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65
Resumos de Psicologia do Desenvolvimento do Adulto
1º semestre – 3º ano
	A base significa o início. Existe desenvolvimento normativo mas também há variabilidade a nível individual, apesar de partilharmos características comuns. Além da componente normativa, todos os períodos de desenvolvimento têm importância, salientando-se as fases mais iniciais, sendo que esta base, que corresponde aos primeiros anos de vida tem impacto no desenvolvimento e no que vem a seguir ao longo da vida. O desenvolvimento vai-se dando ao longo da vida e não apenas na fase da adolescência. O desenvolvimento não é fechado nos primeiros anos de vida e na adolescência, no entanto estes anos são fundamentais na estrutura do desenvolvimento, apesar de termos trajetórias mais desviantes que dificultam a mudança. Na idade adulta a variabilidade é menor.
Crítica: A perspectiva life-span é vista como um “motley and monolithic movement in which everyone is invited to contribute his/her voice to the songfest without any restrictions on melody, lyrics and arrangements” (Kaplan, 1983, p.193, cit.) (Movimento heterogéneo e monolítico em que todos são convidados a contribuir com o seu / sua voz para o festival de música sem quaisquer restrições à melodia, letras e arranjos).
Com algumas exceções, até à pouco tempo a psicologia do desenvolvimento era tida como a psicologia do desenvolvimento da criança.
Life Span Development Psychology
 (
“… 
the
 study of constancy and change in behavior throughout the life course (ontogenesis) from conception to death. The goal is to obtain knowledge about general principles of life-long development, about inter-individual differences and similarities in development, as well as about the degree and conditions of individual plasticity or modifiability of development” (
Baltes
, 1987, p.611)
) 
( “O estudo da constância e da mudança no comportamento ao longo da vida (ontogénese) desde a concepção até à morte. O objectivo é obter conhecimento sobre os princípios gerais do desenvolvimento ao longo da vida, sobre as diferenças e semelhanças inter-individuais no desenvolvimento, bem como o grau e as condições de plasticidade do indivíduo ou mudanças de desenvolvimento”)
Na perspetiva deste autor, aquilo que estudamos é a mudança comportamental e o objetivo é compreender os princípios normativos, como também a variabilidade individual, importante na idade adulta (é maior na fase adulta), pois nem tudo é determinado nos primeiros anos de vida, sendo que há sempre ganhos e perdas ao longo desta.
A teoria do Life-span é uma das principais teorias sobre o desenvolvimento dos indivíduos. Esta defende que:
· Nenhum período é considerado mais importante, pois a abertura à mudança varia de pessoa para pessoa;
· Em todas as idades, diversos processos de desenvolvimento estão em ação, a diferentes ritmos;
· Nem todos os processos de desenvolvimento estão presentes à nascença.
· A fase inicial do desenvolvimento até à adolescência é caracterizada por mudanças rápidas (físicas e competências) relacionadas com a idade; 
· Durante a idade adulta, embora certas mudanças passem a ser mais lentas, as capacidades e competências dos indivíduos continuam a desenvolver-se à medida que estes se adaptam ao meio, assim, na adaptabilidade há um ajustamento positivo quando nós nos adaptamos ao nosso meio. 
Baltes et al., 2006
A abertura à mudança varia de pessoa para pessoa. Nesta perspetiva, nenhum período é mais importante que outro, os processos apenas ocorrem a diferentes ritmos e em diferentes idades, não podendo ser tudo marcado nos primeiros anos de vida.
Nestes primeiros anos até a adolescência, ocorrem mudanças mais rápidas e mais visíveis, o que não significa que não ocorram mudanças na idade adulta. O ajustamento positivo, adaptabilidade, significa que nos adaptamos ao nosso meio. Na idade adulta há mais trajectórias de desenvolvimento.
	
· O desenvolvimento é multidimensional no sentido que é afectado por factores biológicos, psicológicos e sociais/culturais. 
· O desenvolvimento humano é complexo, não podendo ser compreendido apenas à luz de uma disciplina científica: multidisciplinariedade (ex: psicologia, sociologia, economia...) (Sociologia – representação dos papéis parentais).
· O desenvolvimento é multidirecional, no sentido em que não é apenas ganhos (crescimento) mas também implica perdas (declínio) ao longo do tempo e, em cada domínio do desenvolvimento (e.g. jovem casal com um recém-nascido (ganho), mas frequentemente reportam perdas ao nível da relação do casal; as competências linguísticas, nomeadamente o vocabulário das pessoas tende a aumentar ao longo da vida, mas os tempos de reacção aos estímulos tendem a diminuir).
· Os indivíduos podem melhorar as competências que possuem e desenvolver novas, nomeadamente no sentido de compensar perdas noutras (Freund & Baltes, 2000).
· Existe também plasticidade no desenvolvimento dos indivíduos e contextualismo.
Plasticidade do Desenvolvimento
	Muitos aspectos do desenvolvimento podem ser modificados, mas existem limites. Gradualmente a plasticidade diminui, dado que tanto as capacidades, como as oportunidades para a mudança tornam-se limitadas (a janela da mudança vai diminuindo com o tempo devido ao processamento da informação, mecanismos de defesa…).
· Variabilidade entre os indivíduos.
Ex: jovens que entram na idade adulta com problemas de abuso de substâncias podem ultrapassá-los e tornar-se adultos mais ajustados.
Na plasticidade, é importante fazer canalização, ou seja, deve existir maior plasticidade nos primeiros anos de vida (mudança) e depois afunilar essa plasticidade. Quanto mais desviantes são as trajetórias iniciais, menos normativo é, mais afunilamos as nossas trajetórias e isso resulta em menor ajustamento.
O desenvolvimento é influenciado por diversas forças que integram entre si – contextualismo (Baltes, 1987):
· Influências normativas da idade;
· Influências normativas da história;
· Influências não normativas.
Influências normativas da idade
· Experiências relacionadas com a idade e vivenciadas pelos adultos de cada geração à medida que envelhecem (dado que somos todos membros da mesma espécie a passar por um processo natural de envelhecimento).
· Mudanças partilhadas por todos, dado que somos membros da mesma espécie a passar por um processo natural de envelhecimento.
Ideia do relógio biológico
Existem mudanças facilmente visíveis (cabelo a tornar-se branco, pele a ficar com rugas...), outras não tanto, como a perda do tecido muscular. O ritmo a que ocorrem é variável, sendo diferente de indivíduo para indivíduo (por exemplo, um toxicodependente tem um relógio mais acelerado, ou seja é influenciado pelo estilo de vida levado). São experiências partilhadas.
Relógio social
	Define a sequência das experiências normais de vida do adulto, como o timing de terminar a escola, casamento reforma. Existe um alargamento social do timing destas experiências e os adultos estão bem conscientes do mesmo (o “eterno” estudante; o adulto de meia idade que ainda vive com os pais), pois uns são mais aceites que outros. O relógio social representa o conjunto de experiências normativas a nível social, associadas a várias fases.
	As vidas dessincronizadas com as expectativas/timings pode repercutir-se negativamente nos indivíduos, por exemplo a nível da autoestima.
	Outra manifestação deste “relógio” é o padrão de experiências associadas com a vida familiar.
	Ex: o nascimento de uma criança marca o início de um padrão fixo de experiências partilhadas com outros pais e que acompanham os períodos de desenvolvimento dos filhos.
	Processos internos de mudança relacionado com o modo como responder às pressões dos relógios sociais (ex.: traços masculinos vs traços femininos).
Influências normativas da história
	Dizem respeito às experiências resultantes de acontecimentos históricos que moldam o desenvolvimento do adulto.
Temos de ter em conta o contexto cultural e histórico, e ver que marcos ocorreram e a sua adequabilidade.
	Cultura – influências diversasno desenvolvimento (idade expectável para casar, ter filhos; numero de filhos ou mulheres, papéis dos homens e das mulheres).
	Cohort – grupo de pessoas que nasceram numa “determinada janela de tempo” e que partilham as mesmas experiências históricas na mesma etapa de vida. Numa mesma cultura, cohorts sucessivas podem ter experiências de vida muito diferentes.
Ex.: crianças filhas de pais que morreram no 11 de Setembro – todas tiveram experiências de vida muito diferentes do normal depois deste dia, dentro das que o vivenciaram umas continuaram com a sua vida mais ou menos normal, outras tiveram que assumir o papel de “mais velho” e de pai, etc. Houve uma maior resiliência, sendo que alguns jovens tiveram de assumir papéis fora do timing normal; houve um desenvolvimento do sentimento de insegurança.
Vítimas do furacão Katerina – depois do furacão desenvolveram maiores sintomas de stress, ansiedade e consumo de substâncias.
Assim, a história influência a vida que seguimos, sendo que estes acontecimentos dependem da fase do desenvolvimento e as características do indivíduo.
Há acontecimentos “Macro” que moldam o desenvolvimento do adulto (dependendo do indivíduo). Estes variam com os constrangimentos – factores stressores sob o desenvolvimento (ex.: não ter dinheiro para alimentar os filhos).
Influências não normativas
	Resultam de aspectos únicos que não são partilhados com os outros indivíduos (pelo menos, não de modo significativo).
	Ex: diferenças genéticas (características físicas, desordens genéticas), personalidade. A morte de um cônjuge no início da vida de um casal é uma influência não normativa. Assumir responsabilidades parentais de um neto. Iniciar um negócio aos 65 anos.
	Existe a importância do timing em que ocorrem, uma vez que as experiências que ocorrem no timing colocam menos dificuldades ao individuo, comparativamente com as que ocorrem fora de tempo.
Idade. Estamos sempre a falar do mesmo?
Diversas “idades” têm sido identificadas, ilustrando diferentes dimensões do desenvolvimento do adulto (Brjorklun, 2011): 
Idade cronológica – mais saliente nos primeiros anos de vida, à medida que avançamos no desenvolvimento na idade adulta, existe maior variabilidade entre as pessoas da “nossa idade”. Está relacionada, mas “não causa” as mudanças desenvolvimentais. 
Ex.: Idade para começar a conduzir, beber álcool, votar...
Idade biológica – medida de condição física do adulto (sistemas vitais). “ela tem uma memória de um adulto de 50 anos”. Está dependente da idade cronológica: esta afirmação pode ter 2 interpretações diferentes.
Idade sociocultural – papéis que um indivíduo assume numa determinada fase da sua vida, comparativamente com os outros membros do seu grupo social e cultural. É especialmente importante para compreendermos muitos dos papéis que adoptamos a nível da família e do trabalho – importância da autoestima e personalidade.
	Ex: mulher que é mãe aos 40 anos; jovem de 23 anos que trabalha a tempo inteiro, estuda, e envia dinheiro para casa para contribuir com as finanças familiares.
Idade psicológica – medida em que o adulto tem capacidade (competências psicológicas como memória, sentimentos e motivações) de se adaptar e lidar de modo eficaz com o meio.
	Ex: adulto de 30 anos que não é capaz de pagar a conta da eletricidade, porque preferiu antes comprar roupa, e frequentemente chega atrasado ao trabalho porque adormece – funciona como um adolescente e claramente abaixo da sua idade cronológica.
	Considera-se ainda a idade funcional, em que as idades biológica, psicológica e social são consideradas num todo e diz-nos até que ponto o individuo “funciona” bem enquanto adulto, comparativamente com os outros – integração das diferentes idades do indivíduo.
Research in Developmental Science
	Estudos de caso permitem perceber de forma mais profunda o individuo, mas não posso estudar 1 grupo. Recolher dados de diferentes fontes, de forma a cruzar informação para obtermos conclusões mais fiáveis.
· Longitudinal – estudar 1 individuo ao longo do tempo;
· Cross section – comparar 2 faixas etárias;
· Sequenciais – estudar longitudinalmente e com faixas etárias.
Objetivos da Ciência do Desenvolvimento
· O quê? Quando? Servem para descrever
· Porquê? Como? Servem para compreender
· Para que fim? Serve para intervir 
Assim é possível descrever, perceber e intervir no desenvolvimento humano.
Métodos da Recolha de Dados
	Nenhum método, individualmente, consegue responder a todas as questões sobre o desenvolvimento humano, dependendo dos objetivos e daquilo que o investigador quer medir.
· Observações em meio natural (naturalistas);
· Observação Laboratorial
· Questionários/entrevistas;
· Estudos de caso
Observações em meio natural
Observar e registar o comportamento no decursos de acontecimentos do dia a dia. É uma forma direta para reunir informações objetivas, exprimindo a complexidade do comportamento humano.
Desvantagens:
· Indivíduos sob observação podem comportar-se de forma diferente;
· Enviesamentos por parte do observador;
· Risco de perder informação;
· Elevado tempo investido.
Observações laboratoriais
Observa o sujeito em laboratório durante a execução de determinadas tarefas. Este tipo de observação não se aplica tanto no desenvolvimento do adulto, pois os sujeitos sob observação podem comportar-se de forma diferente.
Entrevistas (aberta ou estruturada)
Uma das medidas mais utilizadas é a entrevista, pois há maior probabilidade de explorar processos individuais. Permite que os entrevistadores esclareçam dúvidas e explorem respostas. Muito usadas para estudar adultos.
Desvantagens:
· Desejabilidade social;
· Enviesamentos por parte do entrevistador;
· Elevado tempo investido;
· Grande quantidade de informação, que por vezes não é fácil de analisar.
Questionários
Normalmente os questionários são usados em grupos de grandes dimensões, para recolher dados sobre atitudes, interesses, valores e variados tipos de comportamento.
A validade está relacionada com a forma como a amostra é representativa da população alvo. Pode existir, como enviesamento, a desejabilidade social.
Estudos de Caso
· Obtemos a “imagem” completa e profunda de um indivíduo ou de um pequeno grupo de indivíduos, a partir da combinação de diferentes métodos, como as entrevistas, observações ou testes psicológicos.
· É muito útil quando queremos estudar um fenómeno em específico/raro.
· Grandes estudos permitem a existência de novas áreas de estudo, usando outros métodos.
Vantagens:
· Informações mais aprofundadas; importante para situações incomuns.
Desvantagens:
· Normalmente não generalizados a outros casos, centram-se num caso em especifico;
· Elevado tempo investido;
· Perda de informação ou más interpretações.
Estudos de Correlação
· Determina relação ou associação entre duas variáveis;
· Avalia a força e direção da relação;
· Não demonstra relação causa-efeito. 
Estudos experimentais
· Objetivo: descobrir relação causal entre variáveis;
· Investigadores introduzem, de forma deliberada, uma alteração numa situação cuidadosamente estruturada, de forma a observar as consequências dessa mudança;
· Distribuição aleatória de participantes para controlar – grupos experimentais e de controlo;
· Manipulação da variável independente;
· Criticismo advém do facto de: várias variáveis não podem ser estudadas experimentalmente e resultados não generalizados além do laboratório.
Design Cross Section – Estudos Transversais 
	Participantes de diferentes idades são estudados na mesma altura, em que cada individuo é avaliado apenas uma vez.
	Efeito de coorte – não é possível dizer as sequências de mudança com a idade ou sobre a consistência do comportamento individual ao longo do tempo, mas podem revelar diferenças nas idades.
	Não devem ser usados grupos de idades, mas sim estádios de vida (e.g. comparar casais com e sem filhos, de forma a observar os efeitos da paternidade na relação do casal).
 
Figure 1: Exemplo de Design Cross Section
Design Longitudinal – Estudo Longitudinal
· Investigadoresestudam os mesmos indivíduos de forma repetida em diferentes períodos de tempo, tirando medições sobre os seus comportamentos ou interesses.
· É pedido aos participantes para que contem as mudanças relacionadas com a idade.
· Os participantes são do mesmo grupo (cohort – aumenta a probabilidade de que a mudança observada não é devido a influencias normativas da história).
· Desvantagens: Muito tempo investido, o qual pode levar à desistência de alguns participantes.
 
Figure 2: Exemplo de Design Longitudinal
 (
Este foi um estudo desenvolvido para avaliar o desenvolvimento da auto-estima em jovens adultos.
)
Design Sequencial – Estudos Sequenciais
Combina os aspectos positivos de ambos os designs acima referidos, uma vez que faz um estudo de forma semelhante ao longitudinal mas com diversas faixas etárias.
Figure 3: Exemplo de Design Sequencial
Realização de Pesquisas de forma Ética
· Cientistas devem respeitar e comportar-se sempre de acordo com os níveis mais elevados de integridade e conduta ética;
· Investigadores não devem inventar e criar dados. Não devem selecionar dados que pensam ser mais apelativos ou de acordo com o que espera, ou assumir dados e resultados como seus, quando não o são;
· Psicólogos devem ler os princípios de conduta ética da APA;
· Proteção aos danos;
· Consentimento informado;
· Confidencialidade;
· Conhecimento dos resultados;
· Evitar o engano – se os participantes têm de ser enganados, o investigador deve explicar a verdadeira natureza do estudo, o mais rápido possível.
Teoria Psicodinâmica – desenvolvimento da identidade
Quem sou eu? Erikson (1968; 1980; 1982)
Erikson formulou a sua teoria a partir das ideias básicas de Freud, com diferenças em alguns aspectos:
· Enfâse nos factores sociais e culturais;
· Processo de desenvolvimento como um contínuo ao longo da vida, ao invés de terminar na adolescência (idade de maturidade sexual);
· Um modelo de tempo de vida (life-span) do desenvolvimento humano, que inclui 8 estágios psicossociais;
· Acreditava que o maior desafio de vida era a busca pela identidade: quem sou eu?
No fundo defende que o indivíduo não é só resultado do processo de maturação
Desenvolvimento Psicossocial
	A grande tarefa é a construção de identidade “Quem sou eu?”, não sendo apenas um processo de maturação. Foi das primeiras teorias de desenvolvimento, do nascimento até à idade adulta.
· Os estágios emergem num padrão fixo (sendo estes 8); 
· Cada estádio é marcado por um aspecto distintivo do desenvolvimento:
· uma crise que o indivíduo deve resolver de forma a prosseguir para o próximo estádio;
· a resolução pode ser positiva ou negativa, ou seja, mais ou menos ajustada
· Ou seja, cada um tem uma crise/catástrofe e uma tarefa de desenvolvimento.
· O termo crise é usado com um sentido de desenvolvimento – não como uma catástrofe mas como um ponto de viragem (oportunidade de mudança);
· Cada uma destas “crises” tem uma forma potencial com um caminho mais ou menos saudável, ou seja, mais ou menos ajustado, e serve de base para o desenvolvimento mais tarde;
· De acordo com Erikson (1959), o indivíduo não pode ser compreendido além do seu contexto sociocultural:
· maturação física escreve o calendário geral;
· a cultura fornece o contexto em que se resolve a crise, bem como as ferramentas para fazê-lo.
Tem 8 estádios sucessivos, ou seja, um fornece as bases do seguinte, e todos eles marcados por uma crise, a qual pode ser resolvida de forma mais ajustada ou menos ajustada. Independentemente da forma como resolve, o individuo segue sempre o caminho do desenvolvimento.
1. Confiança vs Desconfiança – construção de relações interpessoais, com confiança ou não nas figuras parentais/de vinculação;
2. Autonomia vs vergonha (2 anos de idade)
3. Iniciativa vs Culpa – extensão da autonomia. Ter iniciativa para adquirir competências e fazer ajustamento dos meios, havendo mais interação relacional; birras e marcação da sua posição
4. Industry vs Inferioridade – Construção e aquisição de competências cognitivas e sociais; processos de atomização (e.g. birras); entrada na idade escolar, ajustamento aos meios;
5. Identidade vs Confusão – Adolescência
· Estabelecimento de um sentido claro de quem somos e como nos ajustamos no mundo à nossa volta (quem sou e como me encaixo no grupo) vs falha para formar um identidade estável e segura; ideologia, o que nós queríamos ser;
· Envolve refletir sobre as nossas características, habilidades, interesses e explorar opções disponíveis na nossa cultura (que nos dá um contexto no qual resolvemos as crises), tentando diferentes possibilidades e fazendo um compromisso, em diferentes áreas, como o amor.
· Surge uma identidade clara que serve como base para compromissos posteriores, na idade adulta.
· Importância da qualidade das relações, com base em experiências anteriores (identificações com os pais e/ou outras pessoas significativas) – é o resultado de muitas interações com pessoas significativas.
· Moratório psicossocial – as responsabilidades da idade adulta são adiadas, tentando várias possibilidades.
6. Intimidade vs Isolamento – Jovem Adulto
· Jovens adultos esforçam-se para criar relações de amizade fortes e íntimas e conseguir amor e companheirismo com outra pessoa;
· Homens e mulheres devem aprender a ser íntimos (física e emocionalmente) com outro adulto (casamento);
· Questões anteriores de desenvolvimento devem ser resolvidos, de forma a se tornarem íntimos (para desenvolverem uma identidade forte na adolescência). Devem ser de confiança, autónomos, com capacidade de iniciativa e, mais importante, compreenderem-se a si próprios. Deve haver uma partilha de experiências entre ambos;
· Falhas na intimidade podem levar a um sentimento de angústia relativamente ao isolamento e solidão.
		Construção de reações íntimas (amizade, namorados). Existe intimidade física mas também emocional, através da partilha de experiências. A solidão dá origem a sentimentos de angústia. As vezes, sente-se solidão mesmo que se tenha algúem, se não houver partilha de experiências. Numa relação ajustada não há fusão de 2 pessoas numa só, a identidade de cada um mantem-se.
		Se as tarefas anteriormente tiverem sido resolvidas de forma positiva, torna-se mais fácil esta fase.
7. Generatividade vs Estagnação - Adulto
· O desafio é manter-se produtivo e criativo em todos os aspectos da vida;
· Generatividade (conquista, realização, ser produtivo) inclui responsabilidades, como cuidar dos filhos e da produtividade no trabalho;
· Os indivíduos que negociaram com sucesso as etapas anteriores, são suscetiveis de encontrar sentido e alegria em diferentes aspectos da sua vida; para outros a vida torna-se estagnada;
Tarefa de nos mantermos produtivos e criativos (no trabalho, educação...) e assumir responsabilidades e investir em gerações futuras – foco na parentalidade. A estagnação é algo negativo. Estudos mostram que adultos ativos mantêm investimento nas gerações futuras.
8. Integridade vs Desespero – Adulto em final de vida
· As pessoas devem ter consciência da aproximação da morte à medida que envelhecem;
· Tentam dar significado às experiências anteriores e assegurar-se de que a sua vida foi significativa (integridade do ego);
· Indivíduos que atingem toda a maturidade possuem integridade para lidar com a morte com o mínimo de receio;
· Os que não atingem a maturidade, desesperam sobre os objetivos não alcançados e vidas mal gastas.
· sentem que fizerem muitas decisões erradas;
· oprimidos com amargura, derrota e falta de esperança.
Forma como adulto olha para o seu percurso e reflete sobre as suas escolhas. Dar significado a experiências positivas e negativas, fazendo um balanço positivo (lembrar ex novelo de lã – quando desfazemos um novelo de lã, no meio existem alguns nós, mas não deixamos de desfazer o novelo por causa disso).
Ciclo de vida da família (Carter & McGoldrick, 1989)
· As famílias passam por uma série de estádios, tal como os indivíduos, desde a altura em que se formam até se dissolverem. Entramos numa famíliapelo nascimento, adopção e casamento e só saímos pela morte.
· Os tempos mudaram, e.g. o aumento da probabilidade de ser avó, disrupção matrimonial devido ao divórcio e não por causa da morte, maior probabilidade de voltar a casar; os papéis da mulher;
· Como um sistema em movimento ao longo do tempo, a família tem propriedades diferentes e específicas, comparativamente com outros sistemas (e.g. incorpora novos elementos apenas pelo nascimento, adoção ou casamento, e esses elementos partem apenas devido à morte).
· O valor principal da família são as relações, que não são emocionalmente substituíveis (pai sai, entra o padrasto), apesar de poderem ser substituídos na parte funcional;
· O estatuto dos membros – escolha dos membros; responsabilidade;
· Durante o período de vida dos membros, as mudanças ocorrem em papéis familiares, nas relações entre cônjuges e entre pais e filhos, irmãos.
· Famílias nucleares como sistemas emocionais reagindo ao passado, presente e futuro
· três gerações;
· necessidade de se acomodar às transições do ciclo de vida, simultaneamente.
· Factores protectores vs Factores stressantes (pontos de transição, eventos imprevisíveis, padrões familiares, legados, sociais, económicos, políticos).
Ciclo de vida da família – conjunto de passos ou padrões previsíveis e experiência de tarefas de desenvolvimento familiar, ao longo do tempo.
Estádio familiar – período de tempo na vida de uma família que tem uma estrutura única.
· As pessoas entram nos estágios em diferentes alturas, por exemplo, ser mãe aos 18 é diferente de uma mulher que é mãe aos 30 ou aos 41 anos de idade;
· Expansão, contração e realinhamento do sistema relacional, de forma a suportar a entrada, saída e o desenvolvimento de membros da família de uma maneira saudável.
Os estádios do Ciclo de Vida da Família
1. Aceitar responsabilidade da minha vida: autonomia e responsabilidade;
2. Juntar 2 famílias pelo casamento. Formação do sistema do casal, outras componentes da família de origem que tenho de realinhar;
3. Família com crianças pequenas. Necessidade de ajustamento do casal na entrada de um terceiro elemento. Tarefas práticas e financeiras. Entrada na creche e regresso ao mercado de trabalho. Conflito trabalho-família. Sentimentos de culpa por deixar bebé e ir trabalhar. Papel dos avós;
4. Famílias com adolescentes. Flexibilização das normas da família, promover/ajustar-se às necessidades de liberdade do adolescente. Fragilidades dos avós. Fase de exploração, interesse porque pode incorporar novas vivências e valores.
5. Saída dos filhos (jovens adultos). Saídas e entradas no sistema familiar que têm de ser bem lidada. Aceitar bem a saída dos filhos, fases de adaptação. Estudos indicam que relação do casal melhora. Entre de elementos, passar para 3 gerações (marido dos filhos, netos...)
6. Famílias no fim de vida. Fim do ciclo de vida, idosos necessitam de mais suporte na família. Perda de pessoas próximas.
Divórcio – Deslocamentos do Ciclo de Vida da Família
Divórcio:
· Decisão de se divorciar;
· Planear a separação do sistema;
· Separação
· de luto pela perda da família intacta;
· ajustamento nas mudanças da relação pai-filho e pai-mãe;
· evitar discussões conjugais interferirem na cooperação de pais para pais;
· estar conectado à família extensa;
· gerir dúvidas sobre a separação e comprometer-se no divórcio.
· O divórcio – nova realidade: pais solteiros.
Voltar a casar (famílias reconstruídas)
1. Entrar numa nova relação
· completar o divórcio emocional da relação anterior;
· desenvolver compromisso de um novo casamento.
2. Conceituar e planear um novo casamento e família
· planeamento de relações de cooperação co-parental com ex cônjuge;
· planeamento de como lidar com conflitos de lealdade das crianças envolvendo pais e padrastos;
· adaptação à ampliação da família extensa/alargada.
3. Voltar a casar e reconstruir família 
· realinhamento das relações dentro da família, deixando espaço para novos membros (novos papéis – casal, madrasta, padrasto);
· partilha de memórias e histórias, permitindo a integração de todos os novos membros.
Emergência da Adultícia
Teoria da Emergência da Adultícia (e.g. Arnett, 2000, 2004, 2006, 2011)
Para certos autores, houve a necessidade de alterar as teorias ciclo de vida, de forma a explicar o comportamento dos jovens de hoje, pois têm surgido grandes mudanças, comparativamente com décadas atrás e o caminho até a vida adulta é mais longo (por volta dos 30 anos). O que se fazia aos 20 anos (casar, ter filhos) agora, cada vez mais, se faz aos 30.
 (
“
It should not be viewed as one emerging adulthood, but many emerging adulthoods
. Emerging adults around the world share demographic similarities, in that they wait until at least their late 20s to enter stable adult roles, and they may share developmental similarities such as focusing on identity exploration. 
However their experiences are likely to vary by cultural context, educational attainment and social class
” (Arnett et al., 2011)
)De acordo com Arnett, indivíduos entre os 18 e os 25 anos (agora 29), em cidades industrializadas, não assumiram papéis da idade adulta mas já não são adolescentes, havendo necessidade de procurar características que os distingam dos adolescentes e dos adultos. Não é só um período de transição, como também um novo estádio de vida – marcada pela mudança e exploração de possíveis percursos de vida.
Esta é a idade de:
· exploração da identidade, tentar várias possibilidades, especialmente no amor e no trabalho;
· instabilidade;
· a idade mais auto-focada;
· “feeling in between”, nem adolescente, nem adulto;
· possibilidades (oportunidade de transformarem as suas vidas). Parte do futuro já foi decidida.
Não há apenas 1 emergência da adultícia, existem várias formas de as experienciar. Não é uma fase de transição porque tem características típicas e que ocorrem especificamente nesta fase, sendo assim uma teoria recente que foi criada para acompanhar as características sociodemográficas atuais. Há grande variabilidade de sentimentos característicos desta fase.
É um período em que diferentes direcções se mantêm como uma opção, pois muito pouco acerca do futuro já foi decidido. É um período tido como significativo que os adultos recordam. Há assim uma semi-autonomia, onde nada parece ser normativo.
Exploração da identidade
· O processo de formação de identidade começa na adolescência, mas intensifica-se na emergência da adultícia;
· Mais independentes dos pais, mas sem compromissos duradouros típicos da idade adulta;
· É quando os jovens exploram possibilidades para as suas vidas numa variedade de áreas, como o amor e o trabalho. Aprendem mais sobre quem são (capacidades e limitações, crenças e valores) e o que querem da vida, movendo-se em direção a escolhas duradouras. É importante a escolha do percurso académico;
· É a fase com maior abertura e mais possibilidade para escolher novos caminhos.
A formação da identidade inicia-se na adolescência e continua, sendo mais intensa na emergência da adultícia. Há também quem tenha mais dificuldades em definir a sua identidade e em explorar (dificuldade em perceber como são e como se encaixam no mundo). Esta exploração da identidade antes de tomar decisões de “adultos” influencia a perspectiva acerca do amor, trabalho e visão do mundo.
Exemplo: AMOR
	O nível de intimidade é diferente na adolescência e nesta fase. Procuram o que querem num futuro parceiro (“que tipo de pessoa sou eu, e que tipo de pessoa seria a melhor para ser companheiro de vida?”). Aquilo que agora procuram no outro é diferente do que procuravam na adolescência.
Trabalho
	A nível de trabalho, procuram encontrar algo que os satisfaça pessoal e financeiramente.
· Fase de exploração mas também de divertimento. Pessoas nesta fase são livres de uma forma que não serão a partir dos 30 anos de idade.
· Mudanças graduais. Uns constroem processos mais rapidamente.
Não se limitam a uma directa preparação, há uma exploração – “Em que sou bom? Que trabalho me satisfazia a longotermo?”.
Visão do mundo
	Aspectos de desenvolvimento cognitivo – uma visão do mundo (conjunto de crenças e valores) aprendida na infância e na adolescência, é muitas vezes examinada à luz de diferentes visões a que o indivíduo é exposto.
Instabilidade
· Exploração dos adultos emergentes e das suas escolhas movediças.
· entrada na faculdade e escolher um mestrado, depois descobrir que o mestrado não é aquilo que estavam à espera; trabalhar após a faculdade, mas dois anos depois perceberem que precisam de mais educação a nível académico.
· Maiores taxas de mudança residencial, comparativamente com as outras faixas etárias. Uns saem para ir para a faculdade, outros para ganharem mais independência.
· Exploração e instabilidade.
Há maior ou menos instabilidade conforme o indivíduo. Há que tomar decisões, saber que caminhos escolher.
Idade auto-focada
· Poucos laços que impliquem rotinas e compromissos para com os outros;
· Vida diária muito auto-focada, mesmo para os que permanecem em casa dos pais (decidir o que jantar, se vai à faculdade, se trabalha a tempo inteiro, se termina ou não o namoro...);
· Não significa que seja depreciativo. O objetivo é tornarem-se auto-suficientes de forma a atingirem objetivos e desenvolvimento pessoal (não permanente). É um passo necessário antes de se comprometerem com compromissos duradouros, quer a nível de trabalho e amor;
· Perspetiva diferente: hoje os jovens são vistos como egoístas, até mesmo “narcisistas” (Twenge & Campbell, 2001, 2010; Twenge & Foster, 2010);
· Ideia de desperdício de anos de vida;
· Preconceito contra os jovens.
Centram-se mais nas suas rotinas uma vez que não têm compromissos tão efectivos.
“Feeling in Between”
	Jovens não se veem como adolescentes, mas sentem que ainda não atingiram a idade adulta, e dão enfâse em ser uma pessoa auto-suficiente, apesar de não cumprirem os “critérios”:
· Aceitar responsabilidades por si próprio;
· Independência financeira;
· Tomada de decisão independente.
Apresenta-se assim como uma fase diferente subjectivamente, onde há um ênfase em ser um pessoa auto-suficiente. Nesta fase, alguns jovens experienciam casos de parentalidade – mudança de si próprios para a responsabilidade sobre o outro.
A idade das possibilidades
	Diferentes futuros permanecem em aberto, mas a direção na vida não foi bem definida. Existem grandes esperanças e expectativas (cerca de 96% dos jovens entre os 18 e os 24 anos confirmam com “tenho a certeza que um dia vou obter aquilo que quero na vida” – acreditam que vão realizar os seus desejos)
	Existe grande abertura à mudança. Especialmente importante para jovens que cresceram sob condições difíceis, uma vez que levam as suas influências familiares quando saem de casa e a mudança não é ilimitada.
	São diversos os caminhos que os jovens podem tomar, com diferentes níveis de sucesso.
Contexto Cultural da Emergência da Adultícia (e.g., Arnett, 2011, 2013)
· Fenómeno recente;
· Não existe em todas as culturas, apenas naquelas em que os jovens estão autorizados a adiar as responsabilidades/papéis de adulto (como o casamento e a parentalidade);
· Foram realizados estudos nos EUA, Canadá, maioria da europa, Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Japão, Índia...
· Existem variações na forma como esta fase é experienciada, entre e dentro de países, religião...
· É mais proeminente em culturas numa economia em crescimento – globalização.
Tem-se visto o adiar dos principais marcos da vida adulta, sendo que há culturas em que isso é mesmo impossível de adiar pois o casamento é muito cedo e tem uma vertente cultural fortíssima (Ex.: Israel – fim do serviço militar leva a entrada na vida adulta, Índia – há independência financeira para depois conseguir sustentar os pais, Argentina – independência financeira leva a entrada na vida adulta). Por vezes até mesmo dentro do mesmo país, a região onde moram trás alguma variabilidade.
Assim, há uma grande variabilidade étnica do desenvolvimento.
É vista muitas vezes como uma exploração de diversos tipos de comportamento de risco, sendo que os jovens procuram ter muitas e diferentes experiências intensas.
É na Europa que encontramos a emergência da adultícia mais longa.
Relação com os pais (Arnett, 2004)
· Jovens ainda dependem dos pais, quer a nível financeiro, quer a nível de apoio social e emocional (conselhos – mesmo depois de sair de casa);
· Pais ajustam-se aos filhos, crescendo e tratando-os de forma diferente, comparativamente à adolescência;
· Capazes de compreender melhor os pais: José “quanto mais velhos ficamos, mais espertos os nossos pais se tornam” – há uma nova percepção acerca dos pais, sendo que eles se tornaram mais flexíveis;
· Mudança na forma como se compreendem;
· Nova relação, mais como amigos, quase iguais;
· Possibilidade de rever relações;
· Ocorre gradualmente até à idade adulta, leva o seu tempo.
Relações com os pais – sair ou ficar em casa (Arnett, 2004)
Sair de casa:
· Os jovens quando saem decidem quando é que querem a presença física das figuras parentais. (ex.: “Eu não tenho de falar com eles quando não quero, e, quando quero eu posso” - eu é que decido quando os quero ver).
· Tendem a dar-se melhor. Estudos tendem a relatar menos sentimentos negativos, e a sentir-se mais próximos dos seus pais (em comparação com os Adultos emergentes que ficam em casa).
· Podem recorrer mais ao suporte emocional dos pais quando saem de casa (ex.: ir para a faculdade e sair de casa)
· Percebem o quanto os pais significam para eles.
Ficar em casa:
· Muitos casos de famílias que se adaptam bem (sendo que ficam em casa por opção – faculdades perto de casa);
· Mais comum na Europa, comparativamente aos EUA;
· Jovens aproveitam o suporte financeiro e emocional dos pais, mantendo uma vida independente, sendo que isso é mais visto como algo positivo do que negativo;
· Nos EUA, é mais comum os jovens ficarem em casa dos pais quando se tratam de grupos minoritários.
· e.g. na Itália, um estudo diz que menos de 10% dos jovens veem as suas condições de vida como um problema.
Amor (Arnett, 2004)
· Aumentar a diversidade nas vias do amor e do trabalho;
· Expectativa de ter alguns relacionamentos antes de se acomodar no casamento, de forma a terem ideia daquilo que querem e que não querem numa relação, já não é como antes que saiam de casa para casar;
· As normas sobre amor, sexo e casamento mudaram radicalmente nas ultimas décadas, existe menos constrangimento nos papéis sexuais, e variam entre culturas e dentro dos grupos;
· Conhecem potenciais parceiros de amor – amigos, família, escola, trabalho e, mais recentemente, internet;
· Tornam-se parceiros, não havendo apenas atração física, mas semelhanças entre eles (personalidade, inteligência, valores e crenças (religião), classe social, origem étnica);
· Liberdade de exploração acompanhada de receios e riscos (STD’s, AIDS);
· Progressivamente, tornam-se mais capazes de estabelecer relações mais duradouras, emocionais, profundas e próximas. Desejo de mais segurança e compromisso.
Amigos (Arnett, 2004; 2013)
Especialmente importantes por diversos motivos (Barry & Madsen, 2010)
· Os jovens já não vivem diariamente no ambiente familiar;
· Não tendo ainda um parceiro duradouro estável (casamento);
· Muitas vezes incluem suporte informacional e instrumental, bem como companheirismo;
· A intimidade é uma componente chave (importante desde a adolescência, mas crucial nesta fase);
· Maior tendência a ter amizades do sexo oposto (relativamente aos adolescentes).
Esta importância tende a diminuir com o desenvolvimento de relações amorosas duradouras.
A definição de amizade evolui e aprofunda-se cada vez mais com o crescimento (inicialmente é só para brincadeira, quando crescemos passam a ser o nosso suporte emocional). Podem ser um fator protetor ou de risco – depende da qualidade da relação. A amizade é fundamental para o desenvolvimento social, sendo onde adquirimos competências únicas.
Educação
· Mais focada em estabelecer as bases para a vida adulta;
· A formação universitáriaabre um amplo leque de possibilidades de emprego;
· Restrições por falta de recursos.
· Diversidade a nível de instituições, graus, campos. EUA têm um sistema mais aberto que o europeu, normalmente os seus alunos entram na faculdade com uma especialização já definida.
O ir para a universidade aparece como um passo muito importante e algo fundamental para ter um bom futuro, para conseguir ter um bom emprego. É visto como uma janela para sair de dificuldades económicas e acabar com o preconceito e discriminação. Abre horizontes em diferentes áreas e novas formas de pensar.
Minorias étnicas: educação vista como uma janela de oportunidades para sair das dificuldades económicas.
Os pais dão suporte financeiro durante mais tempo, e os jovens aproveitam. Em Portugal as decisões académicas são tomada mais cedo do que as dos americanos.
Trabalho
A maioria dos jovens emergentes tentam encontrar um trabalho que se vai transformar numa carreira, uma ocupação a longo prazo. É mais do que um cheque de pagamento, o trabalho passa a ser visto como uma satisfação.
A nível da identidade, quando se questionam sobre o tipo de trabalho que querem fazer, perguntam-se também sobre que tipo de pessoa são.
Para a maioria, é um processo que leva anos, geralmente é um “caminho longo e tortuoso” (Arnett, 2004), com vários empregos de baixa remuneração e aborrecidos, e o desemprego.
· Exploração sistemática (organizada e focada) para alguns, e “à deriva” para os outros (Hamilton & Hamilton, 2006);
· “Eu meio que caí nela. Tenho este trabalho através de um amigo. Como tinha alguma experiência com computadores e faço o trabalho de som, consegui o trabalho. Existem sentimentos baralhados mas “é melhor do que quando estava a trabalhar num café sem fazer dinheiro””.
Hoje em dia, leva-se cada vez mais tempo até ser financeiramente independente. Os pais compreendem e pagam mais estudos, suportando financeiramente os filhos durante mais tempo se virem que os filhos trabalham e se esforçam por estudar e apostar na sua formação. Os pais apoiam também quando vêm que o emprego do filho é mal pago e precisam de o ajudar. 
O primeiro trabalho, geralmente, é em part-time, enquanto estudam.
Os jovens procuram um emprego que os realize e satisfaça o mais possível.
Desemprego
· “A taxa de desemprego estabilizou em Portugal nos 15,3% em Janeiro, a mesma taxa de Dezembro. Contudo, a taxa de desemprego jovem subiu para 34,7%” (Negócios on-line, 2014);
· Nos EUA, a taxa de desemprego dos adultos emergentes é perto de duas vezes maior que a dos adultos (>25), principalmente nas minorias;
· O desemprego é associado a um maior risco de depressão, especialmente para adultos emergentes sem forte apoio dos pais.
Voluntariado – trabalho comunitário
	Dada a diversidade de percursos de vida dos adultos emergentes, é fundamental ter uma abordagem holística e investigar a interdependência da carreira e relações amorosas (Schulenberg & Schoon, 2012). Investir num domínio pode deixar menos recursos para lidar com tarefas de outro domínio.
	Os desafios da mobilidade profissional também podem colocar pressão sobre a parcerias e levar a rupturas frequentes ou relações de longa distância.
	Esta é uma mais-valia para os jovens e é muito valorizado; dão algo à comunidade.
Valores e crenças
 Designação:
· Quando chegar ao fim da vida, o que gostaria de ser capaz de dizer sobre ela, olhando para trás?
· Que valores ou crenças acha mais importantes para passar para a próxima geração?
(Arnett et al., 2001; see Arnett, 2004)
Desenvolver uma ideologia, uma visão do mundo
· Crenças religiosas (e.g. origem da vida, existência da alma, a vida depois da morte);
· Valores, princípios morais que servem de base para a tomada de decisões na vida;
· Individualismo (e.g. liberdade, independência, autossuficiência, realização individual – anglo-saxónicos) vs coletivismo (e.g. dever, lealdade, generosidade, obediência, autossacrifício – sul da Europa e Portugal) (Triandis, 1995).
· Fazer escolhas sobre o que acreditam e quais os seus valores;
· Grande diversidade, principalmente nas minorias étnicas.
Todos temos um sistema de crenças e valores trazidos das figuras parentais, sendo que a exploração os leva a saber definir as suas próprias crenças e ter/definir os seus valores.
Desenvolvimento Cognitivo
	O desenvolvimento cognitivo continua na idade adulta emergente – pensamento pós-formal.
Pragmatismo (e.g., Labouvie-Vief, 2006):
· Problemas da vida real, muitas vezes contêm complexidades e contradições que não podem ser resolvidas com a lógica das operações formais;
· Consciência de que factores sociais e específicos a uma situação devem ser considerados.
Pensamento dialético (e.g.,Basseches, 2010) - Problemas podem não ter uma solução clara. Duas estratégias opostas ou dois pontos de vista podem ter algum mérito.
Juízo reflexivo (Perry, 1979/1999) – capacidade para avaliar a precisão e a coerência lógica de provas e argumentos.
O compromisso com certos pontos de vista que acreditamos serem válidos, abertura para reavaliar os nossos pontos de vista, se novas evidências forem apresentadas.
À partida, os ganhos estão mais relacionados com a educação do que com a maturação (e.g., Labouvie-Vief, 2006; ver Arnett, 2013).
Nem todas as pessoas continuam a mover-se para níveis mais elevados de funcionamento cognitivo.
Jovem Adulto
Relações amorosas de compromisso e Casamento
As relações afetivas são fundamentais para o desenvolvimento do próprio adulto.
De acordo com a teoria dos jovens adultos de Erikson, existe uma procura em formar relações fortes e íntimas de amor, com outra pessoa.
Intimidade – capacidade de estar envolvido em relações afetivas, de apoio, sem perder a identidade.
· O desenvolvimento da identidade prediz, fortemente, o envolvimento numa relação de compromisso profundo ou a disponibilidade para estabelecer essa relação (Montgomery, 2005).
· O casamento e as relações amorosas de compromisso são contextos fundamentais para o desenvolvimento humano dos adultos (e.g., Clarke- Stewart & Dunn, 2006; Cummings & Davies, 1994).
· Encontrar um parceiro intimo tem profundas consequências para o bem estar psicológico dos indivíduos (Meeus et al., 2007);
· Seleção de parceiros baseada em semelhanças, como atitudes, personalidade, educação, inteligência, beleza física (Keith & Schafer, 1991; Simpson & Harris, 1994). Parceiros semelhantes estão mais satisfeitos com a sua relação e mais depressa permanecem juntos (Blackwell & Lichter, 2004; Lucas et al., 2004);
· É diferente em homens e mulheres – teoria da evolução. Homens focam-se na reprodução, continuidade da espécie e figura materna. Mulheres focam-se na proteção, força e estatuto. Isto está relacionado com a teoria da evolução;
· Diferentes aspectos dos grupos étnicos relacionados com a intimidade são, geralmente, mencionados como o núcleo de uma boa relação íntima. Estes aspectos são superiores a um rendimento adequado ou divisão do trabalho;
· Há um interesse crescente na contribuição específica relativamente ao apego nas relações amorosas adultas (e.g., Crowell & Waters, 1995; Owens et al., 1995). Fornece uma estrutura organizacional para pedir ajuda quando necessário, e para pedidos de reconhecimento de ajuda e apoio (Crowell et al., 2002);
· As diferenças individuais na organização da vinculação podem desempenhar um papel no desenvolvimento do casamento e os desafios enfrentados pelos casais (Paley et al, 2002). 
Há uma vinculação adulto-adulto, sendo-nos dada uma matriz organizacional da relação com o outro – o que dá e o que procura.
Vinculação
O que é uma relação de vinculação?
No círculo de segurança as mãos são os adultos. As relações são co-construidas (sendo que a figura vinculativa é mais activa, como nas crianças). Ao longo do primeiro ano, a criança estabelece relação com uma ou duas figuras de vinculação, com as quais dirigem determinados comportamentos e dos quais recebemos afectos (sendo assim construída com base nas interacções e experiências reais entre a crianças e a(s) figura(s)de vinculação). O objectivo não é a dependência da figura materna mas sim o contrário, promove a independência.
Ideia de Protecção: A criança explora o meio (físico e social), sinaliza à figura que precisa de proteção (comportamentos seguros - attatchment) – procura proteção física para conforto, havendo troca de sentimentos positivos, reorganização/regulação emocional e prazer. Depois disso volta a explorar o meio, como se tivesse recarregado as pilhas, e o carregador é a figura de vinculação. Sabem que a figura de vinculação vai estar lá para a apoiar.
Há assim um período crítico que é um momento temporal em que X tem de ocorrer para obter x competência vs período sensível em que há uma maior plasticidade do comportamento humano, o organismo está mais aberto, há uma janela maior.
Bonding é diferente de vinculação. Sistema de vinculação (criança)/ sistema de caregiving (mãe).
A vinculação tem assim duas funções: uma função biológica de manutenção da proximidade entre a mãe e a criança de modo a protegê-la de eventuais perigos (protecção); e uma função psicológica em que a criança internaliza o modelo de relação com a figura materna, o que lhe proporciona a segurança necessária para explorar o meio (feel secure). 
Modelos Internos dinâmicos (Bowlby, 1969; 1973) (IWM – Internal Working Models)
· Constructos cognitivos/afetivos que se desenvolvem no curso das interações comportamentais entre a criança e os pais – ao longo de todo o desenvolvimento;
· As diferenças individuais emergem na expressão do comportamento de vinculação;
· Envolve pressupostos sobre o papel dos pais e da criança nas relações;
· A criança resume, a partir dessas expectativas, um conjunto de postulados sobre quão próximas as relações funcionam e como são usadas no dia a dia e em situações stressantes (são a base para a ação);
· Construções relativamente estáveis que operam fora da consciência;
· No princípio, estão abertos a revisão em função de experiências relacionadas com a vinculação;
· Primeiros relacionamentos entre pais e filhos vistos como "protótipos" para relações amorosas posteriores (Waters et al., 1991).
São resultado da qualidade da relação entre a criança e a figura de vinculação e incluem sentimentos, crenças, expectativas, estratégias de comportamento, regras de conduta, atenção, interpretação da informação e organização da memória. Incluem 2 dimensões importantes: a percepção de si próprio como possuindo valor e sujeito reconhecedor ou não de amor e de atenção desencadeado na figura de vinculação. A sensibilidade e disponibilidade para responder às suas necessidades (modelo de self) e a percepção dos outros como acessíveis e responsivos (ou não) no fornecimento de apoio e percepção.
Estes modelos operam fora da consciência do indivíduo, guiando o comportamento em relacionamentos com os pais, influenciam as expectativas, estratégias e comportamentos em relacionamentos futuros.
Vinculação na idade adulta
· Fornece sentimentos de segurança e lugar, combatendo a solidão; facilita o funcionamento e competências fora do relacionamento (Ainsworth, 1985);
· Figuras de vinculação na idade adulta podem ser vistas como promotores da própria capacidade dos indivíduos para superar desafios;
· Existem semelhanças e diferenças no desenvolvimento:
· Igualdade e relações reciprocas – procuro um porto seguro no parceiro e ele em mim, em diferentes contextos;
· Componente sexual que não existe em adulto-criança;
· Crianças não têm história anterior de relações de vinculação, enquanto os adultos têm. Conjunto de experiências que levamos para as novas relações, como as relações de vinculação anteriores.
· Espera-se que os modelos internos dinâmicos influenciem pensamentos, sentimentos e comportamentos em dois domínios do funcionamento do adulto: relações amorosas e parentalidade;
· A investigação sobre relações amorosas tem incidido sobre:
· Representações com figuras parentais;
· Representações com parceiro específico;
· Observação do casal em interação.
Numa relação na idade adulta já não há uma proteção biológica para garantir a sua sobrevivência, mas sim psicológica de apoio, suporte, havendo uma relação de intimidade. Sem esta vinculação há solidão. Assim, os relacionamentos entre adultos, além do papel da sexualidade, são recíprocos e não assimétricos.
Esta relação facilita o relacionamento fora da relação.
Há uma igualdade/parceria entre os dois, sendo que a relação é recíproca (procuro-o como porto de abrigo e base segura, e o contrário também acontece). Tem uma componente sexual e sofre o impacto das histórias de outras vinculações com outras pessoas, já tem uma bagagem (pais, avós, pessoa significativa, outra relação…).
Entrevista da vinculação adulta – Adult Attatchment Interview (AAI)
Representa “o estado de espírito em relação à vinculação” e é uma entrevista semiestruturada sobre relações de vinculação na infância, e sobre o significado que o individuo dá, atualmente, a experiências passadas.
· Material propositadamente expresso pelo indivíduo, e para, por exemplo, aparente incoerência e inconsistência do discurso (dizer que alguém era assim, mas se pedirmos exemplos concretos ele já não sabe responder);
· A pontuação é baseada em: (a) descrição das experiências da infância, (b) a linguagem usada na entrevista, e (c) capacidade de contar uma história credível e integrada sobre experiências e o seu significado;
· seguro/autónomo; insegura/Evitante; insegura/preocupado; não resolvida.
· Medida standard aplicada aos adultos (equivalente à situação estranha em crianças);
· Representações atuais do que penso sobre as vinculações parentais passadas;
· Entrevista semi estruturada;
· Apanhar descrições com os pais (qualidade) e detetar incoerências no discurso (narrativas) dar 5 adjetivos que caracterizam a relação e dar exemplos que ilustrem o adjetivo;
Construir um sistema de codificação equivalente à situação estranha – seguros/autónomas, evitantes/inseguros, preocupados/ inseguros e não resolvidos.
A tarefa de representação do script base segura (H.Waters & Rodrigues, 2001)
	Scripts – estruturas cognitivas duradouras que resumem aspectos comuns numa classe de eventos, gerando expectativas e ajudando a preparar e organizar o comportamento permanente. Estruturas cognitivas que ajudam a organizar comportamentos. Dá-nos uma assistência adequada e que é percebida como adequada. Sintetizam todo um conjunto de informações.
O script de base segura resume experiências relevantes para o fenómeno de base segura numa sequência temporal-causal fixa. Serve como base de construção dos modelos internos dinâmicos. Se existem, quando acontece alguma coisa o apoio deve ser da figura de vinculação.
Elementos principais do script de base segura (Waters & Waters, 2006):
· Uma vinculação díade é ocupada de forma construtiva (pai/filho, adulto/adulto);
· São interrompidas por um evento ou por outra pessoa, e um dos membros da díade passa a ficar ansioso;
· O membro stressado pede ajuda e o outro elemento da díade deteta o sinal;
· Oferta de assistência apropriada, e a oferta é aceite;
· A assistência é eficaz para eliminar as perturbações da atividade (assistência inclui conforto eficaz e regulação afetiva);
· A díade volta (ou começa de inicio) o compromisso construtivo (inicia a exploração novamente).
A correspondência entre as representações generalizadas dos parceiros (AAI) é cerca de 55% -60% (Crowell et al., 2002; van IJzendoorn & Bakermans-Kranenburg, 1996).
· Compatibilidade dentro de uma relação;
· Existem indivíduos com parceiros que têm representações generalizadas de vinculação diferentes das suas;
· Nos casos de Portugal, Monteiro et al (2008) encontraram uma concordância moderadamente significativa entre os scripts de base segura do casal.
Quando acontece alguma coisa o apoio deve ser da figura de vinculação (que deve conseguir tranquilizar) e não procurar um outro ou agradecer a outro. Não deve ser tudo difícil, não deve ser tudo um trauma, o positivo da relação não deve ser forçado.
“Nova” relação (representaçãoespecífica). Confirmação ou desafio do “mais velho”?
Avalia casais, antes do casamento até 6 anos depois – estudo longitudinal.
· Representação geral da vinculação (AI);
· Representação específica da vinculação com o parceiro – qualidade da vinculação (CRI);
· Comportamento de base segura – convida-se os casais a ir ao laboratório e dão-lhe algumas tarefas que fazem com que partilhem e “discutam” tudo.
Testa, utilizando script base segura geral, mas também para construir e validar um instrumento para o script do casal.
	Relação do casal, a nível do conflito. Há sempre desacordo/conflito nas relações próximas e algo importante é a capacidade de resolução de conflitos e o esforço para manter uma boa relação (Cummings).	
	Há variabilidade tanto em culturas como nas famílias, o importante é haver partilha entre o casal. 
	Assim avalia em termos de sentimentos de conflito e positivos, como se caracterizava a relação (seguro-seguro: mais comportamentos de base segura, pouco conflito, mais sentimentos positivos). Mais tarde a avaliavam a qualidade da relação analisando os acontecimentos de vida (baixa ou elevada – níveis de stress).
Quando há mais eventos negativos, há mais conflito entre as figuras de vinculação segura-segura mas também aumentam os comportamentos de base segura. A qualidade da relação insegura-segura quando tem mais eventos negativos e mais conflito não é a mesma.
(Usa o AAI e o CRI [entrevista que avalia a relação com o parceiro, percebendo qual a qualidade do modelo na relação], sendo que o primeiro teste cria a representação geral segura ou insegura com as figuras parentais, e o segundo testa a representação específica segura ou insegura na relação com o parceiro).
 (
É o mais importante pois os resultados entre o 
low
 
events
 e o 
high
 
events
 invertem-se
)
Qualidade da relação do casal prediz a saúde mental de forma semelhante para os dois sexos (Kurdek, 2005; Williams, 2003).
Na maioria dos casais próximos, os conflitos são inevitáveis
· Desenvolvimento e manutenção da intimidade e satisfação numa relação;
· Quando as crianças são confrontadas com conflitos destrutivos, correm riscos de desenvolver problemas de adaptação.
Em casamentos infelizes, o conflito é associado a padrões de comportamento, como reciprocidade negativa de afecto.
· Tendem a aumentar o conflito;
· A negociação de resolução é mais difícil (Bradbury & Fincham, 1990; Fincham & Beach, 1999).
Regras matrimoniais:
· Casamentos igualitários – parceiros relacionam-se como iguais, com partilha de poder e autoridade;
· Ambos tentam equilibrar o tempo e a energia que colocam nas suas ocupações, crianças e próprio relacionamento.
Homens de casamentos igualitários participam muito mais no trabalho doméstico e cuidados das crianças, comparativamente ao passado.
· Variações entre e dentro de culturas;
· Mulheres sentem-se particularmente insatisfeitas quando as exigências do marido, filhos, trabalho doméstico e carreira são oprimidos (Forry et al., 2007; Saginak & Saginak, 2005);
· Igual poder e partilha de responsabilidades familiares, geralmente, promovem a satisfação do casal, através do reforço da harmonia do casal (Amato & Booth, 1995; Xu & Lai, 2004). 
Uma relação de um casal com conflito tem um impacto negativo para as crianças (que passam a ter mais comportamentos agressivos). Quanto mais próxima é a relação mais normal é o conflito (liga-se à frequência, intensidade e capacidade de resolução do conflito – promove mais a partilha e intimidade dos parceiros e uma maior satisfação do casal).
Parentalidade
A maioria dos adultos em relações amorosas têm o objetivo de serem pais. Algumas das razões para ter filhos incluem:
· Relação calorosa e afetuosa e o estímulo e diversão que as crianças fornecem;
· Experiências de crescimento e aprendizagem que as crianças trazem para a vida dos adultos;
· O desejo de ter alguém que dê continuidade após a própria morte (alguém que o perpetue o seu nome e herança no futuro);
· (
“A maioria das pessoas tornam-se pais, e todas as pessoas que já viveram tiveram pais” 
(
Bornstein
, 2005, p.311)
.
grande
 transição vivida pela maioria das pessoas, enquanto jovens adultos. A parentalidade é “o primeiro, e para muitos, o primeiro encontro generativo” (
Erikson
, 1964, p 130; 
Palkovitz
, 1996)
)Sentimentos de realização e criatividade que vêm do facto de ajudar as crianças a crescer (Cowan & Cowan, 2000; O’Laughlin & Anderson, 2001).
A parentalidade é acompanhada de oportunidades e exigências (ganhos e perdas), estímulo potencial que afeta o desenvolvimento. Quanto mais envolvido um pai está, mais o seu desenvolvimento adulto vai ser afetado por este contexto/papel (quanto mais importante e identificador para o indivíduo for esta experiência da parentalidade, maior impacto vai ter na sua experiência).
A parentalidade, como contexto do desenvolvimento do adulto, representa mais do que a relação entre a díade mãe-filho (bidirecional).
Assim, adultos que assuem a parentalidade têm trajectórias do ponto de vista do desenvolvimento diferentes daqueles que não assumem. Quanto mais importante for o papel do pai, maior o importe na parentalidade.
Quando avaliamos a parentalidade, temos de ter em conta as seguintes variáveis: idade, estatuto de residência, religião, se é pai biológico ou não, qual os conhecimento dos pais das crianças e do seu desenvolvimento, envolvimento parental, etc.
A chegada de um primeiro filho trás aos pais uma profunda satisfação, aumenta o sentimento de mais-valia (a si próprio) e um sentimento de ser adulto pela primeira vez.
 (
“Se todas as novas experiências de vida adulta forem para produzir um período de abertura para uma nova aprendizagem e estimular novas estratégias de sobrevivência, a parentalidade deve ser um excelente candidato” 
(
Cowan
, 1988, p14, in 
Palkovitz
 
et
 al., 2002)
)
Os determinantes da Parentalidade (Belsky, 1984; Belsky & Jaffe, 2006)
É importante ter em conta a história de desenvolvimento do indivíduo, e perceber que isso vai ter impacto ao nível da personalidade. Há uma série de variáveis mediadoras e moderadoras que têm impacto na parentalidade e nos outcomes/resultados a nível da criança. Podemos olhar para estas variáveis como fatores protetores ou de risco (ex: rede social pode ser boa ou má). 
O trabalho pode ser stressor se houver problemas socioeconómicos. 
A personalidade/recursos psicológicos dos pais, as características individuais da crianças (como o temperamento) e os fatores contextuais de stress e suporte (relação conjugal, trabalho, rede social…) também influenciam o desenvolvimento da criança.
É expectável que pais que participem mais nos papéis de responsabilidade, sejam mais menos autoritários mas não há partilha igualitária. É importante negociar a partilha dos papéis influenciado pela representação dos papéis e pelo trabalho que têm.
Mudanças na forma como papéis parentais são percebidos
· Hoje em dia, as mulheres têm responsabilidades a nível doméstico e a outros níveis de esferas económicas mais amplas;
· Nova imagem dos homens, como pais mais carinhosos, ativamente envolvidos no quotidiano dos seus filhos e na partilha de responsabilidades/tarefas, de forma mais igualitária (e.g., Cabrera, et al., 2000; Monteiro et al., 2010);
Se bem que esta mudança não é tão grande como se fala na comunicação social.
	É expectável que pais participem mais nos papéis de responsabilidade (pois as mulheres a par das responsabilidades na esfera doméstica, também têm responsabilidade nas esferas económicas), sendo que o pai é geralmente a figura mais autoritária. Ainda não há uma partilha igualitária, sendo que é importante negociar a partilha dos papéis, que deve ser de acordo com a disponibilidade e organização da família (varia com o trabalho, flexibilidade de horários, representação dos papéis). O pai tem vindo a ter uma imagem mais carinhosa. Actualmente a licença de paternidade foi alargada.
Este papel dos dois é muito importante pois, por exemplo, a brincadeira do bebé com o pai é mais desafiadora, agitada efísica/desorganizada do que a brincadeira com a mãe, que é mais calma, principalmente se for com um filho rapaz. Assim há um complemento de ambos os lados. A troca de olhar entre o pai e o bebé é muito importante, o pai tem de esperar pela resposta do bebé (parar até ela vir), tem de haver cumplicidade e conforto/diversão.
 (
“Ser-se pai é ser-se responsável pelo bom desenvolvimento ético e emocional da criança. Quer dizer, o papel do pai não se pode coibir só no fornecimento 
dos
recursos
 essenciais à criança, à alimentação, ao bem-estar (…) Ou seja, vai para
além
 de ser um provedor de recursos. Antigamente era só olhado nesse sentido e o pai era chamado naqueles casos mais particulares e mais exigentes ou fisicamente mais exigentes, para a afirmar a autoridade, nos dias que correm não!” (P2, f1).
)O que significa ser pai?
É importante considerar as opiniões e experiências a nível de papéis das mães, como veem os pais, e como negociam decisões da família com os seus parceiros.
A chegada do primeiro filho
A maternidade atua como um catalisador para a transformação de identidade.
· Factor mais saliente na identidade é ser mãe, mesmo quando comparado com o estado civil ou ocupação (Rogers & White, 1998);
· É através da maternidade que as mulheres criam maior impacto para a próxima geração.
Padrões de identidade semelhantes foram encontrados em alguns pais. Pais mais envolvidos veem a paternidade como a forma principal das suas vidas (Marks & Dollahite, 2000; Palkovitz, 2002). Traz aos pais uma profunda satisfação, maior sentimento de auto-estima e uma sensação de ser adulto pela primeira vez (Bjorklund, 2011).
Os novos pais que se lembram dos seus próprios pais como calorosos e receptivos, tendem a experimentar uma transição mais suave para a parentalidade, do que casais que recordam os seus pais como frios ou que rejeitavam/evitantes (Florsheim et al., 2003; van IJzendoorn, 1992).
O novo bebé pode produzir mudanças temporárias na qualidade da relação conjugal, relacionadas com:
· A qualidade da relação conjugal estabelecida antes da transição (Menezes & Lopes, 2007);
· A capacidade do casal se adaptar a estes novos desafios (e.g., Belsky & Rovine, 1990; Cast, 2004).
Novos pais tendem a relatar que têm menos tempo para conversar, sexo, afeto simples ou realizar tarefas rotineiras em conjunto (Belsky et al., 1985).
“Mudou tudo! Mudou tudo! Mudou até a forma como a pessoa se retrata a si própria, não é? Muda tudo! Não é só por esse fator de dependência (...) Sacrifica-se uma série de hábitos pelas necessidades deles, pelos horários deles, pelo tempo que se passa com eles, há hobbies que se deixam de ter, há uma forma de vida que se deixa de fazer.” (P2, f1)
A chegada do primeiro filho
	Catalisador no crescimento. Para além do papel de mulher, há o papel de mãe. É a componente com mais impacto na identidade da mulher. Paternidade é também saliente. Casamentos que são gratificantes continuam a sê-lo, os com problemas tornam-se mais infelizes. Os pais que estabeleceram estratégias de resolução de conflitos adequadas antes do nascimento de um filho experienciam menos perda de satisfação.
	A nível dos gangs, homens que andavam num meio violento dizem que aquilo que os fez sair foi a paternidade, o facto de terem total responsabilidade pela sobrevivência de um novo ser.
	Sentimentos positivos relativamente à paternidade. Transição suave para pais com relação de vinculação próxima na vinculação.
	O investimento e cuidados da parentalidade vai-se ajustando às necessidades do filho. Qualidade da relação casal antes do bebé nascer – quando há mais partilha, conseguem adaptar-se aos novos desafios. Desenvolver estratégias para resolução de conflitos é também muito importante. A figura materna ajuda na transição desta fase.
	Pais com histórias positivas e próximas com as figuras parentais entram mais tranquilamente na parentalidade, tendo uma melhor relação com o bebe.
	Assim, percebemos que há um novo papel no nascimento do 1º filho para a mãe: que deixa de ser apenas a esposa e passa a ser também mãe. A paternidade é dos elementos mais salientes na vida e na conversa dos adultos, sendo que em alguns casos é este acontecimento que muda os comportamentos desajustados e passam a ser mais responsáveis e ajustados.
Ou seja, o bebe trás grandes mudanças na qualidade da relação do casal, sendo que se há grande partilha e íntima identidade é natural que isso venha a fortalecer a relação do casal, pois há mais capacidade de ultrapassar e resolver os conflitos em casal – procuram o outro como base segura para resolver conflitos e arranjar estratégias para os ultrapassar.
Impacto das representações de vinculação dos pais sobre a paternidade/Qualidade
“Cada um de nós, como prestadores de cuidados, tem “modelos de trabalho” na nossa mente – expectativas e emoções sobre as relações derivadas de experiência”.
Representações atuais de vinculação sobre experiências de vinculação.
Comportamentos de cuidado (sensibilidade, capacidade de resposta e de acessibilidade aos sinais e comunicações da criança).
Outros aspectos do comportamento maternal/paternal e de conteúdo também devem ser considerados (“Transmission Gap” – a qualidade da vinculação dos adultos guiam a qualidade da vinculação com as crianças).
	Tem de haver uma maior sensibilidade, responsividade e acessibilidade às necessidades dos bebés – temos de o perceber, de saber esperar pela resposta e ter a capacidade de ajudar a criança.	
Há pais em que é possível identificar mais disponibilidade para as necessidades da criança. Mães com mais sentimentos de culpa são mães mais intrusas e com mais stress. As mães intrusivas não deixam o bebe responder, inferem o que se passa e sobrepõem-se, sendo mais stressadas. Esta sobreposição de estímulos agita mais e não dá oportunidade de resposta, sendo que não é dada atenção às necessidades dos bebés – não decifram os sinais e as necessidades. Isto é extremamente confuso para o bebe e gera-lhes ansiedade na separação, pois querem compensar o filho exageradamente.
Assim, modelos mais seguros têm maior estrutura e segurança dos modelos de vinculação com as crianças. 
	Associados aos comportamentos, estão os modelos de vinculação que os pais constroem. As mães comportam-se de determinada forma porque esse comportamento as mantem estáveis internamente.
	A vinculação da relação do casal e, em alguns casos, as redes sociais são importantes para o desenvolvimento da criança. Modelos internos adultos guiam comportamento para com a criança. Esta relação do casal pode ser um fator protetor para a criança e para os seus laços de vinculação com a criança (vinculação segura).
Em Cohn et al. study (1992):
· Mães e pais seguros tendem a ser mais calorosos e envolvidos e fornecem mais estrutura de vinculação mais segura do que os pais inseguros;
· Mulheres inseguras casadas com homens inseguros são menos calorosas e têm uma menor estrutura com os seus filhos do que as mães noutras díades;
· Nas famílias com dois pais, um modelo de trabalho inseguro pode ser um fator de risco para a parentalidade ser menos competente;
· O risco é mais pronunciado quando ambos os pais têm modelos de trabalho de vinculação instáveis.
Mães e pais mais seguros têm qualidade de relação mais próxima com a criança. Mães com modelos serve como factor protetor. Qualidade boa na relação com a criança quando o pai tem modelo seguro.
Coppola et al (2006) encontraram, numa amostra italiana, que o script de base segura das mães prevê a forma como elas organizam o seu comportamento interativo com seus filhos (sensibilidade).
Numa amostra de famílias bi parentais, pais com maior script e níveis mais altos de envolvimento em cuidados e atividades didáticas têm filhos com valores mais elevados de segurança (Monteiro et al., 2013).
Existem semelhanças e diferenças entre mães e pais, a nível dos estilos de intervenção (Lamb & Lewis, 2010).
A coparentalidade é moldada, em grande parte, pelas crenças, valores, desejos e expectativas dos pais e está associada ao ajustedos pais, parentalidade e resultados da criança (Feinberg, 2003). Há partilha de responsabilidades da educação da criança, havendo assim uma coordenação entre as figuras parentais.
Influencia principalmente em famílias intactas sendo que há um melhor ajustamento das crianças e melhor impacto na relação do casal.
	
“Maternal gatekeeping” – deve ser operacionalizada conforme comportamentos inibidores e facilitadores exercidos pelas mães, com o objetivo de regular o comportamento da parentalidade (Schoppe-Sullivan et al., 2008; Van Egeren, 2003). Mãe como bloqueador da interação/envolvimento do pai com a criança, sendo que elas funcionavam como uma cancela, pois tinham de dominar. Estamos cada vez mais afastados deste conceito, incentivando maior interação dos pais e maior partilha. A mãe e o pai podem fazer as coisas de forma diferente e bem.
Quanto mais a mãe deseja que o pai esteja envolvido nas diferentes áreas mais ele se envolve (ou ao contrário) – estudo português.
Amigos
· As amizades são sempre importantes, em qualquer fase da vida;
· Os jovens adultos, especialmente os solteiros, tendem a ter mais amigos do que adultos de meia-idade e mais velhos;
· Como adultos casam, têm filhos, assumem cada vez mais responsabilidades de trabalho, e com a idade, as suas redes sociais encolhem (Antonucci et al., 2009; Fischer et al., 1989).
Trabalho/Carreira
	Embora as mulheres trabalhem porque querem ou porque precisam (ou ambos), os dois membros do casal continuam a dominar os ganhos da família. Existem conflitos entre a família (especialmente com crianças) e o trabalho.
“Pressão profissional é uma delas. A questão de não poder progredir na carreira, as
nossas exigências profissionais do dia-a-dia…é as reuniões, é relatórios para a frente e para trás. É um impedimento, é uma dificuldade, é um desafio!” (P2, f1)
Os múltiplos papéis são nocivos (conflito) ou benéficos (enriquecimento) para os homens e mulheres?
1. Os indivíduos têm tempo e energia limitados, e adicionarem funções extra e responsabilidades cria tensões. Há, então, um sentido de sobrecarga e conflito;
2. As recompensas de se envolver em várias funções (e.g. auto-estima e reconhecimento) compensam os custos.
Muitos dos estudos apoiam a segunda hipótese, mas também existem algumas evidências de que os homens e as mulheres com muitos papéis experimentam conflitos de papéis, embora existam diferenças de género nas tensões trabalho-família. 
A família e o trabalho estão em colisão a nível individual o que gera ansiedade, sintomas depressivos, baixa autoestima e abuso de substâncias, e a nível familiar, implicando disponibilidade para participar em actividades em família, sendo que este envolvimento pode levar a uma menor interacção com os filhos. 
As tensões família-trabalho não são inevitáveis entre os adultos empregados a tempo inteiro.
· Mais de um quarto dos homens e das mulheres relatam que não têm tensões trabalho-família;
· Experiências no trabalho e em casa são mais positivos do que negativos. Existe maior apoio social da família e dos amigos. Existem menos atitudes tradicionais dos papéis sexuais.
A satisfação no trabalho é um factor importante para o bem estar psicológico e satisfação na vida, quer em homens e mulheres (Meeus et al. 1997; Tait et al., 1989). O trabalho aumenta as oportunidades de suporte social, rendimento, desenvolvimento de habilidades e identidade (e.g., Grzywacz & Bass 2003; Greenhaus & Powell 2006; Bianchi & Milkie 2010).
O papel do pai na família é fundamental para o seu bem estar físico e psicológico (Pleck, 1985).
O investimento neste domínio vem assim prejudicar, por vezes, o domínio pessoal, pois algumas carreiras ocupam muito tempo e colidem com a família. 
A forma como a entidade patronal encara a família e o papel do homem e da mulher têm implicações na dinâmica familiar. O bem-estar das pessoas afeta a rentabilidade e se as entidades patronais não forem flexíveis (por exemplo com a hora de saída da escola) vai ser um fator stressor.
Os vários papéis de uma pessoa trazem-lhe recompensas. Por exemplo o facto da creche ser no prédio do trabalho ou perto, permite um rápido acesso à criança em situação urgente, logo isso é um fator tranquilizante e que trás mais bem-estar à pessoa. 
Há maiores consequências negativas reportadas pelas mulheres, apesar de os homens se envolverem, as mulheres continuam a ter um papel dominante.
Veríssimo, Pimenta, Borges, Pessoa e Costa, Monteiro, Torres, & Martins (2013)
· 532 família de diferentes regiões de Portugal;
· os benefícios associados à participação em restrições na família e na substituição no trabalho para pais e mães;
· maiores níveis de educação para ambos os pais estão associados com as percepções maternais de benefícios relacionados com o equilíbrio entre estes domínios;
· as horas que as mães gastam a trabalhar estão associadas com as suas percepções e sentimentos de constrangimento e conflitos entre trabalho e família.
Cooklin et al (2014) descobriram que:
· conflitos mais elevados entre trabalho e família estão associados com pais menos calorosos, inconsciência dos progenitores, quando as características sócio-demográficas e as características dos filhos forem controladas;
· existe uma relação de proteção entre o enriquecimento trabalho-família e os comportamentos parentais ideais;
· pais que ganham o salário sozinhos e aqueles que trabalham longas horas foram mais propensos a relatar conflitos trabalho-família.
Baixa qualidade de trabalho, conflitos trabalho-família e o stress são factores que contribuem para problemas na relação conjugal (e.g. divórcio, conflito e divisão desigual do trabalho doméstico) (Allen et al. 2000).
É difícil não haver conflitos/constrangimentos trabalho-família, sendo que isto também varia de acordo com o rendimento e as habilitações literárias da pessoa. Quanto mais as mães trabalham (em nº de horas) mais constrangimentos são relatados. 
Do ponto de vista social ainda é difícil dar mais importância ao pai, sendo que às vezes as mães ausentam-se e as educadoras (por exemplo) acham estranho e continuam a mandar as informações para a mãe em vez de chamar logo o pai que está disponível. 
Claro que o trabalho também é tido em conta – se a pessoa quer e gosta ou não, pois isso também influencia esta relação.
Solteiros, Solidão, Infelicidade?
· Estereótipos sugerem que solteiros são miseravelmente solitários e desajustados – sem ver o contexto ou os motivos;
· O impacto de ser solteiro depende da fase e do motivo pelo qual tem esse estado de “relação”;
· Quando não querem ter um parceiro íntimo ou amizades gratificantes;
· As características pessoais também contribuem para a solidão. Jovens adultos com ansiedade social ou que têm modelos internos dinâmicos de vinculação inseguros sentem-se mais solitários (Jackson et al., 2002).
· Usam uma estratégia de investimento emocional diferente, focando-se nas relações de amizade (que não substituem mas podem ter algum investimento)
Mudanças Físicas (Bjorklund, 2011)
· O peso começa a aumentar por volta dos 30 anos;
· O tom facial e da pele não é tão jovem, alguns homens começam a perder cabelo;
· Inicio da perda de visão e audição. Também há diminuição do cheiro e sabor, mas geralmente não é perceptível;
· O pico de massa óssea é aos 30 anos de idade;
· Apesar de não ser perceptível, existem algumas perdas a nível neuronal, diminuição da maioria da produção de neurónios, ou respostas sexuais declinem lentamente.
· Existem também factores genéticos, estilo de vida, psicossociais, económicos...
Adulto de meia idade
O período de meia-idade é caracterizado por uma interação complexa de vários papéis.
Período entre os 46 e os 64 anos.
De acordo com a teoria de Erikson, a crise deste período é Generatividade vs Estagnação. Há uma expansão de foco em si próprio e no parceiro para cuidar dos outros, de forma a estabelecer e orientar a próxima geração e a cumprir desejos pessoais e exigências culturais.
Expressa não apenas pela leitura dos seus próprios filhos, mas também através

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