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Aula 4 – O sujeito Psicossomático · É o sujeito que coloca no corpo o sofrimento da mente · O sujeito tem uma história, uma biografia, onde seu estado é afetado diretamente pelas condições citadas, associadas à experiência de vida. · Definição: Sujeito integral, no qual os fatores emocionais influem todos os processos do corpo. · Os profissionais de saúde precisam ter um visão holística a cerca do sujeito psicossomático, entendo que quando ele não fala, o corpo recebe essa carga. O universo do Sentido e da Significação Psicologias na saúde mostram que o no ser humano, o simbolismo vale para todo sujeito. Somos seres que damos sentido e significação também ao nosso corpo. Franz Alexander e Feud, buscam identificar e relacionar como que os sentidos, as vivências, experiências e conflitos influenciam na emoções dos indivíduos e na sua relação com o seu corpo. O Sujeito do Inconsciente (Segundo Freud) Busca explicar porque pensamentos inconscientes podem ser transmitidos para o corpo, de forma que o nosso corpo é representado em nossa mente. O sujeito psicossomático é singular, tem o seu modo de existir e por consequência precisa sua forma única de cuidar. Corpo: sede dos sofrimentos mentais que pode se expressar como sintoma físico (ex: sujeito que se sentiu muito ofendido após uma discussão, apresenta o sintoma de paralisia facial). O corpo é capturado pelo sentido (Segundo Alexander Franz) Fez pesquisas com portadores de distúrbios funcionais digestivos. Relação estreita entre o meio em que a pessoa vive e a forma que a mesma expressa esses sentidos. O simbolismo é fundamental para o ser humano. · A gênese do sentido Estabelece que a dependência de outro ser é fundamental do ser humano. Franz relatou que o sujeito ao entrar na vida adulta juntamente com seu processo de desenvolvimento precisa se tornar independente, e justamente esse processo pode gerar conflitos nos seres humanos, que quando vivido de forma radical pode trazer a manifestação de disfunções digestivas e ulcerativas (ex: úlcera, etc...) Nosso corpo também fala quando não expressamos os nossos sentimentos e emoções. A estrutura Biopsicossocial do nosso corpo Sujeito biopsicossocial: Estes conceitos associados as experiências e histórias vividas ao longo da vida vão formar os padrões de cada pessoa, gerando uma visão singular, carregada de significados e simbolismos. Somos moldados pela cultura e meio social, através do meio biopsicossocial. Mente e corpo estão intimamente relacionados A invenção do corpo O corpo que nós temos, através da significação, é um corpo tomado pela cultura. Eksterman, médico, diz que o corpo biológico passa a ser recortado pelo processo de significação. Todo ser humano passa a converter o seu corpo biológico em um corpo cheio de significado e tomado pela cultura em suas mentes. O corpo onde expressamos nossas dores e sofrimentos é inventado, pois não há nada biológico que explique sintomas físicos, ao passo que o biológico é desnaturalizado pelo meio cultural em que estamos inseridos. Exemplo para invenção do corpo: Anorexia gerando distúrbios de alimentação. A pessoa anoréxica tem uma ideia, fazendo uma significação, simbolizando e representando o seu corpo de uma forma muito magro e esse envelope psíquico, afeta a percepção desse sujeito, onde esta pessoa quando está diante de um espelho se vê muito gorda. A multideterminação da doença Psicossomática As pessoas vivem singularmente as suas experiências, a partir de um evento vivenciado por muitos. Causas das doenças Psicossomáticas: 1- A personalidade do sujeito vai ser uma das causas das doenças psicossomáticas, levando em consideração o acontecimentos dos eventos e como reagimos diante dos eventos. 2- Causa Psíquica: As lembranças quando não expressadas de uma forma adequada pode gerar sintomas. Somos determinados pelos nossos pensamentos que interagem com o nosso corpo, gerando sintomas. · Doença Psicossomática = Sinais + Sintomas · Sinais: São observáveis (ex: febre) · Sintomas: É o que expressado, seja por palavras ou pelo corpo. · Sintomas · São expressões da mente no corpo. São, então, registro do sentido: · O sentido do sintomas que vem a partir do desejo. · São traduções em palavras daquilo que é mental para o somático. · Acontece substituição por símbolos corporais daquilo que seriam as nossas necessidade mais básica. · Os sintomas são estratégias, mesmo que disfuncionais, quando o sujeito não consegue dar um sentido ou uma significação, a partir de outros meios funcionais, à seus conflitos. Ou seja, são estratégias de defesa disfuncionais que incidem no corpo. 3- As determinações sociais: É interrelação entre o sujeito cultural e o social que vai gerar impacto no ser biológico. Porque as pessoas apresentam queixas físicas no contexto da saúde quando seus sofrimentos acontece são subjetivos? A herança familiar é só genética? Herdamos os símbolos e significados de nossos pais? As normas sociais interferem em nossos sintomas? · Cultura: influência muito grande na forma com que o sujeito expressa os seus sintomas. As diferentes expressões no ato de externar os seus sintomas vai depender do meio cultural em que ele viveu e vive. · Social: A família não deixa somente a herança genética, mas uma herança simbólica. Criamos relações estreitas com os nossos pais através da relação de dependência desde a infância. Nessa relação de dependência com o outro, criamos padrões para aliviar ou para maximizar os conflitos. Ex: Uma criança chama a atenção de seus pais quando fica doente. Quando adulto, o sujeito tem a tendência de repetir o mesmo padrão de comportamento para chamar a atenção dos que os cerca. Esses padrões nos acompanham a vida toda sem que nos demos conta. Só começamos a percebe-los a partir do momento que entramos numa jornada de autoconhecimento, que faz com que a gente possa vivenciar o mundo encontrando um ponto de apoio. Etiologias Múltiplas: As disposições somáticas permitem a tomada de partes do corpo (Complacência somática, segundo Freud) para simbolizar um sofrimento mental. Ex: Uma rejeição sendo traduzida em debilidades no sistemas imune, gerando as doenças autoimunes. Os fatores culturais determinam a forma do sujeito expressar o seu sofrimento emocional Os fatores familiares que oferecem padrões, que são estratégias para aliviar ou obter atenção. Aplicando o Conhecimento A visão holística do ser humano deve levar em conta sua multidimensionalidade biopsicossocial. Sabendo disso você seria capaz de discorrer sobres essas determinações? Os fatores que determinam o sujeito são múltiplos. Todos os seres humanos são multiplamente determinados. Sua forma de vivenciar sua existência depende de suas disposições internas em seu aspecto biológico, da sua relação social com a família que molda os padrões de como o sujeito vai lidar com os eventos de sua vida. Ainda é determinado pela cultura que fornece os caminhos para expressar suas emoções e afetos. É por isto que a visão do sujeito psicossomático deve ser uma visão integral. Finalmente, que tem a fazer o profissional da área de saúde? O processo de cuidar não é um trabalho somente sobre o corpo. A compreensão do sujeito em sua dimensão de ser integral é muito importante para o profissional da área de saúde no desenvolvimento de: · Uma forma de cuidar numa experiência integrada · Uma forma de cuidar criativa no sentido de criar novas formas de cuidado · Uma forma de ajudar seu paciente a modular e compreender os fatores emocionais e afetivos que são vividos no corpo. Resumindo · O sujeito psicossomático é um sujeito singular, único, que somatiza segundo seu próprio vivenciar. · Suas interações com o meio social e cultural criam padrões que são repetidos. · O sujeito psicossomático simboliza um acontecimento mental através de um sintoma no corpo. · O sujeito psicossomático deve ser compreendido pelo profissional da área da saúde como um ser integral · O profissional de saúde pode usar os conceitos da psicossomática para modular o sofrimento e ampliar sua compreensãoda totalidade de seu paciente no processo de cuidar.
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