Buscar

Direito Legislação Tributaria 4 Ano 2018

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito e Legislação 
Tributária
Sumário
03
CAPÍTULO 4 – Constituição do Crédito Tributário ..............................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
4.1 Obrigação tributária .................................................................................................05
4.1.1 Fato gerador da obrigação tributária .................................................................06
4.1.2 Sujeitos da obrigação tributária ........................................................................06
4.1.3 Domicílio tributário ..........................................................................................08
4.2 Crédito tributário .....................................................................................................09
4.2.1 Constituição do crédito tributário ......................................................................09
4.2.2 Modalidades de lançamento .............................................................................10
4.2.3 Suspensão da exigibilidade do crédito tributário .................................................11
4.2.4 Extinção do crédito tributário ............................................................................13
4.2.5 Exclusão do crédito tributário ............................................................................17
4.3 Administração tributária ............................................................................................18
4.3.1 Fiscalização ....................................................................................................20
4.3.2 Dever de sigilo ................................................................................................21
4.3.3 Inscrição em dívida ativa ..................................................................................22
4.3.4 Ilícito tributário................................................................................................24
Síntese ..........................................................................................................................25
Referências Bibliográficas ................................................................................................26
Capítulo 4 
05
Introdução
Você já se perguntou quem é o responsável por aplicar a lei, abstrata, ao fato gerador de um tribu-
to? Como se dá a relação, na prática, entre quem paga e quem recebe? Quais os limites da relação 
entre o sujeito ativo e o sujeito passivo? Estas perguntas serão esclarecidas com a definição da 
constituição do crédito tributário e a sua extinção. Para isso, você estudará as normas orientadoras 
da obrigação tributária, os elementos que a compõem e verá, ainda, que existem alguns que são 
incomuns às demais obrigações conhecidas pelo Direito. 
No decorrer deste estudo, serão tratados também o fato gerador e as partes na relação jurídico-
-tributária, abordando a questão da responsabilidade tributária e as hipóteses contempladas no 
Código Tributário Nacional (CTN). Veja a seguir como funciona a obrigação tributária.
4.1 Obrigação tributária
Quando a obrigação tributária se efetiva? E, ainda, quem efetiva a obrigação tributária? A res-
posta para estas questões passa, necessariamente, pela compreensão do conceito de obrigação 
tributária. Hugo de Brito Machado (2012, p. 125) assim a define:
[...] podemos tentar definir a obrigação tributária. Diríamos que ela é a relação jurídica em 
virtude da qual o particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado (sujeito 
ativo), ou de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito.
O artigo 113 do CTN classifica a obrigação tributária em principal e acessória. É obrigação 
principal aquela que surge com o fato gerador e que tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária. Por sua vez, a obrigação acessória é aquela decorrente da legislação 
tributária no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos e tem por objeto as presta-
ções previstas de fazer ou não fazer. 
Nesse sentido, Hugo de Brito Machado (2012, p. 127) assevera:
Quanto ao objeto, as obrigações em geral podem ser de dar e fazer, compreendidas nestas 
últimas as positivas e as negativas, isto é, as obrigações de fazer, não fazer e tolerar. Esta é a 
classificação feita pela doutrina dos privatistas. A obrigação tributária principal corresponde a 
uma obrigação de dar. Seu objeto é o pagamento do tributo, ou da penalidade pecuniária. Já 
as obrigações acessórias correspondem a obrigações de fazer (emitir uma nota fiscal), de não 
fazer (não receber mercadoria sem a documentação legalmente exigida), de tolerar (admitir a 
fiscalização de livros e documentos).
A inobservância da obrigação acessória pode ser fundamento de uma multa que, enquanto pe-
nalidade pecuniária, é considerada obrigação principal.
Constituição do 
Crédito Tributário
06 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
4.1.1 Fato gerador da obrigação tributária
O fato gerador ou “fato imponível” é, nas palavras de Geraldo Ataliba (2002, p. 68), “a con-
cretização da hipótese de incidência que representa o momento concreto de sua realização. É o 
fato que justificará a obrigação”.
José Geraldo de Ataliba Nogueira, ou Geraldo Ataliba, foi um importante advogado 
tributarista e, ainda, professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na qual ocupou também o cargo de 
reitor. Além de sua obra mais influente, Hipótese de incidência tributária, é também 
reconhecido pelas publicações Natureza jurídica da contribuição de melhoria (1964), 
Sistema Constitucional Tributário Brasileiro (1968), O Decreto-lei na Constituição de 
1967 (1968), e Lei Complementar na Constituição (1971). (BORGES, 1990)
VOCÊ O CONHECE?
Depreende-se do artigo 114 do CTN que a lei é o fundamento da obrigação principal, por definir 
a situação necessária e suficiente para ocorrência do fato gerador da obrigação principal.
O fato gerador da obrigação acessória, definido no artigo 115 do CTN, é qualquer situação 
que, na forma de legislação aplicável, impõe a prática ou abstenção de ato que não configure a 
obrigação principal. Ou seja, neste caso não se restringe só à lei.
Para aprofundar seus estudos sobre a obrigação tributária, recomenda-se a obra Di-
reito tributário: fundamentos jurídicos da incidência, de Paulo de Barros Carvalho. A 
compreensão do momento da constituição da obrigação permitirá distinguir a legis-
lação ao fato gerador (realizado no passado e inalterável pelas legislações futuras), 
às penalidades envolvidas (com efeito retrativo das legislações convenientes ao sujeito 
passivo) e, ainda, à aplicável ao lançamento (a ser considerado no momento da rea-
lização do ato).
VOCÊ QUER LER?
4.1.2 Sujeitos da obrigação tributária
O artigo 119 do CTN determina quem é a pessoa jurídica de direito público ou privado compe-
tente para exigir tributos, ou seja, o sujeito ativo:
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é uma pessoa jurídica de direito público, titular da 
competência para exigir o seu cumprimento.
Deve-se ressaltar que existem dois tipos de sujeito ativo: o direto e o indireto. Os primeiros são 
os entes com competência tributária (União, estados, municípios e Distrito Federal); o segundo, 
os entes parafiscais, com capacidade tributária que lhes permite fiscalizar e arrecadar tributos, 
por delegação. Exemplos: Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), 
Conselho Regional de Medicina (CRM), entre outros.
Sobre a capacidade tributária, é importante você saber que pode ser ativa, oupassiva.
07
A capacidade ativa é a aptidão para ser titular do direito de exigir o cumprimento da prestação 
pelo contribuinte, ou seja, é a envergadura para arrecadar e fiscalizar os tributos, o que não se 
confunde com a competência tributária.
A capacidade passiva é a aptidão para sujeitar-se à obrigação tributária e independe da capa-
cidade civil das pessoas naturais; de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do serviço das atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da admi-
nistração direta de seus bens ou negócios; de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, 
bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
O sujeito passivo, elencado nos artigos 121 a 123 do CTN, é a pessoa física ou jurídica obrigada 
por lei ao cumprimento da prestação tributária. E essa prestação pode ser pecuniária (principal) 
ou não pecuniária (acessória). Destacam-se dois sujeitos passivos na relação jurídica tributária: 
o contribuinte e o responsável:
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo 
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de 
disposição expressa de lei.
O contribuinte é, conforme inciso I do artigo 121 do CTN, aquele que praticou a situação des-
crita como núcleo do fato gerador, ao qual pode ser imputada a autoria do fato gerador. Este é 
aquele que deve ser, em princípio, o sujeito passivo.
O responsável é, conforme o inciso II do artigo 121 do CTN, aquele que, sem relação direta com 
o fato tributável, está obrigado ao pagamento do tributo. Essa responsabilidade pode se dar por 
substituição ou por transferência. 
Na substituição, a obrigação constitui-se, desde logo, em relação a um responsável, ficando de 
fora aquele que seria o contribuinte. 
Qual a finalidade da substituição? Serve para simplificar a fiscalização que se concen-
tra nos produtos; antecipar o recolhimento de impostos ou contribuições já na venda 
dos produtos; e evitar a sonegação fiscal que possa ocorrer nas diversas etapas da 
comercialização até o produto chegar ao consumidor final. 
VOCÊ SABIA?
Já na transferência, a obrigação constitui-se inicialmente em relação ao contribuinte, comunican-
do-se depois para o responsável por meio da sucessão, da solidariedade ou da subsidiariedade.
Na sucessão, o sucessor responde pelo sucedido, como ocorre na transferência da propriedade 
de imóvel, na herança ou na incorporação de uma empresa por outra. 
Na solidariedade, o devedor solidário responde juntamente com o devedor principal, podendo a 
dívida ser cobrada indiferentemente de um ou outro, no todo ou em parte, à escolha do credor.
Na subsidiariedade, prevista no artigo 135 do CTN, o devedor subsidiário também responde 
juntamente com o devedor principal, mas com benefício de ordem, ou seja, em segundo plano, 
08 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
pois só depois de executados todos os bens do devedor principal, na solução da dívida, é que 
poderão executar os seus.
Figura 1 – Os pais são subsidiariamente responsáveis pelos impostos devidos pelos filhos.
Fonte: Shutterstock, 2015.
O artigo 136 do CTN determina que a responsabilidade por infrações da legislação é objetiva, 
pois independe da intenção do agente ou responsável e da efetividade, natureza e extensão dos 
efeitos do ato. Acompanhe para compreender a relação entre domicílio tributário e obrigação.
4.1.3 Domicílio tributário
A relação do domicílio tributário com a obrigação é simples: trata-se do lugar, definido pela pró-
pria legislação tributária no artigo 127 do CTN, onde o sujeito passivo é convocado a cumprir 
deveres jurídicos de ordem tributária. Na falta da eleição, pelo contribuinte ou responsável, de 
seu domicílio tributário, considera-se como tal:
Art. 127 [...]
[...] I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou 
desconhecida, o centro habitual de sua atividade; II - quanto às pessoas jurídicas de direito 
privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que 
derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; III - quanto às pessoas jurídicas de 
direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
Na falta da aplicabilidade das regras dos incisos do artigo 127 do CTN, o domicílio tributário 
será o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obri-
gação. Ainda, a autoridade administração não está obrigada a aceitar domicílios eleitos pelo 
contribuinte que impossibilitem ou dificultem a fiscalização do tributo ou a sua arrecadação, 
podendo aplicar a regra geral.
09
4.2 Crédito tributário
Antes de começar o estudo deste tópico, reflita sobre as questões: o pagamento é a única ma-
neira de extinguir o crédito tributário? Como o sujeito passivo pode se opor a uma cobrança 
indevida sem ser considerado um devedor em mora com suas obrigações? Avalie a constituição 
do crédito tributário, analisando o procedimento do lançamento em suas mais variadas espécies. 
Identifique os fenômenos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, bem como as hipó-
teses de extinção e exclusão do crédito tributário.
É direito subjetivo do Estado exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido, derivado da 
relação jurídica tributário, que nasce com a ocorrência do fato gerador na data ou no prazo 
determinado em lei. Este direito de exigir necessita da constituição do crédito tributário.
4.2.1 Constituição do crédito tributário
Só a autoridade administrativa pode fazer o lançamento do crédito, pois a constituição deste 
crédito é de sua competência privativa. Assim, para haver lançamento – e, consequentemente, o 
crédito tributário – é essencial que exista fato gerador, e, portanto, obrigação tributária.
Nesse sentido, veja o que manifesta o Superior Tribunal de Justiça (STJ): 
[...] o crédito tributário não surge com o fato gerador. Ele é constituído com o lançamento 
(artigo 142 do CTN). (Resp. 250.306/DF, 1ª turma, rel. Min. Garcia Vieira, j. 06/06/2000). 
O crédito regularmente constituído é aquele tornado líquido, certo e exigível, por meio do lan-
çamento. O lançamento, previsto no artigo 142 do CTN, é ato administrativo vinculado definido 
como o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obri-
gação correspondente; determinar a matéria tributável; calcular o montante devido; identificar o 
sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
O lançamento impõe obrigação tributária desde a data do fato gerador, retroagindo no tempo 
até a data da sua ocorrência (efeitos ex tunc). O lançamento, enquanto ato, será regido pela lei 
vigente à época da sua realização, enquanto a obrigação tributária será regida pela lei vigente 
à época da ocorrência do fato gerador, não sofrendo qualquer alteração em virtude de modi-
ficação ou revogação dessa lei. É constitutivo da obrigação, mas declarativo do fato gerador.
Por ser ato administrativo vinculado, isto é, pelo fato de a Administração não ter a 
opção de não praticá-lo, tem caráter obrigatório – caso deixem de efetuá-lo, os funcio-
nário públicos são sujeitos a crime de responsabilidade funcional, diferentemente dos 
atos discricionários. 
VOCÊ SABIA?
10 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
4.2.2 Modalidades de lançamento
Há três modalidades de lançamento: por declaração ou misto; por homologação ou autolança-
mento; e lançamento de ofício.
O lançamento por declaração ou misto éprevisto no artigo 147 do CTN:
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, 
quando um ou outro, na forma da legislação tributária, prestar à autoridade administrativa 
informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
Neste caso, a retificação da declaração pelo próprio declarante, quando vise reduzir ou excluir 
tributo, só é admitida mediante comprovação de erro e antes de notificado o lançamento. Assim, 
o sujeito passivo é responsável pelas informações para a sua elaboração. São exemplos desta 
espécie de lançamento: imposto de importação, imposto de exportação e ITBI.
O lançamento por homologação ou autolançamento é previsto no artigo 150 do CTN: 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação 
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade 
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da 
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
O sujeito passivo declara o valor devido, efetua o pagamento, e o fisco verifica posteriormente 
a veracidade das informações prestadas e a correção do valor recolhido. Apenas após essa 
verificação pela administração extingue-se o crédito tributário. São exemplos de tributos consti-
tuídos por este tipo de lançamento: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), 
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Renda (IR).
É importante você saber, ainda, que a homologação pode ser expressa, ou tácita.
A homologação expressa ocorre quando a autoridade administrativa notifica ou, por qualquer 
outro ato, avisa o sujeito passivo que o lançamento por ele efetuado está de acordo com a lei.
Por sua vez, a homologação tácita é prevista no artigo 150, parágrafo 4º, do CTN. A lei fixa um 
prazo de cinco anos, contados a partir da realização do fato gerador pelo sujeito, para que ad-
ministração pública se manifeste sobre o lançamento por ele efetuado. Decorrido esse lapso de 
tempo sem que a administração pública se manifeste, considera-se homologado o lançamento 
e extinto o crédito tributário.
Além do lançamento por homologação, há também o lançamento de ofício, feito por iniciativa 
da autoridade administrativa, independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo. 
Nesse sentido, Eduardo Sabbag (2012, p. 777) destaca: 
[...] Lançamento direto ou de ofício é aquele que o Fisco, por meio de autoridade administrativa, 
dispondo de dados suficientes em seus registros para efetuar a cobrança, realiza-o, dispensando 
o auxílio do contribuinte.
Ao verificar informações falsas, documentos forjados ou, ainda, perceber no comportamento do 
contribuinte a existência de dolo, fraude ou simulação, a administração pública poderá proceder 
à revisão do lançamento por declaração ou por homologação por meio do arbitramento, de 
ofício, do valor da dívida tributária. 
Esse direito de arbitrar o tributo é exercido com fundamento no artigo 148 do CTN nos casos 
em que as declarações do sujeito passivo não possuem credibilidade pela autoridade pública ou 
sejam omissas:
11
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor 
ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante 
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam 
fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito 
passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação 
contraditória, administrativa ou judicial.
Figura 2 – O auditor deverá utilizar todos os elementos que complementem as informações 
necessárias para realizar o lançamento por arbitramento, na forma da lei.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Esta não é a única hipótese de alteração de lançamento efetuado. Com base no artigo 145 do 
CTN, o lançamento realizado pode ser alterado em virtude de:
a) impugnação do sujeito passivo, que recebe a notificação do lançamento e pleiteia a 
nulidade ou improcedência dele;
b) recurso de ofício apresentado pela fazenda contra a decisão favorável ao contribuinte; 
c) iniciativa da autoridade administrativa nos casos previstos no artigo 149 do CTN.
4.2.3 Suspensão da exigibilidade do crédito tributário
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na sustação temporária da possibili-
dade de cobrança do tributo pelo sujeito ativo, mas não dispensa o cumprimento da obrigação 
acessória. Nesse sentido, Kiyoshi Harada (2001, p. 364) afirma:
[...] a suspensão de exigibilidade de crédito tributário é sempre de natureza temporária. A 
suspensão não importa na desconstituição do crédito tributário que continua intacto desde sua 
constituição definitiva pelo lançamento, notificado ao sujeito passivo.
A lei prevê que a exigibilidade pode ser suspensa nos seguintes casos (artigo 151 do CTN): 
•	 moratória; 
•	 depósito integral do montante exigido; 
12 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
•	 reclamações e recursos legais, de acordo com a legislação reguladora do processo 
tributário administrativo; 
•	 concessão de medida liminar em mandado de segurança; 
•	 concessão de medida liminar ou tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
•	 parcelamento.
A moratória é a prorrogação do prazo para pagamento do crédito tributário, concedida pelo 
credor ao devedor, com ou sem parcelamento. A sua concessão em caráter geral depende de lei 
(artigo 97, VI, CTN) e a sua concessão em caráter individual depende de autorização legal, por 
despacho da autoridade administrativa.
A lei deverá especificar o prazo de duração do favor legal, as condições de sua concessão em 
caráter individual, os tributos a que a moratória se aplica, o número de prestações (em caso de 
parcelamento), seus vencimentos e as garantias a serem fornecidas pelo beneficiado.
A moratória, salvo disposição de lei em contrário, abrange somente os créditos definitivamente 
constituídos, não sendo aproveitada em caso de dolo, fraude ou simulação.
No caso do depósito integral, o sujeito passivo pode depositar o montante integral do crédito 
tributário, a fim de suspender a exigibilidade e evitar a execução fiscal. Outra vantagem desta 
hipótese é evitar a incidência de multa e juros moratórios, enquanto discute-se questão que afeta 
a exigibilidade do tributo.
O depósito pode ser efetuado previamente, antes da constituição definitiva do crédito, ou após, 
com o lançamento. Além disso, somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se o valor 
for depositado integralmente e em dinheiro, mas não se confunde com o pagamento. O depósito 
suspende a exigibilidade do crédito tributário, ao passo que o pagamento possui a finalidade de 
extinguir o crédito.
Na hipótese de reclamação e recursos legais, significa que o contribuinte pode, caso não venha 
a concordar com os termos do lançamento, manifestar seu descontentamento ou inconformismo à 
esfera administrativa. Nesse caso, ao ser apresentada a reclamação ou o recurso administrativo, 
suspende-se a exigibilidade do crédito tributário até a decisão administrativa definitiva, por interferir 
na propositura da execução fiscal, em face da suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
É possível também suspender a exigibilidade do tributo pela concessão de medida liminar em 
mandado de segurança, instrumento que assegura aos indivíduos a proteção de direito líquido 
e certo, lesado ou ameaçado, por ato de autoridade. Assim, em face de cobrança de tributo 
indevido, pode o contribuinte valer-se dele.
Cassada a liminar que inibe o Estado de promover a cobrança – o que pode dar-se na sentença, ou 
mesmo antes desta, a critério do juiz – restaura-se o direito do Estado de tornara cobrar seu crédito.
O contribuinte tem o prazo de 120 dias, a contar da ciência do ato de cobrança do tributo que 
considera indevido, para impetrá-lo. Ou deve impetrar o mandado preventivo, antes do ato, 
diante da ameaça de cobrança de tributo ilegal ou inconstitucional.
Outra forma judicial de suspender a exigibilidade do tributo é a concessão de medida liminar ou 
tutela antecipada em outras espécies de ação judicial, diferentemente do mandado de seguran-
ça. A tutela antecipada fundamenta-se na necessidade de evitar que, em decorrência da demora 
na prestação jurisdicional, qualquer das partes venha, no decorrer do processo, a sofrer danos 
ou perdas irreparáveis, ou de difícil reparação. É um provimento de pedido de antecipação da 
13
decisão de mérito no todo ou em parte, de forma provisória, antes de completar a instrução e o 
debate da causa-objeto da relação jurídica.
O parcelamento mencionado no artigo 151 do CTN é considerado tecnicamente espécie de 
moratória. Veja o que afirma Eduardo Sabbag (2012, p. 860):
O parcelamento é procedimento suspensivo do crédito, caracterizado pelo comportamento 
comissivo do contribuinte, que se predispõe a carrear recursos para o Fisco, mas não de uma 
vez. O que conduz tão somente à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e não à sua 
extinção. Extinção seria se “pagamento” fosse.
4.2.4 Extinção do crédito tributário
A extinção é o desaparecimento definitivo da exigibilidade do crédito tributário. As espécies são 
elencadas com base no artigo 156 do CTN: 
•	 pagamento; 
•	 compensação; 
•	 transação; 
•	 remissão; 
•	 prescrição; 
•	 decadência; 
•	 conversão do depósito em renda; pagamento antecipado e homologação do lançamento; 
•	 consignação em pagamento; 
•	 decisão administrativa irreformável; 
•	 decisão judicial passada em julgado; 
•	 dação em pagamento em bens imóveis; 
•	 confusão.
O pagamento consiste na entrega da quantia devida (do valor do crédito tributário) que o deve-
dor (sujeito passivo contribuinte, ou responsável) faz ao credor (pessoa política competente para 
arrecadar o tributo, ou Fazenda Pública) e corresponde ao cumprimento da obrigação tributária 
principal. Está disciplinado nos artigos 157 a 163 e 165 a 169 do CTN, sendo uma modalidade 
direta de extinção do crédito tributário.
São elementos essenciais do pagamento válido:
a) Local: a lei que instituiu a obrigação tributária deve fixar o local de seu pagamento. Na 
omissão legal, o local será o da repartição pública da pessoa competente para arrecadar 
o tributo, situada no domicílio do sujeito passivo.
b) Tempo: o pagamento deve ser efetuado no prazo fixado de vencimento para ser 
considerado válido. Na falta dessa regulamentação, o vencimento do crédito ocorrerá em 
30 dias após a notificação regular do sujeito passivo sobre a existência do lançamento.
14 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
c) Forma: a dívida tributária deve ser paga sempre em dinheiro, na falta de previsão legal 
diversa.
A imputação ao pagamento corresponde à escolha, por parte da pessoa obrigada, de indicar 
qual débito deve ser amortizado, quando houver dois ou mais débitos líquidos e vencidos devidos 
a um mesmo credor. A ordem legal para imputação ao pagamento é:
a) débitos na condição de sujeito passivo contribuinte;
b) débitos na condição de sujeito passivo responsável;
c) contribuições;
d) taxas;
e) ordem crescente dos prazos de prescrição; 
f) ordem decrescente dos montantes (valores) dos débitos.
A compensação corresponde à hipótese de duas pessoas serem, ao mesmo tempo, credoras e 
devedoras uma da outra, e também à possibilidade de suas obrigações serem extintas até onde 
se contrabalançarem, quando líquidas e certas.
No caso da obrigação tributária, as condições para que a compensação ocorra são:
•	 os créditos e débitos devem ser em relação ao mesmo ente federado;
•	 os créditos devem ser líquidos e certos;
•	 o débito deve ser vincendo; 
•	 a possibilidade de compensação deve ser autorizada por meio de lei expedida pela pessoa 
jurídica competente para instituir e alterar o tributo.
A transação é um acordo celebrado entre duas ou mais pessoas com a finalidade de extinguir 
uma pendência entre elas, prevista no artigo 171 do CTN:
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da 
obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em 
determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.
Em matéria tributária, a transação é a proposta de um acordo estabelecido pela administração 
pública por meio de lei. Nessa proposta, a administração visa colocar fim a um litígio (demanda 
judicial ou administrativa) que verse sobre pagamento de crédito tributário.
A hipótese de remissão consiste na dispensa do pagamento total ou parcial do crédito tributário 
vencido. Não se aplica às penalidades relativas à falta de pagamento desse crédito. As condições 
estão dispostas no artigo 172 do CTN: 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho 
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
15
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 155.
A remissão é efetivada por meio de despacho da autoridade fazendária, sendo necessária a 
apresentação de requerimento do sujeito passivo à autoridade pública, demonstrando que possui 
direito ao benefício. 
A prescrição corresponde à perda do direito de ação que permite exigir, por meios legais, deter-
minado crédito tributário. O CTN determina em seu artigo 174 que:
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da 
data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do 
débito pelo devedor.
A decadência é a perda da força de determinado direito pelo seu não exercício. Em matéria 
tributária, o prazo de decadência refere-se ao direito da Fazenda Pública constituir o crédito 
tributário. Isso quer dizer que o CTN estabelece um prazo para a Fazenda Pública exercer seu 
direito de constituir o crédito e, em não o fazendo, perde o direito de constituí-lo:
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) 
anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o 
lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso 
do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito 
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável 
ao lançamento.
O referido depósito, no caso da conversão do depósito em renda, é, por exemplo, o previsto na 
hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Trata-se de depósito queé realizado 
pelo sujeito passivo que deseja discutir a validade da cobrança total ou parcial do crédito tribu-
tário. A conversão do depósito em renda acontece quando, após a decisão judicial em favor da 
Fazenda Pública, o depósito judicial é convertido em renda da administração pública que, se no 
valor integral, extinguirá o débito.
O pagamento antecipado, com consequente homologação do lançamento, é forma de extinção 
que se refere aos créditos tributários provenientes de tributos sujeitos ao lançamento por homo-
logação ou autolançamento. O pagamento é considerado antecipado, pois o recolhimento aos 
cofres públicos é realizado antes da constituição do crédito pelo lançamento. Uma vez ocorrida 
a homologação, está extinto o crédito tributário.
A consignação em pagamento, espécie de ação judicial, extingue a obrigação do devedor para 
com o credor. A ação consiste no depósito judicial da coisa devida nas hipóteses em que a admi-
nistração pública recusa-se a receber o crédito tributário e tem o efeito do pagamento. A recusa, 
para legitimar essa possibilidade, deve ser injustificada ou em decorrência da subordinação do 
recebimento do crédito à outra exigência da Fazenda Pública, ou seja, a administração pública 
nos termos do artigo 164 do CTN:
a) subordinação do pagamento da quantia em discussão ao pagamento de outro tributo ou 
penalidade, ou ainda, ao cumprimento de obrigação acessória;
16 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
b) subordinação do recebimento da obrigação ao cumprimento de exigências administrativas 
sem precisão ou fundamento legal;
c) exigência do tributo por duas ou mais pessoas políticas que se entendem competentes 
para arrecadar o mesmo tributo ou tributo sobre o mesmo fato gerador. 
A decisão administrativa irreformável é aquela decisão pela administração pública competente 
que, após revisão de ato provocada ou de ofício, afasta definitivamente a possibilidade de co-
brança do tributo em discussão no procedimento administrativo. 
Figura 3 – A decisão administrativa irreformável que impõe o pagamento não impede o contribuinte de utilizar-se 
de outras medidas de suspensão ou extinção de exigibilidade pela via judicial, como no caso da liminar.
Fonte: Shutterstock, 2015.
A decisão judicial transitada em julgado corresponde à decisão proferida por juízo ou tribunal, 
à qual não cabe qualquer recurso, que afasta definitivamente a exigibilidade do tributo objeto 
da ação judicial.
A dação em pagamento em bens imóveis é a hipótese de que o devedor entrega ao credor, com 
anuência deste, coisa diversa de dinheiro em substituição à prestação devida, no intuito de ex-
tinguir sua obrigação. A Lei Complementar (LC) nº 104/2001 autorizou à União aceitar apenas 
bens imóveis como dação em pagamento de créditos tributários, não prevendo a aceitação de 
quaisquer outros bens ou serviços.
A confusão é a extinção do crédito quando, por um fato ou ato jurídico, as qualidades de credor 
e devedor se reúnem na mesma pessoa. A hipótese não possui previsão no CTN, mas, enquanto 
instituo jurídico, está presente no artigo 381 do Código Civil, e sua utilização é admitida pelo 
Poder Judiciário:
[...] No caso dos autos, apesar de o possuidor ser protegido pela imunidade tributária, como 
reconhecido pelo acórdão de origem, nessa parte mantido em razão da aplicação da Súm. 
nº 7 - STJ, é relevante notar que o Município de São Paulo é, ao mesmo tempo, proprietário 
do imóvel e titular do tributo cobrado. Haveria, nesse caso, uma espécie de confusão entre 
o credor e o devedor, restando indevido o tributo. [...] (Resp. 325.489-SP, rel. Min. Eliana 
Calmon, j. 19/11/2002) .
Para complementar o que você estudou, observe o exemplo descrito a seguir.
17
Caso	prático:
O município de São Paulo exigia o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) da Federação Uni-
versitária Paulista de Esportes (FUPE), que não era proprietária do imóvel, mas mera locatária. O 
locador do imóvel objeto do IPTU era o próprio município de São Paulo.
Para fins de compreensão da situação que se coloca, destaca-se que somente contribui para 
o IPTU o possuidor que tenha animus domini (intenção de agir como dono), conforme o artigo 
34 do CTN foi interpretado pelo STJ em diversas oportunidades. Ou seja, o locatário não é um 
possuidor a este título. 
Para fazer valer seus direitos, a FUPE promove uma ação judicial com a finalidade de descons-
tituir o crédito tributário e, por consequência, promover a extinção por meio de decisão judicial 
que deu origem ao Recurso Especial 325.489-SP no STJ. Em resposta, conforme transcrita acima, 
foi reconhecida a existência da confusão que tornava a exigência do tributo indevida. 
4.2.5 Exclusão do crédito tributário
A exclusão do crédito tributário é benefício fiscal que consiste na dispensa da exigibilidade de 
determinado tributo, por parte da Fazenda Pública. Nesse sentido, Eduardo Sabbag (2012, p. 
887) afirma: 
A exclusão do crédito tributário, por meio da isenção e da anistia, consiste na inviolabilidade de 
sua constituição, ou seja, são situações em que, mesmo ocorrido o fato gerador e a obrigação 
tributária, não haverá lançamento e, consequentemente, não haverá crédito tributário.
A isenção, prevista no artigo 175, inciso I, e regulada nos artigos 176 à 179 do CTN, é a dispen-
sa do tributo por força de lei. A isenção, em geral, é entendida como regra de direito excepcional 
capaz de subtrair pessoas ou bens da regra geral utilizada para a tributação. 
A isenção não permite a constituição do crédito tributário e deve sempre decorrer de lei que es-
pecifique as condições e os requisitos exigidos para a sua concessão. A norma de isenção deve 
ser sempre interpretada literalmente, não comportando aplicação por analogia. 
A concessão de isenção não importa dispensa de cumprimento das obrigações acessórias refe-
rentes ao tributo. É, portanto, um instrumento de exoneração do ônus tributário e pode ser:
•	 objetiva: quando concedida em função da matéria tributável;
•	 subjetiva: quando concedida em função da pessoa do contribuinte;
•	 geral: quando beneficia todos os contribuintes do território diretamente;
•	 individual: quando atinge determinados sujeitos passivos, mediante o requerimento do 
interessado e dependendo do deferimento;
•	 condicionada: quando a lei estabelece exigências a serem atendidas pelo sujeito passivo;
•	 incondicionada: quando a lei descreve a hipótese de concessão do benefício, sem estipular 
qualquer condição;
•	 certa: a lei determina que os contribuintes terão direito ao benefício por determinado 
prazo;
•	 indeterminada: a lei não determina um prazo certo para a duração do benefício concedido 
e pode ser revogada a qualquer tempo. 
18 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
A anistia fiscal é o perdão, tanto do ilícito tributário quanto da penalidade imposta ao contribuin-
te infrator do mandamento legal sobre a ausência de recolhimento do tributo. Deve ser concedi-
da por lei, em caráter geral ou de forma limitada, abrangendo tão somente as infrações cometi-
das antes da violência da lei que a concede. Somente a entidade tributante pode conceder, por 
meio de seu próprio legislativo, a anistia referente aos tributos que regula, arrecada e administra.
Com a concessão da anistia, o tributo continua sendo devido pelo contribuinte e, portanto, deve 
ser pago. Porém, será excluída a aplicação das penalidades aplicáveis à ausência total ou parcial 
do recolhimento.
Não se aplica a anistia:
•	 aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por 
terceiro em benefício daquele;
•	 às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, 
ressalvadas as disposiçõesem contrário. 
A partir do que você aprendeu sobre as obrigações tributárias, veja no tópico a seguir como é 
realizada a administração dos tributos.
4.3 Administração tributária
Como ocorre a fiscalização tributária dos sujeitos passivos? De que forma é exigido o crédito 
tributário constituído? Essas são as questões que serão respondidas com o estudo dos procedi-
mentos administrativos relacionados ao Direito Tributário. A administração tributária é definida 
como todas as ações integradas voltadas para a fiscalização e arrecadação tributária. De acordo 
com Eduardo Sabbag (2012, p. 911): 
A administração tributária traduz-se num conjunto de ações e atividades, integradas e 
complementares entre si, que almejam garantir o cumprimento pela sociedade da legislação 
tributária, que se mostra por meio da presença fiscal, quer no âmbito da facilitação do 
cumprimento das obrigações tributária, que na construção e manutenção da percepção de risco 
sobre o calculado inadimplemento. Essas ações e atividades se sustentam na normatização da 
legislação tributária e num conjunto integrado de sistemas de informação, alimentados por 
dados cadastrais e econômico-fiscais, fornecidos ao Fisco pelos próprios contribuintes ou por 
terceiros, mediante a apresentação de diversas modalidades de declarações.
A pessoa política, ao receber a competência tributária, obtém o direito de arrecadar e fiscalizar 
os tributos. Em matéria tributária, fiscalizar é o ato da autoridade administrativa que visa exami-
nar o recolhimento do tributo (obrigação principal) e o cumprimento dos deveres administrativos 
(obrigação acessória).
A obrigação acessória tem por finalidade fornecer elementos suficientes para que a autoridade 
administrativa possa verificar a situação fiscal do contribuinte. São exemplos: a inscrição nas 
repartições competentes, como o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); escrituração de 
livros e documentos fiscais; escrituração contábil; fornecimento periódico de informações sobre 
os tributos do contribuinte, como a Guia de Informação e Apuração (GIA) e a Declaração de 
Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF); recolhimento dos tributos em guias próprias, com 
o correto preenchimento dos códigos de arrecadação, etc.
19
Figura 4 – Exemplo de guia própria para recolhimento de tributos.
Fonte: BRASIL, 2015.
O exercício do poder de fiscalização se dá por meio de atos vinculados e, portanto, reputam-se 
submetidos aos estritos limites da lei. Por essa razão, a competência e os poderes das autorida-
des administrativas, em matéria de fiscalização tributária, são definidos na legislação tributária.
Essa legislação aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive as que 
gozam de imunidade tributária ou isenção de caráter pessoal (artigo 194 do CTN).
Sobre a legislação, vale ressaltar que o desenvolvimento da informática exige a atualização na 
interpretação da edição do CTN. Por exemplo: arquivo, na época, referia-se ao móvel, geral-
mente de aço, próprio para guardar documentos; hoje, esse termo alcança também as cópias 
dos registros comerciais e fiscais feitas em programas de informática (software).
Figura 5 – O prazo para a guarda de documentos sujeitos à fiscalização é variável e pode chegar a 30 anos.
Fonte: Shutterstock, 2015.
20 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
O prazo de guarda de documentos sujeitos à fiscalização varia conforme a legislação de cada 
tributo. Para os documentos relacionados às contribuições para o Fundo de Garantia por Tempo 
de Serviço (FGTS), até a decisão do STF nos autos do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 
nº 709.212, julgado em 13/11/2014, era de 30 anos.
Os livros obrigatórios comerciais (livros de contabilidade) e fiscais, e os comprovantes dos lan-
çamentos neles efetuados devem ser conservados até que ocorra a decadência ou a prescrição 
dos créditos tributários dessa forma registrados.
4.3.1 Fiscalização
O termo de fiscalização é obrigação imposta pelo CTN que exige da autoridade administrativa, 
ao iniciar a fiscalização in loco, o registro do início dessa diligência, lavrando o “termo de início 
de fiscalização”, que deve ser entregue ao contribuinte, especificando os livros e os documentos 
a serem exibidos no curso da fiscalização.
VOCÊ QUER VER?
O filme Mais estranho que a ficção, comédia romântica dirigida por Marc Foster, ilustra 
o tema estudado: um auditor visita uma padaria, que vem omitindo seus rendimentos, 
na tentativa de identificar corretamente o montante tributável.
Na esfera federal, o fiscal deve se identificar e em seguida apresentar esse termo, já que está 
autorizado pela Receita Federal, com os dados do contribuinte. Para tanto, deve imprimi-lo da 
página da SRF na internet.
Figura 6 – Ilustração de um exemplo de tela que aparece para o 
contribuinte ao consultar a regularidade de sua fiscalização.
Fonte: BRASIL, 2015
A legislação tributária aplicável fixará o prazo máximo para a conclusão dessa diligência.
É claro que o termo de início da fiscalização não pode exigir livros e documentos referentes a 
períodos já alcançados pela decadência. Esses termos são lavrados, sempre que possível, em 
livro próprio: na legislação do ICMS, no Livro de Termos de Ocorrências Fiscais, disciplinado em 
regulamento estadual etc.
21
Se, por falta de previsão da legislação tributária relativa a determinado tributo, não houver livro 
próprio, será entregue à pessoa sujeita à fiscalização uma cópia do termo assinada pelo fiscal.
A autoridade administrativa também pode exigir informações de terceiros à relação tributária, 
nos termos do artigo 197 do CTN:
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas 
as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;
III - as empresas de administração de bens;
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
V - os inventariantes;
VI - os síndicos, comissários e liquidatários;
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, 
função, ministério, atividade ou profissão.
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações 
quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em 
razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
As informações prestadas serão confrontadas com as fornecidas pelo contribuinte. Destaca-se 
que o parágrafo único exclui as informações sigilosas, que a lei obriga quem delas tomou co-
nhecimento, pelo exercício de sua função, a guardar segredo.
4.3.2 Dever de sigilo
É vedada a divulgação, para qualquer fim, por parte do Fisco ou de seus funcionários, de infor-
mações sobre a situação econômica ou financeira dos contribuintes, responsáveis ou terceiros. 
Essa obrigação é chamada de dever sigilo fiscal e está prevista no caput do artigo 198 do CTN:
[...] é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação 
obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de 
terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.
Entre os crimes praticados por funcionários públicos, encontra-se a violação de segredo funcio-
nal, isto é, divulgar a situação de fortuna ou os negócios dos contribuintes.
Os agentes públicos estão sujeitos a crimes específicos que podem ocorrer no exercício 
ilegal de suas funções. Além da violação de sigilo funcional, prevista no art. 325 do 
Código Penal, consulte os artigos 312 ao 327 do Código Penal, que contêm outros 
crimes passíveis de ocorrência, entreoutras situações.
VOCÊ QUER LER?
22 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
Os parágrafos do próprio artigo 198 do CTN, no entanto, apresentam situações excepcionais em 
que não incide o dever de sigilo: 
•	 requisição de informação por autoridade judiciária no interesse da justiça;
•	 solicitação de informação por autoridade administrativa no interesse da administração 
pública com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação;
•	 divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais;
•	 divulgação de informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
•	 divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória;
•	 intercâmbio de informação sigilosa no âmbito da administração pública, mediante 
entrega pessoal à autoridade solicitante e formalização da transferência, assegurada a 
preservação do sigilo.
Destaca-se que esta última hipótese de exceção ao dever de sigilo é coerente com o dever 
imposto às administrações públicas dos variados entes. As Fazendas Públicas da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios devem prestar-se, mutuamente, assistência para a 
fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma especificada por lei ou 
por convênio celebrado entre esses entes federados.
4.3.3 Inscrição em dívida ativa
A conta dívida ativa, na contabilidade pública, refere-se aos créditos da Fazenda Pública, em 
oposição à conta dívida passiva, que se refere a seus débitos (Lei nº 4.320/1964). 
A dívida ativa tributária é constituída por crédito dessa natureza, regularmente inscrito na repar-
tição administrativa competente. Esse ato de promover a inscrição pode ser definido como um 
procedimento administrativo que habilita a Fazenda a promover ação judicial para executar o su-
jeito passivo (contribuinte ou responsável), com um título líquido e certo, imediatamente exigível.
A inscrição em dívida ativa é regulada principalmente pelos artigos 201 a 203 do CTN e pelos 
artigos 2º a 5º da Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80). De acordo com o artigo 201 do 
CTN, depois de esgotado o prazo para pagamento do crédito tributário, estabelecido pela lei ou 
por decisão final proferida em processo regular, constitui-se a dívida ativa tributária regularmente 
inscrita na repartição administrativa competente, criando-se a presunção de liquidez e certeza 
do crédito tributário com o efeito de prova pré-constituída. A expressão “regularmente inscrito” 
refere-se a crédito que é de conhecimento da Fazenda Pública. 
Na medida em que essa presunção de liquidez e certeza é relativa, pode ser ilidida por prova 
inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. Essa liquidez e certeza 
constituem requisitos essenciais da certidão da dívida ativa, sendo defeso à Procuradoria, repre-
sentante da Fazenda Pública em juízo, acrescentar qualquer outro dado à certidão. 
O termo ou certidão de dívida ativa é emitido pela autoridade administrativa, com o intuito de 
atestar que o crédito corretamente apurado e lançado foi inscrito em livro próprio. Essa certidão 
deve conter os dados principais do procedimento administrativo que gerou o crédito inscrito. O 
CTN dispõe em seu artigo 202:
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, 
indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, 
o domicílio ou a residência de um e de outros;
23
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que 
seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da 
folha da inscrição.
A omissão ou erro nas indicações obrigatórias são causas de nulidade da inscrição da dívida 
ativa e do respectivo processo de execução fiscal. Contudo, a nulidade pode ser sanável. Neste 
caso, a regularização deve ser feita antes da decisão de primeira instância, mediante substituição 
da certidão. Nesse caso, devolve-se o prazo para defesa do executado. Por princípio da econo-
mia processual, essa defesa somente poderá versar sobre a parte modificada.
São inscritos em dívida ativa não apenas os créditos tributários, mas também os créditos não 
tributários (multas de trânsito, multas pelo exercício do poder de polícia etc.).
Na ausência de qualquer inscrição, o sujeito passivo pode solicitar uma certidão negativa de 
débitos (CND). De acordo com o artigo 205 do CTN:
Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, 
seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha 
todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de 
negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida 
e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.
A CND é o ato formal de comprovação da quitação de determinado tributo, quando exigível, ex-
pedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à 
identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócios ou atividade e indique o período 
a que se refere o pedido. Assim, consiste em um documento apto a comprovar a inexistência de 
débito de um contribuinte, em razão de um tributo ou um período específico.
Figura 7 – O contribuinte pode pedir certidão negativa de débitos por meio da página da SRF na internet.
Fonte: BRASIL, 2015.
A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será forne-
cida dentro de dez dias da data da entrada do requerimento na repartição.
24 Laureate- International Universities
Direito e Legislação Tributária
A certidão positiva com efeito de negativa é a prevista do artigo 206 do CTN, sendo aquela de 
que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva, em que tenha 
sido efetivada penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 
De acordo com o artigo 208 do CTN, a certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que 
contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expe-
dir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos, não excluída a responsabilidade criminal 
e funcional, se cabíveis.
4.3.4 Ilícito tributário
Procedimento lícito é o que está de acordo com a ordem jurídica. O procedimento ilícito é o que 
viola a ordem jurídica. O inciso I do artigo 188 do Código Civil determina que os praticados 
no exercício regular de um direito reconhecido não constituem atos ilícitos. Ao contrário, os atos 
praticados em exercício irregular serão considerados ilícitos, ou seja, abusivos de direito.
O ilícito tributário é ato decorrente da violação de legislação tributária, seja ela principal (o não 
pagamento do tributo) ou acessória (a não apresentação dos livros), e tem por consequência 
uma sanção administrativa, que pode ser: multa pecuniária; apreensão de mercadorias; pena 
de perdimento.
São espécies de ilícitos tributários:
•	 Infração	 tributária: decorre da inobservância da legislação tributária, como acontece 
com o pagamento incorreto de um tributo.
•	 Infração	 tributária	 e	 penal: ocorre quando o contribuinte vem a burlar a legislação 
com o objetivo de não pegar o tributo. O fisco irá apurar o tributo e aplicar a penalidade 
cabível, mas também haverá crime, como, por exemplo, de sonegação fiscal.
•	 Infração	penal: ocorre quanto o fato praticadoimplicar apenas violação à lei penal, 
como do fiscal que exige tributo que sabe indevido.
Para verificação das infrações administrativas, independe a intenção daquele que praticou o ato ou 
deixou de praticá-lo. Neste caso, o sujeito passivo pode ser o agente, ou ainda um terceiro, que é o 
responsável tributário e responderá patrimonialmente pelo descumprimento do dever jurídico.
As leis nº 4.729/1965 e nº 8.137/1990, trazem diversas infrações penais aplicáveis ao contexto 
tributário. Não são as únicas. Entre os crimes previstos na legislação brasileira estão: sonegação 
fiscal, fraude de informações ou documentos e conluio entre pessoas visando à sonegação.
As infrações penais tributárias têm natureza jurídica de crime e devem respeito às regras de Direi-
to Penal. A Lei nº 8.137/1990 definiu o ilícito penal tributário como o descumprimento de uma 
norma tributária, que tem por consequência uma sanção penal – penas de reclusão e detenção 
cumuladas, ou não, com penas de multa. Nas infrações penais vigora o princípio da responsa-
bilidade subjetiva, ligando diretamente o agente com o fato típico, antijurídico e culpável. Nesse 
caso, não existe responsável, somente é possível a figura da coautoria.
25
Síntese
Você concluiu o estudo referente à constituição do crédito tributário a partir de três perspectivas 
essenciais: a relação tributária, a possibilidade de exigência da prestação tributária e as ferra-
mentas disponíveis à administração pública para promover a arrecadação e fiscalização. Para a 
compreensão do tema estudado, você teve a oportunidade de:
•	 distinguir a obrigação tributária em obrigações acessórias e principais;
•	 identificar os elementos da obrigação tributária, incluindo sujeitos (ativo e passivo), causa 
(fato gerador) e objeto;
•	 compreender o regime legal da troca de informações entre o cidadão e o ente federal, o 
sujeito passivo e terceiro no dever de prestar informações e a administração tributária no 
dever de guardar sigilo sobre as informações que teve acesso;
•	 conhecer as possibilidades de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário, 
afetando a possibilidade de sua exigência pelo poder público;
•	 conhecer as modalidades de lançamento existentes: de ofício, por declaração e por 
homologação.
Síntese
26 Laureate- International Universities
Referências
ATALIBA, G. Hipótese	de	incidência	tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2002.
BORGES, J. S. M. À Guisa de Prefácio. In: ATALIBA, G.	Hipótese	de	incidência	tributária. 6. 
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990.
BRASIL. Constituição	Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constitui-
cao/constituicao.htm> Acesso em: 30 set. 2015.
______. Código Tributário Nacional. Lei	nº	5.172,	 25	de	outubro	de	1966. Dispõe sobre 
o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, 
estados e municípios. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm> 
Acesso em: 30 set. 2015.
______. Código Tributário Nacional.	 Lei	Complementar	nº	104,	10	de	 janeiro	de	2001. 
Altera dispositivos da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. – Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm>. Acesso em: 30 set. 2015
______.	Decreto	nº	982,	de	12	de	novembro	de	1993. Dispõe sobre a comunicação, ao 
Ministério Público Federal, de crimes de natureza tributária e conexos. Disponível em: < http://
www.jusbrasil.com.br/legislacao/113097/decreto-982-93>. Acesso em: 30 set. 2015
______. Código Civil. Lei	nº	9.430,	27	de	dezembro	de	1996. Dispõe sobre a legislação tri-
butária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta 
e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9430.htm 
>. Acesso em: 30 set. 2015
______. Superior Tribunal de Justiça. Recurso	Especial	nº	325.489-SP. Recorrente: Município 
de São Paulo. Recorrido: Federação Universitária Paulista de Esportes – FUPE. Relator: Eliana 
Calmon. Acórdão, 19 nov. 2002. D.O.U. 24 fev. 2003. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/
processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=383805&num_registro=
200100675055&data=20030224&formato=PDF>. Acesso em: 30 set. 2015.
CARVALHO, P. de B. Direito	tributário:	fundamentos	jurídicos	da	incidência. 10. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2015.
FORSTER, M. Mais	estranho	que	a	ficção. [Filme. Comédia]. Produção de Mandate Pictures. 
Direção de Marc Foster. Roteiro de Zach Helm. EUA, 2006, 113 min.
HARADA, K. Direito	Financeiro	e	Tributário. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MACHADO, H. de B. Curso	de	Direito	Tributário. 33. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
SABBAG, E. Manual	de	Direito	Tributário. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Bibliográficas

Outros materiais