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Fundamentação Teórica Segundo a OMS, desde a década de 1990, a depressão vem ocupando uma posição de destaque nos problemas de saúde coletiva, sendo considerada a quarta doença mais agravante de todas as doenças em todo o mundo. Da mesma maneira que a depressão, o suicídio vem sendo considerado um grave problema de saúde pública, visto que representa uma questão que se agrava a cada dia, representando índices extremamente significativos. A morte por suicídio passou a ocupar a terceira posição entre as causas mais frequentes de falecimento na população, segundo a OMS. As altas desigualdades sociais presentes na cidades afetam principalmente a saúde mental dos jovens periféricos. Os brasileiros pobres e com baixo nível de escolaridade são mais vulneráveis a doenças como depressão, demência e a outros transtornos neuropsiquiátricos. É o que revela artigos da uma série especial produzida pela revista médica inglesa The Lancet sobre a saúde no Brasil. Existem poucos estudos nacionais relacionando depressão e classe social. De acordo com uma pesquisa do Ibope, realizada sob encomenda da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos, apontam que pessoas vivendo na pobreza têm o dobro de chances de estarem deprimidas. Teng Chei Tung, psiquiatra membro do Conselho Científico da Abrata acredita que: "as pessoas pobres sofrem mais com a depressão, pelo menos por causa da falta de acesso a tratamentos adequados". No contexto da globalização, a comunidade pode ser depositária de conversão do egoísmo, da exclusão e da fluidez presentes nas relações humanas. Tal utopia atribui ao espaço das comunidades vivências de parceria e de solidariedade e reaviva a esperança de pertencimento a um grupo desprovido de interesses individualistas (Bauman, 2003). “A periferia está exposta a uma vulnerabilidade social, né? Devido a todo um histórico de escravidão, de uma dificuldade maior (em relação) às possibilidades de estudo, de trabalho formal, de violência policial, isso está presente". - diz à reportagem um psicólogo de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada na periferia de São Paulo, que pediu anonimato. Com isto, torna-se imprescindível a prática da Psicologia em âmbitos de desigualdade social, pois há uma crescente urgência de projetos sociais que focalize nos atingidos pela exclusão social, e consequentemente há uma necessidade de ajuda, pois fala-se muito em práticas emergentes, mas não há um posicionamento crítico em relação a estas. Desta forma, a Psicologia Social Comunitária tem como objetivo promover a conscientização e a minimizar a alienação, procura ter participações reflexivas nos grupos que trabalham a definição de prioridade e execução de suas atividades. Para Campos (2002), a produção teórica e prática da psicologia social comunitária é marcada pela busca do desenvolvimento da consciência crítica, da ética, da solidariedade e de práticas cooperativas, a partir da análise de problemas cotidianos da comunidade, em específico, problemas psicológicos. Quando se fala de valores, os trabalhos de psicologia comunitária enfatizam sobretudo a ética da solidariedade, os direitos humanos fundamentais e a busca da melhoria da qualidade de vida da população focalizada. Em termos éticos, busca-se trabalhar no sentido de estabelecer as condições apropriadas para o exercício pleno da cidadania, da democracia e da igualdade entre pares.
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