Buscar

Introdução ao Direito Bancário e Comercial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Contratual Bancário
Aula 1: Noções introdutórias ao direito bancário e seus
fundamentos
Apresentação
Nesta aula, demonstraremos a evolução histórica do comércio, a mecânica do desenvolvimento dos mercados e a origem
do direito comercial, seus institutos, princípios e organizações.
Em seguida, analisaremos o surgimento dos bancos, seus papéis e sua importância no centro da economia mundial,
assim como o surgimento das grandes cidades e sua importância para a urbanização do planeta e o fortalecimento das
grandes instituições.
Objetivos
Esclarecer a evolução histórica do comércio, com o protagonismo das sociedades à época, bem como o
fortalecimento dos agentes econômicos.
Identi�car a necessidade de coadunar o desenvolvimento econômico com os avanços sociais.
Analisar a importância do estudo do direito bancário como disciplina autônoma dentro do universo jurídico e
identi�car seu espaço na moderna sociedade de consumo.
 Evolução histórica do direito bancário
O direito bancário como ciência autônoma foi concebido com o vagar dos séculos, por meio do engenho humano, e
sobretudo construído pelos usos e costumes que a mercancia impingiu à sociedade e, pois, à sua evolução
econômica.
Seu desenvolvimento histórico circunscreveu-se às margens do direito empresarial, com o qual guarda estreita
dependência, conquanto que muitos de seus institutos são estudados naquele segmento. Por tais razões, torna-se
imperiosa para a compreensão da evolução do instituto uma análise conjunta dos dois institutos, partindo da
concepção de que o alargamento do comércio é deveras consequência do próprio agigantamento dos bancos.
 Fonte: shutterstock Por Phongphan
O direito comercial foi construído sob a vetusta cosmopolita, portanto não foi uma ciência voluntariamente edi�cada pela
vontade humana; ao contrário, tratou-se de ser angariada pela necessidade de uma classe social, constituída pelos
comerciantes.
O direito comercial surgiu, fragmentariamente, na Idade Média com o desenvolvimento do trá�co mercantil. É compreensível
que nas civilizações antigas, entre as regras rudimentares do direito imperante, surgissem algumas para regular certas
atividades econômicas. Os historiadores encontram normas dessa natureza no Código de Manu, na Índia: as pesquisas
arqueológicas, que revelaram a Babilônia aos nossos olhos, acresceram à coleção do Museu do Louvre a pedra em que foi
esculpido, cerca de dois mil anos antes de Cristo, o Código de Hamurabi, tido como a primeira codi�cação de leis comerciais.
1 Não obstante os debates que se avolumam acerca do Código de Hamurabi, o fato sensível repousa sob a aresta de que aestrela de Hamurabi era uma legislação destinada a regulamentar a agricultura, a pecuária e as atividades laborais.
2
Por seu turno, embora se registre pouca codi�cação escrita, atribui-se aos fenícios a Lex Rhodia de Jactu, com o
propósito de regulamentar o comércio marítimo entre Creta, Egito, Síria e Palestina, com institutos como o seguro, o
penhor marítimo, a origem de alguns bancos e, conseguintemente, títulos de crédito ao portador.
3
Aos gregos se atribui o instituto da Nauticum Foenus, que consistia em um contrato consubstanciado nos costumes da
época pelo qual os capitalistas poderiam patrocinar expedições marítimas. Tais contratos de dinheiro a risco podem ser,
ainda que remotamente, um embrião dos contratos de seguros.
4 Já a Idade Média deu início à formação do direito comercial, precipuamente após a queda do Império Romano, e, sob
essa vetusta, ao direito bancário.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Divisão histórica do direito comercial
A doutrina costuma dividir historicamente a evolução do direito comercial em três fases distintas:
Primeira fase:
Compreendida da segunda metade do século
XII até a metade do século XVI;
Segunda fase:
Se inicia no século XVI e avança até o século
XVII.
Terceira fase:
É inaugurada em meados do século XIX e se
expande até hoje.
Podemos classi�car a história do direito comercial de acordo com a história do comércio, também em três períodos distintos, a
saber:
1
Primeiro período
Compreendendo a Antiguidade.
2
Período intermediário
A Idade Média
3
Último período
Os tempos modernos.
O primeiro período é classi�cado como a fase subjetiva; o segundo, como fase objetiva; e o terceiro, como subjetiva moderna.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Fase subjetiva
Primitivamente, as práticas comerciais operavam por meio
de escambo, ou seja, o embuste comercial era havido por
meio de trocas, e dadas as precariedades social e
econômica do homem primitivista, não se objetivava o
acúmulo de riquezas, prática totalmente avessa à economia
de escambo — ora, nessa fase nem sequer existiam
artifícios para uma produção em larga escala, dessa forma
o comerciante em geral participava de toda a linha de
produção, desde a colheita da matéria-prima à
comercialização, ou seja, em regra não havia a �gura dos
atravessadores ou intermediadores, e não se justi�cava a
produção em escalas, uma vez que não havia a cunhagem
de moedas, daí a impossibilidade do acúmulo de riquezas.
As produções objetivavam a subsistência, e o escambo era
praticado pelos excedentes das produções que serviam de
moeda para o complemento de bens ou produtos dos quais
se objetivava completar o consumo interno. Em outras
palavras, o excedente de produção servia de aríete na
consubstanciação de um signo corrente, para que uma
família complementasse sua necessidade de consumo
interno com o excedente de outra.
Com efeito, os produtos ofertados em escambo em regra
signi�cavam a fração já excedente de uma produção de
subsistência, e sua consequente oferta pela família se
pre�xaria em suas sobras, dessa forma a outra família
completava seu consumo com o excedente de seu
articulador. A relação se avolumou dessa forma, permitindo
a ocorrência de excedentes de produção sem que houvesse
o �to do lucro, pois que as relações não o objetivavam, e sim
o consumo interno.
Para a �xação de lucro, haveria de se �rmar um signo
comum a todos os cidadãos designando quantitativamente
um poder de compra, uma expectativa diferenciadora, capaz
de ser acumulada e posteriormente manejada,
diferentemente do escambo, no qual a expectativa se
tergiversava no consumo interno e imediato. Nesse
universo, o acúmulo, expressado pelo excedente de
produção, poderia facilmente redundar em prejuízo.
Exemplo
Imagine a hipótese em que um produtor de gado tenha um excedente em sua produção. Se não houver mercado su�ciente para
adquirir seu excedente, o prejuízo será imediato. Primeiramente, não havendo demanda, sua moeda (gado) perderá a força de
impacto no comércio, ocasionando uma redução em seu poder aquisitivo; posteriormente, deverá gerar receitas para a
manutenção agropastoril, talvez até tendo que se socorrer de mão de obra externa para a mantença de seu gado. Dessa forma,
veri�camos que esse excedente de produção ocasionaria prejuízo, pois a manutenção desse pasto superaria as receitas, além da
desmobilização de recursos.
Naquela época, para que o comércio fomentasse subsistência para as
famílias, era imperativo que não houvesse desequilíbrio na balança,
ou seja, que as famílias continuassem a produzir apenas o
indispensável para sua cultura de sobrevivência, permitindo o
excedente na medida em que houvesse a necessidade de
complementar sua gama de consumo interno.
A sociedade primitiva
acomodava a concepção da produção
em excedente, no que tange à
complementação de seu consumo
interno, uma vez que dentro dessa
economia as produções em excesso
serviam para se alcançar o ponto de
equilíbrio interno.
Continue lendo... 1

Fase subjetiva moderna
O comércio se moldou a leis de oferta e
procura, e a demanda, portanto, foi
traçada nos lindes do consumo. É
cediço que o acúmulo de riquezas
induziu o comerciante à propagação
geográ�ca de seu produto e, dessa
forma, ao aumento do mercado
consumidor.
Continue lendo... 2
Exemplo
Temos as primitivas sociedadescomerciais, como a sociedade em nome coletivo, hoje alocada em nosso artigo 1.039 do Código
Civil, constituída com a comunhão dos membros da família, e a sociedade em comandita, que seria uma evolução da própria
sociedade em nome coletivo. Nessa ocasião, surgiram os primeiros bancos, a letra de câmbio, o câmbio, etc.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/don089/aula1.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/don089/aula1.html
 Fonte: shutterstook Por tomertu
A so�sticação dessa prática evoluiu para as sociedades anônimas, nas quais os grandes investimentos calcados no aporte
�nanceiro da coroa, aliados ao da nobreza per�lhada nesse tipo de sociedade, nutriram as grandes companhias marítimas para
que se enveredassem nas empreitadas marítimas, sendo portanto responsáveis diretas pelas grandes descobertas
ultramarinas, e, consequentemente, houve a fomentação de novos mercados consumidores e fornecedores. Entre as primitivas
sociedades anônimas da Idade Média, destacamos a Companhia das Índias Orientais e Ocidentais.
 Fonte: shutterstook Por Avigator Fortuner
A essa sociedade fertilizada pelo comércio marítimo, agregaram-se outros elementos abruptos ao processo evolucionados
pela descoberta de novos mercados, por exemplo, o seguro marítimo, e algumas empresas, como política de ampliação
mercadológica, instauraram �liais, sucursais, inaugurando o conceito de holding, ou sociedades coligadas, em outros Estados.
 Fonte: shutterstook Por MNBB Studio
Ainda no campo das ciências sociais, a concepção de Estado ganhou novo corpo, ao mesmo tempo em que paralelamente os
sistemas jurídicos não foram su�cientes para atender a essa nova classe que erigia da mercancia, uma vez que eram despidos
da volatilidade que se exigia do instituto e da rapidez que se operava no próprio comércio. A nova concepção econômica nutriu
os comerciantes com novas concepções, que, paradoxalmente, edi�caram instituições comerciais especializadas nas práticas
do comércio.
Essa primeira fase foi caracterizada pela robusteza da instituição em relação a seus associados. O período compreendeu
desde sua origem à sua consolidação e fortalecimento. As lacunas da legislação comum, e a insu�ciência do Estado diante de
uma prestação jurisdicional tempestiva, foram os principais elementos para a eclosão das corporações, uma vez que a
jurisdição estatal foi a grande responsável pela destruição da própria jurisdição monopolizada pelo Estado de Direito, obrigando
os comerciantes a adotarem paralelamente leis próprias com fulcro no direito consuetudinário nos usos e costumes, e
viabilizou dessa forma a codi�cação de estatutos e organismos legais lastreados, além de tudo, na jurisprudência.
 Fonte: shutterstock Por Panchenko Vladimir

Surgiu no seio do Feudalismo, como consequência de um Estado ainda em busca de uma identidade. As
corporações medievais se jurisdicionalizaram quando da aplicação da justiça entre os comerciantes, e, dadas a
conjectura mundial e a ine�ciência de um Estado ainda em busca de um colorido, as corporações ganharam força
e credibilidade, e, por conseguinte, robusteceram-se.

Se o comércio via de regra se calca na repetição de atos e práticas, os litígios assumiram a mesma feição. Nesse
sentido, as corporações completavam as lacunas existentes na legislação comum e as outorgava a seus
associados diante da incompetência do Estado na gerência de seus litígios. Assim, podemos a�rmar que as leis
corporativas se assemelhavam a leis especiais aplicáveis inicialmente apenas entre seus associados, portanto
sempre comerciantes — aqui está outra grande diferença entre essa escola e sua sucessora.

Nessa fase inaugural, a legislação comum monopolizada pelo Estado não era su�cientemente atrativa ao
comerciante, quer fosse pela morosidade, quer fosse pela inexistência de um desenho legislativo aplicável aos
comerciantes, e, dada a insegurança política dos feudos, a justiça pairava descredibilizada, quer fosse quanto à
imparcialidade do órgão designado pela aplicação da justiça, quer fosse quanto aos anseios locais, regionais ou
comuns de certas classes. Nesse sentido, temos como exemplo a eclosão da Revolução Francesa.

Não se vislumbrava pelos diplomas civis uma distinção entre a pessoa física da jurídica. Esse fenômeno somente
ganhou importância com a separação entre os patrimônios dos sócios e os da sociedade pela concepção da
separação patrimonial edi�cada com as sociedades limitadas.

A subjetivação dos atos do comércio é de origem francesa, abrangida pelo Código Mercantil de Napoleão, ou Code
de Commerce, em 1808. Com ele, o direito comercial deixou de ser apenas o direito de uma certa categoria de
pro�ssionais, organizados em corporações próprias, para se tornar a disciplina de um conjunto de atos que, em
principal, poderiam ser praticados por qualquer cidadão.
Nesse esteio, surgiram as grandes corporações de ofício, preenchendo um
espaço não politizado pelo Estado. Foram, portanto, as corporações de
ofícios as grandes responsáveis pelo compêndio legiferante das práticas
comerciais, e, em havendo litígio, as causas eram submetidas à apreciação
de cônsules, que eram juízes de fato, responsáveis pela aplicação da justiça
entre seus associados comerciantes nas corporações.
As corporações jurisdicionavam pelas lacunas
procrastinadas pelo Poder Judiciário, que não acompanhou
a evolução social e, pois, mantinha o velho e retórico
discurso depauperado pela insu�ciência administrativa e
legiferante.
As corporações ofereciam a seus associados grandes
vantagens na subsunção do julgamento pelos cônsules. As
lides, pois, calcavam-se na brevidade em que a sentença era
prolatada e na especialização dos julgadores, uma vez que a
justiça comum ainda se encontrava umbilicalmente muito
próxima ao direito romano, em que vigorava a solenidade
sob a forma. Com o desenvolver social, as referidas
corporações passaram a possuir patrimônios próprios e
eram responsáveis pela mantença da boa prática dos atos
do comércio. A importância do instituto foi tamanha, que
em alguns casos emancipou politicamente grandes centros
comerciais italianos, a exemplo de Veneza, Amal�, Gênova,
Pisa, Trani, Sena, Milão, Bolonha, Florença, entre outros.
Também na Alemanha, a origem de muitas cidades medievais advém dessa prática comercial instada nas feiras, que
dependiam da outorga real. Saliente-se que nesse período, em que as corporações buscavam uma identidade, elas se
confundiam com o próprio poder estatal e, em alguns casos, possuíam todo um arquétipo bélico organizado em prol de seus
associados.
 Berlim I Fonte: shutterstock Por corrado
dalco
 Fonte: shutterstock Por Filip Bjorkman
Na Alemanha no século XIV, a Grande Hansa Germânica constituiu uma liga geral de hansas de todas as cidades alemãs, desde
o vale do rio Reno até as fronteiras da Rússia. Essa liga hanseática, na época de seu esplendor, tinha plena capacidade de
adquirir territórios, celebrar tratados, possuir exército e frota, etc. Sob seu domínio, estava, então, a cidade de Visby, que deu o
nome à conhecida coleção de leis marítimas.
 A origem das corporações
Saiba mais
As corporações são as primitivas associações de ofício mais robustecidas e surgiram diante da incapacidade do Estado em
autotutelar as pretensões levadas pelos comerciantes, pois, nas corporações, as partes se submetiam ao julgamento dos
cônsules, que apreciavam as lides em um razoável espaço de tempo. Com a especialidade inerente de um cônsule, passaram a
colecionar jurisprudências e, cosmopolitamente, consolidavam os usos e costumes nos pergaminhos legislativos. Conheça mais
sobre A origem das corporações.
javascript:void(0);
 Fase objetiva
Com o crescimento das corporações de ofícios nos ditames anteriormente salientados, houve uma ampliação mercadológica e
o surgimento de novos ofícios; já que o direito comercial se estabelece com fulcro no direito consuetudinário, novas técnicas
serviram de aríete para in�uenciar a prática comercial, a exemplo das letras de câmbio, dos seguros e de outrosinstitutos a�ns
à prática comercial.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Fase objetiva
 Clique no botão acima.
Fase objetiva
O ingresso desses e de outros institutos não necessariamente exclusivos da prática comercial inseriu-se no contexto
da disciplina criando a expectativa de novos sujeitos de direito, assim as corporações de ofício permitiram o
alargamento de seu contencioso de modo a acomodar não necessariamente aqueles com qualidade de comerciante,
ou seja, associados, nos lineares da fase subjetiva.
Pela fase objetiva, a caracterização do comerciante era alcançada pela prática exercida no comércio, sobrepondo-se à
pessoa (fase subjetiva). O eixo para a caracterização do comerciante é deslocado da pessoa para a atividade exercida
por ela. Esse deslocamento implicou a supressão da fase subjetiva para a objetiva.
A jurisdição consular majorada albergava a compreensão de todos aqueles que tivessem comercializado com um
associado da corporação, mesmo que estranho aos estatutos sociais. Nessa vetusta, ela permitia a composição de
cinco relações jurídicas bem distintas uma das outras, compreendidas:
a. entre associados (fase subjetiva – primeira etapa);
b. entre um associado e um estranho não comerciante (fase subjetiva – segunda etapa);
c. entre um associado e um comerciante não associado (fase subjetiva – segunda fase);
d. entre dois comerciantes não associados (fase objetiva);
e. entre um comerciante não associado e um não comerciante (fase objetiva).
Seria imperativo à evolução das corporações, desde sua gênese na fase subjetiva, seu desencadeamento na fase
objetiva, pois, com a ampliação do conceito do espectro abrangido pela relação jurídica natural, teria seu aparato na
escola objetiva; em outras palavras, retirando a feição subjetiva, tenderíamos ao critério objetivo.
 Fonte: shutterstock Por PhuShutter
Assim, existe uma alteração na fulguração do eixo da �gura do comerciante para a ampliação dessa estrutura com
fulcro na prática de atos caracterizadores do comércio, precipuamente após o Código Comercial Francês, ou também
conhecido como Código de Napoleão, que passou a vigorar em 1º de janeiro de 1808 por ordem de Napoleão, que
nomeou uma comissão composta com sete membros, dos quais a maioria era comerciante.
Pouco antes, as corporações já se encontravam enfraquecidas, posto que houve a revogação dos privilégios e dos
monopólios exercidos pelas corporações, principalmente em 1791 pela Lei de Le Chapelier. Não é por demais
lembrarmos que foi na França que o direito comercial teve sua primeira codi�cação, não obstante a célere contribuição
empenhada na Itália, onde se viu pela primeira vez o reconhecimento do direito comercial, quando Benevenuto Stracca
escreveu o primeiro tratado de direito comercial, em Veneza em 1553, na obra denominada Tractatus de mercatura seo
mercatore.
Pela fase subjetiva, fortemente in�uenciada pelo Código de Napoleão de 1808, o comerciante seria aquele que
praticasse o ato de comércio, sendo o eixo é deslocado da pessoa que pratica o ato (fase subjetiva) para a análise da
circunstância desse ato praticado.
Posto isso, será o ato o elemento nuclear que redundará a pessoa que o praticou à prerrogativa de se considerar
comerciante, independentemente de prévia associação a uma corporação de ofício, até mesmo porque estas estavam
em franco declino.
É importante lembrarmos que, com o alargamento do direito comercial, dada a expansão de sua jurisdição, ele
continuava a ser o diploma especí�co dos comerciantes — apenas objetivou-se sua concepção.
 Edifício histórico Palais de la Bourse, Inscrição: Código Comercial I Fonte: shutterstock Por nbnserge
 Fase subjetiva moderna
A fase subjetiva, caracterizada pelas corporações, teve início com a
queda do Império Romano, e, para ser considerada comerciante, a
pessoa natural deveria obter sua associação perante uma corporação
de ofício. Esse período se estendeu até meados de 1807, com o
advento do Código de Napoleão dando início à segunda fase,
designada de fase objetiva, na qual houve o deslocamento da pessoa
para o ato praticado. A caracterização do comerciante seria alcançada
quando da análise desse ato conquanto estivesse ele inserido entre
aqueles considerados do comércio. Já a terceira fase se instaurou com
o implemento do Código Civil Italiano de 1942.
 Fase subjetiva moderna
 Clique no botão acima.
Fase subjetiva moderna
A fase subjetiva, caracterizada pelas corporações, teve início com a queda do Império Romano, e, para ser considerada
comerciante, a pessoa natural deveria obter sua associação perante uma corporação de ofício. Esse período se
estendeu até meados de 1807, com o advento do Código de Napoleão dando início à segunda fase, designada de fase
objetiva, na qual houve o deslocamento da pessoa para o ato praticado. A caracterização do comerciante seria
alcançada quando da análise desse ato conquanto estivesse ele inserido entre aqueles considerados do comércio. Já
a terceira fase se instaurou com o implemento do Código Civil Italiano de 1942.
O Código Civil Brasileiro de 2002, adepto à teoria da empresa e fortemente in�uenciado pelo Código Civil Italiano de
1942, incorporou parte do direito comercial em seu ventre, uni�cando o direito privado e disciplinando o instituto em
primazia, porém manteve em vigor a segunda parte do Código Comercial de 1850, sequenciada pelo artigo 457 e
seguintes.
Em verdade, a teoria da empresa nada mais é que a evolução do direito comercial, logrando início em 1942 com o
Código Civil Italiano. Pela sistemática italiana, não houve menção à empresa, ou seja, ocupou-se o legislador italiano
em traçar os contornos do empresário e do estabelecimento, desvencilhando a concepção de empresa de qualquer
de�nição jurídica.
A opção rechaçada pelo Código Civil Italiano advém de uma conceituação de empresa ante a sobreposição da �gura
do empresário em concomitância com o estabelecimento.
Em nosso direito, o legislador, a exemplo do direito italiano, seguiu a mesma temática e não pontuou os contornos da
empresa, apresentando em verdade o per�l da empresa; todavia, conceituou o empresário e o estabelecimento
comercial.
art. 966: Considera-se empresário quem exerce pro�ssionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços.
 Fonte: shutterstock Por Viacheslav Lopatin
art. 1.142 conceitua que: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizados, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
A empresa é a própria atividade econômica organizada, e o empresário, o veículo dessa atividade fabril. Em suma, a
empresa é o meio pelo qual o empresário irá exercer pro�ssionalmente atividade econômica destinada à produção ou
à circulação de bens ou de serviços.
Pelo exposto, nos lineares da fase subjetiva moderna, houve o abrandamento da concepção de comerciante para a
sobreposição do conceito de empresário.
 Atividade
1. A origem da sociedade contemporânea guarda estreita dependência com o comércio medieval, que em sua evolução
transformou os fatores de produção, maximizou a economia e pulverizou os mercados. Dessa feita, qual é a importância do
comércio para a sociedade contemporânea?
2. Em que momento podemos vislumbrar a origem do comércio?
3. Em que ramo do direito se enquadra o direito bancário?
4. Quais fatores possibilitaram o surgimento do direito bancário como disciplina autônoma?
5. Qual é a importância do Código de Napoleão para a ciência do direito?
Notas
Continue lendo... 1
A supressão desse equilíbrio redundaria essa sociedade calcada no escambo à ruína. Em outras palavras, o excedente de
produção dentro da faixa do equilíbrio serviu para dinamizar a sociedade primitiva, não se admitindo o fator que ultrapassasse
esse ponto de equilíbrio.
Superada essa fase, a sociedade evoluiria para a economia de mercado, viabilizado pela cunhagem de moedas, inicialmente
representadas por conchas, pelo gado e por metais preciosos, até a atualformatação pelo Estado.
Com a utilização de moedas, o comerciante passou a poder centralizar suas economias, e, por conseguinte, a acumulação de
riquezas fez-se presente dessa forma. A especialização dos ofícios passou a imperar na economia outrora calcada na
subsistência, destarte, o comerciante fracionou sua participação na produção, consequentemente, concentrou seus esforços no
fabrico, deixando para terceiros a missão de alcançar um maior número possível de consumidores. Com sua especialização em
torno de um produto, ou parte dele, desenvolveu-se a política de acúmulo de riquezas, e, consequentemente, outros produtos de
regiões distantes passaram a ter o alcance do consumo antes setorizado.
O consumo interno foi ampliado, deixando de ser de subsistência para acomodar outros fatores objetivando mais conforto e luxo,
dessa forma o consumo foi completado por outros produtos.
Continue lendo... 2
Destarte, nesse momento os produtos ultrapassaram as antigas fronteiras e foram alinhados a outros tantos. O comerciante, por
consequência, não conseguiu mais produzir e vendê-los, e as dimensões inviabilizaram a própria hipertro�a comercial. Nesse
esteio, surgiram os intermediadores, e, nessa mesma época, com a cunhagem das moedas e com um maior alcance das
mercadorias, a marca passou a designar a procedência de alguns produtos.
A partir disso, as sociedades concentraram seu comércio em nichos próprios, otimizavando a própria prática comercial, ao
mesmo tempo em que concentravam os comerciantes assemelhados em torno da mesma propiciação. Inicialmente, essas
reuniões ocorriam em feiras (periódicas e móveis), posteriormente evoluiriam para os mercados, e, paralelamente, passaram a
existir as lojas, que, de sazonalidade �xa, contrapunham-se às feiras ou aos mercados, que por sua natureza eram móveis.
Esses comércios, dada a mobilidade da prática mercante, criaram institutos de direito comercial para facilitar as organizações
mercantis que a prática exigia.
Referências
ABRÃO, N. Direito bancário. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
MAXIMILIAN, P. Contratos bancários. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
RIZZARDO, A. Contratos de crédito bancário. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
Próxima aula
A evolução histórica do direito bancário e as primeiras instituições constituídas no Brasil.
A forma e a constituição das instituições bancárias no Brasil.
O papel do Banco Central como agente normativo de todas as atividades bancárias brasileiras.
Explore mais
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto.
Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.

Continue navegando