagrange) Se a função f(x) é contínua sobre o segmento [a, b], derivável em qualquer ponto interior deste segmento, existe, então, pelo menos um ponto c, bca tal que ab afbf cfabcfafbf )()( )())(()()( ,, Demonstração (Fig por introduzir) Observando a figura acima nota-se que a equação da secante que passa pelos pontos A e B é )( )()( afax ab afbf y Seja g(x) função dada pela diferença entre as funções f(x) e y tal )( )()( )()()( afax ab afbf xfyxfxg Calcule-se g(a) e g(b): 0)( )()( )()( afaa ab afbf afag 0)()()()()( )()( )()( afafbfbfafab ab afbf bfbg portanto tem-se g(a)=g(b)=0. A função f(x) é derivável g(x) é também derivável e a derivada é: ab afbf xfxg )()( )()( ,, . Texto de apoio Página 14 Uma vez que g(x) é contínua sobre o segmento [a, b], derivável em ]a, b[ e verifica a condição g(a)=g(b)=0 pode-se aplicar o Teorema de Rolle, admitindo existir c pertencente a intervalo ]a, b[tal que a derivada no ponto se anula: ab afbf xf )()( )( , cqd. Exemplo: Verificar o teorema de Lagrange para a função 1072)( 2 xxxf definida sobre o segmento 5,2 . Resolução 1. A função é contínua no segmento dado e derivável no intervalo ]a, b[ 2. 5,2 2 7 4 14 7 3 425 74 25 )2()5( )( )()( )( ,, cc ff cf ab afbf xf 3. Teorema de Cauchy (relações dos crescimentos de duas funções) Sejam )(xf e )(x duas funções contínuas sobre o segmento [a, b] e deriváveis em ]a, b[ e seja )(x tal que baxx ,0)(, , existe, então um ponto x=c no interior de [a, b], a<c<b, tal que )( )( )()( )()( , , c cf ab afbf Demonstração Considere-se a função )()( )()( )()( )()()( ax ab afbf afxfxh . Uma vez que )(xf e )(x são contínuas em [a, b] e deriváveis em ]a, b[, )(xh é também contínua em [a, b] e derivável em ]a, b[. Sua derivada é: xg ab afbf xfxh ,,, )()( Calcule-se )(ah e )(bh 0)( aa ab afbf afafah 0)( afbfafbfab ab afbf afbfbh Texto de apoio Página 15 Tem-se 0)( bhah e pode-se aplicar o Teorema de Rolle à função h, logo existe um ponto c do intervalo ]a, b[ em que a derivada de h se anula ou seja: 0,, c ab afbf cf ou ainda )( )( )()( )()( , , c cf ab afbf 4. Teorema (Regra de L´Hôspital) Sejam f(x) e g(x) duas funções que satisfazem as condições do teorema da Cauchy sobre um certo segmento [a, b] e anulando-se no ponto x=a, i.e f(a)=g(a)=0. Se além disso o limite do quociente )( )( , , xg xf existe quando ax então )( )( lim xg xf existe e é )( )( lim xg xf = )( )( lim , , xg xf Aplicabilidade da regra de L´Hôspital Indeterminação do tipo: 1. 0 0 )( )( lim xg xf quando ax 2. )( )( lim xg xf quando ax 3. )( )( lim xg xf quando x Fórmula de Taylor Dada a função y=f(x), assumamos que tenha derivadas até ordem (n+1) inclusive na vizinhança do ponto x=a. Nosso objectivo é procurar um polinómio y=Pn(x) de grau não superior a n , tal que o valor no ponto x=a é igual ao valor da função f(x) neste ponto. Os valores no ponto x=a das derivadas sucessivas até a ordem n são iguais aos valores neste ponto das derivadas correspondentes da função f(x) Pn(a)=f(a), P´n(a)=f´(a), P´´n(a)=f´´(a), ......, P(n)n(a)=f(n)(a). (1) Esperemos que este polinómio seja próximo da função f(x). Justamente, pode-se procurar os valores dos coeficientes indeterminados de Ci, desenvolvendo segundo as potências inteiras de (x-a): n nn axCaxCaxCCxP ....)( 2 210 (2) Entremos no processo de determinação dos coeficintes C1, C2, C3,...., Cn de maneiras que sejam válidas as igualdades Pn(a)=f(a) Texto de apoio Página 16 P´n(a)=f´(a) P´´n(a)=f´´(a), ......, P(n)n(a)=f(n)(a). Para o efeito calculemos também as derivadas de Pn(x): 12 321 , ....)(32)( n nn axnCaxCaxCCxP (3) 2 32 ,, )1(....)(62)( n nn axCnnaxCCxP .......................................................................... nn n CnnxP 1.2)....1()( Vamos para as igualdades (2) e (3) substituir x por a e teremos: 0 )( Caf , 1 , )( Caf , 2 ,, .1.2)( Caf ,...., ,.1.2...2)1()()( n n Cnnnaf donde se pode extrair os coeficientes C: ),( 0 afC ),( , 1 afC ),( 2.1 1 ,, 2 afC ),( 3.2.1 1 ,,, 3 afC ….., )( ...3.2.1 1 )( af n C n n Encontrados os coeficientes indeterminados vamos a igualdade (2) substituir os C: )( ....3.2.1 ....)( 2.1 )( 1 )( )(,, 2 , af n ax af ax af ax afxP n n n No princípio assumimos que y=f(x) deriva-se até ordem n+1 e Pn(x) deriva-se até ordem n então existirá uma diferença entre a função e o polinómio designada de Rn(x) tal que: )()()()( xRxPxfxPxfxR nnnn e de forma mais explícita: axaf n ax af n ax af ax af ax afxf n n n n )1( 1 )(,, 2 , !1 )( ! ....)( !2 )( 1 )( esta cham-se fórmula de Taylor. Caso a=0 a tem-se: )( !1 )0( ! ....)0( !2 )0( 1 0)( )1( 1 )(,, 2 , xf n x f n x f x f x fxf n n n n onde 10 e estamos perante um caso particular da fórmula de Taylor donhecida por fórmula de Maclaurin. Estudo da variação das funções Crescimento e decrescimento de funções Teorema: Se a funçã f(x) derivável sobre o segmento [a, b] é crescente sobre este segmento então a sua derivada é nãonegativa sobre este segmento, i.e 0)( , xf . ),()( xfxxf para 0x ),()( xfxxf para 0x contudo 0 )()( x xfxxf então quando 0x 0 )()( lim x xfxxf Texto de apoio Página 17 Se f(x) é decrescente sobre [a, b] então 0)( , xf sobre este segmento. Se 0)( , xf em [a, b] então f(x) é decrescente sobre este segmento. Máximo e mínimo de funções Os máximos e mínimos duma função são os extremos dessa função Condição necessáia para existência de extremo Proposição 1- Se a função derivável y=f(x) tem um máximo no ponto x=x1 então a sua derivada anula-se nesse ponto i.e. 0)( , xf . Condições suficientes para existência de de extremo Proposição 2 – Seja y=f(x) uma função contínua num intervalo contendo o ponto crítico x1 e derivável em qualquer ponto desse intervalo (excepto talvez no ponto x1). Se a derivada muda de sinal positivo para negativo quando passa pelo ponto crítico a função tem um máximo para x=x1. Se a derivada muda de sinal negativo para positivo quando passa pelo ponto crítico a função tem um mínimo para x=x1. Procedimento a seguir para o estudo dos extremos com o auxílio da primeira derivada 1. Calcula-se a primeira derivada 2. Procura-se os valores críticos da variável independente x 3. Estudar o sinal da derivada à esquerda e à direita do ponto crítico 4. Calcular o valor da função para cada valor crítico da variável independente. Sinal da derivada Natureza do ponto crítico x<x1 x=x1 x>x1 + idadedescontinuxf 0)(, - Máximo - idadedescontinuxf 0)(, + Mínimo + idadedescontinuxf 0)(, + Nem máximo nem mínimo, função crescente - idadedescontinuxf 0)(, - Nem máximo nem mínimo, função decrescente Exemplo 1: Estudar a variação da função 132 3 )( 2 3 xx x xf Resolução: 1) derivada de f é 34)( 2, xxxf 2) Raízes da primeira derivada: 0342 xx são x=1 ou x=3. A derivada é contínua em todo o domínio pois, não há outro ponto crítico 3) Estudar os valores críticos: Primeiro x=1 31)(, xxxf para x<1, tem-se que 0)(, xf e para x>1, tem-se que 0)(, xf Texto de apoio Página 18 A mudança de sinal no ponto critico passa de positivo para negativo logo a função admite um máximo no ponto x=1 dado por 3 7 )1( f Segundo x=3 31)(, xxxf para x<3, tem-se que 0)(, xf e para x>3, tem-se que 0)(, xf A mudança de sinal no ponto critico passa de negativo para positivo logo a função admite um mínimo ponto x=3 dado por 1)3( f . Estudo de máximo e mínimo com auxílio da segunda derivada Proposição – Seja 0)( , xf , então f(x) tem um máximo no ponto x=x1 se 0)( ,, xf e um mínimo se 0)( ,, xf 0)( , xf )( 1 ,, xf Natureza do ponto crítico 0 - Máximo 0 + Mínimo 0 0 Não determinado Exemplo: Determinar os máximos e mínimos da função xsenxxf 2cos2)( Resolução: A função f(x) é periódica e o período é 2 , bastará estudar o comportamento no segmento 2,0 1) Primeira derivada: senxxxsenxxxsenxxf 21cos2coscos222cos2)(, 2) Raízes da primeira derivada: 021cos2 senxx 2 3 , 6 5 , 2 , 6 4321 xxxx 3) Segunda derivada: xsenxxf 2cos42)( ,, 4) Natureza de cada ponto crítico: i. 03 2 1 .4 2 1 2) 6 ( ,, f consequentemente a função tem um máximo no ponto 6 1 x tal que 2 3 2 1 2 1 .2 6 f ii. 021.41.2) 2 ( ,, f consequentemente a função tem um mínimo no ponto 2 2 x tal que 111.2 2 f Texto de apoio Página 19 iii. 032 1 .4 2 1 .2) 6 5 ( ,, f consequentemente a função tem um máximo no ponto 6 5 3 x tal que 2 3 2 1 2 1 .2 6 5 f por fim iv. 061.41.2) 2 3 ( ,, f consequentemente a função tem um mínimo no ponto 2 3 4 x tal que 311.2 2 3 f Convexidade e concavidade das curvas – pontos de inflexão Definição 1: Diz-se que uma curva tem a convexidade voltada para baixo no intervalo (a, b) se todos os pontos da curva se encontram por baixo da tangente em qualquer um dos pontos nesse intervalo. Definição 2: Diz-se que uma curva tem a convexidade voltada para cima no intervalo (a, b) se todos os pontos da curva se encontram por cima da tangente em qualquer um dos pontos nesse intervalo Teorema 1: Se a segunda derivada da função f(x) é negativa em qualquer ponto do intervalo (a,b) i.e., se ,0)( ,, xf a curva )(xfy tem , então a sua convexidade para baixo (a curva é convexa)neste intervalo. Teorema 1,: Se a segunda derivada da função f(x) é positiva em qualquer ponto do intervalo (a,b) i.e., se ,0)( ,, xf a curva )(xfy tem , então a sua convexidade para cima (a curva é côncava) neste intervalo. Exemplos 1. Determinar os intervalos de convexidade e de concavidade de 2 2 xy Solução: A segunda derivada é 02 ,, y portanto a curva é sempre convexa. 2. Determinar os intervalos de convexidade e de concavidade de x ey . Solução : A segunda derivada de x ey é 0 ,, x ey a curva é sempre côncava. Texto de apoio Página 20 Assímptotas Definição: Uma recta A chama-se assímptota duma curva se a distância dum ponto variável M da curva a esta recta tende para zero, quando M tende para infinito. Distinguem-se: i) Assímptotas paralelas ao eixo Oy ou verticais ao eixo Ox ii) Assímptota oblíquas ao eixo Oy Esquema geral do estudo das funções 1. Domínio da função 2. Pontos de descontinuidade da função 3. Paridade e periodicidade 4. Intervalos de monotonia da função 5. Pontos críticos bem como os valores máximos e mínimos da função 6. Os domínios de convexidade e de concavidade do gráfico 7. Assímptotas do gráfico da função Notas Se a função for par basta construir o gráfico para os números positivos pois este é simétrico em relação ao eixo das ordenadas. Se a função for ímpar basta construir o gráfico para os números positivos pois, o gráfico é simétrico em relação à origem. Fonte: N. Piskounov,(1983) Cálculo Diferencial e Integral vol I B. Demidovitch, (1978) Editora MIR, Problemas e Exercicios de Análise Matemática
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