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P á g i n a | 1 Osteoartrite é o mesmo que osteoartrose, artrose ou doença articular degenerativa; Sinais e sintomas articulares consequentes de processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma → desequilíbrio entre degradação e reparo; Fenômenos inflamatórios, mecânicos e genéticos não tem causa definida; Muito comum → é a condição mais prevalente do sistema articular. Causa importante de dor e incapacitação. Relacionada com o envelhecimento Há uma dissociação clínico-radiográfica significativa Mais prevalente em mulheres; 85% das pessoas após os 65 anos; Afeta cartilagem articular, osso subcondral, ligamentos; Mais acometidas: o Quadril o Joelhos o Mãos (interfalangeanas distais e proximais) o Coluna lombar e cervical o Primeiras metatarsofalangeanas (“joanetes”). • Idade - envelhecimento • Sexo • Predisposição genética • Obesidade – fator mecânico e inflamatório – adipocinas Sedentarismo • Estresse mecânico – esforço repetitivo • Trauma articular • Doenças congênitas/desenvolvimento de osso e articulação • Afecção articular inflamatória precedente Mal formações (displasia de quadril) • Doenças endocrinometabólicas. • Cartilagem: Tecido avascular e aneural → superfície lisa que recobre o osso subcondral Isabela Terra Raupp Profª Camila de David Cruz Insuficiência cartilaginosa decorrente de fatores mecânicos, genéticos, hormonais, ósseos, metabólicos que acarretam a degradação do tecido cartilaginoso com consequente remodelação óssea e algum grau de inflamação sinovial. P á g i n a | 2 • Membrana sinovial/Sinóvia: Condrócitos imersos na matriz extracelular (água, colágeno II, ácido hialurônico, proteoglicanos) → estrutura hidratada fundamental para a estrutura da cartilagem articular • Condrócito é a célula mais importante, responsável por fazer regeneração e atividade (homeostase); responsável pela produção das metaloproteases (enzimas que degradam a cartilagem) • Como sinovial, cartilagem e osso subcondral estão intimamente ligados, qualquer alteração em uma dessas estruturas implica na doença nas outras. • Alteração da homeostase por fatores mecânicos e inflamatórios, levam à desorganização da matriz → degradação > síntese • Tentativas de reparos insuficientes → esclerose do osso subcondral • Sinotive: infiltrado de linfócitos e macrófagos e hiperplasia de sinovócitos /membrana sinovial→ inflamação Há uma ativação tanto dos osteoclastos quanto dos osteoblastos. Há formação de osteofitos (na linha do osso), que acontece pelo excesso de carga, que acontece para tentar distribuir a carga. Degradação da cartilagem ocorre pelas metaloproteases. A cartilagem começa a ser insuficiente, e faz uma esclerose subcondral Secundária: Condições metabólicas (deposição de cristais de cálcio, hemocromatose, acromegalia); Fatores anatômicos (luxação congênita de quadril ou pernas de comprimentos desiguais); Traumáticos (grande trauma articular, lesão articular crônica ocupacional ou recreacional e cirurgia na articulação); Sequela de desordens inflamatórias (por exemplo: artrite reumatoide, gota) – suspeitar se comprometimento de MCFs, tornozelos. Primária (idiopática): Tipo mais comum, não tem etiologia identificável ou causa predisponente. Sítios mais comuns: AO nodal de mãos Joelhos Coluna cervical/lombar Rizartrose Hálux valgo P á g i n a | 3 Longa evolução, insidiosa e progressiva Exacerbada pelo movimento, melhora com repouso Ausência de sinais sistêmicos inflamatórios Rigidez matinal incomum; quando presente sempre < 30min Instabilidade articular Pode ser oligoarticular ou generalizada Acometimento simétrico Joelhos, quadris, pequenas articulações de mãos e coluna são os locais mais frequentemente acometidos. Não provém da cartilagem (aneural), mas sim de ênteses, ligamentos e osso subcondral Dor à mobilização → artralgia mecânica Crepitação Calor local Aumento de voluma articular Derrame articular → sinovite Derformidade → nódulos de Herberden e Bouchard (mãos) Limitação de movimento passivo Varismo e valgismo Cistos de Baker Hálux valgo - "joanete" Anquilose Rizartrose P á g i n a | 4 Nas mãos: Nódulos de Heberden em distal (osteofito) Nódulos de Bouchard em proximal Rizartrose Poupa metacarpofalangianas Na coluna: Espondilose = alteração degenerativa osteoartrose de coluna vertebral. Principais padrões de acometimento: Poliarticular das mãos e joelhos: mulheres de meia-idade Monoarticular de joelho: mulheres ou homens de meia-idade Monoarticular de quadril: homens jovens ou de meia-idade Poliarticular destrutiva generalizada: mulheres idosas → acometimento de 3 ou mais grupos distintos articulares. Coluna Vertebral: mulheres e homens de meia-idade Artropatias microcristalinas (gota, condrocalcinose..) Artrite Reumatóide P á g i n a | 5 Artrite Psoriática Também acomete interfalangeanas distais Rigidez matinal > 30min Acomete metacarpofalageanas Quadro mais “florido” Psoríase cutânea Alterações ungueais (pitting) Dactilite → Clínico ← Dor articular persistente relacionada ao uso em uma ou poucas articulações. Idade ≥45 anos Rigidez matinal ausente ou ≤30 minutos Exames de imagem reforçam diagnóstico. ⚪ RX – mais usado ⚪ RNM – identificar estágios inicias; pré-operatórios Radiografia: Redução do espaço articular Esclerose subcondral Desalinhamento Osteófitos Cistos Anquilose Sem alterações laboratoriais; sem aumento de provas inflamatórias Rizartrose e sinal da gaivota Osteófitos: Protuberância óssea radiopaca na borda da articulação; Redução do espaço articular: Menor área radiotransparente no espaço articular; Esclerose óssea: Aumento radiopaco na região acometida; Cistos subcondrais: Formações arredondadas radiotransparente na região subcondral afetada P á g i n a | 6 Medidas não farmacológicas: 1. Educação do paciente 2. Estímulo à atividade física Reduzir a dor; Aumentar ou manter a força muscular; Melhorar a mobilidade e condicionamento físico; Reduzir as limitações das atividades. o Resultados em 3 a 6 meses; o As evidências são mais fortes para OA de joelhos do que para quadril; o Periodicidade: 3-5x/sem. 3. Perda de peso • Indicação: todos os pacientes com OA sintomática e que estejam com sobrepeso; • Perda de pelo menos 5% de peso corporal. 4. Gelo local 5. Órteses e palmilhas ortopédicas • Melhora dos sintomas • Corrige força biomecânica anormal articular 6. Dispositivos de ajuda • Se dor nas articulações de carga → bengala, muleta ou andador. • Contralateral ao quadril ou joelho afetado e, durante a deambulação, deve alcançar junto com o membro afetado, para reduz a carga sobre ele. Tratamento farmacológico: 1. Agentes tópicos: preparações com capsaicina, AINES, lidocaína (adesivos tópicos); 2. Analgésicos orais: • Paracetamol (2g/d) - Isolado ou associado a AINES ou codeína • AINES - Naproxeno (1g/d) é o mais seguro Tipos de exercícios que devem ser incluídos nos programas de atividades: Alogamentos Reforço muscular Fisioterápicos Água Aeróbicos Resistência P á g i n a | 7 • Colchicina - Suspeita de artropatia por cristais • Tramadol ou codeína – opióide - Associados a paracetamol, pelo menor tempo possível na falha ou contraindicação aos AINES 3. Fármacos sintomáticos de ação lenta na osteoartrite: - Condroprotetores: • Glicosamina + Condroitina (1,5 +1,2g) • Diacereina • Insaponificáveis de abacate ou soja • Cúrcuma + boswellia- Duloxetina – ISRSN: • Analgésicos de ação central • Pode ser usada isoladamente ou em combinação com AINES em pacientes com dor - Hidroxicloroquina: • OA erosiva de mãos • Eficácia duvidosa - Estudos com pequeno número de pacientes Tratamento intra-articular: 1. Corticoesteróides • Ação rápida na melhora da dor; • Usado em casos clínicos mais avançados; • Resposta dura 4 – 6 meses – às vezes mais; • Eventos adversos são incomuns. 2. Viscossuplementação: • Ácido hialurônico (componente importante do líquido sinovial e de cartilagem) • Finalidade: melhorar a concentração de ácido hialurônico e, consequentemente, restaurar a viscoelasticidade e as propriedades nociceptivas e anti inflamatórias do líquido sinovial. Intervenções Cirúrgicas: 1. Artroscopia (Lavagem e debridamento articular) – sem eficácia conhecida 2. Osteotomia - Prevenção do risco de progressão estrutural 3. Artroplastia – padrão ouro • Remoção da articulação lesionada, sendo substituída por uma prótese articular. • Muito efetiva. • Alívio da dor e restauração da função em muitos pacientes com OA de quadril e joelho; • Indicações: o Intensidade da dor e da limitação funcional do paciente; o Impacto da osteoartrose na qualidade de vida; o Presença de características radiográficas da OA de moderadas a grav O uso deve ser suspenso se não houver melhora clínica em até 6 meses Colágeno – sem benefício P á g i n a | 8
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