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Alterações no pH do organismo: alcalose e acidose metabólica

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63ISSN 2595-3516
Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019
Alterações no pH do organismo alcalose 
metabólica e acidose metabólica
Sérvio Antônio BUCIOLI1
Márcio Henrique Gomes MÉLLO2
Resumo: A manutenção de diversas vertentes corporais são de suma importância 
para o equilíbrio homeostático; dentre os processos de estabilidade que se espera 
no organismo, o equilíbrio ácido base é bastante relevante, assim, modificações 
do pH podem gerar diversas alterações orgânicas, considera-se normal o pH 
sanguíneo mantido entre 7,34 e 7,44, por outro lado configura uma acidose quando 
o pH encontra-se menor que 7,34 e consideramos alcalose, quando este mesmo 
fator (pH) fica acima de 7,44, sendo descrito na literatura que a faixa compatível 
com a vida está entre 6,8 e 8,0. Esta revisão teve como objetivo direcionar 
os profissionais de nutrição que, ao entenderem e aplicarem tais alicerces 
científicos em seu cotidiano de prescrições alimentares, têm na aquisição deste 
conhecimento uma segurança que os amparará em melhores análises e tomadas 
de decisão, utilizando os subsídios de tamponamento, componente respiratório e 
renal para aplicação prática profissional com o objetivo de investigar alterações 
no pH do organismo, esperando assim elucidar as interações orgânicas da 
alcalose metabólica e acidose metabólica e relacionar esses conceitos à formação 
acadêmica e à aplicabilidade da formação profissional. 
Palavras-chave: Equilíbrio Ácido-base. Alterações no pH. Acidose Metabólica. 
Alcalose Metabólica.
1 Sérvio Antônio Bucioli. Mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP). 
Licenciado em Educação Física pelo Claretiano – Centro Universitário. Bacharelando em Nutrição 
pela mesma instituição. Professor no Curso Bacharelado em Educação Física do Claretiano – Centro 
Universitário. E-mail: <serviobucioli@claretiano.edu.br>.
2 Márcio Henrique Gomes Méllo. Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Ribeirão Preto 
(UNAERP). Especialista em Docência na Educação Superior pela Universidade de Ribeirão Preto 
(UNAERP). Bacharel em Química Industrial pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Bacharel 
em Processos Gerenciais pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Professor no Curso de Nutrição do 
Claretiano – Centro Universitário, da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), do Centro Universitário de 
Bebedouro. Professor no Curso de Pós-graduação da Universidade de Araraquara. Coordenador e professor 
na Etec Centro Paula Souza de Ribeirão Preto. E-mail: <mhgmello@gmail.com>.
ISSN 2595-351664
Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019
Changes in method of metabolic alcalose and 
metabolic acidose
Sérvio Antônio BUCIOLI
Márcio Henrique Gomes MÉLLO
Abstract: The maintenance of several body parts are of paramount importance 
for the homeostatic balance; among the expected stability processes in the body, 
the base acid balance is quite relevant, so changes in pH can lead to several 
organic changes, it is considered normal the blood pH maintained between 
7.34 and 7.44, on the other hand it is an acidosis when the pH is lower than 
7.34 and we consider alkalosis when this same factor (pH) is above 7.44, and 
it is described in the literature that the compatible range of life is between 
6.8 and 8 , 0. The purpose of this review was to direct nutrition professionals 
who, in understanding and applying such scientific foundations in their daily 
dietary prescriptions, have in the acquisition of this knowledge a security that 
will support them in better analysis and decision making, using the subsidies 
of tamponamento, respiratory and renal components for professional practice in 
order to investigate alterations in the pH of the organism, hoping to elucidate the 
organic interactions of metabolic alkalosis and metabolic acidosis and to relate 
these concepts to the academic formation and the applicability of professional 
training.
Keywords: Acid-base Balance. Changes in pH. Metabolic Acidosis. Metabolic 
Alkalosis.
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Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 2, n. 1, p. 63-78, jan./jun. 2019
1. INTRODUÇÃO
Os termos alcalose e acidose são utilizados para determinar 
modificações do pH sanguíneo que serão consecutivamente deno-
minações decorrentes da diminuição e do aumento da concentração 
de íons H no sangue. A manutenção do “potencial Hidrogeniôni-
co” (pH), possui entre outras funções, a regulação térmica e hídri-
ca (temperatura, osmolaridade), a relação de trocas gasosas entre 
oxigênio e dióxido de carbono, que são precípuas para o bom fun-
cionamento orgânico e celular e estão associados a uma série de 
processos enzimáticos, bioquímicos e metabólicos. 
O pH sanguíneo é considerado suportável quando mantido 
entre 7,34 e 7,44, sendo que o pH abaixo de 7,34 configura a acido-
se, caracterizada pelo aumento das concentrações de íons Hidrogê-
nio. Inversamente a este processo, o potencial Hidrogeniônico (pH) 
acima de 7,44, caracteriza a alcalose, se houver diminuição de íons 
de Hidrogênio, sendo que as alterações compatíveis com a vida no 
pH sanguíneo situam-se entre 6,8 e 8,0.
Para o profissional de nutrição conhecer esses parâmetros é 
de extrema importância na sua formação acadêmica e, subsequen-
temente, no cotidiano profissional, pois o desregulamento do equi-
líbrio ácido básico (alterações na homeostase ácido básico) pode 
ser danoso, em especial, se estas modificações ocorrerem de manei-
ra acentuada, ou seja, de maneira célere e intensificada. 
É importante salientar que o organismo humano pode utili-
zar sobrecarregar sistemas em função de manter o que lhe é vital; 
mesmo assim, pequenas variações da concentração do hidrogênio 
já desencadeiam uma série de reações químicas capazes de alte-
rar relevantemente o metabolismo celular, inibindo ou acelerando 
funções; Dessa forma, alterações extremas podem culminar em va-
soconstrição pulmonar e vasodilatação sistêmica, edema cerebral, 
decréscimo da contratilidade miocárdica, dentre muitas alterações, 
inclusive a morte celular. 
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2. DESENVOLVIMENTO 
Por definição, “[...] um íon hidrogênio é um próton único li-
vre, liberado do átomo de hidrogênio. Moléculas contendo átomos 
de hidrogênio que podem liberar íons hidrogênio são conhecidas 
como ácidos [...] uma base é um íon ou uma molécula capaz de 
receber um H+” (GUYTON; HALL, 2011, p. 401).
Segundo Piva, Garcia e Martha (1999), moléculas que con-
têm átomos de hidrogênio e são capazes de liberá-los em soluções 
são chamadas ácidos. Por essa definição, podemos dizer que uma 
base é um íon ou ainda uma molécula capaz de aceitar um íon hi-
drogênio; associando essa definição à nutrição, encontramos no 
corpo humano um exemplo de funcionamento em que um micro-
nutriente age como base, as proteínas, por causa da carga negativa 
de alguns aminoácidos, têm carga negativa efetiva que aceita o íon 
hidrogênio. Complementando, Guyton e Hall (2011, p. 401) afir-
mam que “[...] proteína hemoglobina nas hemácias e proteínas de 
outras células do corpo estão entre as bases mais importantes do 
corpo”.
Ainda para o autor supracitado, base e álcali são usados como 
sinônimos com frequência, sendo álcali a formação molecular de 
um ou mais metais alcalinos, que reagem rapidamente com ions 
de H+. De modo semelhante, a denominação alcalose refere-se à 
remoção excessiva de H+ dos líquidos corporais, em contraste com 
a adição excessiva de H+, conhecida como acidose (GUYTON; 
HALL, 2011). 
Conforme descrito anteriormente e corroborando com as in-
dicações de Furoni (2010), a manutenção do pH do sangue consi-
derado normal varia entre 7,34 e 7,44; a acidose caracterizada pelo 
aumento das concentrações de íons Hidrogênio se dará com pH 
menor a 7,34; já a alcalinose tem como característica metabólica a 
diminuição de íons de Hidrogênio em que o potencial Hidrogeniô-
nico (pH) fica acima de 7,44. 
Guyton e Hall (2011)divergem dos limítrofes de Furoni 
(2010) e definem 7,4 como marco de equilíbrio e, assim, conside-
ram estado de acidose quando o pH cai abaixo de 7,4 e de alcalose 
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quando o pH está acima de 7,4. Portanto, ambos autores concordam 
que o intervalo compatível com a vida está em um pH entre 6,8 e 
8,0.
Guyton e Hall (2011 p. 402) afirmam ainda que: 
O pH intracelular geralmente é um pouco mais baixo do 
que o pH do plasma porque o metabolismo das células pro-
duz ácido. Dependendo do tipo de células, estima-se que 
o pH dos líquidos intracelulares fique entre 6,0 e 7,4. A 
hipoxia dos tecidos e o fluxo sanguíneo deficiente nesses 
tecidos podem causar acúmulo de ácido e diminuir o pH 
intracelular.
O pH da urina varia de 4,5 a 8,0, dependendo do estado 
ácido-base do líquido extracelular. Os rins têm um papel 
essencial na correção de desvios de concentração de H+ 
no líquido extracelular ao excretarem ácidos ou bases nas 
taxas variadas.
A manutenção do equilíbrio estável (homeostase) do organis-
mo é fundamental para o eficiente funcionamento dos órgãos e sis-
temas de maneira que alterações geradas de natureza física (calor, 
frio, umidade), psicológica (depressão e ansiedade por exemplo) 
ou bioquímica (geradas por fármacos por exemplo), podem rom-
per com este estado estável, corroborando com os apontamentos de 
Dantas (2005) que define a homeostase como o estado de equilíbrio 
estável que sistemas constitutivos do organismo vivo mantêm em 
uma relação existente entre este e o meio ambiente, podendo esta 
ser rompida por fatores internos que o autor diz ser oriundos do 
córtex cerebral, ou externos, como as alterações de temperatura, 
e ainda situações inusitadas, que podem desencadear emoções, al-
terações da pressão, entre outros; e sempre que este “equilíbrio” 
é quebrado, existem mecanismos compensatórios para que a ho-
meostase seja reestabelecida.
No caso do equilíbrio ácido-base, é preciso um balanceamen-
to entre a remoção líquida do corpo e a ingesta ou produção de 
H+. “A regulação precisa de H+ é essencial, pois as atividades de 
quase todos os sistemas de enzimas do corpo são influenciadas pela 
concentração de H+. Portanto, mudanças na concentração de hidro-
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gênio alteram praticamente todas as funções celulares e corporais” 
(GUYTON; HALL, 2011, p. 401).
Para o organismo regular a concentração dos íons hidrogênio 
(H+), é de suma importância a harmonização entre os ácidos e as 
bases no interior das células (líquido intracelular), no meio líquido 
que as cerca (líquido intersticial) e no sangue (líquido intravascu-
lar); neste processo de regulação, os rins desempenham funções 
primordiais na regulação e remoção de H+; porém, existem outros 
mecanismos, como o tamponamento ácido-base abrangendo as cé-
lulas, o sangue e os pulmões imprescindíveis na manutenção de 
níveis normais de concentração H+ dentro (intracelular) e fora da 
célula (extracelular) (GUYTON; HALL, 2011). 
Assim para evitar acidose ou alcalose existem três sistemas 
primários para regulação das concentrações de H+ nos líquidos cor-
porais segundo Furoni (2010) e Guyton e Hall (2011): 
1) Os Sistemas Tampão 
2) O Componente Pulmonar
3) O Componente Renal
Embasados nos autores supracitados, de maneira geral, de-
finimos como sistemas tampão químicos ácido-base dos líquidos 
corporais, que se combinam imediatamente com ácido ou base para 
evitar alterações excessivas na concentração dos ions de H+, evi-
tando alterações de pH; o Componente Pulmonar é descrito como o 
centro respiratório que basicamente regula a remoção de CO2 e do 
líquido extracelular; e o Componente renal, (ou os rins), que podem 
excretar tanto urina ácida como alcalina, reajusta a concentração de 
H+ no líquido extracelular para níveis normais durante a acidose 
ou alcalose.
Os Sistemas Tampão
“Um sistema tampão é constituído por um ácido fraco e o 
seu sal de uma base forte, em relação constante, para combinar 
com ácidos e bases em excesso e evitar variações do pH” (SOU-
ZA; ELIAS, 2006 p. 284); assim, podemos afirmar que um siste-
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ma tampão é constituído por um ácido fraco e sua base conjugada. 
Segundo Évora e Garcia (2008), destacamos no organismo quatro 
relevantes sistemas de tamponamento: bicarbonato/ácido carbôni-
co, proteínatos/proteínas, fosfatos monoácidos/fosfatos biácidos e 
hemoglobinato/hemoglobina. 
A tabela 1 demonstra os principais sistemas tampão do orga-
nismo e as suas quantidades relativas.
Tabela 1. Principais sistemas tampão do organismo. O sistema do 
bicarbonato é o mais abundante e extremamente importante na neu-
tralização dos ácidos formados pelo metabolismo celular.
Fonte: Souza e Elias (2006, p. 313).
Estas substâncias-tampões minimizam as modificações do 
pH acrescendo ou diminuindo íons H+. “Entre os tampões do es-
paço extracelular o bicarbonato e as proteínas plasmáticas desem-
penham papel relevante, enquanto a hemoglobina e os fosfatos es-
tão em primeiro plano no compartimento intracelular” (SOUZA; 
ELIAS, 2006, p. 301). 
Estes tampões atenuam de modificações bruscas, mantendo o 
equilíbrio ácido-base, sendo que o tampão bicarbonato é conside-
rado o mais importante deste sistema conforme explicam SOUZA; 
ELIAS (2006, p. 313).
O sistema bicarbonato/ácido carbônico é o de maior impor-
tância na regulação do pH, durante a circulação extracor-
pórea. A base forte deste sistema é o bicarbonato e o ácido 
fraco é o ácido carbônico. Quando um ácido se acumula no 
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sangue, o bicarbonato do sistema tampão se combina com 
o mesmo, alterando o equilíbrio próprio do sistema tam-
pão. O ácido carbônico em excesso, se dissocia em CO2 e 
H2O e o dióxido de carbono é eliminado pelos pulmões ou 
pelo oxigenador (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 313).
Segundo Guyton e Hall (2011 p. 403), “[...] o sistema tampão 
do bicarbonato consiste em uma solução aquosa contendo dois in-
gredientes: (1) um ácido fraco, H2CO3 e (2) um sal bicarbonato, 
como o NaHCO3. O H2CO3 é formado no corpo pela reação de 
CO2 com H2O”. 
Se a enzima anidrase carbônica (que é abundante nas pare-
des dos alvéolos pulmonares, onde CO2 é liberado; e encontra se 
ainda nas células epiteliais dos túbulos renais) não estiver presente 
esta reação se torna muito lenta pouca quantidade de H2CO3 são 
formadas se a enzima não estiver presente 
CO2 + H2O anidrase carbônica H2 CO3 
Segundo Piva, Garcia e Martha (1999), o Tampão Bicaborna-
to é capaz de aceitar um íon de hidrogênio formado por um ácido 
fraco H2CO3, sendo a mistura de ácido carbônico (H2CO3) e Bicar-
bonato de Sódio (Na HCO3) na mesma solução a mistura típica do 
Sistema Tampão Bicarbonato.
Observando a figura 1 em que está representada a curva de ti-
tulação do sistema tampão bicabornato e que mostra o pH do líqui-
do extracelular na forma de HCO3- e CO2 ou (H2 CO3), podemos 
afirmar a eficiência do sistema tampão bicabornato por que o pH do 
extracelular está por volta de 7,4 enquanto o pK do sistema tampão 
do bicarbonato é de 6,1. E as concentrações dos dois elementos 
do sistema do bicarbonato CO2 e H2CO3 não são altas (GUYTON; 
HALL, 2011).
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Figura 1. Curva de titulação do sistema tampão bicabornato que 
mostra o pH do líquido extracelular na forma de HCO3- e CO2 ou 
(H2 CO3).
Fonte: Guyton e Hall (2011, p. 407)
Segundo Furoni (2010, p. 6): 
O sistema tampão é constituído pelo bicarbonato (HCO), 
ossos, hemoglobina, proteínas plasmáticas e intracelula-
res. Estas substâncias são capazes de doar ou receber íons 
H minimizando alterações do pH e têm por objetivo deslo-
car a reação para maior produção de CO e água que podem 
ser eliminadospela respiração. O sistema tampão ocorre 
instantaneamente à alteração ácido-básica constituindo, 
assim, a primeira linha de defesa para variações do pH.
Assim como o sistema tampão bicabornato, o tampão fosfato 
é capaz de transformar um ácido forte em um composto de ácido 
fraco mais sal, sendo de extrema importância para os líquidos dos 
tubulares renais. Para Gyuton e Hall (2011, p. 405): “O sistema-
-tampão do fosfato é especialmente importante nos líquidos tubu-
lares dos rins, e também é importante no tamponamento do líquido 
intracelular porque a concentração de fosfato nesse líquido é bem 
maior que no líquido extracelular”.
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Duas razões explicam tal importância do sistema tampão fos-
fato nos rins, mais especificamente nos líquidos tubulares destes.
A primeira razão é que o fosfato fica muito concentrado nos 
túbulos incrementando assim o potencial de tamponamento do sis-
tema fosfato. A segunda razão está no pH do líquido tubular que 
é consideravelmente menor que o líquido extracelular fazendo 
com que a faixa de pK do sistema fique em torno de 6,8 (GUYTN; 
HALL, 2011).
Os autores supracitados apresentam ainda o importante papel 
do sistema tampão fosfato no tamponamento intracelular em que 
a concentração do fosfato é maior no líquido intracelular que no 
líquido extracelular, sendo que o pH intracelular é mais baixo que 
o pH extracelular, ficando assim mais próximo do Pk do sistema 
tampão fosfato, quando comparado com o líquido extracelular.
Piva, Garcia e Martha (1999) explicam ainda o Sistema de 
tamponamento Proteína afirmando que é o mais abundante do or-
ganismo, sendo composto por proteínas plasmáticas e celulares, e 
elucidando que “[...] exceto para hemácias a lentidão de íons hi-
drogênio e bicarbonato através das membranas celulares, muitas 
vezes, retarda por várias horas a capacidade dos tampões intracelu-
lares de tamponarem as anormalidades ácido básicas extracelulares 
(GUYTON, 1996 apud PIVA; GARCIA; MARTHA, 1999, p. 235).
Para Guyton e Hall (2011, p. 406), “aproximadamente 60 a 
70% do tamponamento químico total dos líquidos corporais se dá 
no interior das células, e grande parte resulta das proteínas intrace-
lulares”.
O Componente Pulmonar (respiratório)
A segunda linha de defesa é o sistema respiratório que entra 
em ação em poucos minutos, retendo ou eliminando CO2 e, por con-
sequência, equilibrando déficits e excessos de H2CO3 no organismo 
(PIVA; GARCIA; MARTHA, 1999).
A regulação da ventilação é extremamente sensível as al-
terações na concentração de CO2, O2 e pH e responde ra-
pidamente com o objetivo de realizar troca de CO2 por O2 
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nos alvéolos pulmonares. Mudanças na produção de CO2 
por O2 nos alvéolos pulmonares. Mudanças na produção 
de CO2 são acompanhadas por alterações correspondentes 
na ventilação alveolar. A medida da Pressão parcial de gás 
carbônico (PCO2) reflete então a ventilação alveolar (troca 
gasosa) (PIVA; GARCIA; MARTHA, 1999, p. 235).
Desta forma podemos afirmar que o controle pulmonar é res-
ponsável pela regulação de CO2 em sua concentração sanguínea, 
eliminando-o (acidose) ou retendo-o (alcalose) (FURONI, 2010).
Quando o CO2 não é eliminado adequadamente, acumula-
se no sangue e reage com a água, aumentando o teor de 
ácido carbônico. O ácido é parcialmente neutralizado 
pelo bicarbonato do sistema tampão, mas deixa livre um 
excesso de H+, que tende a reduzir o pH. Ao contrário, 
quando o CO2 é eliminado em excesso, no oxigenador, o 
bicarbonato (NaHCO3) se dissocia. O sódio (Na+) livre, 
forma sais diferentes do bicarbonato e o íon HCO3
- rea-
ge com a água (H2O), formando ácido carbônico e íons 
hidroxila (OH-). Os íons hidroxila combinam-se aos íons 
hidrogênio (H+) para formar água. A produção de H2CO3 
reduz o teor de H+ no sangue, com consequente elevação 
do pH. A regulação respiratória do equilíbrio ácido-base é 
feita exclusivamente através da regulação do CO2. Altera-
ções da ventilação no oxigenador, podem produzir quebra 
daquele balanço e interferir com o metabolismo celular 
(SOUZA; ELIAS, 2006, p. 313-314).
Segundo a explanação gráfica de Guyton e Hall (2011), na 
figura 1, notamos que o controle respiratório é exercido por varia-
ções na concentração de íons H+ sobre o bulbo em que o compo-
nente pulmonar, após a alterações no equilíbrio acidobásico, é acio-
nado em questão de minutos, corroborando então com Piva, Garcia 
e Martha (1999). Guyton e Hall (2011) reafirmam o componente 
respiratório como segundo na linha de defesa para variações do pH. 
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Figura 1. Controle por feedback da concentração de íons hidrogê-
nio pelo sistema respiratório.
Fonte: Guyton e Hall (2011, p. 407).
O Componente Renal
O componente renal é uma importante defesa na regulação 
ácido básico, podemos dizer que temos entre os mecanismos regu-
ladores das alterações do pH sanguíneo, como o mais duradouro 
dos mecanismos regulatórios, sendo que a compensação renal do 
pH, é eficaz após 24 a 48 horas (SOUZA; ELIAS, 2006; FURONI, 
2010).
A compensação renal, entretanto, é mais completa, porque 
retorna o poder de tamponamento do sangue a níveis nor-
mais, refazendo o seu principal sistema tampão. Os rins 
excretam, diariamente, 50 miliequivalentes de íons hidro-
gênio e reabsorvem 5.000 miliequivalentes de íon bicar-
bonato.
Além de influir na restauração do equilíbrio ácido-base, 
a compensação renal é a mais importante, na manutenção 
da constância do meio ambiente das células, o líquido ex-
tracelular. Os rins reagem aos distúrbios da osmolaridade, 
desidratação e hipotensão, eliminando ácidos não voláteis 
e não carbônicos (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 313).
Através da reabsorção de bicarbonato filtrado e da regene-
ração do bicarbonato através da excreção de H+, os rins possuem 
a capacidade de controlar o equilíbrio ácido-base excretando uri-
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na ácida ou básica. Isso ocorre por que quantidades acentuadas de 
HCO3
- são filtradas continuamente nos túbulos e, ao serem elimi-
nadas pela urina, removem base do sangue. Podemos notar ainda 
quantidades grandes de ions de hidrogênio H+ serem secretados no 
lúmen tubular pelas células epiteliais tubulares, removendo, assim, 
ácido do sangue. 
Desta forma, se for eliminado menor quantidade de H+ que 
HCO3-, haverá um aumento de ácido do líquido extracelular, por 
outro lado, quando é secretado mais H+ que HCO3,
- acontece uma 
perda líquida de ácido do líquido extracelular (FURONI, 2010; 
GUYTON; HALL, 2011).
É importante salientar, com base nas considerações de Guyton 
e Hall (2011), que os rins aumentam sua excreção quando há uma 
alcalose, por não conseguirem reabsorver todo o bicarbonato fil-
trado; elucidando mais, podemos entender que o íon bicarbonato 
tampona o íon hidrogênio no líquido extracelular, assim esta redu-
ção significa acrescentar hidrogênio ao líquido. Já em situação de 
acidose, o bicarbonato na urina pelos rins, reabsorvendo todo o bi-
carbonato filtrado e produzindo um novo bicarbonato, que é acres-
centado de volta ao líquido extracelular, esse mecanismo reduzindo 
a concentração de H+. “Assim os rins regulam a concentração de 
H+ do líquido extracelular por de três mecanismos fundamentais: 
(1) secreção de H+; (2) reabsorção de HCO3- filtrado e (3) produ-
ção de novo HCO3-” (GUYTON; HALL, 2011, p. 408).
Segundo Souza e Elias (2006), podemos entender como 
acidose metabólica por um aumento nos ions de H+, podendo ter 
como causa comum uma precária oxigenação tecidual que se utiliza 
do metabolismo anaeróbico, cujo produto final é ácido lático, ou 
seja, um “[...] ácido fraco, não volátil, e que, portanto, não pode ser 
eliminado pelo pulmão ou pelo oxigenador. A dissociação do ácido 
lático libera íonshidrogênio, que vão contribuir para reduzir o pH 
do sangue” (SOUZA; ELIAS, 2006, p. 319).
A redução da oxigenação dos tecidos, que induz ao me-
tabolismo anaeróbico, com produção excessiva de ácido 
lático e acidose metabólica, também pode ocorrer na cir-
culação extracorpórea, quando o fluxo arterial está redu-
zido em relação às necessidades do paciente, quando há 
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vasoconstrição de determinados leitos vasculares, quando 
o sangue arterial não está adequadamente oxigenado ou 
quando a oxihemoglobina não libera suficiente oxigênio 
aos tecidos, por desvios da sua curva de dissociação (SOU-
ZA; ELIAS, 2006, p. 319).
O ion lactato é outro produto da dissociação do ácido lático 
que é metabolizado no fígado, porém, na acidose lática, a sua pro-
dução supera a capacidade de metabolização daquele órgão, per-
mitindo seu acúmulo no sangue. Os autores supracitados afirmam 
ainda que “[...] o lactato desloca o sódio do bicarbonato; além dis-
so, como mecanismo de compensação, o pulmão aumenta a elimi-
nação de CO2 para manter o teor de ácidos do sangue. Este último 
mecanismo inexiste durante a perfusão” (SOUZA; ELIAS, 2006, 
p. 319).
A redução do fluxo arterial pode ser acometida por diversos 
fatores, como a própria estimativa inadequada para as necessidades 
do paciente em manobras cirúrgicas em que a redução intencio-
nal do pH pode ser feita para facilitar procedimentos. A liberação 
de vasopressores, como as catecolaminas que são excitadas pelo 
stress da circulação extracorpórea e pela interação do sangue com 
as superfícies não endoteliais do circuito extracorpóreo gerando 
vasoconstrição, é bastante comum. Em pacientes diabéticos, sub-
metidos a jejum prolongado, pode ocorrer acidose metabólica por 
liberação de ácidos cetônicos, produto final do metabolismo da gli-
cose, na ausência da insulina. 
Para a alcalose metabólica pode ocorrer, contudo, quando há 
excesso de bases, como o bicarbonato de sódio, quando há admi-
nistração de diuréticos, há grande eliminação de líquidos e de ele-
trólitos, principalmente o potássio e as perdas geradas acarretam 
eliminação de ions H+ pela urina e retenção de íons bicarbonato, 
que produz a alcalose metabólica. Apesar de lenta, a alcalose me-
tabólica pode ser observada em pessoas que fazem prolongado uso 
de diuréticos. “De um modo geral, a alcalose metabólica é branda, 
bem tolerada, e não necessita de qualquer tratamento específico” 
(SOUZA; ELIAS, 2006, p. 321).
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Pudemos entender que o equilíbrio ácido base quando bem 
assimilado torna-se uma ferramenta diferencial para os profissio-
nais de saúde. Esse assunto foi abordado pela disciplina de Meta-
bolismo dos Nutrientes como parte das atividades virtuais e como 
estratégia pedagógica de formação acadêmica que, por conseguin-
te, serão de primordial importância no cotidiano das práticas em 
nutrição. 
O embasamento científico aqui apresentado teve como obje-
tivo, através de uma revisão de literatura, demonstrar os sistemas 
de tamponamento, componente respiratório e renal como mecanis-
mos compensatórios orgânicos que, com a quebra da homeostase 
por alterações do equilíbrio ácido básico, são ativados evitando co-
lapsos que, sem tais manifestações metabólicas, culminariam em 
quadros incompatíveis com a sobrevivência.
Concluímos desta forma que, ao realizar o cumprimento deste 
componente formativo, estamos assimilando conhecimentos sobre 
os quadros de acidose e alcalose metabólica que indistintamente 
corroboraram para a formação e consolidação de conceitos que em 
um breve, quando habilitados à prática, ou mesmo durante estágios 
de formação, propiciarão, sem dúvida, um amplo campo para que 
tal prática venha a auxiliar àqueles que acompanharemos.
Por fim, a investigação das alterações no pH do organismo 
trouxe à luz o entendimento das manifestações orgânicas da alca-
lose metabólica e acidose metabólica, dando-nos subsídios para 
identificar e, subsequentemente, quando habilitados, intervir em 
práticas dentro da nutrição.
REFERÊNCIAS
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GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: 
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SOUZA, M. H. L.; ELIAS, D. O. Alterações do equilíbrio ácido-base. In: 
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