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ATIVISMO JUDICIAL EM TEMPOS DE PANDEMIA O ativismo judicial e a judicialização são dois temas muito similares, porem são distintos. O ativismo judicial dá uma nova interpretação ao direito baseado no que não está regulamentado, é a novidade no mundo jurídico através da interpretação da norma pelo poder judiciário. Já a judicialização é uma interpretação da norma jurídica através do judiciário baseado em uma norma pré-existente, no entanto, o ativismo está criando e na judicialização já existe a norma. O ativismo judicial, manifesta uma aparência do intérprete, uma forma eficiente de interpretar a Constituição, enriquecendo o entendimento e alcance de suas normas, para ir além do legislador ordinário. A falta de capacidade institucional do Judiciário para decidir determinadas matérias, a legitimidade democrática e a politização da justiça contornam os riscos do ativismo judicial e da judicialização. Muitas pessoas acham que o ativismo judicial é um problema, portanto não é, ele tem sido parte da solução, porem o uso dele deve ser controlado, como tudo em excesso faz mal, com o ativismo judicial não poderia ser diferente. A nossa constituição de 88 é baseada no princípio da tripartição dos poderes de Montesquieu, na qual é a divisão do poder judiciário, legislativo e executivo. Esses três poderes são independentes e harmônicos entre sim, e para que eles funcionem da maneira em que eles devem funcionar eles devem ter o equilíbrio. Os poderes exercem função típica, mas também podem exercer função atípica. O ativismo judicial é muito criticado porque falam que ele está ultrapassando os limites da divisão entre os três poderes. O ativismo tem força justamente na mora ou na omissão de ser regulamentado ou de ser efetuado algum direito ou garantia fundamental, pois o judiciário tem como poder ser o guardião da Constituição Federal, então quando por alguma razão não teve regulamentação de algum direito ou garantia, seria papel do judiciário atuar nessa falha. Com isso é de se perceber que no ativismo é essa mora, é essa inexistência, ele dá uma nova interpretação ao direito baseado no que não existe, no que não está regulamentado. Por exemplo no caso em que o STF permite a criminalização da homofobia e da transfobia, não existia uma lei, o Legislativo não editou uma lei para criminalizar essa prática, essa questão foi trazida para o Judiciário e só a partir daí que o Judiciário entendeu que era crime aquela conduta e criou um novo tipo penal, vejamos que não seria papel do Judiciário criar leis e sim do Legislativo. Isso é o ativismo judicial, essa interferência no limite da divisão entre os poderes. Com a ajuda dos três poderes, diante do atual cenário, de forma harmoniosa, está proporcionando e acelerando a superação de novos problemas e problemas já existentes, de modo que torna mais fácil a tomada de decisões, impedindo assim consequências políticas, inclusive para impedir resultados injustos ou danosos ao bem comum ou aos direitos fundamentais. Com isso a corte constitucional só podendo agir dentro das possibilidades e dos limites abertos pelo ordenamento jurídico. As decisões que o Judiciário está vivenciando diante da presente realidade, elucida que ele pode ser utilizado para reparar ações e omissões na garantia da saúde e da vida dos cidadãos. O Judiciário está se colocando em ocorrências conflituosas, o que não deixa de ser uma de suas funções constitucionais. É imprescindível a atuação do ativismo judicial e da judicialização para solucionar os problemas, adaptar as leis ou promulgar novas para alcançar o avanço dos conflitos ocorridos na sociedade oriundos do estado de calamidade pública provocados pela covid-19.
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