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Aula de filosofia sobre platão

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Aula 03: Platão e Sócrates 
 
• Abordar primeiro a origem de Sócrates: filho de uma parteira. Morreu em 
399 AC, nasceu em 469 AC 
• Sócrates como um marco na história da filosofia, como surgimento da 
filosofia clássica. 
• Retomar o objetivo da filosofia dos pré-socráticos: conhecer a verdade, 
conhecer a physis. O objetivo da filosofia naquele período era conhecer o 
mundo que vivemos. 
• Sócrates assume a filosofia enquanto método filosófico e muda a “chave” 
da filosofia para os temas éticos e políticos. 
• Nesse sentido serão importantes duas “máximas” na filosofia socrática: 
 Só sei que nada sei 
 Conhece-te a ti mesmo 
• Quando Sócrates exprime a frase sobre conhecer a si mesmo, ele está 
demarcando uma linha divisória entre a filosofia anterior praticada pelos 
primeiros pensadores. Essa frase originalmente era uma inscrição no 
Templo do Deus Apolo: Deus da sabedoria, na cidade de Delfos. Um 
amigo de Sócrates, Querofonte, vai até Delfos e se encontra com o 
Oráculo de Delfos e pergunta para a sacerdotisa pitonisa (quem recebia 
as mensagens dos deuses para passar aos mortais) se há um homem 
mais sábio do que Sócrates no mundo, ao que lhe é respondido 
negativamente. Quando Querofonte regressa para Atenas, informa isso a 
Sócrates que decide então passar a vida inteira contestando o oráculo, 
pois ele julgava não ter conhecimento nenhum, sendo semelhante aos 
demais homens comuns, mas visando obter o conhecimento verdadeiro 
Assim, Sócrates parte para uma jornada investigativa procurando todos 
os sábios de Atenas para entender o que era o conhecimento. 
• Nesse processo, Sócrates vai diferenciar o sofista do filósofo. Em seus 
diálogos, muitas vezes ele discute com sofistas. Sofistas eram naquele 
período pessoas que se colocavam como mestres da retórica e da oratória 
que percorriam a cidade fornecendo suas habilidades comunicativas para 
poderosos e políticos em geral. Sócrates critica os sofistas por considerar 
que apesar de eles se colocarem como sábios, eles não estão trilhando o 
caminho do conhecimento, mas que eles apenas faziam “doxo”, uma 
coleção de argumentos e retórica, além de tratar a filosofia como mercado 
de ideias. As decisões políticas da Assembleia naquele período estava 
sendo tomadas mediante os mais dotados de retorica e não mediante o 
caminho do conhecimento verdadeiro. Assim, Sócrates, Platão, 
Aristóteles tratam os sofistas como não-filósofos, por seu método ser o 
da persuasão e não o do questionamento com fim da verdade. 
 
• A noção do “conhece-te a si mesmo” se refere a esse processo de se 
afastar da filosofia como a busca do conhecimento as verdades do 
universo, as leis da physis. A tarefa de conhecimento do universo e da 
natureza é tarefa própria dos Deuses e não pertence aos homens. Ao 
assumir que “conhece-te a si mesmo”, eu devo assumir meus limites 
enquanto ser humano, conhecendo os limites próprios do conhecimento 
do mundo que estou inserido. Conhecendo os limites do conhecimento, 
ou seja, conhecendo a ignorância que nos é própria, eu permito então 
apreender a diferença entre o sábio e o filósofo. 
 
• O sábio é aquele que detém a sabedoria, e mais além, a figura do sábio 
na Grécia era representada pela figura do sacerdote, alguém que era um 
elo entre os deuses e os mortais. O filosofo não e aquele que detém 
sabedoria, mas aquele que ama a sabedoria, aquele que é amigo do 
saber. O filósofo é aquele que reconhece seus limites do saber, reconhece 
sua ignorância, e a partir disso, ele se mantém em um processo constante 
e eterno pela busca da verdade. Podemos dizer que em Sócrates não 
existe “filosofia”, mas existe “filosofar”, como um processo de 
investigação. 
 
• Por isso Sócrates ficou frustrado com sua jornada em busca de contestar 
o oráculo de Delfos, pois quando ele perguntava para os mais sábios 
sobre problemas gerais da humanidade, ele via apenas “doxo” e não 
“sofia”. O exemplo do dialogo de Menon é interessante, pois ao perguntar 
“o que é virtude”, ele recebe exemplos de atitudes e pessoas que seriam 
virtuosas, mas não uma explicação sobre a virtude em si. A ironia do 
“privilegiado”. Ao perguntar para Laques, um famoso soldado ateniense, 
referenciado pelos seus atos corajosos em guerras, o que era coragem, 
ele também recebeu apenas exemplos de atitudes corajosas, mas não a 
verdade sobre o conceito de coragem. 
 
• Sócrates portanto nunca deixou nada escrito, pois para ele isso seria 
contrário a filosofia enquanto processo constante de busca pelo 
conhecimento. Mais importante que apreender a descrição exata dos 
conceitos que Sócrates estava buscando era o método de 
questionamento que seus alunos estavam tomando parte. Era isso o 
verdadeiro ato de filosofar. A filosofia se realizava no próprio dialogo vivo, 
e era essa a noção de “dialética” que é a forma do diálogo, a partir do 
embate entre ideias opostas. Esse método Sócrates chama de Maiêutica. 
Maiêutica significa “parto”, pois Sócrates faz referência a profissão de sua 
mae, que era parteira. A maiêutica aqui era o “parto” das ideias. A 
analogia do parto se refere a dificuldade do parto, pois demanda todas as 
energias do nosso ser. Nesse sentido portanto, o filósofo é aquele que 
reconhece sua própria ignorância, enquanto um método. 
 
• Aqui esse processo de busca por conhecimento também se relaciona com 
uma ética. Sócrates aqui quer combater uma noção grega chamada 
“Acracia”, que era a falta de domínio sobre si (explicar): eu conhecer algo, 
mas não ser capaz de praticá-lo por forças alheias a mim. Sócrates 
buscava conhecer o bem para praticar o bem. Conhecer a virtude 
implicava a prática da virtude. Nesse sentido que a dialética dá lugar à 
ética. Por isso Platão vai defender o governo dos filósofos. 
 
• Sócrates também pensa seu papel enquanto filósofo ligado à cidade, à 
Pólis. Sócrates em sua morte, foi acusado de não servir à cidade, além 
de corromper a juventude da polis. É acusado de não ter nenhuma 
ocupação para a cidade a não ser o ato de filosofar. Sócrates assume 
esse papel. Sócrates não rejeita a acusação pois ele mesmo assume que 
seu ato de filosofar é uma missão de vida. É uma tarefa sua se ocupar da 
incitação dos outros ao conhecimento, e do conhecimento de si mesmos. 
Missão essa que tem uma dimensão divina, no sentido de ser uma missão 
apolínea, em referência a Apolo, Deus da sabedoria, que ele teria sido o 
“culpado” por condenar Sócrates a essa missão. Sua missão era cumprir 
o chamado de Apolo. Não obstante, Sócrates rejeita o exílio. Aceitar o 
exílio equivaleria a perder seu papel de filósofo pois não estaria mais 
diante da Polis, incitando os outros através do diálogo, ao conhece-te a ti 
mesmo. Se realiza a filosofia em ato, no ato dialógico, e ele exilado, longe 
da Polis, não conseguiria fazer isso. Por isso, prefere a morte ao exílio. 
Nesse sentido Sócrates afirma que “filosofar é aprender a morrer”, pois 
ele reconhece a dimensão da separação entre a alma e o corpo. Aquele 
momento apenas o corpo de Sócrates morria, mas sua alma 
permaneceria imortal. 
 
Platão 
• Platão é aquele que registrou os diálogos de Sócrates, sendo aluno dele. 
Platão fundou a Academia de Atenas. Platão falava através de Sócrates, 
em geral. Escrevia os registros de diálogos da rapaziada de Atenas 
• Depois da morte de Sócrates, Platão viaja e entra em contato com a 
escola pitagórica na Sicília. Platão ao retornar para Atenas, funda a 
Academia, criando suas próprias ideias, indo além das perspectivas 
socráticas. Platão cria uma teoria das formas ou das ideias. 
• Platão pretende buscar a verdade a partir da busca da essência das 
coisas: definir essência. Aqui existe a diferença de Platão e Sócrates 
também. O interesse ético, a filosofia enquanto prática, permanece, 
principalmente no objeto da Republica 
• A forma é a essência das coisas, pra Platãoé ela portanto o “objeto do 
conhecimento”. Platão divide aqui o mundo sensível e o mundo inteligível. 
A forma é distinta do mundo sensível, por ser perfeita. A forma é imutável, 
universal, simples e puramente inteligível: pense num triangulo, um 
triangulo 2000 anos atrás é o mesmo triangulo de hoje. Algo com três 
lados. Nesse sentido, é imutável e universal. Por isso ele vai pegar 
exemplos do mundo sensível e tratar da essência. A essência do justo é 
a sua forma> justiça, o belo é a beleza. 
• A beleza, justiça, igualdade, permanecem o mesmo. Elas são imutáveis e 
invisíveis ao nosso sentido. A ideia é a unidade inteligível do múltiplo 
sensível, à medida em que a ideia de humanidade não se confunde com 
o homem em si. 
• Nesse sentido então existem duas séries de seres, uma visível e outra 
que não podemos ver. A realidade visível é a sensível, que podemos 
apreender pelos sentidos. Mas a verdadeira realidade é a constituída pela 
realidade da forma pura no sentido de puramente inteligível. Essa 
realidade, “os seres que conservam sua identidade, não existe para ti 
nenhum outro meio de captá-los senão o pensamento refletido”. 
• Sendo assim, assumindo que somos constituídos de alma e de corpo, 
Sócrates questiona qual o nosso corpo e a nossa alma teriam mais 
semelhança e parentesco a partir deste raciocínio. À medida em que não 
somos capazes de enxergar a alma, a alma possui mais semelhança com 
as entidades invisíveis do que com o corpo, e o corpo com as visíveis do 
que com a alma. 
• Aqui existe a questão da reminiscência: O argumento da reminiscência, é 
utilizado por Sócrates para demonstrar que a alma quando separada do 
corpo mantém suas faculdades e que ela pré-existe em relação ao corpo. 
Se parte da premissa que “aprender não é nada menos do que recordar”. 
Cebe assume a partir disso que isso “não poderia acontecer se nossa 
alma não existisse em algum lugar antes de assumir, pela geração, a 
forma humana”. Além disso, a própria noção de saber é uma 
rememoração se pensarmos que ao aprendermos algo, associamos 
alguns conceitos a ideias distintas daquelas que ele supõe pensando na 
igualdade entre dois pedaços de madeira, Sócrates desenvolve sobre a 
teoria das ideias. A igualdade entre dois pedaços de madeira não é o igual 
em si, mas nos remete a ele. Assim, o que se produz é a recordação, 
afinal “para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes 
tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito 
objeto”. Sócrates afirma que antes mesmo das nossas sensações, existe 
um conhecimento já existente. 
• Como as coisas sensíveis nos são dadas em nosso nascimento, seria 
necessário um conhecimento preexistente ao mundo sensível, que é o 
conhecimento das formas do Belo, do Igual, do Justo. Então a situação 
se apresenta de modo que a alma existe anteriormente ao nosso corpo, 
e que carrega com ela, o conhecimento anterior. O fundamento real do 
conhecimento que possuímos é a experiência anterior da alma, que é o 
conteúdo inteligível da própria alma. A Maiêutica é o método justamente 
de ter esse acesso a esse conhecimento pré-existente. É esse o papel do 
filosofo 
 Mundo inteligível e mundo sensível 
• Platão pensa a realidade de modo DUALISTA. Ele a divide na realidade 
sensível, dos objetos concretos, do mundo que temos acesso pelos 
nossos sentidos, e o mundo inteligível, que se baseia nas formas. O Enem 
e os vestibulares costumam ilustrar a relação entre essas duas realidades 
a partir do mito da caverna. 
• Mas antes uma breve explicação de mito em Platão: vocês lembram que 
a filosofia surge rompendo com o pensamento mítico como portador de 
uma verdade sobrenatural? Esse rompimento não é total. A tradição 
mitológica permanece como uma referência cultural importante e também 
através do poder simbólico do mito, fornecendo aos filósofos muitas de 
suas imagens, metáforas e recursos de estilo, tal como nessa alegoria de 
Platão. 
• No livro República de Platão ele descreve um diálogo entre Sócrates e 
Glauco a respeito desse mito/alegoria: 
- Sócrates começa descrevendo uma caverna, que representa o mundo 
sensível, o mundo em que vivemos materialmente. Dentro dessa caverna 
há prisioneiros, que estão lá, acorrentados no mesmo lugar, desde a 
infância. E eles só conseguem ver o que há no mundo ao redor e diante 
deles através do fundo das cavernas, pelas sombras. Esses prisioneiros, 
nos representam, são o homem comum, prisioneiro de hábitos, 
preconceitos, costumes, práticas que adquiriu desde a infância e que são 
as “correntes” da alegoria. Há também os condicionamentos que os fazem 
ver as coisas de maneira parcial, limitada, incompleta, distorcida tal qual 
as sombras do mito. Essas sombras não são falsas ou irreais, mas 
ilusórias, por serem realidades parciais, o mínimo que o prisioneiro 
enxerga da realidade – porém, como ele não tem como distinguir, ele trata 
como verdadeiras, e isso constitui a ilusão. O homem condicionado pelo 
seu modo de vida repetitivo, que não o deixa pensar por si próprio, esse 
homem só consegue ver sombras. Sombra = simulacro 
- Do lado oposto da caverna, há uma fogueira (a fonte da luz que projeta 
as sombras), e alguns homem que carregam objetos por cima de um 
muro, como num teatro de fantoches. São esses objetos que são 
projetados como sombras no fundo da caverna e as vozes desses 
homens que são atribuídas às sombras. Esses homens no outro lado da 
caverna, manipulando objetos, são os sofistas e políticos atenienses e 
esses objetos que estão sendo manipulados, as opiniões dos homens 
comuns. Eles são produtores de ilusão. 
- Um dia, um prisioneiro se liberta, em um processo penoso e difícil, até 
mesmo dialético, pois essa liberdade é resultante da oposição entre duas 
forças: a primeira, a força do hábito, que faz com que o prisioneiro se sinta 
confortável na situação em que se encontra porque lhe é mais familiar. E 
a segunda, a força do eros, que faz com que ele se sinta insatisfeito, 
frustrado, infeliz e que busque uma situação nova. 
- Esse prisioneiro então vai em direção à luz, sai da caverna e olha, tanto 
para o sol e o mundo que o rodeia, como para os objetos que ele antes 
via através das sombras. Assim o prisioneiro se torna alguém que possui 
o saber, ele possui a visão do todo agora. E nessa alegoria, o filósofo 
seria aquele que contempla a verdade e o ser. 
- Assim que o prisioneiro atinge essa região superior, ele não quer mais 
voltar a sua situação inicial. Mas ele deve! E volta, pois a volta à caverna 
representa a missão político-pedagógica do filósofo, que não 
contentando-se em atingir o saber, deve procurar mostrar aos seus 
antigos companheiros da caverna a existência dessa realidade superior e 
motivá-los a percorrer o caminho até ela. Mesmo que nesse processo, ele 
corra o risco de ser incompreendido e até assassinado, em alusão à morte 
de Sócrates. E é o que é sugerido que ocorre com o prisioneiro: ao 
compartilhar o saber com os seus companheiros e tentar desatar seus 
nós e os fazer subir, é incompreendido, desacreditado e assassinado por 
eles.

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