Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Contratual Bancário Aula 1: Noções introdutórias ao direito bancário e seus fundamentos Apresentação Nesta aula, demonstraremos a evolução histórica do comércio, a mecânica do desenvolvimento dos mercados e a origem do direito comercial, seus institutos, princípios e organizações. Em seguida, analisaremos o surgimento dos bancos, seus papéis e sua importância no centro da economia mundial, assim como o surgimento das grandes cidades e sua importância para a urbanização do planeta e o fortalecimento das grandes instituições. Objetivos Esclarecer a evolução histórica do comércio, com o protagonismo das sociedades à época, bem como o fortalecimento dos agentes econômicos. Identi�car a necessidade de coadunar o desenvolvimento econômico com os avanços sociais. Analisar a importância do estudo do direito bancário como disciplina autônoma dentro do universo jurídico e identi�car seu espaço na moderna sociedade de consumo. Evolução histórica do direito bancário O direito bancário como ciência autônoma foi concebido com o vagar dos séculos, por meio do engenho humano, e sobretudo construído pelos usos e costumes que a mercancia impingiu à sociedade e, pois, à sua evolução econômica. Seu desenvolvimento histórico circunscreveu-se às margens do direito empresarial, com o qual guarda estreita dependência, conquanto que muitos de seus institutos são estudados naquele segmento. Por tais razões, torna-se imperiosa para a compreensão da evolução do instituto uma análise conjunta dos dois institutos, partindo da concepção de que o alargamento do comércio é deveras consequência do próprio agigantamento dos bancos. Fonte: shutterstock Por Phongphan O direito comercial foi construído sob a vetusta cosmopolita, portanto não foi uma ciência voluntariamente edi�cada pela vontade humana; ao contrário, tratou-se de ser angariada pela necessidade de uma classe social, constituída pelos comerciantes. O direito comercial surgiu, fragmentariamente, na Idade Média com o desenvolvimento do trá�co mercantil. É compreensível que nas civilizações antigas, entre as regras rudimentares do direito imperante, surgissem algumas para regular certas atividades econômicas. Os historiadores encontram normas dessa natureza no Código de Manu, na Índia: as pesquisas arqueológicas, que revelaram a Babilônia aos nossos olhos, acresceram à coleção do Museu do Louvre a pedra em que foi esculpido, cerca de dois mil anos antes de Cristo, o Código de Hamurabi, tido como a primeira codi�cação de leis comerciais. 1 Não obstante os debates que se avolumam acerca do Código de Hamurabi, o fato sensível repousa sob a aresta de que aestrela de Hamurabi era uma legislação destinada a regulamentar a agricultura, a pecuária e as atividades laborais. 2 Por seu turno, embora se registre pouca codi�cação escrita, atribui-se aos fenícios a Lex Rhodia de Jactu, com o propósito de regulamentar o comércio marítimo entre Creta, Egito, Síria e Palestina, com institutos como o seguro, o penhor marítimo, a origem de alguns bancos e, conseguintemente, títulos de crédito ao portador. 3 Aos gregos se atribui o instituto da Nauticum Foenus, que consistia em um contrato consubstanciado nos costumes da época pelo qual os capitalistas poderiam patrocinar expedições marítimas. Tais contratos de dinheiro a risco podem ser, ainda que remotamente, um embrião dos contratos de seguros. 4 Já a Idade Média deu início à formação do direito comercial, precipuamente após a queda do Império Romano, e, sob essa vetusta, ao direito bancário. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Divisão histórica do direito comercial A doutrina costuma dividir historicamente a evolução do direito comercial em três fases distintas: Primeira fase: Compreendida da segunda metade do século XII até a metade do século XVI; Segunda fase: Se inicia no século XVI e avança até o século XVII. Terceira fase: É inaugurada em meados do século XIX e se expande até hoje. Podemos classi�car a história do direito comercial de acordo com a história do comércio, também em três períodos distintos, a saber: 1 Primeiro período Compreendendo a Antiguidade. 2 Período intermediário A Idade Média 3 Último período Os tempos modernos. O primeiro período é classi�cado como a fase subjetiva; o segundo, como fase objetiva; e o terceiro, como subjetiva moderna. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Fase subjetiva Primitivamente, as práticas comerciais operavam por meio de escambo, ou seja, o embuste comercial era havido por meio de trocas, e dadas as precariedades social e econômica do homem primitivista, não se objetivava o acúmulo de riquezas, prática totalmente avessa à economia de escambo — ora, nessa fase nem sequer existiam artifícios para uma produção em larga escala, dessa forma o comerciante em geral participava de toda a linha de produção, desde a colheita da matéria-prima à comercialização, ou seja, em regra não havia a �gura dos atravessadores ou intermediadores, e não se justi�cava a produção em escalas, uma vez que não havia a cunhagem de moedas, daí a impossibilidade do acúmulo de riquezas. As produções objetivavam a subsistência, e o escambo era praticado pelos excedentes das produções que serviam de moeda para o complemento de bens ou produtos dos quais se objetivava completar o consumo interno. Em outras palavras, o excedente de produção servia de aríete na consubstanciação de um signo corrente, para que uma família complementasse sua necessidade de consumo interno com o excedente de outra. Com efeito, os produtos ofertados em escambo em regra signi�cavam a fração já excedente de uma produção de subsistência, e sua consequente oferta pela família se pre�xaria em suas sobras, dessa forma a outra família completava seu consumo com o excedente de seu articulador. A relação se avolumou dessa forma, permitindo a ocorrência de excedentes de produção sem que houvesse o �to do lucro, pois que as relações não o objetivavam, e sim o consumo interno. Para a �xação de lucro, haveria de se �rmar um signo comum a todos os cidadãos designando quantitativamente um poder de compra, uma expectativa diferenciadora, capaz de ser acumulada e posteriormente manejada, diferentemente do escambo, no qual a expectativa se tergiversava no consumo interno e imediato. Nesse universo, o acúmulo, expressado pelo excedente de produção, poderia facilmente redundar em prejuízo. Exemplo Imagine a hipótese em que um produtor de gado tenha um excedente em sua produção. Se não houver mercado su�ciente para adquirir seu excedente, o prejuízo será imediato. Primeiramente, não havendo demanda, sua moeda (gado) perderá a força de impacto no comércio, ocasionando uma redução em seu poder aquisitivo; posteriormente, deverá gerar receitas para a manutenção agropastoril, talvez até tendo que se socorrer de mão de obra externa para a mantença de seu gado. Dessa forma, veri�camos que esse excedente de produção ocasionaria prejuízo, pois a manutenção desse pasto superaria as receitas, além da desmobilização de recursos. Naquela época, para que o comércio fomentasse subsistência para as famílias, era imperativo que não houvesse desequilíbrio na balança, ou seja, que as famílias continuassem a produzir apenas o indispensável para sua cultura de sobrevivência, permitindo o excedente na medida em que houvesse a necessidade de complementar sua gama de consumo interno. A sociedade primitiva acomodava a concepção da produção em excedente, no que tange à complementação de seu consumo interno, uma vez que dentro dessa economia as produções em excesso serviam para se alcançar o ponto de equilíbrio interno. Continue lendo... 1 Fase subjetiva moderna O comércio se moldou a leis de oferta e procura, e a demanda, portanto, foi traçada nos lindes do consumo. É cediço que o acúmulo de riquezas induziu o comerciante à propagação geográ�ca de seu produto e, dessa forma, ao aumento do mercado consumidor. Continue lendo... 2 Exemplo Temos as primitivas sociedadescomerciais, como a sociedade em nome coletivo, hoje alocada em nosso artigo 1.039 do Código Civil, constituída com a comunhão dos membros da família, e a sociedade em comandita, que seria uma evolução da própria sociedade em nome coletivo. Nessa ocasião, surgiram os primeiros bancos, a letra de câmbio, o câmbio, etc. http://estacio.webaula.com.br/cursos/don089/aula1.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/don089/aula1.html Fonte: shutterstook Por tomertu A so�sticação dessa prática evoluiu para as sociedades anônimas, nas quais os grandes investimentos calcados no aporte �nanceiro da coroa, aliados ao da nobreza per�lhada nesse tipo de sociedade, nutriram as grandes companhias marítimas para que se enveredassem nas empreitadas marítimas, sendo portanto responsáveis diretas pelas grandes descobertas ultramarinas, e, consequentemente, houve a fomentação de novos mercados consumidores e fornecedores. Entre as primitivas sociedades anônimas da Idade Média, destacamos a Companhia das Índias Orientais e Ocidentais. Fonte: shutterstook Por Avigator Fortuner A essa sociedade fertilizada pelo comércio marítimo, agregaram-se outros elementos abruptos ao processo evolucionados pela descoberta de novos mercados, por exemplo, o seguro marítimo, e algumas empresas, como política de ampliação mercadológica, instauraram �liais, sucursais, inaugurando o conceito de holding, ou sociedades coligadas, em outros Estados. Fonte: shutterstook Por MNBB Studio Ainda no campo das ciências sociais, a concepção de Estado ganhou novo corpo, ao mesmo tempo em que paralelamente os sistemas jurídicos não foram su�cientes para atender a essa nova classe que erigia da mercancia, uma vez que eram despidos da volatilidade que se exigia do instituto e da rapidez que se operava no próprio comércio. A nova concepção econômica nutriu os comerciantes com novas concepções, que, paradoxalmente, edi�caram instituições comerciais especializadas nas práticas do comércio. Essa primeira fase foi caracterizada pela robusteza da instituição em relação a seus associados. O período compreendeu desde sua origem à sua consolidação e fortalecimento. As lacunas da legislação comum, e a insu�ciência do Estado diante de uma prestação jurisdicional tempestiva, foram os principais elementos para a eclosão das corporações, uma vez que a jurisdição estatal foi a grande responsável pela destruição da própria jurisdição monopolizada pelo Estado de Direito, obrigando os comerciantes a adotarem paralelamente leis próprias com fulcro no direito consuetudinário nos usos e costumes, e viabilizou dessa forma a codi�cação de estatutos e organismos legais lastreados, além de tudo, na jurisprudência. Fonte: shutterstock Por Panchenko Vladimir Surgiu no seio do Feudalismo, como consequência de um Estado ainda em busca de uma identidade. As corporações medievais se jurisdicionalizaram quando da aplicação da justiça entre os comerciantes, e, dadas a conjectura mundial e a ine�ciência de um Estado ainda em busca de um colorido, as corporações ganharam força e credibilidade, e, por conseguinte, robusteceram-se. Se o comércio via de regra se calca na repetição de atos e práticas, os litígios assumiram a mesma feição. Nesse sentido, as corporações completavam as lacunas existentes na legislação comum e as outorgava a seus associados diante da incompetência do Estado na gerência de seus litígios. Assim, podemos a�rmar que as leis corporativas se assemelhavam a leis especiais aplicáveis inicialmente apenas entre seus associados, portanto sempre comerciantes — aqui está outra grande diferença entre essa escola e sua sucessora. Nessa fase inaugural, a legislação comum monopolizada pelo Estado não era su�cientemente atrativa ao comerciante, quer fosse pela morosidade, quer fosse pela inexistência de um desenho legislativo aplicável aos comerciantes, e, dada a insegurança política dos feudos, a justiça pairava descredibilizada, quer fosse quanto à imparcialidade do órgão designado pela aplicação da justiça, quer fosse quanto aos anseios locais, regionais ou comuns de certas classes. Nesse sentido, temos como exemplo a eclosão da Revolução Francesa. Não se vislumbrava pelos diplomas civis uma distinção entre a pessoa física da jurídica. Esse fenômeno somente ganhou importância com a separação entre os patrimônios dos sócios e os da sociedade pela concepção da separação patrimonial edi�cada com as sociedades limitadas. A subjetivação dos atos do comércio é de origem francesa, abrangida pelo Código Mercantil de Napoleão, ou Code de Commerce, em 1808. Com ele, o direito comercial deixou de ser apenas o direito de uma certa categoria de pro�ssionais, organizados em corporações próprias, para se tornar a disciplina de um conjunto de atos que, em principal, poderiam ser praticados por qualquer cidadão. Nesse esteio, surgiram as grandes corporações de ofício, preenchendo um espaço não politizado pelo Estado. Foram, portanto, as corporações de ofícios as grandes responsáveis pelo compêndio legiferante das práticas comerciais, e, em havendo litígio, as causas eram submetidas à apreciação de cônsules, que eram juízes de fato, responsáveis pela aplicação da justiça entre seus associados comerciantes nas corporações. As corporações jurisdicionavam pelas lacunas procrastinadas pelo Poder Judiciário, que não acompanhou a evolução social e, pois, mantinha o velho e retórico discurso depauperado pela insu�ciência administrativa e legiferante. As corporações ofereciam a seus associados grandes vantagens na subsunção do julgamento pelos cônsules. As lides, pois, calcavam-se na brevidade em que a sentença era prolatada e na especialização dos julgadores, uma vez que a justiça comum ainda se encontrava umbilicalmente muito próxima ao direito romano, em que vigorava a solenidade sob a forma. Com o desenvolver social, as referidas corporações passaram a possuir patrimônios próprios e eram responsáveis pela mantença da boa prática dos atos do comércio. A importância do instituto foi tamanha, que em alguns casos emancipou politicamente grandes centros comerciais italianos, a exemplo de Veneza, Amal�, Gênova, Pisa, Trani, Sena, Milão, Bolonha, Florença, entre outros. Também na Alemanha, a origem de muitas cidades medievais advém dessa prática comercial instada nas feiras, que dependiam da outorga real. Saliente-se que nesse período, em que as corporações buscavam uma identidade, elas se confundiam com o próprio poder estatal e, em alguns casos, possuíam todo um arquétipo bélico organizado em prol de seus associados. Berlim I Fonte: shutterstock Por corrado dalco Fonte: shutterstock Por Filip Bjorkman Na Alemanha no século XIV, a Grande Hansa Germânica constituiu uma liga geral de hansas de todas as cidades alemãs, desde o vale do rio Reno até as fronteiras da Rússia. Essa liga hanseática, na época de seu esplendor, tinha plena capacidade de adquirir territórios, celebrar tratados, possuir exército e frota, etc. Sob seu domínio, estava, então, a cidade de Visby, que deu o nome à conhecida coleção de leis marítimas. A origem das corporações Saiba mais As corporações são as primitivas associações de ofício mais robustecidas e surgiram diante da incapacidade do Estado em autotutelar as pretensões levadas pelos comerciantes, pois, nas corporações, as partes se submetiam ao julgamento dos cônsules, que apreciavam as lides em um razoável espaço de tempo. Com a especialidade inerente de um cônsule, passaram a colecionar jurisprudências e, cosmopolitamente, consolidavam os usos e costumes nos pergaminhos legislativos. Conheça mais sobre A origem das corporações. javascript:void(0); Fase objetiva Com o crescimento das corporações de ofícios nos ditames anteriormente salientados, houve uma ampliação mercadológica e o surgimento de novos ofícios; já que o direito comercial se estabelece com fulcro no direito consuetudinário, novas técnicas serviram de aríete para in�uenciar a prática comercial, a exemplo das letras de câmbio, dos seguros e de outrosinstitutos a�ns à prática comercial. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Fase objetiva Clique no botão acima. Fase objetiva O ingresso desses e de outros institutos não necessariamente exclusivos da prática comercial inseriu-se no contexto da disciplina criando a expectativa de novos sujeitos de direito, assim as corporações de ofício permitiram o alargamento de seu contencioso de modo a acomodar não necessariamente aqueles com qualidade de comerciante, ou seja, associados, nos lineares da fase subjetiva. Pela fase objetiva, a caracterização do comerciante era alcançada pela prática exercida no comércio, sobrepondo-se à pessoa (fase subjetiva). O eixo para a caracterização do comerciante é deslocado da pessoa para a atividade exercida por ela. Esse deslocamento implicou a supressão da fase subjetiva para a objetiva. A jurisdição consular majorada albergava a compreensão de todos aqueles que tivessem comercializado com um associado da corporação, mesmo que estranho aos estatutos sociais. Nessa vetusta, ela permitia a composição de cinco relações jurídicas bem distintas uma das outras, compreendidas: a. entre associados (fase subjetiva – primeira etapa); b. entre um associado e um estranho não comerciante (fase subjetiva – segunda etapa); c. entre um associado e um comerciante não associado (fase subjetiva – segunda fase); d. entre dois comerciantes não associados (fase objetiva); e. entre um comerciante não associado e um não comerciante (fase objetiva). Seria imperativo à evolução das corporações, desde sua gênese na fase subjetiva, seu desencadeamento na fase objetiva, pois, com a ampliação do conceito do espectro abrangido pela relação jurídica natural, teria seu aparato na escola objetiva; em outras palavras, retirando a feição subjetiva, tenderíamos ao critério objetivo. Fonte: shutterstock Por PhuShutter Assim, existe uma alteração na fulguração do eixo da �gura do comerciante para a ampliação dessa estrutura com fulcro na prática de atos caracterizadores do comércio, precipuamente após o Código Comercial Francês, ou também conhecido como Código de Napoleão, que passou a vigorar em 1º de janeiro de 1808 por ordem de Napoleão, que nomeou uma comissão composta com sete membros, dos quais a maioria era comerciante. Pouco antes, as corporações já se encontravam enfraquecidas, posto que houve a revogação dos privilégios e dos monopólios exercidos pelas corporações, principalmente em 1791 pela Lei de Le Chapelier. Não é por demais lembrarmos que foi na França que o direito comercial teve sua primeira codi�cação, não obstante a célere contribuição empenhada na Itália, onde se viu pela primeira vez o reconhecimento do direito comercial, quando Benevenuto Stracca escreveu o primeiro tratado de direito comercial, em Veneza em 1553, na obra denominada Tractatus de mercatura seo mercatore. Pela fase subjetiva, fortemente in�uenciada pelo Código de Napoleão de 1808, o comerciante seria aquele que praticasse o ato de comércio, sendo o eixo é deslocado da pessoa que pratica o ato (fase subjetiva) para a análise da circunstância desse ato praticado. Posto isso, será o ato o elemento nuclear que redundará a pessoa que o praticou à prerrogativa de se considerar comerciante, independentemente de prévia associação a uma corporação de ofício, até mesmo porque estas estavam em franco declino. É importante lembrarmos que, com o alargamento do direito comercial, dada a expansão de sua jurisdição, ele continuava a ser o diploma especí�co dos comerciantes — apenas objetivou-se sua concepção. Edifício histórico Palais de la Bourse, Inscrição: Código Comercial I Fonte: shutterstock Por nbnserge Fase subjetiva moderna A fase subjetiva, caracterizada pelas corporações, teve início com a queda do Império Romano, e, para ser considerada comerciante, a pessoa natural deveria obter sua associação perante uma corporação de ofício. Esse período se estendeu até meados de 1807, com o advento do Código de Napoleão dando início à segunda fase, designada de fase objetiva, na qual houve o deslocamento da pessoa para o ato praticado. A caracterização do comerciante seria alcançada quando da análise desse ato conquanto estivesse ele inserido entre aqueles considerados do comércio. Já a terceira fase se instaurou com o implemento do Código Civil Italiano de 1942. Fase subjetiva moderna Clique no botão acima. Fase subjetiva moderna A fase subjetiva, caracterizada pelas corporações, teve início com a queda do Império Romano, e, para ser considerada comerciante, a pessoa natural deveria obter sua associação perante uma corporação de ofício. Esse período se estendeu até meados de 1807, com o advento do Código de Napoleão dando início à segunda fase, designada de fase objetiva, na qual houve o deslocamento da pessoa para o ato praticado. A caracterização do comerciante seria alcançada quando da análise desse ato conquanto estivesse ele inserido entre aqueles considerados do comércio. Já a terceira fase se instaurou com o implemento do Código Civil Italiano de 1942. O Código Civil Brasileiro de 2002, adepto à teoria da empresa e fortemente in�uenciado pelo Código Civil Italiano de 1942, incorporou parte do direito comercial em seu ventre, uni�cando o direito privado e disciplinando o instituto em primazia, porém manteve em vigor a segunda parte do Código Comercial de 1850, sequenciada pelo artigo 457 e seguintes. Em verdade, a teoria da empresa nada mais é que a evolução do direito comercial, logrando início em 1942 com o Código Civil Italiano. Pela sistemática italiana, não houve menção à empresa, ou seja, ocupou-se o legislador italiano em traçar os contornos do empresário e do estabelecimento, desvencilhando a concepção de empresa de qualquer de�nição jurídica. A opção rechaçada pelo Código Civil Italiano advém de uma conceituação de empresa ante a sobreposição da �gura do empresário em concomitância com o estabelecimento. Em nosso direito, o legislador, a exemplo do direito italiano, seguiu a mesma temática e não pontuou os contornos da empresa, apresentando em verdade o per�l da empresa; todavia, conceituou o empresário e o estabelecimento comercial. art. 966: Considera-se empresário quem exerce pro�ssionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Fonte: shutterstock Por Viacheslav Lopatin art. 1.142 conceitua que: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizados, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. A empresa é a própria atividade econômica organizada, e o empresário, o veículo dessa atividade fabril. Em suma, a empresa é o meio pelo qual o empresário irá exercer pro�ssionalmente atividade econômica destinada à produção ou à circulação de bens ou de serviços. Pelo exposto, nos lineares da fase subjetiva moderna, houve o abrandamento da concepção de comerciante para a sobreposição do conceito de empresário. Atividade 1. A origem da sociedade contemporânea guarda estreita dependência com o comércio medieval, que em sua evolução transformou os fatores de produção, maximizou a economia e pulverizou os mercados. Dessa feita, qual é a importância do comércio para a sociedade contemporânea? 2. Em que momento podemos vislumbrar a origem do comércio? 3. Em que ramo do direito se enquadra o direito bancário? 4. Quais fatores possibilitaram o surgimento do direito bancário como disciplina autônoma? 5. Qual é a importância do Código de Napoleão para a ciência do direito? Notas Continue lendo... 1 A supressão desse equilíbrio redundaria essa sociedade calcada no escambo à ruína. Em outras palavras, o excedente de produção dentro da faixa do equilíbrio serviu para dinamizar a sociedade primitiva, não se admitindo o fator que ultrapassasse esse ponto de equilíbrio. Superada essa fase, a sociedade evoluiria para a economia de mercado, viabilizado pela cunhagem de moedas, inicialmente representadas por conchas, pelo gado e por metais preciosos, até a atualformatação pelo Estado. Com a utilização de moedas, o comerciante passou a poder centralizar suas economias, e, por conseguinte, a acumulação de riquezas fez-se presente dessa forma. A especialização dos ofícios passou a imperar na economia outrora calcada na subsistência, destarte, o comerciante fracionou sua participação na produção, consequentemente, concentrou seus esforços no fabrico, deixando para terceiros a missão de alcançar um maior número possível de consumidores. Com sua especialização em torno de um produto, ou parte dele, desenvolveu-se a política de acúmulo de riquezas, e, consequentemente, outros produtos de regiões distantes passaram a ter o alcance do consumo antes setorizado. O consumo interno foi ampliado, deixando de ser de subsistência para acomodar outros fatores objetivando mais conforto e luxo, dessa forma o consumo foi completado por outros produtos. Continue lendo... 2 Destarte, nesse momento os produtos ultrapassaram as antigas fronteiras e foram alinhados a outros tantos. O comerciante, por consequência, não conseguiu mais produzir e vendê-los, e as dimensões inviabilizaram a própria hipertro�a comercial. Nesse esteio, surgiram os intermediadores, e, nessa mesma época, com a cunhagem das moedas e com um maior alcance das mercadorias, a marca passou a designar a procedência de alguns produtos. A partir disso, as sociedades concentraram seu comércio em nichos próprios, otimizavando a própria prática comercial, ao mesmo tempo em que concentravam os comerciantes assemelhados em torno da mesma propiciação. Inicialmente, essas reuniões ocorriam em feiras (periódicas e móveis), posteriormente evoluiriam para os mercados, e, paralelamente, passaram a existir as lojas, que, de sazonalidade �xa, contrapunham-se às feiras ou aos mercados, que por sua natureza eram móveis. Esses comércios, dada a mobilidade da prática mercante, criaram institutos de direito comercial para facilitar as organizações mercantis que a prática exigia. Referências ABRÃO, N. Direito bancário. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. MAXIMILIAN, P. Contratos bancários. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. RIZZARDO, A. Contratos de crédito bancário. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Próxima aula A evolução histórica do direito bancário e as primeiras instituições constituídas no Brasil. A forma e a constituição das instituições bancárias no Brasil. O papel do Banco Central como agente normativo de todas as atividades bancárias brasileiras. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
Compartilhar