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TCC GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR

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ISEIB- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IBITURUNA
MARCIA BLANK
GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR
VIRGINÓPOLIS - MG
2018
MARCIA BLANK
GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR
Monografia apresentada ao Instituto Superior De Educação Ibituruna - ISEIB, como requisito para a obtenção do título de Especialista em Administração Escolar.
ALTA FLORESTA-MT
2020
“É que a democracia, como qualquer sonho, não se faz com palavras desencarnadas, mas com reflexão e prática”. Paulo Freire (1993)
GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR
MARCIA BLANK
RESUMO
O presente trabalho teve como temática a Gestão Democrática escolar, a pesquisa aborda uma análise do projeto de gestão democrática na sua integra, destacando sua implementação e qual o papel de cada um dos autores envolvido nesse processo de democratização do ensino. Tem como objetivo apresentar reflexões sobre as contribuições e desafios de se desenvolver a gestão democrática escolar, demonstrando assim a importância da inserção da comunidade escolar no processo educacional, oportunizando dessa forma ao aluno a participação e preparação para a cidadania, tornando-o um sujeito ativo e consciente de seu papel frente às diversas mudanças do atual cenário sociopolítico e cultural. É importante enfatizar que os resultados da pesquisa apontam que a gestão democrática escolar tem grande impacto na qualidade do processo ensino aprendizagem. Porém apesar dessa afirmação é a de que já ocorreram importantes avanços, é importante ressaltar que ainda existe necessidade de aprofundar se em torno da temática para uma maior compreensão desse processo, também há a necessidade de ampliar os espaços de discussão no intuito de unir esforços na luta por uma efetiva gestão democrática, condição fundamental para a melhoria da qualidade na educação.
Palavras-chave: Gestão Democrática; Aprendizagem; Projeto.
.
SÚMARIO
Introdução
6
1 GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PUBLICA
8
1.1 Contextualização histórica da Gestão Democrática Escolar
9
1.2 A Gestão Democrática e a Autonomia da Escola
11
2 ESTRUTURA DEMOCRÁTICA DA GESTÃO ESCOLAR
13
2.1 Projeto Político Pedagógico
14
2.2 Conselho Escolar..............................
16
3 METODOLOGIA...............................
 17
4 CONSIDERACÕES FINAIS 
18
5 REFERÊNCIAS 
19
Introdução
O conceito de gestão democrática na escola pública abordado na presente pesquisa buscou verificar de que forma foi implantado esse projeto, que conta a participação de todos os segmentos na construção e no direcionamento das ações educativas da escola, sendo visto como uma maneira diferenciada de visualizar com mais transparência as políticas educacionais dentro da escola, através da participação da comunidade escolar nas ações de planejamento, organização e avaliação das atividades pedagógicas e administrativas. Percebe se a necessidade de desmistificar a visão de gestão de gestão democrática, enfocando que na gestão democrática ocorre a necessidade da participação da comunidade escolar e todos os profissionais que atuam na escola, o gestor passa a tomar decisões agora coletivas e não mais centralizada apenas em alguns profissionais ou ate mesmo de forma individual.
Analisando o contexto da gestão democrática e a constante preocupação com os caminhos que a educação trilhando, buscou-se através desta pesquisa analisar de forma aprofundada como é na integra o projeto de gestão democrática nas escolas publicas, a fim de verificar o papel de cada um dos segmentos envolvidos, na construção e no direcionamento das ações educativas da escola. Por se tratar se de democrática, a escola deve se mostrar aberta, flexível, participativa, tornando se um espaço propício à socialização e interação com a comunidade escolar, com profissionais que sejam comprometidos com a educação, com a família presente e com alunos que são valorizados e estimulados a aprender. A possibilidade de participar das decisões tomadas na escola é muito relevante para o desenvolvimento do aluno que é o sujeito aprendiz. Isso porque o aluno não aprende somente na sala de aula, mas na escola como um todo, através da maneira como a mesma é organizada e como funciona, pelas ações que promove, pelos relacionamentos interpessoais dento da escola e como a mesma relaciona se com a comunidade. Desta forma uma educação de qualidade não é resultado de ações isoladas, mas sim do conjunto das relações dos fatores externos e internos existentes no espaço escolar, e da forma como essas relações estão organizadas. Porém essa não é uma tarefa fácil, pois essa nova concepção de gestão exige do gestor qualificação de liderança voltada para o sucesso do processo de desenvolvimento humano e a formação da cidadania, por meio da organização, mobilização e articulação de todas as condições humanas.
 O presente trabalho, realizado através de pesquisa bibliográfica e análise de documentação legislativa, teve como objetivos de pesquisa buscar identificar e explicar como é o projeto de gestão democrática, especificando a visão de alguns teóricos que destacamos a seguir: Arroyo que estuda a educação e suas relações com a sociedade; Bobbio, que trabalha a temática da democracia, Chiavenato, especialista no estudo sobre administração; Libâneo e Lück, que defendem uma gestão participativa na escola pública e Gadotti, abordando a autonomia escolar. Identificar o papel de cada um frente à gestão democrática na escola e identificar quais são as ações e instrumentos que garantem que a gestão democrática ocorra em sua integralidade nas escolas.
1 GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR
Dentro do ambiente escolar a gestão democrática de forma bem sucinta tem como objetivo principal envolver toda a comunidade escolar através da participação efetiva na construção do Projeto Político Pedagógico (PPP), mas só terá êxito se houver a efetiva participação da comunidade de forma ativamente direta, além da comunidade deve haver esse envolvimento também dos membros Conselho Escolar, pais, alunos e todos os profissionais envolvidos. Seguindo esse raciocínio Luckesi (2007, p.15), afirma que: “Uma escola é o que são os seus gestores, os seus educadores, os pais dos estudantes, os estudantes e a comunidade. A cara da escola decorre da ação conjunta de todos esses elementos”. 
Desta forma no processo de gestão democrática a gestão da escola passar a ter como foco atender as reais necessidades de sua comunidade, sendo que em contar partida todos da sua comunidade participam de forma efetiva do processo. Vale ressaltar aqui que a gestão democrática é um principio constitucional fortalecido pela LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), Lei n. 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, Lei Darcy Ribeiro e distingue-se pela pratica dos seus gestores que precisam ter uma visão emancipadora de educação. Somente com essa visão emancipadora torna se possível que gestor seja capaz identificar e implementar espaços de ensino aprendizagem que atendam os anseios de sua comunidade respeitando as peculiaridades da mesma, tornando realidade à construção de uma escola solidária e democrática. De acordo com o Art. 14, da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/96, os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino publico na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I – Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; 
II – Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes Art. 15. 
A gestão democrática é um processo de aprendizado e de luta que busca nas especificidades da prática e em sua relativa autonomia, a possibilidade de criação de meios para uma educação mais transparente, justa e de qualidade. Sendo que através da mesma as escolas passaram a ter assegurada a autonomia pedagógica e administrativa, destacando também autonomia na gestão financeira, porem sempre observando as normas gerais de direito do financeiro publico. Sua base é formada pela constituição do Conselho escolar que tem suporte na LDB, lei nº 9394/96 no Artigo 14, que tratados princípios da Gestão Democrática no inciso II – “participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”, ou seja, para que ocorra a gestão democrática é necessário implementação do conselho escolar, sendo também necessária a elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) de maneira coletiva e participativa com todos os envolvidos.
1.1 Contextualização histórica da Gestão Democrática 
Escolar
Com Constituição Federal é que surge inicialmente nas escolas os princípios democráticos e de participação coletiva, sendo que mais tarde com Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional que apresenta flexibilidade, ao defender a gestão democrática na como um principio básico para o bom funcionamento do ensino publico brasileiro. Em relação a isso, Martins (2010, p.312) afirma que o foco da discussão era como transformar a escola pública em um espaço mais participativo e de efervescência cognitiva, isto é, o de como amplificar o olhar para o espaço abrangente que a escola ocupa e, ao mesmo tempo, direcionar a atenção para o interior da instituição e suas relações. Podemos também refletir acerca da observação que Hora, faz de que: 
O fazer democrático no interior da escola realiza-se pela transformação das práticas sociais que ali se constroem, tendo como foco a necessidade de ampliar os esforços de participação e de debates, preservando as diferenças de interesse entre os diversos sujeitos e grupos em interação, criando condições concretas para a participação autônoma dos segmentos, viabilizando, nesse processo, horizontalidade das relações de força entre eles (2007b, p.31)
Também sobre essa concepção, Lück (2001, p.15) afirma que nas escolas e nos sistemas de ensino, o conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico. Considerando ainda que a abordagem participativa na gestão escolar demanda maior participação de todos os interessados no processo decisório da escola, envolvendo-os também na realização das múltiplas tarefas de gestão. A gestão democrática não é um processo espontâneo e fácil, pois as relações de poder poderão impedir a evolução do processo, sendo necessário que o permanente esforço humano seja coletivo e realizado em função de decisões de grupos e não de indivíduos, acrescenta, Hora (2007, p.34).
Diante do exposto acima podemos afirmar e compreender que a gestão democrática é na verdade um processo político onde os envolvidos que atuam na escola tem como função identificar problemas, discutir estratégias, e assim planejar ações de ensino aprendizagem, a fim de acompanhar as práticas pedagógicas realizadas, observando os resultados com a intenção de avaliar o conjunto das ações desenvolvidas pela escola.
Porém é preciso lembrar que no atual contexto brasileiro observamos que a democracia, ainda é um direito que não é totalmente respeitado, em especial no que tange a area da educação. Apesar de estar regulamentada através de leis e normas escolares, que deixam bem claro que a gestão escolar deve ser democrática, a educação em nosso país ainda experimenta uma ditadura disfarçada. Sendo assim embora sejam notórios os avanços no processo de implantação da gestão democrática, precisamos ter clareza o grande caminho que deveremos percorrer, visto que esse processo envolve interesses de distintas classes cada uma com sua particularidade, então é necessário que seja uma luta coletiva para assim tornar a escola realmente democrática capaz de desenvolver uma educação de qualidade. A gestão escolar não pode ser fragmentada onde cada um se responsabiliza apenas com a sua função, desconhecendo as demais dimensões da escola, a gestão democrática enfatiza a participação de todos os componentes da escola no processo educativo. Libâneo afirma que:
Na maior parte das vezes, a realidade das escolas ainda é de isolamento do professor. Sua responsabilidade começa e termina em sala de aula. A mudança dessa situação pode ocorrer pela adoção de práticas participativas, em que os professores aprendam nas situações de trabalho, compartilhem com os colegas, conhecimentos, metodologias e dificuldades, discutam e tomem decisões sobre o projeto pedagógico curricular, sobre o currículo, sobre as relações sociais internas, sobre as práticas de avaliação. (2007, p. 308)
É preciso que a escola oportunize praticas participativas tornando possível a participação da comunidade de forma democrática, sendo que desta forma favorece o processo de ensino aprendizagem, é importante também valorizar os elementos internos e externos do processo, tendo consciência de que cada elemento possui sua parcela de responsabilidade individual, e coletiva. Neste sentido Libâneo destaca que.
A gestão democrática, por um lado, é atividade coletiva que implica a participação e objetivos comuns, por outro, depende também de capacidades, responsabilidade individuais e de uma ação coordenada e controlada. (2007, p. 326)
Sendo assim a escola torna se um ambiente social, formado por diferentes indivíduos onde cada um tem opiniões e comportamentos diferentes, porem é preciso ter clareza que uma escola com gestão democrática não é aquela em que todos fazem o querem, mas sim aquela em que todos fazem o que é bom para a coletividade. Seguindo essa linha de pensamento, Chiavenato, compreende a: 
Gestão democrática como principio da educação nacional, presença obrigatória em instituições escolares, é a forma não violenta que faz com que a comunicação educacional se capacite para levar a termo um projeto pedagógico de qualidade e possa também gerar “cidadãos ativos” que participem da sociedade como profissionais compromissados e não ausentes de ações organizadas que questionam a invisibilidade do poder. (2002, p. 17)
Diante do exposto fica bem claro que existe a necessidade de mudanças imediatas nas escolas, para que seja possível que a mesma possa formar cidadãos competentes e ativos. E para que essas mudanças ocorram de forma efetiva a escola precisa de redobrar seus esforços a fim de conseguir uma maior participação da comunidade no ambiente escolar, deixando de ter como foco principal a quantidade de conteúdos a serem repassados com objetivo elevar os índices escolares, e passar a considerar também importante e necessário o preparo dos indivíduos para a sociedade e para pleno exercício da cidadania.
1.2 A gestão democrática e a autonomia da escola 
Apesar de não existir uma receita pronta para implantar a gestão democrática na escola existem alguns princípios, valores e prioridades, que facilitam a efetiva construção da mesma. Libâneo, afirma que: 
A participação é o principal meio de se assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação maior entre professores, alunos, pais. Para o autor, o conceito de participação fundamenta-se no de autonomia, que significa a capacidade das pessoas e dos grupos de conduzirem a sua própria vida. (2004, p.79)
Atualmente a escola busca cada vez mais autonomia sendo que a gestão democrática vem de encontro com essa busca. Essa autonomia refere se a aspectos como a da liberdade que a comunidade escolar deve ter em elaborar seu Projeto Político Pedagógico (PPP) respeitando as peculiaridades da comunidade. Porem isso implica a tomada de medidas descentralizadoras com colaboração nas tomadas de decisões na escola, sendo essas decisões uma responsabilidade individual e coletiva. Sendo assim a autonomia na escola tem como meta a busca pela qualidade com equidade e o fortalecimento da escola através de práticas decentralizadas. Podemos destacar que essa autonomia é baseada em três pontos fundamentais, que sãoadministrativo, financeiro e pedagógico.
Na questão administrativa essa autonomia ocorre com a possibilidade de tomada de decisões mediante elaboração de projetos que atendam os anseios de sua comunidade, através da participação do conselho escolar garantindo assim à participação da comunidade escolar de forma democrática, na questão financeira a escola pode adequar os recursos financeiros as suas reais necessidades, ou seja, a escola assume juntamente com o conselho escolar a responsabilidade de administrar os recursos a ela repassados pelo poder publico. Já no que tange a questão pedagógica a autonomia esta pautada no desenvolvimento e a avaliação do PPP, respeitando a realidade da comunidade escolar onde a escola esta inserida e assim cumprindo função social da escola. 
Desta forma é somente através da gestão democrática que a escola alcançara autonomia, sendo que a mesma só acontecera efetivamente se for vista como uma forma de inserir a comunidade no processo de tomada de decisões da escola, ou seja, gestão democrática só acontece através de novas práticas da escola que buscam deixar de lado as práticas autoritárias presentes na sociedade, assumindo uma postura de participação e emancipação. Desta forma autonomia só acontece na sua integralidade quando oportuniza a participação de todos os atores envolvidos no planejamento das ações, atividades e projetos a serem desenvolvidos pela escola. Barroso afirma que:
A autonomia da escola não é a autonomia dos professores, ou a autonomia dos pais, ou a autonomia dos gestores. A autonomia, neste caso, é o resultado do equilíbrio de forças, numa determinada escola, entre diferentes detentores de influência (externa ou interna), dos quais se destacam: o governo os seus representantes, os professores, os alunos, os pais e outros membros da sociedade local (1996, p. 186)
Sendo assim a autonomia se fundamenta na interação de todos os indivíduos representantes da comunidade escolar e local que se reconhecem como atores fundamentais na tomada de decisões coletivas. Pois a autonomia opõe-se as maneiras autoritárias e centralizadas de tomada de decisão dentro da escola, sendo que a gestão democrática tem na autonomia um dos seus mais importantes princípios, o que implica em um processo livre e democrático de tomada de decisões nos diversos âmbitos da escola. Gadotti (2001, p.47), afirma que a autonomia se refere à criação de novas relações sociais, que se opõem às relações autoritárias existentes. 
Podemos encontrar os princípios de autonomia dentro da gestão escolar na Constituição Federal do Brasil de 1988, a qual aponta para a necessidade de uma gestão com a participação da comunidade escolar. O Art. 206; garante uma gestão participativa, assegurando o caráter democrático da educação de forma que as instituições públicas possam criar uma cultura político e educativo de exercício do princípio e da prática democrática, no seu cotidiano. 
É importante, porém sempre ressaltar, que autonomia é um processo de conquista. Sendo que só é possível alcançar a conquista de autonomia por meio da interação da comunidade escolar, gestores, alunos, profissionais da educação, pais e todos os que estão no entorno da escola em uma gestão democrática. Isso porque conforme exposto por Bobbio (2000), a participação efetiva da sociedade ocorre quando se apresentam formas de acesso as informações administrativas e financeiras, de maneira que as pessoas possam ter acesso ao trabalho desenvolvido, propiciando a avaliação dos problemas identificados, tanto pela gestão escolar, como pela sociedade que dela faz parte, em busca de discutir e deliberar os devidos encaminhamentos delineados para soluções ou mesmo direcionamentos de ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. 
2 ESTRUTURA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR 
A gestão democrática é uma prática prevista na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano Nacional de Educação (PNE). É uma forma de exercitar a democracia participativa, podendo contribuir para a própria democratização da sociedade. E de acordo com a LDB (Lei n. 9.394/96), as instituições públicas que ofertam educação básica devem ser administradas com base no princípio da gestão democrática, sendo baseada na coordenação de atitudes e ações que propõem a participação social, ou seja, da comunidade. Tendo clareza que cada um dos envolvidos deve ser considerado sujeito ativo em todo o processo da gestão, participando de todas as decisões da escola, sendo assim, é imprescindível que cada um desses sujeitos tenha também clareza e conhecimento de seu papel quanto participante da comunidade escolar.
A LDB, ao estabelecer e regulamentar em suas diretrizes gerais para a educação, em seu Artigo 14 onde define as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, conforme os seguintes princípios:
 I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; 
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
O processo de gestão democrática precisa ser global, sendo de responsabilidade de toda comunidade escolar, e precisa ser construída coletivamente, não pode ser fragmentada e sim participativa e democrática. A gestão democrática implica a efetivação de novos processos de organização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão. (BRASIL, 2004, p.15)
2.1 Projeto Político Pedagógico (PPP) 
É impossível falar em gestão democrática sem associa-la ao principal instrumento para sua concretização que é Projeto Político Pedagógico. Sendo que a escola que almeja concretizar na integralidade a gestão democrática precisa dar forma e vida ao seu PPP. Percebe se que as próprias palavras que compõem o nome do documento já dizem muito o mesmo. É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo, político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir e por fim pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem. É através desse documento que a comunidade escolar pode se envolver e desenvolver um trabalho coletivo, cujas responsabilidades pessoais e coletivas são assumidas.
Para a construção do PPP é imprescindível à participação de todos os segmentos da escola e da comunidade escolar, conscientizando todos os envolvidos da necessidade e importância da participação de todos na construção do PPP, isso porque a construção desse documento não é apenas responsabilidade de apenas um segmento, mas de todos que vislumbram uma educação de qualidade. Conforme afirma Freitas (2005), quando se busca construir uma sociedade democrática e cidadã, é imprescindível que a escola discuta e elabore seu projeto; assim, é impossível conceber uma elaboração que não tenha passado por seu coletivo, envolvendo a participação de todos os sujeitos.
O PPP precisa oportunizar a todos os membros da escola e comunidade escolar, que as tomadas de decisões sejam de maneira consciente para possíveis identificação e resolução dos problemas, estabelecendo as responsabilidades de todos. Isso só é possível com a promoção de debates democráticos possibilitando a produção de critérios coletivos no seu processo de elaboração. Somente dessa forma é possível construção de um PPP inclusivo, transformador e humano que realmente garanta a efetivação de uma gestão democrática. A esse respeito Mendonça afirma que:
 A capacidade de elaborar e executar com independência e efetivo apoio infraestrutural do Estado um projeto pedagógico próprio é um dos melhores indicadores da autonomia da escola e da democratização do sistema, pois indica, ao mesmo tempo, a faculdade de a escola governar-se por si mesma e a habilidade político-administrativa do sistema de reorganizar-se para concentrarsuas energias no atendimento das necessidades da escola. (2000, p. 393)
A legitimidade do PPP de uma escola depende da participação de toda comunidade escolar nas etapas de sua construção , implementação e avaliação do mesmo, pois sua legitimidade está intimamente relacionada com os processos participativos que foram desenvolvidos durante sua elaboração. Sendo assim, um Projeto Político Pedagógico elaborado sem a efetiva participação da comunidade escolar terá pouco efeito, e elaborado nessa condição é considerado ilegítimo. Neste sentido Gadotti afirmam que. 
É preciso dar muita atenção à forma como conduzi-lo. O processo essencial é a participação de todos os envolvidos no e com o trabalho escolar, em igualdade, na condição de parceiros interagindo desde a decisão, passando pela operacionalização até a avaliação do que se propõe, realiza e aprende. (1993, p. 37)
 Observando a importância do aspecto participativo na elaboração e implementação do PPP, Veiga entende que nesses momentos é que se possibilita a provocação de uma participação democrática no interior da escola ao afirmar que. 
O projeto pedagógico, ao se constituir em processo participativo decisões, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando pessoal e racionalizado da burocracia e permitindo as relações horizontais na escola. (1998, p. 13)
É importante que na construção do PPP, a escola perceba esse momento como uma ocasião ímpar e singular par pensar seu papel e função social a partir da sua especificidade, identificando perfil dos seus alunos e profissionais que ali atuam às intenções dos pais dos alunos bem como os limites e potencialidades existentes no seio da comunidade escolar. Diante do exposto o PPP não pode ser um simples agrupamento e ações planejadas, que posteriormente a sua construção é arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas, mas sim precisa ser construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola.
2.2 O Conselho Escolar 
Dentro do processo de gestão democrática o conselho escolar assume um papel decisivo por ser um instrumento para a construção de uma escola participativa e cidadã, ou seja, democrática de fato. Isso porque o conselho escolar constitui-se como órgão que representa a comunidade escolar e local, atuando em sintonia com a administração da escola e definindo caminhos para tomar decisões administrativas, financeiras pedagógicas adequadas às necessidades e potencialidades da escola. A criação do conselho escolar consta na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 sendo mesmo como parte fundamental para gestão democrática, que necessita da participação da comunidade no processo de gestão da escola, e, com isso, o conselho escolar torna-se instrumento para que essa participação se efetive. Neste sentido Libâneo, faz a seguinte afirmação sobre a organização de atividades que assegurem a relação entre escola e comunidade.
 Implica ações que envolvem a escola e suas relações externas, tais como os níveis superiores de gestão do sistema escolar, os pais, as organizações políticas e comunitárias, as cidades e os equipamentos urbanos. O objetivo dessas atividades é buscar as possibilidades de cooperação e de apoio, oferecidas pelas diferentes instituições, que contribuam para o aprimoramento do trabalho da escola, isto é, para as atividades de ensino e de educação dos alunos. Espera-se especialmente, que os pais atuam na gestão escolar mediante canais de participação bem definidos. (2003, p.348-349)
O conselho escolar tem como função atentar se para aspectos extremamente relevantes no processo de gestão da escola, onde seus membros tenham clareza de quais projetos à escola desenvolve, discutindo, deliberando às suas ações, sendo outro ponto fundamental é buscar garantir a execução das ações propostas no PPP da escola, a fim de impedir a fragmentação das ações. Porém torna se imprescindível que todos os membros do conselho escolar tenham clareza e informação da função e importância da participação de cada um. Nesse sentido Godoy (2010), ressalta que essa não participação da comunidade ocorre muitas vezes pela falta de informação sobre o papel de cada membro do Conselho, ou seja, não está claro qual o papel que eles mesmos exercem. Godoy vai além ao afirmar que:
Não está claro para a comunidade o conceito de participação efetiva, pois há um falso entendimento de que a participação consistiria na frequência nos encontros e na votação de propostas. Ocorre que votar não significa escolher aleatoriamente as propostas aparentemente mais viáveis. Votar pressupõe um processo de análise e reflexão das situações-problema e das propostas levantadas, e participação significa envolvimento e comprometimento com o que está sendo discutido, no sentido de apresentar questionamentos e opiniões (2010, p.9).
O conselho escolar só cumprira sua real função se a comunidade participar ativamente do mesmo, pois assim pode fiscalizar, opinar e fazer cumprir as decisões tomadas pela escola, sendo que somente a medida que a comunidade participa da gestão da escola, e passa a fazer parte da equipe gestora na suas tomadas de decisões é que a gestão democrática se concretiza de forma efetiva.
Quanto se trata de conselho escolar é preciso destacar quem faz parte do mesmo, esse é o primeiro ponto a ser esclarecido e divulgado dentro da escola, para potencializar a participação dos membros que precisam demonstrar interesse e compromisso com as reuniões, decisões e assuntos gerais da escola. Deve ser composto pelo gestor, por pelo menos três representantes dos professores e funcionários, alunos e pais. Essa formação se da através de eleições para os membros constituintes, podendo votar os funcionários em exercício da escola, alunos e pais, ou responsáveis, como prevê o Estatuto do Conselho Escolar do Ministério da Educação e Cultura.
Conselho escolar precisa ser um meio de participação efetiva da comunidade escolar, e não apenas do gestor, isso por que muitas vezes os seus membros não apresentam nenhuma proposta para os assuntos da escola, ou nem chegam a uma conclusão juntamente com os outros os demais, apenas aprovam propostas apresentadas pelo gestor.
3 METODOLOGIA 
A metodologia da pesquisa teve como base a pesquisa bibliográfica, que tem como foco seleção e a priorização de um conjunto de dados bibliográficos que represente assunto pesquisado, neste caso a gestão democrática escolar. Esse tipo de pesquisa procura explicar e discutir um determinado tema com base em referências publicadas em livros, revistas entre outros. Busca também conhecer e analisar conteúdos científicos sobre determinado tema (MARTINS, 2001).
 Esse estudo tem como foco conhecer o projeto de gestão democrática escolar, como acontece sua implementação quais sua as intenções, seus objetivos e aspirações, tendo em vista que a mesma proporcione um processo de escolarização que atenda a todos os envolvidos da escola, sendo que é através da autonomia que se constrói uma gestão democrática.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A gestão democrática escolar é um grande avanço dentro do processo de democratização do ensino, sendo a escola um ambiente privilegiado de aprendizagens e convivência social, sendo importante espaço para a formação de sujeitos capazes e reflexivos. Ao longo da presente pesquisa foi construída uma discussão que tinha como objetivos principais compreender em qual contexto surge a gestão democrática, apresentar os instrumentos institucionais que permitem sua implementação na escola. Para o alcance dos objetivos propostos realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto, na qual se recupera e se avalia criticamente as análises e conclusões de alguns trabalhos de autores importantes na área. Como discorrido ao da pesquisa, à escola precisa desenvolver práticas e situações em quehaja a participação ativa de todos os envolvidos no processo ensino de aprendizagem, dando margem para que profissionais da educação, alunos, pais e toda a comunidade local e escolar sejam envolvidos nas decisões e situações em que os rumos da escola e da educação sejam traçados.
As bases para a gestão democrática escolar foram instituídas pela Constituição de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Cada um desses instrumentos normativos, ao seu modo, garantem espaços para a maior participação da comunidade escolar nos rumos da escola, responsabilizando todos esses atores pelas decisões, bem como pelos eventuais resultados obtidos. 
Diante do exposto, e de modo a concluir essa pesquisa, acredita-se que uma gestão democrática escolar apresenta-se considerável e necessária para que se consiga uma escola de qualidade, pois, apesar dos desafios a serem enfrentados pelo gestor e seus demais integrantes é um caminho possível e viável para construirmos uma sociedade mais comprometida, igualitária e crítica. Vale ressalta que discutir a gestão democrática escolar nos proporciona abordar um tema muito amplo, explorar um terreno muito fértil em informações. Porém com bases na pesquisa podemos concluir também que o grande desafio da gestão democrática escolar é fazer com que de fato os conselhos escolares funcionem como forma de garantir a participação da comunidade escolar e local na administração escolar, para que esta seja de fato uma gestão democrática.
5 REFERÊNCIAS
ARROYO, M. G. Administração da educação, poder e participação. Revista Educação e Sociedade, São Paulo: Cortez, 1979, vol. 2, p. 36-46. BAHIA. Leis Básicas da Educação. Programa Ação Educar. v. 1. Salvador, 1997. 
BARROSO, J. (1996). O estudo da autonomia da escola: da autonomia decretada à autonomia construída. In J. Barroso (org). O estudo da escola. Porto: Porto Editora.
BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acessível em: 10 dez. 2013.
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� Licenciada em Pedagogia- Universidade de Federal de Mato Grosso-UFMT, Campos de Cuiabá. Especialista em Educação de Jovens e Adultos- Universidade de Federal de Mato Grosso-UFMT, Campos de Cuiabá.

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