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RESUMO semana 4 História

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RESUMO
Representações e linguagens no Ensino de História
1. O propósito deste texto é refletir sobre as representações constantes de diferentes linguagens como a fotografia, o desenho e o texto escrito usados na construção do conhecimento histórico em sala de aula.
Este trecho trata exclusivamente de explicar as imagens, desenhos e textos utilizados em classe no Ensino de História, geralmente o professor faz uso dos dois ou de um. A imagem e o texto são contraposições no entendimento que o aluno faz de um e de outro quando há comparações
Na nossa sociedade o espaço é cada vez menor e o tempo cada vez veloz
2. Tratando-se das análises das representações construídas para atender às exigências educacionais, o nosso olhar dirige-se a várias situações - uma delas ligada à apreensão e construção do conhecimento em sala de aula, isto é, a relação de aprendizagem existente entre os professores e os alunos -, e a outra, às múltiplas mercadorias produzidas pela indústria cultural, como vídeos, livros, filmes, pinturas, gravuras, fotografias, enfim, todos os materiais considerados didáticos.
Analisando a fala acima podemos notar que as relações entre alunos e professores no campo da aprendizagem dizem respeito também ao material didático disponível para o trabalho. Em classe esses materiais deverão ser analisados antes de serem utilizados. A filmografia (leitura do filme) fala de que forma deve se analisar um filme, principalmente pensando nos motivos para o qual foi escrito. As pinturas, gravuras e fotografias (lembrando que a fotografia é uma invenção do século XIX) também tem autores e pertencem a uma determinada época.
O livro didático é um material que deve ser analisado pelo professor antes do uso no trato da fonte utilizada, de quem o produziu (um ou mais autores), capa, conteúdo ( se é um conteúdo com linguagem apropriada para o ano), imagens ( são chamativas e atraentes para os alunos?). No caso de um livro produzido por muitas pessoas corremos o risco de ter um conteúdo mais fragmentado.
Borges7, ao trabalhar com a recuperação da memória e a construção da história dos índios guaranis, mesclou diferentes representações imagéticas: as planchas de Debret, a fotografia e os desenhos dos índios. Entre os vários procedimentos adotados com a intenção de reavivar a memória dos índios sobre os fatos vividos por seu povo, o pesquisador utilizou várias planchas de Debret, entre elas as xilogravuras criadas por Hans Staden localizadas no livro Duas viagens ao Brasil.
No caso específico trata se de ilustrações de Debret sobre a vida dos índios, portanto a memória está em quem escreveu e não em quem aparece nas gravuras.
Este é um dos exemplos que mostra como o trabalho do historiador é um trabalho sobre palavras, que por sua vez constituem representações construídas sobre outros referenciais carregados de valores, de traços culturais e ideologias. Nas representações citadas estão expressas as preocupações dos autores de manter valores e permanências existentes no seu grupo, como, por exemplo, a importância de se respeitar a autoridade do cacique. Este trabalho que envolveu a observação, a recuperação de uma memória, a análise de uma determinada representação e a produção de novas representações foi objeto de produção/transmissão e construção de representação, integrando um enfoque compreensivo de comunicação de massa.
As gravuras como ele citou bem dizem respeito as memórias: portanto há aí as permanências e as mudanças de acordo com o tempo histórico. Existe uma determinada representação que remete a memória de alguém que busca recuperar o passado por ela. O Enfoque da comunicação de massa talvez seja mais complexo, pois envolve públicos diferentes para entender o que era a vida do indígena por meio das gravuras, aqui a problematização diz respeito a como cada público recebe isso e não vai ocorrer uma generalização do pensamento histórico.
Exemplo do que se tem afirmado aqui são as representações criadas pelos alunos de conceitos e situações que nos parecem unidimensionalmente compreensíveis. Silva, em sua investigação a respeito do processo de construção de conhecimento em uma 5ª série do ensino fundamental, com o objetivo de conhecer as idéias prévias dos alunos sobre os bandeirantes, propôs a seguinte pergunta: "O que vocês sabem sobre os bandeirantes?"12 e solicitou a representação de seus conhecimentos por intermédio de desenhos. Depois destes dois tipos de representação, constatou que a palavra "bandeirante" estava associada ao mundo conhecido pelos alunos, como a Rodovia Bandeirantes, grupo dos escoteiros, a bandeira, os exploradores de terras e de ouro e a personagens históricos. Portanto, a palavra "bandeirante" tinha para os alunos diferentes significados.
Aqui existe a referência a etimologia da palavra em língua portuguesa e não em conceito histórico. Histericamente pelo positivismo os bandeirantes eram heróis da pátria, homens prontos para o combate, saídos de uma São Paulo de Piratininga que não dava lucro a coroa. Eles eram os desbravadores do Sertão. O professor tem a feliz ocasião de explicar não só a etimologia da palavra, mas também o outro lado da moeda: bandidos, assassinos e mercenários.
sobre os índios15. Uma criança disse que eram seres do outro mundo e outra, que eram duendes. Sem explorar o referencial que levou as crianças a essas afirmações, ou mesmo despertar o interesse delas para novos referenciais culturais, a professora perdeu a oportunidade de trabalhar com as semelhanças e diferenças, permanências e mudanças existentes entre os grupos culturais e sociais. Ela simplesmente respondeu: "os índios são os indígenas", transmitindo assim uma falsa informação
Precisamente ela não tivesse informação ou formação sobre os grupos culturais índigenas, para isto ela deveria ser especialista e em uma formação de pedagogia não há a disciplina antropologia indígena. Como esperar da professora trabalhar com isso? Há uma falha muito grande nos cursos de pedagogia tirando da grade disciplinas importante a formação do professor. Professor este que não encontrará em sua profissão mais tarde a oportunidade de se aprimorar devido a falha no sistema de formação continuada, devido a falta de tempo deste profissional se dedicar mais aos estudos. A carga horária de um professor no Brasil é exaustiva.
Os contos camponeses medievais foram criados no fazer social, por sujeitos que viviam no acontecer cotidiano, subjugados pelo poder do senhorio, dos poderosos, sem nenhuma lei que os amparasse e os protegesse. Criar, imaginar e narrar histórias baseadas no cotidiano, em uma sociedade fundamentada na oralidade, eram os meios encontrados pelo povo para manifestar sentimentos de alegria, tristeza, injustiça, revolta, dificuldades e comportamentos imaginários de que os camponeses lançavam mão ou não para sair do estado de miséria em que viviam. Estes contos camponeses transmitidos oralmente no final do século XVII, foram registrados por Charles Perrault e reconhecidos nos salões literários franceses, sendo fundamentalmente, os atuais contos infantis, tão bem estudados e explorados por Darnton. São as versões das histórias da Cinderela, Joãozinho e Maria, Chapeuzinho Vermelho, Mamãe Ganso, O Gato de Botas.
Realmente a literatura é um componente importante para estudarmos História. A oralidade só foi reconhecida como fonte histórica há bem pouco tempo, pois para os positivistas apenas o que estava registrado por órgãos oficiais de governo tinham valor histórico. A Nova História abriu possibilidades de estudo baseadas em outras áreas como geografia, música, arte, cinema, literatura, dentre outras.

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