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PC-MG
POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Processuais Penais
Livro Eletrônico
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Princípios Processuais Penais
Prof. Douglas de Araújo Vargas
www.grancursosonline.com.br
SUMÁRIO
Princípios ..................................................................................................7
1. Princípios do Direito Processual Penal ......................................................10
1.1. Princípio do devido processo legal ou due process of law .........................11
1.2. Princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade ....................12
1.3. Princípio do juiz natural.......................................................................19
1.4. Princípio da ampla defesa ....................................................................21
1.5. Princípio do favor rei, favor libertatis ou in dubio pro reo .........................24
1.6. Princípio da duração razoável do processo .............................................24
1.7. Princípio da intranscendência ...............................................................26
1.8. Princípio da autoritariedade .................................................................26
1.9. Princípio do duplo grau de jurisdição .....................................................27
1.10. Princípio da vedação da dupla punição ou ne bis in idem ........................30
1.11. Princípio da publicidade .....................................................................31
1.12. Princípio da vedação das provas ilícitas................................................33
1.13. Princípio da plenitude de defesa .........................................................35
1.14. Princípio da paridade de armas ou igualdade processual ........................36
1.15. Princípio do contraditório ...................................................................37
1.16. Princípio da demanda ou da iniciativa das partes ..................................38
1.17. Princípio da não autoincriminação ou nemo tenetur se detegere .............39
1.18. Princípios da Oficiosidade e Oficialidade ...............................................40
Resumo ...................................................................................................42
Questões de Concurso ...............................................................................45
Questões Comentadas ...............................................................................53
Gabarito ..................................................................................................71
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Introdução
Querido(a) futuro(a) colega de profissão!
Não tenho palavras para definir a responsabilidade – e a felicidade – de integrar 
a equipe que vai ministrar as disciplinas contidas em um edital para futuros policiais 
civis, profissão que exerço com muito orgulho há quatro anos, no Distrito Federal. 
E já vou tomar a liberdade de começar nosso material te dando um conselho: 
já comece a se preparar para o TAF. Redobre os estudos, e quando se cansar, vá 
treinar! Não caia no erro de só treinar depois da aprovação na objetiva, beleza?
Outra dica: não subestime o certame. Respeite a prova, respeite a banca, e 
principalmente – respeite a sua capacidade e seu desejo de ser aprovado. É hora 
de estudar com MUITO FOCO. 
Nessa esteira de raciocínio, o edital já foi publicado. Coloque na sua cabeça 
que estamos correndo contra o tempo!
A preparação para concursos públicos, em regra, é um projeto de longo pra-
zo – o que venho defendendo desde sempre. Entretanto, nunca, nunca devemos 
subestimar o nosso potencial, nossa capacidade e a nossa dedicação! Eu sei que o 
que você fez até agora, em relação aos seus estudos, pode ter variado. Você pode 
ter se preparado de forma antecipada (recomendável) ou mesmo ter começado a 
se preparar agora. Talvez você já estivesse muito focado, ou sem foco algum, es-
perando algo acontecer. 
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-
curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia 
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério 
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e 
Oficial – 2017).
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Nesse exato momento, sabe qual a diferença prática entre esses dois casos?
Nenhuma.
Se você estava estudando muito, vai redobrar o seu foco. Se não estava, adivi-
nha? Vai também redobrar o seu foco! É hora de estudar mais e mais, tanto para o 
candidato veterano quanto para o iniciante!
Vamos dar tudo de nós, e fazer o possível para atingir nossa aprovação. Faça-
mos nossa parte – e se for a nossa vez, as coisas irão dar certo. Acredito fielmente 
nisso. 
O que você não pode é não levar a sério os seus estudos. Independentemente 
do que fez até agora, não arrume uma desculpa. Se organize, se prepare e dê tudo 
de si, pois não há outro caminho.
Dito isso, é meu objetivo como professor te apoiar ao longo dessa caminha-
da – ainda mais nesse momento crucial, quando já sabemos a data da prova e o 
conteúdo que devemos dominar. E estaremos juntos durante esse percurso! Vamos 
fazer exercícios e caprichar na parte teórica, sempre que possível utilizando ques-
tões da FUMARC, complementadas por exercícios de outras organizadoras quando 
necessário for. 
Um dos meus maiores orgulhos é ser servidor público. E outro dos meus maio-
res orgulhos é ser policial. Portar um distintivo, fazer a coisa certa e poder ajudar 
pessoas no seu dia a dia é um privilégio, o qual desejo a cada um de vocês. Se de-
dique e conte comigo, pois quando menos você esperar, estará utilizando essa tão 
desejada blusa preta que só os dedicados alcançam. E te digo, sem medo de errar:
Chegou a sua vez.
“Sonhos não se tornam realidade através de mágica, e sim de suor, determi-
nação e trabalho duro. ”
Colin Powell 
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“Você não conquista a montanha. Você conquista a si mesmo. ”
Sobre o professor
Pois bem, gostaria agora de me apresentar. Considero que a aula se tornará 
muito mais interessante se vocês me conhecerem um pouco!
Meu nome é Douglas de Araújo Vargas, tenho 30 anos, e sou Agente da Polícia 
Civil do Distrito Federal desde 2014. Tenho uma certa experiência em concursos 
públicos, dentre os quais destaco:
• 6º lugar no certame Agente PCDF 2013;
• 24º lugar no certame Escrivão PCDF 2013;
• 350º lugar no certame Agente PRF 2013;
• 36º lugar no certame Soldado PMDF 2012;
• 11º lugar na objetiva e 20º lugargeral no certame CFO PMDF 2017 (em an-
damento);
Outras aprovações: Ministério da Integração, Ministério da Justiça, BRB, CEF.
São resultados até razoáveis, certo? Mas eles não estão aqui para criar uma 
estatística sobre mim, e sim para validar algo em que eu acredito: se eu consegui, 
você também consegue!
Digo isso porque o primeiro concurso para o qual realmente me dediquei foi 
o de Agente da Polícia Federal, em 2012. Naquela prova, organizada pelo CESPE, 
meu resultado foi praticamente negativo, e eu errei quase tantas questões quanto 
acertei.... 
Então não sou aquele concurseiro “que estudou duas semanas e passou”. Tam-
bém não sou um gênio desses que passa em 1º lugar para Juiz Federal estudando 
seis meses. 
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Meus resultados são fruto apenas de esforço e foco nos estudos, que me leva-
ram ao sonho de ser nomeado, empossado e de atuar na área com a qual eu tanto 
sonhei. E é isso que eu desejo para vocês. 
“Nunca deixe o medo decidir seu futuro. ”
Sobre o curso
Gostaria de iniciar nosso curso dizendo o seguinte: disciplinas relacionadas ao 
Direito (tais como Direito Penal e Direito Processual Penal) são cobradas tanto em 
cargos privativos de Bacharéis em Direito quanto em cargos para outras áreas de 
formação, e seu professor sabe disso!
Digo isso pois nossas aulas serão estruturadas para atender a todos os tipos de 
alunos:
• Alunos formados em outras áreas e que nunca estudaram Direito Penal;
• Alunos Bacharéis em Direito que estão voltando a estudar e estão enferruja-
dos e desatualizados;
• Alunos Bacharéis em Direito que já estão com um ótimo ritmo de estudos, 
mas que precisam manter seu conhecimento atualizado.
Dessa forma, nosso objetivo será o de nivelar e dar condições de gabaritar nos-
sas disciplinas à todos vocês – seja qual for o nível de estudo e área de formação!
Mas chega de amenidades. Vamos ao que interessa!
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PRINCÍPIOS
“Você não conquista a montanha. Você conquista a si mesmo. ”
A legislação brasileira, na esfera penal, está dividida em dois códigos: Código 
Penal (CP) e Código de Processo Penal (CPP).
É claro que o foco do curso estará no CPP. Afinal de contas, nossa disciplina é o 
Direito Processual Penal. Entretanto, antes que possamos iniciar o nosso estudo, é 
fundamental entender por qual motivo a legislação está dividida nesses dois códi-
gos.
O primeiro passo para isso é entender os conceitos de direito substantivo e 
direito adjetivo.
Vamos trabalhar de uma forma prática: provavelmente você concorda que a 
norma mais famosa do Direito Penal é, de longe, o art. 121 do Código Penal:
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Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
Mas o que essa norma faz? Apresenta um determinado comportamento proibido 
e informa que uma pena será aplicada caso o indivíduo o pratique. Se você matar 
alguém, poderá ser apenado com reclusão de seis a 20 anos.
É fácil notar que o art. 121 do Código Penal Brasileiro tem um caráter clara-
mente material ou substantivo. Afinal de contas, define uma relação concreta, 
focada no que fazer e não em como fazê-lo.
Veja que o legislador define apenas que o autor de um homicídio simples será 
apenado com a reclusão de seis a 20 anos... e só!
O texto da norma não explica como se dará a aplicação da pena. Não trata de 
pontos importantes como o processo de escolha do juiz responsável para julgar o 
caso ou se compete à Justiça Federal ou Estadual julgar os casos de homicídio.
Isso acontece porque o Código Penal tem um caráter fundamentalmente ma-
terial. Não cabe a ele tratar de como fazer as coisas: isso é assunto de Direito 
adjetivo!
Dessa forma, as normas formais e adjetivas do Direito Penal foram separadas 
e, via de regra, estão concentradas em um outro Código: o CPP, sendo objeto de 
estudo de outra disciplina, o Direito Processual Penal.
Agora, sim, podemos começar a falar da disciplina. Para iniciar, vejamos dois 
conceitos introdutórios, ambos muito importantes para o nosso aprendizado:
“O Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e normas que regulam a 
aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da 
Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos 
auxiliares.” (José Frederico Marques).
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“O Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam 
a composição das lides penais, por meio da aplicação do Direito Penal objetivo. ” 
(Fernando Capez).
Os ensinamentos acima não deixam dúvidas: o Direito Processual Penal tem um 
caráter procedimental, instrumental. Ao estudá-lo, iremos entender como se aplica 
o Direito material ao caso concreto. Quais os passos necessários para concretizar a 
execução do que está previsto no Código Penal e em demais leis de natureza penal.
Finalidade do Direito Processual Penal
A finalidade do Direito Processual Penal é, basicamente, permitir a execução do 
direito de punir (jus puniendi) estatal, ao passo que garante que o Estado respeite 
o devido processo legal e os direitos e garantias fundamentais do cidadão.
Princípios
Agora que já possuímos esse conhecimento inicial, podemos passar para o es-
tudo da disciplina propriamente dita. E começaremos pelo assunto que servirá de 
base para todo o nosso estudo: os princípios do Direito Processual Penal.
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“Algumas vezes você ganha. Nas outras, você aprende.”
1. Princípios do Direito Processual Penal
Caro aluno, antes de mais nada: você sabe dizer o que é um princípio?
Para Guilherme Nucci, “o princípio é um postulado que irradia por todo o siste-
ma de normas”.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, “princípio é o mandamento nuclear 
de um sistema”.
Por mais detalhista que seja o legislador,não conseguirá escrever normas para 
todos os casos que demandem a atuação estatal e a aplicação da lei. Nesse sentido, 
é perfeitamente possível que ocorram situações em que não exista, na legislação, 
a solução específica para um determinado caso.
O que pode ser feito quando isso acontece?
Uma das soluções, provavelmente a mais importante delas, é buscar orientação 
nos fundamentos de um determinado sistema normativo, ou seja, devemos buscar 
a resposta nos fundamentos que orientaram a edição de todas as demais normas!
É a essas bases que chamamos de princípios. São como verdadeiros maestros 
que regem uma orquestra de normas. Eles cuidam do conjunto, garantido a har-
monia entre as normas e servindo como referência quando, porventura, surgirem 
dúvidas. 
Mas chega de conceitos abstratos. Vamos conhecer os princípios propriamente 
ditos, pois na prática é muito mais fácil entendê-los!
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1.1. Princípio do devido processo legal ou due process of law
O primeiro princípio que vamos estudar é um dos chamados princípios consti-
tucionais do Direito Processual Penal, visto que está inscrito em nossa CF/1988: 
CF/1988
Art. 5º. LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro-
cesso legal;
O objetivo desse princípio é garantir que ninguém seja submetido às pesadas 
sanções penais sem a tramitação de um processo que respeite a legalidade, o 
que, infelizmente, era algo relativamente comum em nosso país antes da vigência 
da Constituição Federal de 1988.
Tribunal Supremo de Justiça Venezuelano
Um exemplo de possível violação ao devido processo legal está na denúncia re-
alizada pela venezuelana Lilian Tintori no programa brasileiro Roda Viva. A cidadã 
venezuelana é esposa do líder da oposição no país, Leopoldo Lopez, e afirmou aos 
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entrevistadores que seu marido foi condenado a 14 anos de prisão em “um julga-
mento a portas fechadas, sem direito ao contraditório e a ampla defesa, no qual 
sequer a defesa foi autorizada a arrolar testemunhas em favor do acusado”. 
Atualmente, chega a ser absurdo pensar em alguém detido e submetido a uma 
pena de 14 anos de prisão sem direito a um julgamento que siga os ditames pre-
vistos na lei, o que se deve ao princípio do devido processo legal. 
Note que esse é um princípio com um alcance bastante amplo, pois para que 
seja respeitado em sua plenitude, todos os outros princípios relacionados ao 
Direito Processual Penal também devem ser observados. 
Dessa forma, se houver a observância dos demais princípios processuais penais, 
a consequência natural é que estaremos diante de um processo penal legítimo. 
1.2. Princípio da presunção de inocência ou da não culpabili-
dade
Aqui, temos outro princípio expressamente previsto em nossa Constituição Fe-
deral:
CF/1988
Art. 5º. LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de senten-
ça penal condenatória;
Com certeza você já ouviu a seguinte frase: “somos todos inocentes, até que se 
prove o contrário”.
Essa afirmação é uma consequência direta da existência do princípio da pre-
sunção de inocência, segundo o qual, só seremos considerados culpados após o 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
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Também por força desse princípio, temos três características básicas em nosso 
sistema processual penal, a saber:
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A regra geral, quando tratamos de alegações jurídicas, é que o ônus da prova é 
de quem alega. O princípio da presunção de inocência, sob esse ponto de vista, 
oferece uma “colher de chá” para a defesa, que não precisa provar a sua alegação 
de que o réu é inocente. É a acusação que precisa provar seus argumentos, posto 
que se não o fizer, a inocência do acusado é presumida!
Embora essa afirmação pareça ser repetitiva, tem uma razão de ser. Deixe-me 
mostrar um exemplo para vocês: 
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No caso da reportagem acima, temos uma situação diferente. O réu não alegou 
ser inocente, alegou que realmente matou a vítima, porém, em legítima defesa.
Quando isso ocorre, tudo muda. O acusado não está mais se baseando em sua 
presunção de inocência para ser absolvido e sim em uma outra alegação. E adivi-
nha de quem é o ônus da prova nesse caso? Exatamente! Da própria defesa! 
O princípio da presunção de inocência não garante ao acusado o direito de alegar 
excludentes de ilicitude, tais como a legítima defesa ou o estado de necessidade. 
Se ele o fizer, terá de provar suas alegações regularmente!
Professor, eu ouvi dizer que o STF agora autoriza que um indivíduo seja preso 
após a condenação em segunda instância. O que significa isso? Essa decisão não 
fere o princípio da presunção de inocência?
Excelente pergunta! Mas vamos contextualizar para que os alunos iniciantes 
também entendam a questão.
Conforme acabamos de estudar, a Constituição Federal determina que nin-
guém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal con-
denatória.
Trânsito em julgado é a expressão utilizada para informar que não há mais 
possibilidade de recurso de uma determinada decisão. Na esfera penal, ao 
dizer que transitou em julgado uma determinada sentença, dizemos que chegou a 
hora da execução das penas cominadas (se houver). 
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Seguindo essa linha de raciocínio, o fluxo processual penal para um réu comum 
é algo mais ou menos assim:
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Até aí tudo certo. Entretanto, como os Ministros do STF não tem pena alguma 
de nós concurseiros, vem a seguinte notícia:
Ou seja, o STF está dizendo o seguinte:
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Veja que situação peculiar: a decisão ainda não transitou em julgado. Em tese, 
o réu ainda possui a sua presunção de inocência, mas já pode ser preso!
Vejamos um breve trecho da decisão prolatada sobre o assunto:
STF. Plenário. HC 126292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/02/2016.
É possível o início da execução da pena condenatória após a prolação de acórdão con-
denatório em 2º grau e isso não ofende o princípio constitucional da presunção da ino-
cência.
A decisão acima não deixa dúvidas: o STF entende que, mesmo que ainda não 
exista trânsito em julgado, se houver um acórdão em 2º Grau (ou seja, uma de-
cisão de um colegiado de tribunal de 2ª Instância), o cumprimento da pena já pode 
ser iniciado, e isso não fere o princípio da presunção de inocência.
Esse assunto é polêmico e necessita de um estudo mais aprofundado para que 
possamos entender os motivos que levaram os Ministros do STF a decidir dessa 
forma. A explicação mais elaborada para essa pergunta é matéria para uma outra 
aula, específica de prisão e medidas cautelares, e não de uma aula introdutória 
sobre princípios.
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Por hora, o essencial é que você absorva o seguinte conceito: não fere o prin-
cípio da presunção de inocência o início da execução da pena condenatória 
após a emissão de acórdão em 2º Grau, ou seja, decisão colegiada emana-
da por um Tribunal.
Esse entendimento despenca em prova e é fundamental que você o conheça 
desde já, mesmo que esta seja uma aula com conceitos introdutórios da disciplina.
1.3. Princípio do juiz natural
Você já ouviu falar nos tribunais de exceção? Tribunais de exceção são aque-
les criados temporariamente para julgar um caso (ou alguns casos) após a prática 
de um determinado delito.
Tribunal de Nuremberg
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Um exemplo de um tribunal de exceção está na foto acima: O Tribunal de Nu-
remberg, que foi o tribunal criado pelos aliados para julgar os nazistas por seus 
crimes de guerra.
Independentemente das justificativas históricas para tal e dos horrendos crimes 
praticados durante o nazismo, é bastante óbvio que um tribunal criado para 
julgar um caso específico dificilmente terá garantida a sua imparcialidade.
Como consequência dessa parcialidade, historicamente, os tribunais de exceção 
só costumam ser criados quando há interesse em direcionar o resultado das deci-
sões por ele tomadas.
E enquanto a guerra é uma situação peculiar e felizmente atípica, imagine as 
consequências da criação de tribunais de exceção para julgar cidadãos de uma re-
pública, de acordo com o interesse político de uma determinada época? Seria uma 
possibilidade bastante ameaçadora.
Para se contrapor a esse tipo de ameaça é que surge o princípio do juiz natu-
ral, que tem a função primordial de vedar a existência de tribunais de exceção. 
Como consequência do princípio do juiz natural é que temos o direito de ser jul-
gados por autoridades determinadas pela lei e não de forma arbitrária, o que busca 
garantir a imparcialidade do julgador.
Essa garantia tem tamanha importância que também está expressa na Consti-
tuição Federal:
CF/1988
Art. 5º. LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente;
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Uma questão recorrente em provas de concursos é a literalidade da Súmula 704 do 
STF, que está diretamente relacionada com as garantias do princípio do juiz natural.
Súmula 704/STF
“Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a 
atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de 
função de um dos denunciados.”
Normalmente, quando a Súmula 704 é cobrada, o examinador simplesmente 
utiliza a literalidade de seu conteúdo. De toda forma, cabe esclarecer que a Súmula 
quer dizer é o seguinte: nos casos em que um réu comum (que não possui foro por 
prerrogativa de função) for julgado em conjunto com uma autoridade que tem tal 
prerrogativa (portanto seu processo será remetido para o tribunal competente para 
julgar a autoridade), não haverá violação ao princípio do juiz natural. 
1.4. Princípio da ampla defesa
Este princípio é importantíssimo. Em primeiro lugar, note que o princípio da am-
pla defesa também está previsto de forma expressa na Constituição Federal:
CF/1988
Art. 5º. LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes;
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A ampla defesa é um princípio essencial ao devido processo legal, pois garante 
que o acusado disponha de todos os meios lícitos para defender seus direitos. É 
divido em dois elementos: a autodefesa e a defesa técnica.
É interessante notar que o elemento da autodefesa acaba resultando em ou-
tras duas prerrogativas do acusado: 
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Você sabe o que é a revisãocriminal? A revisão criminal é uma espécie de ação 
judicial na qual um condenado, cuja sentença inclusive já transitou em julgado, 
requer ao tribunal que o condenou a revisão de sua sentença, sob alegação de que 
houve um erro, por exemplo.
Graças ao princípio da ampla defesa é que o condenado possui o direito de soli-
citar a revisão criminal. É interessante notar que, no entanto, o Estado (por meio 
do Ministério Público) não tem o direito de pedir a revisão criminal em desfavor do 
condenado.
Outra consequência importante da ampla defesa é o dever do magistrado de 
fiscalizar a eficiência da defesa técnica do réu. Caso o juiz perceba que a defe-
sa técnica está causando prejuízo à situação do réu, pode ele próprio nomear outro 
defensor ou fazer com que o acusado encontre um. 
Quanto ao princípio da ampla defesa, temos uma jurisprudência recorrente em 
provas de concursos:
Súmula 523/STF
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência 
só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Essa súmula apenas materializa o que já falamos: quando a defesa técnica é 
deficiente, só acarretará nulidade se houver prova de que o réu foi efetivamente 
prejudicado pela deficiência em sua defesa. No entanto, se simplesmente não hou-
ve defesa técnica (ausência de defesa técnica), a nulidade será absoluta.
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1.5. Princípio do favor rei, favor libertatis ou in dubio pro reo
Também conhecido como princípio da prevalência do interesse do réu, este é um 
dos princípios mais famosos do Direito Processual Penal. 
Com certeza você já sabe qual a garantia proposta por esse princípio: havendo 
dúvida entre a tese da acusação e da defesa, prevalecerão os interesses do réu.
Aqui se torna interessante retomar a situação do réu que alega ter matado al-
guém em legítima defesa. Quando abordamos o assunto, afirmei que o réu, ao 
assumir que matou e alegar que o fez para se defender (de forma legítima), deverá 
provar sua alegação.
Entretanto, o que acontece se ao final do julgamento, os jurados não tiverem 
certeza se o acusado agiu ou não em legítima defesa?
A resposta, você já sabe: por força do princípio do favor rei, o réu deverá ser 
absolvido.
Além disso, existe uma outra consequência interessante desse princípio. Imagine 
que um juiz, ao interpretar a lei, chegue a duas respostas distintas, ou seja, houve 
dúvida na interpretação da lei, e ele deverá escolher entre duas hipóteses diferen-
tes. Nesse caso, a escolha é simples: o juiz deverá utilizar a interpretação que 
seja mais benéfica ao réu, ou seja, a interpretação favorável ao acusado. 
1.6. Princípio da duração razoável do processo
Temos aqui mais um princípio para o qual o constituinte deu grande importân-
cia, visto que o inseriu de forma expressa no art. 5º da CF/1988:
CF/1988
Art. 5º. LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a ra-
zoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
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O princípio da duração razoável do processo, na verdade, é praticamente auto-
explicativo. Para que a prestação jurisdicional seja efetiva, deve ser realizada em 
um tempo razoável. 
Como já asseverou a própria presidente do Supremo Tribunal Federal: “O cida-
dão já sabe que essa história de que a Justiça tarda, mas não falha, não é verda-
deira. Justiça que tarda, falha.” (Ministra Carmen Lúcia).
Nesse sentido, percebe-se que a duração razoável do processo está intimamen-
te relacionada com outros princípios, como o da economia processual e da cele-
ridade, no sentido de que o Estado deve atuar sempre de forma eficiente e rápida. 
Além disso, temos ainda um outro princípio subsidiário, que é o chamado prin-
cípio da duração razoável das prisões cautelares.
Vejamos um exemplo prático da aplicação desse princípio:
No caso acima, o STF utilizou justamente a previsão do princípio da duração 
razoável das prisões cautelares como fundamentação para a revogação de uma 
prisão preventiva que se estendia por um prazo superior a um ano.
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1.7. Princípio da intranscendência
O princípio da intranscendência é bem mais simples do que os que estudamos 
até agora. Sua premissa é a de vedar a instauração de qualquer procedimento pe-
nal contra pessoa que não seja a que praticou a conduta criminosa.
Seria absurdo, por exemplo, que um processo penal fosse instaurado para punir 
o filho por um crime praticado por seu pai e é esse o tipo de abuso que o princípio 
da intranscendência visa coibir.
1.8. Princípio da autoritariedade
A persecução penal é algo muito sério. Afinal de contas, meramente acusar um 
indivíduo da prática de um ilícito penal já é capaz de gerar sérias consequências 
para sua vida particular.
Por conta dessa seriedade é que se restringe a capacidade de iniciar os procedi-
mentos relacionados à persecução penal a autoridades públicas.
Nesse sentido, apenas a autoridade policial (delegado de polícia) e os promoto-
res e procuradores de justiça tem legitimidade para atuar propondo a instauração, 
respectivamente, de inquéritos policiais e de processos penais. 
Existe uma exceção ao princípio da autoritariedade, na chamada ação penal pri-
vada. Neste tipo de ação penal, o direito de queixa é de um particular, e não da 
autoridade pública.
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Quanto à ação penal privada, não iremos aprofundar muito, pois essa é uma 
matéria que também deve ser abordada em um outro contexto e não na aula de 
princípios. Por hora, confie em mim: basta que você saiba que existe essa exceção.
1.9. Princípio do duplo grau de jurisdição
Antes de falar desse princípio, é necessário apresentar o chamado Pacto de San 
José da Costa Rica.
A Convenção Interamericana de Direitos Humanos, também chamada de Pacto de 
San José da Costa Rica, é um tratado internacional de direitos humanos promulga-
do pelo Decreto n. 678/1992.
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É essencial conhecer sua existência, pois tal diploma, na qualidade de tratado 
internacional de direitos humanos, tem eficácia supralegal segundo o STF, ou 
seja, em nosso país, está acima das leis ordinárias e abaixo da Constituição 
Federal. 
Esse pacto possui inúmeras consequências importantes em nosso ordenamento 
jurídico. Vejamos uma delas: 
Pacto de San José da Costa Rica
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de au-
toridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação 
alimentar.
Esse inciso, previsto no art. 7º do pacto, ensejou a elaboração da Súmula Vin-
culante 25 do STF, que tornou ilícita a prisão do depositário infiel, anteriormente 
prevista em nossa legislação:
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Agora que já conhecemos o Pacto de San José e algumas de suas consequ-
ências jurídicas em nosso país, podemos, finalmente, apresentar outra previsão 
importante nele contida: a do direito ao duplo grau de jurisdição. Veja só:
Pacto de San José da Costa Rica
“Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribu-
nal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua 
prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a detenção forem ilegais. 
Nos Estados-partes cujas leis preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser 
privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, 
a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser 
restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por 
outra pessoa. “
O duplo grau de jurisdição, portanto, é o princípio do direito processual 
penal, expressamente reconhecido na Convenção Interamericana de Direitos 
Humanos, que garante ao indivíduo o direito de revisão de sua causa em 
uma instância superior.
Por força desse princípio, não há que se falar em um julgamento único, todo 
indivíduo tem direito à reavaliação de seu pleito perante a Justiça.
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1.10. Princípio da vedação da dupla punição ou ne bis in idem
Também previsto no Pacto de San José da Costa Rica, este é um princípio tão 
importante quanto é simples de entender: existe para impedir que um indivíduo 
responda judicialmente duas vezes por um mesmo fato delitivo.
Na imagem acima, temos um exemplo prático da aplicação do princípio do ne 
bis in idem. A autora já havia sido julgada pelo fato perante a Justiça Militar e es-
tava respondendo novamente a um processo judicial pelos mesmos fatos, o que é 
vedado pelo princípio em comento. 
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Existem duas consequências práticas da observação do princípio da vedação da 
dupla punição:
• Segundo o STF, caso duas ações penais sobre o mesmo fato estejam trami-
tando ao mesmo tempo, a segunda ação penal será considerada nula;
• Veda-se a instauração de novo processo após o trânsito em julgado de sua 
absolvição.
1.11. Princípio da publicidade
O princípio da publicidade garante que os atos processuais – mesmo relaciona-
dos à aplicação do direito penal – sejam em regra, públicos. O cidadão, em um 
contexto democrático como o estruturado pela CF/1988, tem o direito de ser comu-
nicado de todos os atos que são praticados pelo Estado.
Apenas excepcionalmente é que, estando presentes alguns requisitos, um de-
terminado procedimento pode ser considerado sigiloso, como é o caso, por exem-
plo, de um inquérito policial.
Mesmo assim, a justificativa deve ser sólida o suficiente para justificar a nega-
tiva de informações por parte do Estado a seu povo. No caso do inquérito policial, 
por exemplo, o sigilo se baseia na defesa da intimidade do investigado. Afinal 
de contas, ele pode ser inocente e a mera divulgação de que está sendo alvo de um 
inquérito policial já é suficiente para trazer consequências à sua vida. 
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Outro motivo capaz de justificar a vedação temporária do princípio da publicida-
de é o interesse social. 
Audiência de terrorista preso na Suécia foi realizada a portas fechadas.
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No exemplo acima, veja que o magistrado decidiu realizar a audiência a portas 
fechadas e sob forte esquema de segurança, ato que busca a preservação da ordem 
pública (um interesse social) em detrimento da publicidade dos atos processuais, 
caracterizando exceção perfeitamente lícita ao princípio da publicidade. 
1.12. Princípio da vedação das provas ilícitas
Este princípio é um dos que despenca em provas de concursos, seja nas ques-
tões objetivas ou nas discursivas. Assim como alguns outros princípios do Direito 
Processual Penal, ele é quase autoexplicativo: seu objetivo é proibir a utilização de 
provas ilícitas nos processos. 
Sua importância é tamanha que é citado de forma expressa tanto na Constitui-
ção Federal quanto no CPP:
Constituição Federal CPP
Art. 5º. LVI – são inadmissíveis, no processo, 
as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas 
ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
violação a normas constitucionais ou 
legais. 
§ 1º São também inadmissíveis as provas 
derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre 
umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma fonte inde-
pendente das primeiras. 
Mas, professor, o que acontece quando o juiz identifica que há uma prova ilícita 
no processo? Essa é uma questão muito pertinente. Via de regra, a solução é sim-
ples: a prova ilícita deve ser desentranhada (removida) do processo, e pronto. 
Não poderá ser utilizada para embasar a condenação do acusado.
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Caso uma prova ilícita não senha desentranhada do processo, mas o juiz não a 
utilize para fundamentar sua decisão de condenar o réu, essa prova não irá con-
taminar a decisão prolatada, e nem o processo como um todo.
Ou seja: se a prova não for utilizada, não há problema, pois não haverá prejuízo 
ao acusado. Entretanto, se a fundamentação contar com a prova ilícita identificada, 
estaremos diante de uma nulidade absoluta da decisão.
Outro ponto importante sobre esse princípio está no § 1º do art. 157:
Art. 157. § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando 
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
Aqui temos as chamadas provas ilícitas por derivação, cujo conteúdo é objeto 
de estudo da aula de provas. Em uma abordagem inicial, basta saber que provas 
ilícitas tem o poder de contaminar outras provas que derivarem delas.
É claro que existem condições que devem ser avaliadas para determinar se uma 
determinada prova foi contaminada pela ilicitude de outra, mas isso é assunto para 
outro momento, e não para uma aula introdutória.
Por hora, o importante é finalizar esse assunto sabendo o seguinte:
• O princípio de vedação das provas ilícitas impede a utilização deste tipo de 
evidências no processo penal;
• Provas ilícitas devem ser, via de regra, desentranhadas do processo, e não 
podem ser utilizadas para embasar uma condenação;
• Provas ilícitas podem contaminar provas derivadas.
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Excepcionalmente, provas ilícitas podem ser utilizadas em favor do acusado, para 
provar sua inocência (pro reo).
1.13. Princípio da plenitude de defesa
Antes mesmo de tratar do conceito deste princípio, já devemos deixar claro o 
seguinte: o princípio da plenitude de defesa não se aplica a todo o tipo de 
procedimento penal, mas apenas aos procedimentos do tribunal do júri!
Agora que você já sabe disso, podemos explicar esse princípio e a razão pela 
qual ele não é aplicável em todas as esferas.
Quase todo mundo sabe que os crimes dolosos contra a vida, como o homi-
cídio doloso, por exemplo, receberam um tratamento especial em nossa Constitui-
ção, sendo direcionados para julgamento perante o tribunal do júri e não perante 
um juiz comum.
Essa escolha denota a maior seriedade com que são tratadas as acusações de 
crimes dolosos contra a vida, possibilitando que o réu seja julgado por seus seme-
lhantes (outros cidadãos brasileiros) e não por um único magistrado.
Essa mudança no procedimento traz consigo uma consequência que agrava um 
pouco a situação do acusado: o voto dos jurados é sigiloso, o que dispensa a 
fundamentação da decisão tomada. É o que chamamos de sistema da íntima 
convicção.
Com isso, veja que o júri não depende de uma análise muito técnica do conjunto 
probatório. Se os jurados se sentirem convencidos da materialidade e da autoria 
do delito por parte do réu, poderão condená-lo sem estar vinculados a fundamen-
tar juridicamente sua escolha. O jurado decide conforme sua íntima convicção, e 
pronto!
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Com isso, veja que o trabalho da defesa em desconstituir os argumentos da 
acusação se torna mais pesado do que seria diante de um magistrado, que é espe-
cialista em Direito e que deve analisar o conjunto probatório de uma maneira mais 
formal.
Diante desse cenário, surge a pergunta: Como fazer para tornar o procedi-
mento do júri mais equilibrado, garantindo ao réu meios de se defender 
diante da maior autonomia dos jurados?
E a resposta está no princípio da plenitude de defesa, que permite ao réu, no 
âmbito do tribunal do júri, a utilização de argumentos que não seriam válidos pe-
rante um juiz singular, tais como justificativas de cunho moral, social e até mesmo 
sentimentais.
Em outras palavras: a plenitude de defesa assegura ao acusado o direito de uti-
lizar uma argumentação mais ampla para assegurar seu direito a liberdade do que 
poderia ser feito em um tribunal comum, atendendo às peculiaridades do tribunal 
do júri.
Por fim, é importante notar que esse princípio está previsto expressamente 
em nossa CF:
CF/1988
Art. 5º. XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der 
a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
1.14. Princípio da paridade de armas ou igualdade processual
É fato que o Estado possui uma estrutura jurídica para amparar suas atividades, 
por meio de órgãos como o Ministério Público, Advocacia Geral da União, seus tri-
bunais, entre tantos outros.
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Além disso, via de regra, cabe a este mesmo Estado, como todo o seu aparato 
jurídico, iniciar a persecução penal para punir aqueles que venham a transgredir a 
Lei Penal.
Deste ponto de vista, veja que um cidadão comum, que muitas vezes sequer 
possui um advogado, ao ter um processo penal instaurado contra si, fica numa si-
tuação de desigualdade perante o Estado, que possui muito mais recursos para 
atuar do que um cidadão comum.
É de olho nessa desigualdade que surge o princípio da paridade de armas, 
que visa assegurar que ambas as partes do processo (seja o acusador, na figura 
do Ministério Público, quanto o réu) possuam iguais condições de defender suas 
alegações, o que é absolutamente necessário para que o resultado do julgamento 
seja verdadeiramente justo e imparcial.
Como consequência do princípio da paridade de armas é que surgem diversas 
prerrogativas, tais como:
• Direito a tempos iguais para ambas as partes apresentarem suas alegações;
• Direito à defesa técnica ao acusado que não possuir dinheiro para pagar um 
advogado, que será atendido por um defensor dativo ou por um defensor 
público.
1.15. Princípio do contraditório
O princípio do contraditório, comumente abordado em conjunto com o princípio 
da ampla defesa, está diretamente relacionado com o devido processo legal.
Para que o processo penal seja legítimo, é absolutamente necessária a existên-
cia do contraditório, ou seja, de ouvir a outra parte sobre os fatos e provas apre-
sentados no curso do processo.
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Dessa forma, uma determinada prova da materialidade e de autoria de um cri-
me só será válida para condenar o acusado após submetida ao contraditório 
em juízo. Ou seja: o réu deve ser intimado da prova apresentada contra ele e tam-
bém deve ter a oportunidade de se manifestar sobre ela. Só então haverá validade 
de tal prova para fundamentar uma decisão sobre o caso.
É importante notar que este é mais um dos princípios previstos expressamen-
te na Constituição Federal:
CF/1988
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geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes;
O princípio do contraditório é ponto chave no estudo do Direito Processual Pe-
nal, e no decorrer da abordagem dos demais assuntos de nossa disciplina, ainda 
falaremos muito sobre ele.
1.16. Princípio da demanda ou da iniciativa das partes
Ao estudar o princípio da autoritariedade, verificamos que a persecução penal é 
iniciada, via de regra, por meio da instauração de um inquérito policial ou mesmo 
pelo oferecimento de uma denúncia, atos que são realizados respectivamente pelo 
delegado de polícia e pelo promotor de justiça.
Dessa forma, temos a vigência do chamado sistema acusatório, em que a 
função de acusar e de julgar é sempre exercida por pessoas distintas.
Um juiz não pode, ele próprio, investigar, oferecer a denúncia e condenar. Essa 
atitude é própria de sistemas inquisitórios e que obviamente não são nada impar-
ciais. Afinal de contas, quão justo pode ser um julgamento proferido pela mesma 
pessoa que investigou o e denunciou o acusado?
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A prevalência do sistema acusatório e de julgamentos imparciais decorre justa-
mente do chamado princípio da demanda, que impede que o juiz inicie a perse-
cução penal de ofício, ou seja, sem ser provocado por um terceiro.
Outra consequência importante desse princípio é a limitação das ações do ma-
gistrado, que só pode julgar o caso nos limites da denúncia, não podendo 
extrapolar seu conteúdo.
1.17. Princípio da não autoincriminação ou nemo tenetur se 
detegere
Esse eu aposto que você conhece. Afinal de contas, falar desse princípio virou 
moda por causa do etilômetro (vulgo bafômetro), objeto que tanto aterroriza os 
motoristas que ainda insistem em dirigir embriagados.
Toda vez que um agente de trânsito aparece com o aparelho, já está pronto 
para ouvir do condutor do veículo a velha alegação: “não vou assoprar – não sou 
obrigado pois ninguém é obrigado a gerar prova contra si mesmo”.
Deixando a lei seca e suas implicações de lado, eu tenho que admitir que o 
exemplo nos atende muito bem, pois demonstra justamente uma aplicação prática 
do princípio do nemo tenetur se detegere.
Cuidado para não restringir a aplicação do princípio em comento apenas ao 
âmbito dos delitos de trânsito. Este foi apenas um exemplo para contextualização.
O princípio da não autoincriminação é aplicável em toda a esfera penal, de for-
ma que ninguém é obrigado a fornecer material genético, assoprar etilômetro ou 
mesmo a participar de qualquer ato que possa incriminá-lo (tal como uma reprodu-
ção simulada dos fatos) se não o quiser.
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Observe que, no entanto, uma vez que o indivíduo se voluntariar a participar do 
ato, por exemplo, um indivíduo que aceita fazer o teste do etilômetro, não poderá 
mais voltar atrás para anular a prova que produziu contra si, ela será perfeitamente 
válida.
1.18. Princípios da Oficiosidade e Oficialidade
E finalmente chegamos aos dois últimos princípios da aula de hoje!
Em primeiro lugar, temos o princípio da oficiosidade. 
Você considera aceitável que a polícia judiciária, ao tomar conhecimento de um 
homicídio, por exemplo, quando uma viatura se depara com um corpo no chão, 
ferido por três disparos de arma de fogo, se omita e não faça nada para apurar o 
caso? É claro que a resposta é negativa.
E quem garante que os órgãos estatais não possam se omitir e tenham o dever 
de agir de ofício (sem serem provocados) em determinados casos é justamente o 
princípio da oficiosidade!
Em segundo lugar, temos o princípio da oficialidade, que por sua vez, está 
relacionado com o princípio da autoritariedade. Assim como a persecução penal 
deve ser iniciada por autoridades públicas (delegados de polícia e promotores ou 
procuradores), a persecução penal também deve ser exercida por órgãos oficiais 
do Estado, o que veda sua delegação a particulares.
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“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência não é um ato – é um hábito. ” (Aris-
tóteles)
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RESUMO
Caro aluno, chegamos ao fim de nossa aula. Mas, antes que possamos seguir 
para os exercícios, vamos revisar os conceitos aprendidos!
Direito substantivo: 
• Define relações concretas de Direito;
• Também chamado de Direito material;
• Exemplo: Direito Penal.
Direito adjetivo:
• Define normas e procedimentos;
• Também chamado de Direito formal ou processual;
• Exemplo: Direito Processual Penal.
Conceito de Direito Processual Penal: conjunto de princípios e normas que 
disciplinam a aplicação do Direito Penal material.
Finalidade do Direito Processual Penal: permitir ao Estado o exercício do 
jus puniendi (do direito de punir).
Princípios
Conceitos:
• Mandamento nuclear de um sistema;
• Postulado que irradia por todas as normas que o compõem.
Princípios propriamente ditos:
• Due process of law: garante que a aplicação de punições penais só sejam 
efetivadas se o réu foi submetido a um processo penal com todas as garantias 
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a ele inerentes;
• Presunção de inocência: determina que ninguém será considerado culpado 
antes do transito em julgado da sentença penal condenatória;
• Juiz natural: veda a existência de tribunais de exceção, garantido que o 
acusado seja julgado de forma imparcial e por uma autoridade determinada 
previamente pela lei;
• Ampla defesa: divide-se em defesa técnica e autodefesa, e tem por premis-
sa garantir que o acusado disponha de todos os meios lícitos para se defender 
da denúncia prestada contra ele;
• Favor rei: mandamento que garante que no caso de dúvida entre a tese da 
defesa e da acusação, deve prevalecer o interesse do acusado;
• Princípio da duração razoável do processo: determina que o Estado, na 
persecução penal, deve agir de forma eficiente em sua prestação jurisdicional;
• Princípio da intranscendência: veda que a persecução penal se estenda 
para além da pessoa que praticou a conduta criminosa;
• Princípio da autoritariedade: princípio que restringe a instauração da per-
secução penal a autoridades públicas legalmente constituídas para esse fim;
• Duplo grau de jurisdição: garante o direito à revisão da causa, que deve 
sempre ser reavaliada ao menos perante uma instância além da que original-
mente condenou o acusado;
• Ne bis in idem: veda que o acusado seja julgado e punido duas vezes pelo 
mesmo fato;
• Publicidade: garante que, em regra, os atos processuais sejam públicos;
• Vedação das provas ilícitas: princípio que determina que provas ilícitas 
sejam desentranhadas do processo e não sejam utilizadas para fundamentar 
a condenação do réu;
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• Plenitude de defesa: relacionado ao tribunal do júri, amplia os recursos 
inerentes à argumentação da defesa, para garantir maior efetividade de sua 
atuação perante jurados que podem decidir por meio da íntima convicção;
• Paridade de armas: princípio que preza pelo equilíbrio entre as partes, que 
devem ter iguais condições de defender suas teses;
• Contraditório: determina que os atos processuais, em regra, devem ser 
cientificados a ambas as partes, que terão o direito de se manifestar sobre 
eles para que sejam considerados válidos;
• Princípio da demanda: veda que o magistrado inicie a persecução penal de 
ofício, prezando pelo sistema acusatório, no qual o acusador e o julgador são 
pessoas distintas;
• Princípio da não autoincriminação: garante ao cidadão o direito de não 
gerar prova contra si;
• Princípio da oficiosidade: rege que os órgãos públicos, em regra, atuem de 
ofício quando se depararem diante de situações que ensejam a persecução 
penal;
• Princípio da oficialidade: rege que a persecução penal seja realizada por 
órgãos oficiais do estado.
“É engraçado. Quanto mais eu pratico, mais sorte eu tenho!” 
(Arnold Palmer, campeão mundial de Golfe)
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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/TÉCNICO LEGISLATIVO) Ainda que o contra-
ditório e a ampla defesa não sejam observados durante a realização do inquérito 
policial, não serão inválidas a investigação criminal e a ação penal subsequente.
2. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR) A presunção de inocência da pessoa presa em 
flagrante delito, ainda que pela prática de crime inafiançável e hediondo, é razão, 
em regra, para que ela permaneça em liberdade.
3. (CESPE/TJDFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO) O condenado pela prática do crime de 
estupro que recorrer da sentença penal condenatória não poderá ser considerado 
culpado da infração enquanto não transitar em julgado sua condenação.
4. (CESPE/TJDFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em processo penal, ninguém pode ser 
forçado a produzir prova contra si mesmo. Por outro lado, a recusa em fazê-lo pode 
acarretar presunção de culpabilidade pelo crime.
5. (CESPE/TJDFT/ANALISTA) A autodefesa, que, pelo princípio da ampla defesa, é 
imposta ao réu, é irrenunciável.
6. (CESPE/TJ-AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
7. (CESPE/TJ-AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO) O princípio da presunção de inocência ou 
da não culpabilidade subsiste durante todo o processo e tem o objetivo de garantir 
o ônus da prova à acusação até declaração final de responsabilidade por sentença 
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penal condenatória transitada em julgado.
8. (CESPE/TJ-AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO) É assegurado, de forma expressa, na nor-
ma fundamental, o direito de qualquer acusado à plenitude de defesa em toda e 
qualquer espécie de procedimento criminal.
9. (CESPE/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA) De acordo com a doutrina e a jurispru-
dência pátrias, são inadmissíveis, em qualquer hipótese, provas ilícitas ou ilegíti-
mas no processo penal brasileiro.
10. (CESPE/STM/ANALISTA) De acordo com doutrina e a jurisprudência, os princí-
pio da ampla defesa e da plenitude de defesa são sinônimos, visto que ambos têm 
por escopo assegurar ao acusado o acesso aos instrumentos normativos hábeis ao 
exercício da defesa.
11. (CESPE/STM/ANALISTA) Entende-se por devido processo legal a garantia do 
acusado de não ser privado de sua liberdade em um processo que seguiu a forma 
estabelecida na lei; desse princípio deriva o fato de o descumprimento de qualquer 
formalidade pelo juiz ensejar a nulidade absoluta do processo, por ofensa a esse 
princípio.
12. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Os efeitos causados pelo princípio cons-
titucional da presunção de inocência no ordenamento jurídico nacional incluem a 
inversão, no processo penal, do ônus da prova para o acusador.
13. (CESPE/MPU/ANALISTA JUDICIÁRIO) O sistema normativo processual penal e 
a jurisprudência vedam, de forma absoluta, expressa e enfática, a utilização, pelas 
partes, em qualquer hipótese, de prova ilícita no processo penal.
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14. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) Parte da doutrina manifesta-se contraria-
mente à expressa previsão legal de cabimento da condução coercitiva determinada 
para simples interrogatório do acusado, como corolário do direito ao silêncio.
15. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) Segundo entendimentosumulado do STF, o 
advogado de defesa não pode pedir, em alegações finais, a qualquer título, a con-
denação do acusado, sob pena de nulidade absoluta, por violação ao princípio da 
ampla defesa.
16. (FCC/MPE-SE/TÉCNICO DO MP) A condenação de um réu sem defensor viola o 
princípio
a) da oficialidade.
b) da publicidade.
c) do juiz natural.
d) da verdade real.
e) do contraditório.
17. (FCC/AL-SP/PROCURADOR) Constitui corolário do princípio do contraditório e 
da ampla defesa:
a) a indisponibilidade do processo.
b) a imediatidade.
c) a isonomia processual.
d) a indeclinabilidade da jurisdição penal.
e) o duplo grau de jurisdição.
18. (FCC/DPE-PR/DEFENSOR) Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo 
penal incluem 
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a) indisponibilidade. 
b) verdade real. 
c) razoável duração do processo. 
d) identidade física do juiz. 
e) favor rei. 
19. (FCC/MPE-AP/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O princípio constitucional que asse-
gura ao acusado o direito de ampla defesa, em processo em que seja assegurada a 
igualdade das partes, denomina-se princípio
a) do juiz natural.
b) do estado de inocência.
c) da verdade real.
d) da obrigatoriedade.
e) do contraditório.
20. (FCC/DPE-PA/DEFENSOR PÚBLICO) O princípio da ampla defesa no processo 
penal, de acordo com a Constituição Federal, aplica-se a todos os brasileiros
a) em gozo de seus direitos políticos.
b) sem distinção de qualquer natureza.
c) e estrangeiros amparados por tratados de reciprocidade.
d) natos.
e) e estrangeiros residentes no país.
21. (FCC/CAIXA/ADVOGADO) A regra que, no processo penal, atribui à acusação, 
que apresenta a imputação em juízo através de denúncia ou de queixa- crime, o 
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ônus da prova é decorrência do princípio 
a) do contraditório.
b) do devido processo legal.
c) do Promotor natural.
d) da ampla defesa.
e) da presunção de inocência.
22. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO) A necessidade de assegurar que as partes 
gozem das mesmas oportunidades e faculdades processuais consiste o conteúdo 
do princípio processual
a) da paridade de armas.
b) do contraditório.
c) da ampla defesa.
d) da identidade física do juiz.
e) do estado de inocência.
23. (FCC/MPU/ANALISTA) Dispõe o art. 5º, inciso XXXVII da Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil que “Não haverá juízo ou Tribunal de exceção; inciso LIII? 
Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. 
Tais disposições consagram o princípio
a) da presunção de inocência.
b) da ampla defesa.
c) do devido processo legal.
d) da dignidade.
e) do juiz natural.
24. (FCC/PREFEITURA DE SP/AUDITOR FISCAL) O juiz de determinada comarca, 
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ao receber a denúncia formulada pelo Ministério Público contra o autor de um crime 
de peculato, considerou desnecessária a produção de provas e o interrogatório do 
réu e julgou antecipadamente a lide, condenando-o à pena de 6 anos de reclusão 
e multa. Essa decisão violou o princípio constitucional 
a) do devido processo legal.
b) da anterioridade da lei penal.
c) da presunção de inocência.
d) do juiz natural.
e) da intervenção mínima.
25. (FCC/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O art. 10 da Declaração Universal dos 
Direitos do Homem, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Pa-
ris, aos 10 de dezembro de 1948, consagra que toda pessoa tem direito, em condi-
ções de plena igualdade, de ser ouvida publicamente e com justiça por um tribunal 
independente e imparcial, para a determinação de seus direitos e obrigações ou 
para exame de qualquer acusação contra ela em matéria penal. 
O princípio do processo penal que se adequa a essa redação é o 
a) do juiz natural.
b) da ampla defesa.
c) do contraditório.
d) do duplo grau de jurisdição.
e) da publicidade.
26. (FCC/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) NÃO se trata de garantia processual 
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expressa na Constituição da República:
a) a liberdade provisória.
b) a identificação do responsável pelo interrogatório policial.
c) a publicidade restrita.
d) o cumprimento da pena em estabelecimento distinto em razão da natureza do 
delito.
e) o duplo grau de jurisdição.
27. (CESPE/TJ-SE/JUIZ) Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal 
incluem
a) a publicidade.
b) a verdade real.
c) a identidade física do juiz.
d) o favor rei.
e) a indisponibilidade.
28. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO) Leia as frases a seguir e a partir dos respectivos 
conteúdos responda.
1) “Esse princípio fundamental de civilidade representa o fruto de uma opção 
garantista a favor da tutela da imunidade dos inocentes” (Luigi Ferrajoli). 
2) “Basta ao corpo social que os culpados sejam geralmente punidos, pois é seu 
maior interesse que todos os inocentes sem exceção sejam protegidos” (Lau-
zé di Peret).
3) “A metafísica do direito penal propriamente dita é destinada a proteger os 
culpados dos excessos da autoridade social; a metafísica do direito processual 
tem por missão proteger dos abusos e dos erros da autoridade todos os cida-
dãos inocentes e honestos” (Francesco Carrara). 
Qual princípio a seguir melhor sintetiza o conteúdo, as idéias e as preocupações 
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acima expostas? 
a) Princípio da verdade real 
b) Devido processo penal 
c) Ampla defesa contraditório 
d) Nemo tenetur se detegere 
e) Presunção de inocência 
29. (VUNESP/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS) Dos princípios constitu-
cionais do processo penal a seguir enumerados, assinale o que admite que a legis-
lação infraconstitucional estabeleça exceções. 
a) Princípio do contraditório. 
b) Princípio da publicidade. 
c) Princípio da presunção da inocência. 
d) Princípio da imunidade à autoacusação.
30. (VUNESP/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO

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