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Fisiologia do exercicio v15n1

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ESPORTE
•	 Treinamento	resistido	manual	na	
educação	física
•	 Exercício	aeróbico	em	gestantes	com	
pré-eclâmpsia
•	 Treinamento	proprioceptivo	em	futsal
FISIOLOGIA
•	 Atividade	física	e	composição	corporal	
em	pessoas	sedentárias
•	 Aspectos	atuais	sobre	beta	alanina,	
carnosina	e	exercício	físico
NUTRIÇÃO E SUPLEMENTOS
•	 Consumo	de	recursos	ergogênicos		
em	academias
•	 Comportamento	de	risco	à	saúde		
em	escolares
www.atlanticaeditora.com.br
17 anos
R e v i s t a 	 B r a s i l e i r a 	 d e
Fis iologia
do e x e r c í c i o
Órgão	Ofic ial 	da	Sociedade	Brasi le ira	de	Fis iologia	do	Exercíc io
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
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c
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o
ano	2016	-	volume	15	-	número	01	 ISSN	16778510
EDUCAÇÃO FÍSICA
1º Semestre 2016
PÓS-GRADUAÇÃO 
P R E S E N C I A L
Consulte em nosso site a disponibilidade de 
datas em sua cidade, bem como os cursos 
oferecidos na modalidade a distância.
Informações
Principais capitais: 4062-0822 (ligação local)
São Paulo: (11) 2730-0010
E-mail: pos@posestacio.com.br
Administração e Marketing Esportivo
Atividade Física e Saúde para Grupos 
Especiais
Biomecânica e Avaliação Aplicadas ao 
Treinamento Físico
Cinesiologia, Biomecânica e 
Treinamento Físico
Dança e Consciência Corporal
Educação Física Escolar
Fisiologia do Exercício – Prescrição do 
Exercício
Medicina do Esporte e da Atividade 
Física
Método Pilates: Prescrição do Exercício 
Físico e Saúde
Musculação e Condicionamento Físico 
Musculação e Treinamento de Força
Reabilitação de Lesões e Doenças 
Musculoesqueléticas
Treinamento Desportivo
Treinamento Funcional 
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Anuncio_Estacio_Revista_Fisiologica_do_Exercicio_Presencial_Ed_Fisica_27,5x20,5cm_P02.pdf 1 15/03/2016 14:01:38
EDUCAÇÃO FÍSICA
1º Semestre 2016
PÓS-GRADUAÇÃO 
P R E S E N C I A L
Consulte em nosso site a disponibilidade de 
datas em sua cidade, bem como os cursos 
oferecidos na modalidade a distância.
Informações
Principais capitais: 4062-0822 (ligação local)
São Paulo: (11) 2730-0010
E-mail: pos@posestacio.com.br
Administração e Marketing Esportivo
Atividade Física e Saúde para Grupos 
Especiais
Biomecânica e Avaliação Aplicadas ao 
Treinamento Físico
Cinesiologia, Biomecânica e 
Treinamento Físico
Dança e Consciência Corporal
Educação Física Escolar
Fisiologia do Exercício – Prescrição do 
Exercício
Medicina do Esporte e da Atividade 
Física
Método Pilates: Prescrição do Exercício 
Físico e Saúde
Musculação e Condicionamento Físico 
Musculação e Treinamento de Força
Reabilitação de Lesões e Doenças 
Musculoesqueléticas
Treinamento Desportivo
Treinamento Funcional 
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Anuncio_Estacio_Revista_Fisiologica_do_Exercicio_Presencial_Ed_Fisica_27,5x20,5cm_P02.pdf 1 15/03/2016 14:01:38
EDITORIAL
Doping e lendas urbanas, Jean-Louis Peytavin ...........................................................................3
ARTIGOS ORIGINAIS
Influência do treinamento proprioceptivo no controle postural e equilíbrio 
em atletas de futsal masculino, Gustavo Nardon Pazinato, 
Pedro Jorge Cortes Morales ............................................................................................................. 4
Avaliação do nível de atividade física e composição corporal 
de funcionários de setores adminstrativos, Eucleiton Neres Brito, 
Fernando Rodrigues Peixoto Quaresma, Erica da Silva Maciel ........................................................ 11
Comportamentos de risco a saúde em escolares, 
Kesley Pablo Morais de Azevedo, Isis Kelly dos Santos, 
Epaminondas Carlos de Andrade Neto, Rianne Soares Pinto, 
Victor Hugo de Oliveira Segundo, Maria Irany Knackfuss, 
Humberto Jefferson de Medeiros .................................................................................................... 17
REVISÕES
Treinamento resistido manual e sua aplicação na educação física, 
Cauê Vazquez La Scala Teixeira, Ricardo José Gomes ..................................................................... 23
Exercício aeróbico em gestantes com pré-eclâmpsia, 
Raíssa Silva de Rezende, Taciane de Paula Marchiori, 
Elaine Cristina Martinez Teodoro ................................................................................................... 36
Aspectos sobre o consumo de recursos ergogênicos 
em academias brasileiras, Henrique Xavier Ferreira de Lima, 
Gustavo Allegretti João, Kleber Carnevale Nascimento, 
Fábio Ceschini, Daniel Rodriguez, Aylton Figueira Junior, Danilo Bocalini ................................... 46
Aspectos atuais sobre beta alanina, carnosina e exercício físico, 
Victor Araújo Ferreira Matos, Nailton José Brandão de Albuquerque Filho, 
Victor Hugo de Oliveira Segundo, Thiago Renee Felipe, 
Leticia Castelo Branco Peroba de Oliveira, Gleidson Mendes Rebouças, 
Edson Fonseca Pinto ...................................................................................................................... 56
NORMAS DE PUBLICAÇÃO ................................................................................................61
EVENTOS ..............................................................................................................................55
Índice
ano 2016 - volume 15 número 1
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
© ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser 
reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, 
sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer 
responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, 
métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário 
estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou 
endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Nutrição Brasil, Enfermagem Brasil, 
Revista Brasileira de Fisiologia da Exercício, Neurociências & Psicologia, 
Viver na Infância e Adolescência, Revista Brasileira de Estética.
I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, 
Pedro Paulo da Silva Soares, Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício está indexada no SIBRADID 
(Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva)
Editor Chefe
Pedro Paulo da Silva Soares
Editor Associado
Paulo de Tarso Veras Farinatti
Walace Monteiro
Conselho Editorial
Amandio Rihan Geraldes (AL)
Antonio Carlos Gomes (PR)
Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ)
Benedito Sérgio Denadai (SP)
Dartagnan Pinto Guedes (PR)
Douglas S. Brooks (EUA)
Emerson Silami Garcia (MG)
Francisco Martins (PB)
Francisco Navarro (SP)
Luiz Carnevali (SP)
Luiz Fernando Kruel (RS)
Martim Bottaro (DF)
Patrícia Chakour Brum (SP)
Paulo Sérgio Gomes (RJ)
Robert Robergs (EUA)
Rosane Rosendo (SC)
Sebastião Gobbi (SP)
Steven Fleck (EUA)
Yagesh N. Bhambhani (CAN)
Vilmar Baldissera (SP)
Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br
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e Shalon RepresentaçõesRua Dr. Braulio Gomes, 25/909
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www.atlanticaeditora.com.br
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Editor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Editor assistente
Guillermina Arias
guillermina@atlanticaeditora.com.br
Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
Imprensa
release@atlanticaeditora.com.br
3Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
Editorial
Doping e lendas urbanas
Jean-Louis Peytavin
“A medicina consiste em introduzir drogas que 
não conhecemos em corpos que conhecemos ainda 
menos”, dizia o filósofo francês Voltaire, no 
século XVIII. Será que Voltaire é ultrapassado, 
considerando a quantidade de informações que 
temos sobre o corpo e os medicamentos? Não 
tanto, se analisamos alguns acontecimentos no 
mundo do doping.
Por exemplo, a discussão sobre o meldonium. 
Eis um medicamento bem conhecido dos espor-
tistas dos países do leste europeu (Rússia, Lituânia, 
Ucrânia e países escandinavos, principalmente), 
que o mundo inteiro descobriu por causa da 
famosa tenista Maria Sharapova, que usou esse 
produto durante 10 anos e foi controlada positiva 
em março 2016, dois meses depois da inscrição 
do meldonium na lista dos produtos proibidos 
da World Anti-Doping Agency (WADA). Em se-
guida pelo menos 150 atletas foram controlados 
positivos e correm o risco de ser excluídos das 
federações esportistas.
Porém, ninguém sabe com certeza em que o 
meldonium, que foi lançado como medicamento 
para as doenças cardíacas e a melhoria da tolerân-
cia ao esforço de pacientes portadores de corona-
ropatia, poderia ter um efeito dopante. Alguns 
pretendem que ele melhora a recuperação após o 
treinamento, outros dizem que tudo isso é uma 
“lenda urbana”. Por falta de estudos e de interesse 
da indústria farmacêutica, o meldonium não é 
autorizado nem comercializado na maioria dos 
países. Não sabemos exatamente quais efeitos ele 
tem, nem quanto tempo ele fica dentro do corpo: 
recentes estudos tendem a comprovar que traços 
de meldonium podem persistir vários meses após 
a administração, o que poderia absolver Maria 
Sharapova e outros atletas, na condição que as 
quantidades detectadas sejam ínfimas.
Essas incertezas no mundo do esporte de 
alto nível se encontram também no mundo dos 
simples mortais. Na revisão que publicamos 
nesta edição, Aspectos sobre o consumo de recursos 
ergogênicos em academias brasileiras, Gustavo 
Allegretti João e colaboradores da Universidade 
São Judas Tadeu (USJT) de São Paulo, mostram 
que aproximadamente a metade dos praticantes 
de fitness no Brasil (sobre um total de 5000 
pessoas nos estudos analisados) usam recursos 
ergogênicos, principalmente na forma de suple-
mentos alimentares, e também de androgênicos, 
sem conhecimento dos efeitos adversos possíveis, 
e sem a prescrição de um profissional habilitado. 
As crenças sobre o aumento da massa muscular e 
a musculação com finalidade estética fazem que 
a brincadeira de Voltaire sobre os médicos de seu 
tempo está ainda completamente atual.
 
ARTIGO ORIGINAL
Influência do treinamento proprioceptivo no 
controle postural e equilíbrio em atletas de 
futsal masculino
Influence of proprioceptive training in postural control 
and balance in male indoor soccer athletes
Gustavo Nardon Pazinato*, Pedro Jorge Cortes Morales, D.Sc.**
*Acadêmico do curso de Educação Física Bacharelado da Universidade da Região de Joinville, **Graduado 
em Educação Física pela Universidade da Região de Joinville, Professor do curso de Educação Física 
Bacharelado da Universidade da Região de Joinville
Resumo
O objetivo principal deste estudo foi analisar a 
influência de um protocolo de treinamento proprio-
ceptivo no controle postural e equilíbrio em atletas 
adultos de futsal masculino. Para isso foram selecio-
nados 11 atletas (25,8 ± 13 anos) profissionais do sexo 
masculino, submetidos a um protocolo de treinamento 
proprioceptivo uma vez por semana, durante oito 
semanas. Os dados do pré e pós-treinamento foram 
obtidos através do Star Excursion Balance Test (SEBT), 
analisados e interpretados pela estatística descritiva 
com medidas de tendência central e dispersão. O 
teste Shapiro-Wilk demonstrou normalidade entre as 
variáveis investigadas, optando-se assim pelos testes 
paramétricos. O comparativo das amostras se deu pelo 
teste de post-hoc de Tukey comparações múltiplas, com 
nível de confiança de 95%. Como principais resultados 
obtidos temos, entre pré e pós-treinamento, anterior 
pré – pós (65,6 – 70,6 cm Δ 5,0 cm), posterolateral 
pré – pós (83,8 – 92,4 cm Δ 8,6 cm) e posteromedial 
pré – pós (87,8 – 98,3 cm Δ 10,5 cm). Os resultados 
mostram que o protocolo de treinamento proposto 
obteve resultados positivos no aumento do controle 
postural e equilíbrio dos atletas.
Palavras-chave: propriocepção, equilíbrio postural, 
educação física, treinamento.
Abstract 
The objective was to analyze the influence of a 
proprioceptive training protocol in postural control 
and balance in adult athletes of indoor soccer. We se-
lected 11 male professional athletes (25.8 ± 13 years), 
submitted to a proprioceptive training protocol once 
a week for eight weeks. The pre and post-training data 
were obtained from the Star Excursion Balance Test 
(SEBT), analyzed and interpreted by descriptive sta-
tistics with central tendency and dispersion measures. 
The Shapiro-Wilk test showed normality between the 
variables investigated, choosing well by parametric 
tests. The comparative sample was due to the post-hoc 
Tukey test multiple comparisons, with a 95% confi-
dence level. As main results we have, between pre and 
post training, previous pre - post (65,6 to 70,6 cm Δ 
5,0 cm), posterolateral pre - post (83,8 to 92,4 cm Δ 
8,6 cm ) and posteromedial pre - post (87,8 to 98,3 
cm Δ 10.5 cm). The results show that the proposed 
training protocol has been successful in increasing the 
postural control and balance of athletes.
Key-words: proprioception, postural balance, physical 
education, training.
Recebido em 19 de fevereiro de 2015; aceito em 30 de junho de 2015. 
Endereço para correspondência: Gustavo Nardon Pazinato, Rua Theonesto Westrupp, 387, Aventureiro, 
89226-340 Joinville SC, E-mail: gustavonpaz@hotmail.com
5Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
Introdução 
O futebol de salão nos últimos anos passou 
por uma grande fase de ascensão, não só pelas 
excelentes campanhas do futsal nacional no 
cenário mundial, mas também pela questão de 
infraestrutura. Um campo de futebol consome 
mais de 4000 m², dez vezes mais comparado a 
uma quadra. E como as cidades brasileiras estão 
em constante desenvolvimento, falta espaço para 
a grama do campo, porém sobra cimento para a 
bola dura e pesada do futsal.
Atualmente, o futsal é o esporte de 
recreação e lazer da preferência de grande 
parte da população brasileira, por ser a única 
modalidade, dita, genuinamente brasileira e 
que não impõe o biotipo geralmente requerido 
para certas modalidades trazidas do exterior, 
podendo praticar indivíduos de diferentes 
características biotipológicas (longilíneos, bre-
velíneos e normolíneos) e sem exclusividade de 
faixa etária, daí ter tomado em grande número 
as quadras e espaços de recreação dos colégios, 
edifícios, condomínios, empresas, clubes, pra-
ças e outros locais que apresentam as condições 
básicas necessárias para a prática.
O fato de ser uma modalidade esportiva tão 
difundida tem-se notado uma grande preocupa-
ção especial com o aprimoramento físico dos pra-
ticantes ou das praticantes, pois o sexo feminino 
também tem se mostrado adepto a modalidade, 
e consequentemente, uma tendência maior dos 
desportistas a sofrer algum tipo de lesão. Osresul-
tados de estudos evidenciaram ainda a ocorrência 
de lesões em todos os atletas de futsal, devido à 
própria característica desta modalidade, no qual 
ocorrem mudanças bruscas de direção e contato 
físico elevado [1].
Prati [2] aborda a necessidade de um treina-
mento em conjunto de técnico e preparador físico 
através de técnicas de relaxamento, facilitação 
neuromuscular proprioceptiva e programas de 
fortalecimento muscular. Verificou-se ainda que 
a entorse é a principal lesão entre os atletas, re-
presentando 23,5% do total [1]. 
A estabilização da articulação é a determinan-
te mais importante na prevenção deste tipo de 
lesão [3], sendo necessário programar trabalhos 
proprioceptivos nos planos de treinamento de 
atletas de futsal para que as entorses possam ser 
evitadas ou minimizadas, contribuindo também 
no desempenho mais seguro desta modalidade.
Além das características próprias desta mo-
dalidade, outros fatores podem contribuir para a 
ocorrência de lesões, como alterações posturais, 
baixos índices de flexibilidade, movimentos des-
portivos incorretos, traumas diretos e a carência 
proprioceptiva nos membros inferiores, principal-
mente nas articulações de joelho e tornozelo [4].
Os treinos de propriocepção no senso de 
posição articular e sinestesia são os mais uti-
lizados, contudo não reproduzem uma função 
empregada nas atividades habituais. Nesse caso, 
os testes que simulam atividades mais funcio-
nais para os membros inferiores são os meios 
mais adequados para verificar a propriocepção 
e o equilíbrio [5]. 
Conforme um estudo liderado pela Uni-
versidade de Melbourne [6], a integridade da 
propriocepção no joelho e do tornozelo, princi-
palmente para o atleta de futsal, é essencial para 
o controle neuromotor, sendo sua avaliação, o 
teste proprioceptivo, um importante método de 
informação diagnóstica e prognóstica, podendo 
gerar evidência da estabilidade (ou instabilida-
de) de procedimentos terapêuticos, bem como 
aumentar a compreensão do grau de disfunção 
após lesão. 
A administração da postura ereta é uma tarefa 
importante e complicada para o corpo humano, 
pois se refere ao alinhamento e controle de vários 
segmentos corporais. Permanecer de pé exige 
oscilações do corpo para manter a estabilidade.
O controle postural exige uma interação com-
pleta entre os sistemas neural e musculoesquelé-
tico, que inclui as relações biomecânicas entre os 
segmentos corporais, envolvendo o domínio da 
posição do corpo no espaço com dois propósitos: 
estabilidade e orientação [7].
Desta forma, o objetivo deste estudo foi de 
analisar a influência de um protocolo de trei-
namento proprioceptivo no controle postural 
e equilíbrio em atletas profissionais de futsal 
masculino, organizando dados e informações 
pertinentes ao desenvolvimento científico e de 
apoio à modalidade esportiva onde a técnica e o 
controle corporal são fatores preponderantes na 
minimização dos riscos físicos.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 16
Material e métodos
Amostra
Participaram deste estudo 11 atletas profissio-
nais de futsal do sexo masculino com média de 
idade de 25,8 ± 13 anos, massa corporal de 78,0 
± 24,0 kg e estatura de 179,5 ± 24,0 cm.
Previamente a sua execução, o projeto de 
pesquisa foi submetido à avaliação pelo Comitê 
de Ética e Pesquisa da Universidade da Região de 
Joinville (UNIVILLE), que aprovou sua realização 
de acordo com as diretrizes estabelecidas na Reso-
lução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. 
Todos os participantes receberam as infor-
mações e orientações necessárias quanto às ativi-
dades que seriam realizadas, no que diz respeito 
ao objetivo da pesquisa e aos procedimentos 
que seriam submetidos. Após esclarecimentos 
e voluntariamente, todos assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido.
Instrumentação
O controle postural e o equilíbrio foram 
avaliados no início da intervenção e após oito 
semanas, através do Star Excursion Balance Test 
(SEBT) [8], uma medida confiável e muito 
utilizada, constatando que o mesmo é capaz de 
predizer lesões [9]. 
Este teste foi inicialmente utilizado com 
oito direções, anterior (A), anteromedial (AM), 
medial (M), posteromedial (PM), posterior (P), 
posterolateral (PL), lateral (L) e anterolateral 
(AL), entretanto foi observado que apenas três 
direções, anterior (A), posteromedial (PM) e 
posterolateral (PL) eram efetivas e bastavam para 
medir o proposto [8]. 
O teste foi executado com o atleta avaliado, 
descalço, e em pé no centro de três linhas colo-
cadas no chão (Figura 01), é importante salientar 
que o membro inferior a ser avaliado é o que se 
mantém fixo no solo, e não o que se move em 
diferentes direções. As linhas foram construídas 
no solo com fitas métricas de 150 centímetros, de 
diferentes cores e demarcadas com sua respectiva 
posição, fixadas ao chão com fita adesiva larga 
para evitar alterações durante os testes.
Para a execução do teste, o atleta se manti-
nha em pé sobre uma perna, enquanto tentava, 
com a outra, alcançar a maior distância possí-
vel ao longo da fita escolhida. O participante 
tocava com a parte mais distante do pé, o pon-
to mais longe possível na fita, de forma leve 
sem que a perna estendida pudesse dar apoio 
considerável na manutenção da posição em pé. 
Após o toque, o atleta retornava para a po-
sição inicial mantendo o equilíbrio, enquanto o 
pesquisador anotava a medida na ficha de ava-
liação. Após autorização do pesquisador, o atleta 
poderia prosseguir com o mesmo procedimento 
nas outras linhas.
As medidas do SEBT foram descartadas e 
repetidas nos casos em que o pesquisador percebia 
que o pé de alcance dava uma dose considerável 
de apoio ao tocar o chão, ou quando a atleta le-
vantava a perna fixa no chão do centro da grade, 
ou ainda quando perdia o equilíbrio em qualquer 
ponto durante a execução do teste.
Uma demonstração verbal e visual do proce-
dimento do teste foi realizada pelo pesquisador 
para todo o grupo e para cada atleta caso fosse 
necessário.
Todas as medidas alcançadas pelos atletas 
e validadas pelo pesquisador eram anotadas na 
ficha de avaliação do respectivo atleta. A média 
das três medidas alcançadas em cada uma das 
três direções foi calculada para realizar as análises 
estatísticas das avaliações de cada um dos 11 
atletas participantes.
Os equipamentos necessários para a reali-
zação do SEBT foram três fitas métricas, um 
transferidor de 360º e fitas adesivas, além de uma 
prancheta e caneta para anotações. 
Figura 1 - Atleta realizando a direção Posteromedial 
(PM) do Star Excursion Balance Test (SEBT).
7Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
Procedimento
O programa de intervenção foi aplicado uma 
vez por semana, durante oito semanas, tendo 
duração média de 30 minutos e sendo realizado 
antes do trabalho técnico e tático da equipe. 
Para a realização dos treinamentos, os atletas 
deveriam estar descalços e não terem realizado 
exercícios de musculação até 60 minutos antes 
das atividades.
O protocolo de treinamento foi composto 
por 20 atividades proprioceptivas, adaptadas de 
exercícios sugeridos por Araújo, Merlo e Moreira 
[10], Bonetti e Coelho [11], Kloss e Givens [12], 
Sheth, Yu, Laskowski e An [13] e Verhagen, van 
der Beek, Twisk, Bouter, Bahr e van Mechelen 
[14].
Os exercícios eram de diferentes graus de 
dificuldade, aplicados nos atletas de forma pro-
gressiva e só passando à próxima atividade quando 
todos não apresentassem mais dificuldades em 
executá-los.
Os materiais utilizados no protocolo de trei-
namento foram bolas, almofadas, colchonetes e 
panos, além da própria quadra de futsal, utilizada 
como ambiente de treinamento.
Análise estatística
Para a análise e interpretação dos dados 
obtidos foi utilizada a estatística descritiva com 
medidas de tendência central (média) e dispersão 
(desvio-padrão). O teste Shapiro-Wilk demons-
trou normalidade entre as variáveis investigadas,optando-se assim pelos testes paramétricos. O 
comparativo das amostras se deu pelo teste de 
post-hoc de Tukey comparações múltiplas, com 
nível de confiança de 95%.
Resultados
Os atletas estudados apresentaram idade mé-
dia de 25,8 ± 13 anos, massa corporal média de 
78,0 ± 24 kg, e estatura média 179,5 ± 24 cm, 
com esses dois dados foi possível determinar o 
IMC médio do grupo, com valor de 24,2 ± 6,4 
kg/m². 
Dos 11 atletas, 9 (81%) relataram ter o 
membro inferior direito como dominante, e 2 
(19%) o esquerdo. Apenas 3 (27,2%) indivíduos 
conheciam o treinamento proprioceptivo, 1 (9%) 
já tinha ouvido falar e 7 (63,6%) não conheciam 
este tipo de treinamento.
Através da Tabela I é possível afirmar que a 
média da direção Anterior pré-treinamento foi 
de 65,6 ± 8,3 cm, e pós-treinamento de 70,6 ± 
8,3 cm; na direção Posterolateral pré-treinamento 
foi de 83,8 ± 14,9 cm, e pós-treinamento de 92,4 
± 11,4 cm; e na direção Posteromedial pré- trei-
namento foi de 87,8 ± cm, e pós-treinamento de 
98,3 ± cm.
Na Figura 2, apresenta-se a média das distân-
cias atingidas pelos atletas na direção Anterior 
(A). Observa-se que nesta direção apenas o atleta 
5 não obteve melhora após a intervenção, passando 
de 64,7 cm para 59,3 cm. O atleta 1 foi o que 
obteve maior evolução, passando de 56,7 cm para 
67,3 cm, um aumento de 10,7 cm.
Na Figura 3, apresenta-se a média das distân-
cias atingidas pelos atletas na direção Posterome-
dial (PM). Observa-se que nesta direção todos 
os atletas obtiveram evolução, contudo o atleta 
9 merece destaque por seu grande desempenho, 
passando de 76,3 cm para 98,7 cm, um aumento 
de 22,3 cm.
Tabela I - Tabela comparativa entre pré e pós-treinamento (n =11).
Fatores Comparados Medida1 (cm) Medida2 (cm) Δ (cm) Δ% p
Anterior pré – Anterior pós 65,6 ± 8,3 70,6 ± 8,3 5,0 7,6% 0,908
Posterolateral pré – Posterolateral pós 83,8 ± 14,9 92,4 ± 11,4 8,6 10,3% 0,490
Posteromedial pré – Posteromedial pós 87,8 ± 11,6 98,3 ± 13,8 10,5 12,0% 0,268
Os dados estão apresentados na forma de média ± desvio padrão. Medida1 = Primeira medida; Medida2 = Segunda 
medida; Δ = Diferença absoluta entre a Medida1 e a Medida2; Δ% = Diferença relativa entre a Medida1 e a Medida2; p 
= Nível de significância.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 18
Figura 2 - Distância média atingida pelos atletas na 
direção Anterior (A).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
D
is
tâ
nc
ia
 a
tin
gi
da
 (
cm
)
Atletas
Direção Anterior (A)
Pré treinamento Pós treinamento
Figura 3 - Distância média atingida pelos atletas na 
direção Posteromedial (PM).
0
20
40
60
80
100
120
140
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
D
is
tâ
nc
ia
 a
tin
gi
da
 (
cm
)
Atletas
Direção Posteromedial (PM)
Pré treinamento Pós treinamento
Na Figura 4, apresenta-se a média das distân-
cias atingidas pelos atletas na direção Posterola-
teral (PL). Observa-se que nesta direção apenas 
o atleta 3 não obteve melhora após a intervenção, 
passando de 96,7 cm para 91,7 cm. Já o atleta 9 
obteve novamente maior evolução, passando de 
60,0 cm para 80,0 cm, um aumento de 20,0 cm.
Figura 4 - Distância média atingida pelos atletas na 
direção Posterolateral (PL).
0
20
40
60
80
100
120
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
D
is
tâ
nc
ia
 a
tin
gi
da
 (
cm
)
Atletas
Direção Posterolateral (PL)
Pré treinamento Pós treinamento
Discussão
Este estudo buscou analisar a influência de 
um protocolo de treinamento proprioceptivo no 
controle postural e equilíbrio em atletas adultos de 
futsal masculino, em que o treinamento proposto 
mostrou-se eficaz no incremento destas valências 
nos atletas avaliados através do SEBT, teste que 
demonstrou ser atual, de fácil manuseio, não 
instrumental e com uma relação custo-benefício 
satisfatória. Essa foi a mesma impressão encontra-
da por Hertel, Braham, Hale e Olmsted-Kramer 
[8], que ao analisarem voluntários com e sem 
instabilidade crônica de tornozelo, obtiveram 
resultados quantitativos.
Os resultados encontrados vão de encontro 
aos relatos da literatura de que o treinamento 
proprioceptivo pode aprimorar o equilíbrio e o 
controle postural, favorecendo a estabilidade cor-
poral através de menores deslocamentos do centro 
de pressão, e/ou com a sua recuperação de maneira 
mais rápida [15-17]. Lemos [15] afirma que, por 
meio da reeducação das reações de proteção obti-
das através do treino proprioceptivo, o indivíduo 
consegue melhorar a recuperação do equilíbrio, 
retornando mais facilmente ao eixo normal da 
articulação em um curto espaço de tempo.
Estudos que analisam a prevalência de lesões 
em atletas de futsal apontam para a alta incidência 
de entorses em articulações como joelho e torno-
zelo [1]. O tornozelo é uma das articulações mais 
frequentemente lesadas, pois atende ambas as 
demandas, a estabilidade e a mobilidade. Contu-
do, se alguma de suas estruturas de suporte sofrer 
uma lesão, essa articulação pode se tornar bastante 
instável e comprometer o equilíbrio e o controle 
corporal do atleta, levando a quedas e/ou a lesões 
mais graves como a entorse [18].
Nos esportes de velocidade e alto impacto 
como o futsal, é de grande importância que os 
receptores proprioceptivos estejam aptos a res-
ponder de forma rápida e objetiva aos estímulos 
provenientes do movimento e da postura. Os 
programas de treinamento proprioceptivo pro-
duzem uma diminuição no tempo da resposta 
muscular dos atletas que se tornam mais hábeis 
para um desempenho rápido e inesperado nos 
movimentos utilizados no esporte [10]. Sendo 
assim, o sistema proprioceptivo estará preparado 
9Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
para reconhecer e responder mais rapidamente às 
situações de estresse.
Sheth et al. [13] também afirmam que um 
treinamento proprioceptivo proporciona, além de 
maior estabilidade no tornozelo, maior economia 
no consumo de oxigênio e de energia por esses 
músculos, podendo melhorar assim o desempe-
nho em atividades esportivas. Dessa forma, o 
treino proprioceptivo é um importante método 
de preparação de atletas, não só do futsal, com o 
objetivo fundamental de prevenir lesões, e secun-
dariamente, a melhora do desempenho motor.
O estudo de Mohammadi [19] avaliou 80 
atletas masculinos de futebol com histórico de 
inversão de tornozelos. Os sujeitos foram dividi-
dos em três grupos para participar de programas 
preventivos de reincidência de lesões. Os pro-
tocolos em cada grupo foram: proprioceptivo, 
de força, com uso de órteses, além de um grupo 
controle. Os resultados mostraram que apenas o 
treino proprioceptivo diferenciou-se do grupo 
controle, reduzindo a frequência das inversões 
da articulação e demonstrando um aumento da 
força nos músculos, melhor controle postural e 
percepção corporal. 
De maneira semelhante, Mandelbaun [20], 
a partir da utilização de um programa de treina-
mento proprioceptivo em jogadoras de futebol, 
observou a redução no índice de lesões do liga-
mento cruzado anterior do joelho decorrentes de 
lesões em 88% no primeiro ano, e de 74% no se-
gundo ano de aplicação do treino proprioceptivo, 
quando comparado ao grupo controle. Conforme 
o autor, este resultado deve-se ao trabalho pro-
prioceptivo, que contribui para a prevenção das 
lesões de joelho. Os achados dos estudos citados 
anteriormente reafirmam a importância desse 
treinamento na prevenção das lesões decorrentes 
da prática do futsal [19,20].
Por fim, a duração do treinamento proprio-
ceptivo tem sido documentada em quatro [4], 
oito [13], dez [21] semanas e doze meses [20]. 
Assim sugere-se que um programa de treinamento 
desta natureza tenha pelo menos dez semanas de 
duração, podendo ser realizado durante todo o 
período competitivo, e devendo ser utilizado 45 
minutos semanais deste trabalho. Os exercícios do 
protocolo podem sofrer variações de acordo com 
indicações médicas, idade ou sexo [22].
Conclusão
A partir dos resultados encontradosneste 
estudo, pode-se concluir que o treinamento pro-
prioceptivo específico favorece tanto a melhora 
do equilíbrio e do controle postural quanto a 
prevenção de lesões corporais dos praticantes, 
bem como melhora nas distâncias alcançadas nas 
três principais direções, Anterior, Posteromedial 
e Posterolateral do SEBT.
Além disso, o pouco conhecimento sobre tra-
balhos proprioceptivos pelos atletas participantes 
do estudo demonstra que este tipo de treinamento 
não era incorporado efetivamente nas rotinas de 
treinamento físico da equipe.
Em vista desses achados, sugere-se que pro-
tocolos proprioceptivos sejam aplicados durante 
períodos e amostras maiores, com participação 
de grupo controle, para que se possa futuramente 
padronizar períodos e técnicas mais efetivas para 
este tipo de treinamento.
Deve-se, portanto, investir mais em estudos 
sobre propriocepção e trabalhos proprioceptivos 
no esporte, uma área ainda pouco investigada 
na literatura brasileira se comparada a outros 
métodos, porém com uma grande perspectiva e 
ascensão na área desportiva.
Agradecimentos
O presente estudo foi realizado com o apoio da 
Universidade da Região de Joinville, da Associação 
Atlética Tupy de Joinville e do Professor Fabrício 
Faitarone Brasilino.
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do Porto; 2008.
ARTIGO ORIGINAL
Avaliação do nível de atividade física e 
composição corporal de funcionários de 
setores adminstrativos
Assessment of activity physical level and body composition 
of administrative employees
Eucleiton Neres Brito*, Fernando Rodrigues Peixoto Quaresma**, Erica da Silva Maciel, D.Sc.***
*Bacharel em Educação Física pelo CEULP/ULBRA e Pós-Graduando em fisiologia do exercício e nutrição 
esportiva pela faculdade Laboro, **Doutorando Faculdade de Medicina do ABC, ***Profissional de 
Educação Física, Professora do Curso de Educação Física do CEULP/ULBRA
Resumo
Objetivo: Avaliar o Nível de Atividade Física (NAF) 
e a Composição Corporal (CC) dos funcionários do 
setor administrativo do Centro Universitário Luterano 
de Palmas (CEULP-ULBRA). Métodos: Questionário 
Internacional do Nível de Atividade Física, versão curta 
e semanal (IPAQ), para classificação do NAF; o Índice 
de Massa Corporal (IMC) para classificar quanto ao es-
tado nutricional; Perímetro Abdominal (PA) para iden-
tificar o risco de complicações metabólicas; avaliação da 
composição corporal pelo aparelho de Bioimpedância 
Elétrica (BIA) para mensurar a massa magra e massa 
gorda. Resultados: A pesquisa foi constituída por 28 
voluntários, dos quais 50% foram classificados como 
ativos fisicamente e 21,42% como sedentários; quanto 
ao seu estado nutricional, 60,71% estiveram dentro da 
faixa normal do IMC e 32,15% foram identificados 
com sobrepeso; quanto ao PA, 71,42% se encontraram 
abaixo do ponto de corte e 28,58% ficaram acima do 
ponto de corte; quanto à composição corporal encon-
trou-se uma média de 22,04% de gordura corporal 
no sexo masculino e 31,10% no sexo feminino, acima 
do ideal para ambos os sexos. Conclusão: A maioria 
dos pesquisados encontraram-se dentro dos padrões 
estabelecidos para a manutenção da saúde, mas cabe 
ressaltar que um percentual relevante de pessoas está 
em situações que podem vir a prejudicar a sua saúde, 
pois se tornam mais susceptíveis às Doenças Crônicas 
Não Transmissíveis (DCNT).
Palavras-chave: nível de atividade física, 
composição corporal, doenças crônicas não 
transmissíveis. 
Recebido em 2 de fevereiro de 2015; aceito em 12 de junho de 2015. 
Endereço para correspondência: Eucleiton Neres Brito, Rua 16, Quadra 61, Lote 04, Aureny 04, 77060-
028 Tocantins PA, E-mail: eucleitonneres@hotmail.com
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 112
Introdução
As mudanças ocorridas nos perfis de mor-
bimortalidade nas últimas décadas geraram 
crescente aumento em pesquisas científicas asso-
ciadas às Doenças Crônicas Não Transmissíveis 
(DCNT), identificando o sedentarismo como 
um fator de risco para essas doenças e apresen-
tando um grande número de pessoas com essa 
classificação em diversos países do mundo [1]. 
Estudos epidemiológicos indicam que boa parte 
da população atual não atinge as recomendações 
quanto à prática deatividades físicas diárias para 
a manutenção da saúde, destacando uma alta 
presença do sedentarismo [1,2]. 
Essa identificação da falta de atividade física 
associa-se a hábitos e estilos de vida do mundo 
moderno, onde há um elevado consumo de 
alimentos calóricos, o que pode levar a um 
aumento e acúmulo de gordura corporal. Como 
consequência aumenta o número de pessoas com 
sobrepeso e obesidade, conforme identificado em 
estudo americano que, nas décadas de 60, 70 e 80, 
houve um aumento na obesidade tanto em crian-
ças como em jovens e adultos [3,4]. No Brasil, 
observa-se ao comparar os estudos realizados pelo 
Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), 
em 1975, e pela Pesquisa Nacional Sobre Saúde e 
Nutrição (PNSN), em 1989, na população adulta, 
que houve um aumento dentro deste período 
de 56,3% nos homens e 39,7% nas mulheres 
em relação ao sobrepeso, e 92,0% nos homens e 
69,6% nas mulheres em relação à obesidade [5]. 
Dessa forma, o aumento do sobrepeso e obe-
sidade tanto em país desenvolvido quanto em 
desenvolvimento, tem se tornado uma epidemia 
global caracterizado tanto pela maior presença de 
alimentos disponíveis e seu consumo em demasia, 
como pela redução ou mesmo a não prática da 
atividade física regular, o que colabora para o 
aumento das DCNT que afetam cada vez mais 
as diferentes sociedades do mundo [4]. 
A identificação do sedentarismo como um 
fator de risco para o surgimento de doenças já foi 
identificado e a prática de atividade física regular 
pode ser um fator preventivo para a reversão desse 
quadro. Assim é importante verificar o estado que 
um determinado grupo se encontra relacionan-
do as variáveis de composição corporal e quais 
os possíveis meios de intervenção que podem 
ser utilizados em grupos específicos de forma a 
promover a saúde por meio da atividade física. 
Material e métodos
A pesquisa foi estruturada em caráter des-
critivo do tipo transversal com amostragem não 
probabilística por conveniência [6]. Foi realizada 
a partir de levantamento de dados obtidos da 
pesquisa do Programa de Iniciação Cientifica e 
Tecnológica (PROICT) do CEULP- ULBRA 
do curso de Bacharel em Educação Física com 
tema: Avaliação do nível de atividade física, do 
estado nutricional e da percepção da qualidade 
Abstract
Objective: To evaluate the Physical Activity Level 
(PAL) and Body Composition (BC) of employees in 
the administrative sector of the Lutheran University 
Center Palmas (CEULP-ULBRA). Methods: Interna-
tional Survey of physical activity level, short and weekly 
version (IPAQ) to NAF classification, Body Mass 
Index (BMI) to classify the nutritional status, Abdo-
minal Perimeter (AP) to identify the risk of metabolic 
complications, assessment of body composition by 
bioelectrical impedance device (BIA) to measure lean 
body mass and fat mass. Results: The study included 28 
volunteers, 50% were classified as physically active and 
21.42% as sedentary; regarding their nutritional status, 
60.71% were included in the normal BMI group and 
32.15% were overweighted; regarding the AP, 71.42% 
were all below the cut-off point and 28.58% were above 
the cut-off point; regarding the body composition an 
average of 22.04% in body fat in males and 31.10% 
in females were found, over the ideal weight for both 
sexes. Conclusion: Most of the interviewed were within 
the standards established to maintain health, but it is 
noteworthy that a significant percentage of people are 
in situations that may harm their health as they beco-
me more susceptible to Chronic Non-communicable 
Diseases (NCDs).
Key-words: physical activity, body composition, 
chronic non-communicable diseases.
13Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
de vida da comunidade universitária do CEULP-
-ULBRA. 
Aprovado pelo comitê de ética (CAAE: 
07867612.4.0000.5516). Oitenta e três funcio-
nários maiores de idade do setor administrativo 
foram convidados a participar voluntariamente 
da pesquisa, dos quais 33,7% corresponderam 
ao total de participantes. O local de realização 
foi na instituição de ensino superior Centro 
Universitário Luterano do Brasil no campus de 
Palmas/TO. O período de realização ocorreu no 
segundo semestre de 2013. O programa estatís-
tico utilizado foi SPSS 15.0. 
Para obtenção dos dados foi utilizado o 
Questionário Internacional de Atividade Física 
(IPAQ), versão 8, forma curta e semanal para 
classificar quanto ao NAF, possuindo quatro 
níveis de classificação, sedentário, irregularmente 
ativo, ativos e muito ativos [7]. Composição 
corporal para mensurar as variáveis, Estatura (es-
tadiômetro de parede Seca 206) e Peso (balança 
digital Helthmeter, devidamente aferida) para 
verificar o IMC sob a fórmula peso/estatura² 
utilizando a classificação da Word Health Orga-
nization (WHO) para adultos de ambos os sexos. 
O PA foi aferido através da fita métrica 
modelo GULICK para estimar o risco associa-
do à gordura visceral utilizado no Brasil para 
identificação de complicações metabólicas. O 
PA foi tomado no maior perímetro do abdômen 
entre o rebordo costal e a crista ilíaca, seguindo 
a recomendação da Associação Brasileira para o 
Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica 
(ABESO), assim como a classificação de corte, 
≥ 94 cm e ≥ 80 cm, para homens e mulheres 
respectivamente [8]. 
O percentual de gordura corporal e massa 
magra pelo método de Bioimpedância elétrica 
utilizando o aparelho da marca Biodynamics 
BIA 310. O analisador de BIA contém quatro 
eletrodos, dos quais dois condutores foram fi-
xados na mão e no pé, e dois receptores fixados 
no punho e no tornozelo do lado direito do 
corpo do avaliado, após desinfecção da pele por 
um algodão embebido em álcool para estimar a 
gordura corporal e massa livre de gordura. 
As seguintes orientações foram repassadas 
em um folder informativo, em dia anterior ao 
teste via mensagem de texto para serem seguidas 
pelos avaliados para o não comprometimento 
dos resultados conforme o manual: 1) evitar 
o consumo de álcool e cafeína (café, chá, cho-
colate) 24 horas antes do teste; 2) Não realizar 
atividade física intensa e evitar refeição pesada 
4 horas antes do teste; 3) Suspender medicação 
diurética 24 horas antes do teste, exceto no caso 
de indivíduos hipertensos, que devem estar sob 
rigoroso controle médico [9]. Todos os dados an-
tropométricos foram coletados pela manhã com 
os voluntários ainda em jejum. A Biodynamics 
fornecia o percentual de gordura diretamente 
de equações já programadas pelo fabricante no 
próprio aparelho. 
Resultados
Participaram da pesquisa voluntariamente 13 
homens e 15 mulheres totalizando 28 indivídu-
os com média de idade de 28 ± 9,64 anos. Na 
Tabela I identifica o NAF, sendo os valores mais 
expressivos, os indivíduos de classificação ativa 
com 50% e sedentário com 21,42%. 
A Tabela II classifica quanto ao estado nutri-
cional pelo IMC, onde se encontram em peso 
normal 60,71% e com sobrepeso 32,15 %, dos 
dados mais expressivos. Na Tabela III o PA está 
separado por gêneros: 76,93 % dos homens se 
encontram abaixo do ponto de corte e 66,67 % 
das mulheres. 
No total dos pesquisados sem classificar por 
gênero, 71,42% se encontraram abaixo do ponto 
de corte e 28,58% ficaram acima do ponto de 
corte. A composição de massa gorda e massa 
magra na Tabela IV estão apresentadas em mé-
dias separadas por gêneros. Foi encontrada uma 
média de 22,04 ± 12,16 % no sexo masculino 
e 31,10 ± 6,5 %no sexo feminino de gordura. 
Quanto à massa magra, 58,8 ± 8,78 kg para 
homens e 40,44 ± 7,23 kg para mulheres.
Tabela I - Descrição do nível de atividade física dos 
participantes da pesquisa, Palmas/ TO, 2013.
Classificação Nº Indivíduos %
Sedentários 6 21,42
Irregularmente ativos 4 14,29
Ativos 14 50,00
Muito ativo 4 14,29
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 114
Tabela II - Estado nutricional dos participantes da 
pesquisa, Palmas/ TO, 2013.
Classificação Nº Indivíduos %Abaixo do peso 1 3,57
Peso normal 17 60,71
Sobrepeso 9 32,15
Obeso 1 3,57
Discussão
Estudo realizado pelo Instituto Nacional do 
Câncer (INCA) apud Hallal et al. [1], relacionado 
à prática de atividade física, identificou que na 
maioria das capitais do país foram encontradas 
prevalências de sedentarismo que variou de 28% 
a 55%. Em um inquérito, realizado por Malta et 
al. [10] em população adulta de capitais brasileiras 
mais o Distrito Federal, identificou-se que 29% da 
população adulta pesquisada foram classificados 
como sedentários com maior incidência no sexo 
masculino. Em pesquisa realizada com estudan-
tes da área da saúde da Universidade de Brasília 
(UNB) encontrou-se uma alta presença de seden-
tarismo chegando a 65,5% dos pesquisados [2]. 
Comparando com o presente estudo, pode-
-se perceber que os pesquisados encontraram-se 
abaixo do valor máximo encontrado no estudo do 
INCA e dos estudantes da UNB quanto ao índice 
de sedentarismo, e ocorre uma proximidade do 
estudo realizado por Malta et. al. [10]. 
Confrontando esses achados com os dados 
deste estudo, a maioria dos voluntários parti-
cipantes são ativos fisicamente (50%) cabendo 
concluir que este percentual é muito baixo. 
Mesmo se unirmos os grupos dos ativos e muito 
ativos, notamos que 64,29% alcançaram o míni-
mo necessário de atividades físicas semanais (150 
min/semana) para a manutenção da saúde quanto 
ao NAF. Os grupos dos sedentários e irregular-
mente ativos somados correspondem a um total 
de 35,71% identificando que uma quantidade 
considerável dos pesquisados não alcançam o 
mínimo necessário de atividade física semanal 
para a manutenção de sua saúde relacionada à 
prática regular de atividade física.
Segundo Fiatarone-Singh apud Matsudo [11], 
em estudos transversais, quando analisados sujei-
tos classificados como ativos fisicamente, verifica-
-se que possuem baixo percentual de gordura, 
menor peso corporal, índice de massa corporal, e 
relação cintura quadril menores do que indivíduos 
de mesma idade sedentários. 
Neste estudo, quanto ao percentual de gordura 
dos avaliados e o ideal indicado pelo aparelho de 
BIA de acordo com o sexo e idade dos indivíduos, 
observou-se que os homens apresentam média de 
22,04% ± 12,16, ou seja, acima do considerado 
adequado que seria de 16%, não identificando 
relação direta entre os indivíduos serem ativos e 
possuírem índices menores na composição corpo-
ral como explanado acima pelo autor [11]. Nas 
mulheres, encontrou-se uma média do percentual 
de 31,10 ± 6,5%, identificando que mesmo com 
o desvio padrão nenhuma delas estaria com o 
peso adequado de 20% de massa gorda para o 
sexo e idade segundo a BIA, mesmo que duas 
Tabela III - Perímetro abdominal dos participantes da pesquisa, Palmas/ TO, 2013.
Gênero (corte)
Abaixo do ponto 
de corte
%
Acima do ponto 
de corte
%
% total por 
gênero
Masculino (≥ 94) 10 76,93 3 23,07 100
Feminino (≥ 80) 10 66,67 5 33,33 100
Total 20 8
Tabela IV - Composição corporal dos participantes da pesquisa, Palmas/ TO, 2013.
Variáveis
Gênero 
Masculino DP Feminino DP
% de gordura 22,04 12,16 31,10 6,5
Peso de gordura corporal (kg) 17,76 11,10 18,48 5,63
Peso de massa magra (kg) 58,8 8,78 40,44 7,23
Taxa metabólica basal 1787,54 266,6 1229,73 219,83
15Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
delas consideradas muito ativas e 8 como ativas 
não alcançaram o percentual recomendado, não 
identificando assim no sexo feminino também 
relação direta entre o NAF e a composição cor-
poral quanto ao percentual de gordura do corpo.
No estado nutricional, identificou-se, por 
meio do IMC, que a maioria (60,71%) foi clas-
sificada dentro do peso normal e 32,15% estão 
com sobrepeso. Podemos perceber que estes da-
dos identificam uma quantidade importante de 
indivíduos com sobrepeso e um obeso, os quais 
somados chegam a 35,72% do total, concluindo 
que estes indivíduos podem ter complicações de 
saúde pelo excesso de massa corporal segundo a 
classificação da WHO. 
Em estudo, comparando os resultados dos 
inquéritos brasileiros sobre estado nutricional de 
base nacional o ENDEF e PNSN, identificou-se 
que em todas as regiões a situação de excesso de 
peso foi considerada grave. Verificando situação 
crítica na região Sul, com 34% em homens e 
43% em mulheres com estado de sobrepeso, e 
não menos grave as outras regiões possuem alto 
índice, no sudeste 36%, norte 34%, centro-oeste 
31% e nordeste 24% com prevalência de excesso 
de peso em nível nacional maior em mulheres 
do que em homens sendo 38% e 27% respecti-
vamente [5,12].
Alguns desses dados, apesar de estarem divi-
didos por sexo, podemos perceber que a proximi-
dade aos encontrados em nosso estudo, 32,14% 
classificados com sobrepeso corroborando ainda 
com os resultados descritos por outros estudos 
[13,14].
No PA foi identificado que 71,42% se encon-
travam abaixo do ponto de corte e 28,58% acima 
nos valores totais independente dos gêneros. Ape-
sar de o IMC ser elevado em proporções impor-
tantes, a maioria dos participantes está com um 
PA adequado, minimizando assim as chances de 
terem complicações metabólicas e o surgimento 
de DCNT (principalmente as cardiovasculares) 
relacionadas ao excesso de gordura visceral. Os 
voluntários que estão acima do ponto de corte 
estão mais susceptíveis a desenvolver complicações 
metabólicas, e como o PA é uma variável altamen-
te influenciada pela prática de atividade física sua 
alteração pode ser resultado da participação em 
programas de atividade física para minimizar ou 
reverter o risco. Este estado de risco é ainda maior 
quando associado a IMC em estado de sobrepeso 
ou superior e PA elevado [8].
A baixa adesão de voluntários na pesquisa 
limitou uma possível identificação do grupo 
analisado para que se pudessem generalizar as 
características quanto as variáveis coletadas, visto 
que somente 33,7% do total estipulado partici-
param. Esta dificuldade de participantes pode ter 
ocorrido devido à distância entre o local de serviço 
dos participantes e o laboratório de fisiologia do 
exercício preparado para a coleta das medidas 
antropométricas e de BIA, horários da coleta que 
coincidiam com o início da jornada de trabalho e 
o período de retorno às aulas do semestre, período 
que os funcionários são mais exigidos em seus 
postos de trabalhos. 
Conclusão
O presente estudo identificou que a maioria 
dos pesquisados encontra-se dentro dos padrões 
estabelecidos para a manutenção da saúde, mas 
cabe ressaltar que um percentual relevante de 
pessoas tanto no NAF, IMC, PA e na composição 
de gordura corporal estão em situações que po-
dem vir a prejudicar a sua saúde, pois se tornam 
mais susceptíveis as DCNT. Face ao exposto, é 
importante salientar a necessidade de mais estudos 
que identifiquem as variáveis aqui apresentadas 
em comunidades jovens e produtivas, visando à 
elaboração de ações preventivas e de promoção 
da saúde em grupos específicos.
Agradecimentos
Este artigo foi subsidiado pelo Programa de 
Iniciação Científica (PROICT) do Centro Uni-
versitário Luterano de Palmas/TO (CEULP), com 
bolsa de estudos, fornecimento de espaço físico 
e de maioria dos equipamentos necessários para 
coleta dos dados da pesquisa.
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ARTIGO ORIGINAL
Comportamentos de risco à saúde 
em escolares 
Health risk behaviors in students
Kesley Pablo Morais de Azevedo*, Isis Kelly dos Santos*, Epaminondas Carlos de Andrade Neto*, 
Rianne Soares Pinto**, Victor Hugo de Oliveira Segundo***, Maria Irany Knackfuss, D.Sc.****, 
Humberto Jefferson de Medeiros, D.Sc.****
*Graduação em Licenciatura em Educação Física, Programa de Pós Graduação em Saúde e Sociedade 
(PPGSS), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), **Graduada em Nutrição, 
pela Universidade Potiguar (UNP), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade (PPGSS), 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), ***Graduação em Bacharelado em Educação 
Física, pela Universidade Potiguar (UNP), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade (PPGSS), 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), ****Programa de Pós-Graduação em Saúde e 
Sociedade (PPGSS), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar os com-
portamentos de risco à saúde em escolares. Esta é uma 
pesquisa de cunho descritivo com coorte transversal 
cuja amostra foi composta por 219 escolares, de ambos 
os sexos, idade entre 15 e 19 anos, que estavam matri-
culados no ensino médio na Escola Estadual Professor 
Abel Coelho. Como instrumento de medida foi utiliza-
do o questionário denominado Comportamentos dos 
Adolescentes Catarinenses, que identifica a prática de 
atividades físicas, comportamentos sedentários, hábitos 
alimentares, consumo de álcool e tabaco e percepção 
de saúde e comportamento preventivo. Utilizou-se o 
teste qui-quadrado (χ²), para comparar as frequências 
em ambos os sexos, adotando um nível de confiança 
de 95%, com p < 0,05. Os adolescentes apresentaram 
altas frequências para comportamentos de risco como 
ser irregularmente ativo (42,9%), hábitos alimentares 
irregulares (55,3%), uso de álcool (13,2%), envolvi-
mento em brigas (27,4%) e o não uso de preservativos 
(15,5%). Foram encontradas diferenças significativas 
entre os sexos nas variáveis de inatividade física e o 
não uso de preservativos. Permitindo-nos concluir 
que os adolescentes apresentaram alta prevalência de 
comportamentos de risco à saúde.
Palavras-chave: estilo de vida, fatores associados, 
atividade física, saúde do escolar. 
Recebido em 28 de junho de 2015; aceito em 30 de junho de 2015. 
Endereço para correspondência: Humberto Jefferson de Medeiros, Rua Ligia Maria do Rêgo, 350/203, 
Residencial Spazzio de Leone, Bairro Nova Betânia, 59607470 Mossoró RN, E-mail: hjmbeto@gmail.com, 
kesley_pablo@hotmail.com
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 118
Introdução
A saúde pública em sua multidimensionalida-
de abrange vários setores e serviços básicos para a 
população. No contexto escolar muitas particu-
laridades de crianças, adolescentes e adultos são 
detectadas, principalmente quando nos referimos 
a comportamentos inerentes à execução de ações 
preventivas [1,2]. 
Os comportamentos de risco à saúde percebi-
dos em adolescentes estão ligados a fatores como a 
inatividade física, hábitos alimentares, prevalência 
do uso de álcool e tabaco e os comportamentos 
preventivos. A aquisição de hábitos não saudáveis 
pode ocasionar o aparecimento de doenças crôni-
cas transmissíveis e não transmissíveis. Preocupan-
do-se com tal situação, diversos estudos trataram 
de analisar estes comportamentos em adolescentes 
e, em alguns estudos, os mesmos apresentaram 
mais de dois fatores de risco à saúde [3,4]. 
Pesquisas científicas vêm evidenciando que a 
prática de atividades físicas está diretamente rela-
cionada a comportamentos associados à saúde, em 
que os praticantes adquirem hábitos saudáveis e, 
consequentemente, percebem e agem conscientes 
sobre os fatores associados que prejudicam a sua 
saúde assim como sua qualidade de vida [4-6]. A 
prática de atividades físicas e a aquisição de hábi-
tos saudáveis são aspectos influenciadores em seu 
bem-estar físico, social, afetivo e emocional [7].
Com base nisso, não há evidências sobre as 
prevalências de comportamentos de risco em 
adolescentes da região semiárida do nordeste 
brasileiro. Ainda sobre isso, nota-se que há neces-
sidade de pesquisas que tratem dos fatores de risco 
que associados compõem os comportamentos de 
risco à saúde, em caráter especial em escolares, os 
quais podem ter características de um subgrupo 
de risco [8,9]. 
Partindo desse pressuposto, faz-se necessário 
analisar os comportamentos de risco à saúde em 
escolares da rede pública da cidade de Mossoró/
RN. 
Material e métodos
Estudo de cunho descritivo com coorte trans-
versal foi realizado com escolares do ensino médio 
da rede pública de ensino de Mossoró, no estado 
do Rio Grande do Norte, localizado na região 
Nordeste do Brasil.
A Escola Estadual Professor Abel Freire Co-
elho foi escolhida por ter o maior número de 
alunos matriculados no ensino médio dentre os 
cinco polos regionais, segundo a 12ª Diretoria 
Regional Educação Cultura e Desportos (Dired).
Tendo como base uma população de 1113 
alunos, calculou-se o tamanho amostral através 
do software Sample Size Calculator com um 
nível de confiança de 95% e 5% de significância. 
A amostra final foi definida em 219, sendo 106 
do sexo masculino e 113 do sexo feminino na 
faixa etária de 15 a 19 anos. Os escolares foram 
informados, através do Termo de Consentimento 
Abstract
This study aimed to analyze health risk behaviors 
in students. This was a descriptive research with trans-
versal cohort comprising a sample of 219 students of 
both genders, from 15 to 19 years old, enrolled in high 
school at the Escola Estadual Professor Abel Coelho. 
The measurement instrument used was a questionnaire 
called Behaviors of Adolescents Catarinenses, which 
identifies the physical activity, sedentary behavior, 
eating habits, alcohol consumption and tobacco and 
perception of health and preventive behavior. We used 
to Komolgorov Smirnov test to checkthe normality of 
the data with a confidence level of 95%, p > 0.05 and 
the chi-square test (χ²), to compare the frequencies 
in both genders. The adolescents showed a high fre-
quency of risk behaviors such as being irregularly active 
(42.%) having irregular eating habits (55.3%), alcohol 
use (13.2%), involvement in fights (27.4%), and no 
use of condoms (15.5%). Significant differences were 
observed between genders for the variables of physical 
inactivity and no use of condoms. We concluded that 
the adolescents showed a high prevalence of health 
risk behaviors.
Key-words: life style, associated factors, physical 
activity, school health.
19Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
Livre e Esclarecido (TCLE), sobre os procedi-
mentos metodológicos e a participação deles 
no trabalho.
Como instrumento de medida foi utilizado 
o questionário “Comportamentos dos Ado-
lescentes Catarinenses (COMPAC)” [10]. O 
questionário é subdividido por blocos, contendo 
dados relacionados às variáveis demográficas 
e socioeconômicas; o nível de atividade física 
dos escolares, e identificado através de questões 
direcionadas aos tipos de atividades realizadas, 
duração e intensidade; a percepção do ambiente 
escolar e da disciplina Educação Física; hábitos 
alimentares; prevalência do uso de álcool e ta-
baco e a percepção de saúde e comportamentos 
preventivos. 
Os critérios de classificação para o nível de 
atividade física foram os seguintes: aqueles que 
atingissem uma frequência semanal (dias por 
semana) e tempo de prática (minutos por dia) de 
atividades físicas moderadas/vigorosas (esportes, 
atividades de lazer, atividades domésticas, deslo-
camento ativo) maior ou igual a 300 minutos por 
semana classificaram-se como ativos, por outro 
lado, menor que 300 minutos como irregular-
mente ativo. Para os hábitos alimentares, foram 
classificados como dieta irregular aqueles com 
uma frequência de consumo de frutas e verduras 
durante uma semana típica (dias por semana) 
menor que 4 dias por semana [10]. 
Os dados foram processados no programa 
Microsoft Excel 2007 e as análises realizadas 
no programa SPSS versão 20.0. Calcularam-se 
frequências simples, estimando-se as propor-
ções de comportamentos de risco, segundo o 
sexo e por categoria de variável. As diferenças 
de proporções foram testadas por meio do 
Qui-quadrado (χ2), adotando-se nível de sig-
nificância p < 0,05. 
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de 
Ética em Pesquisa da Universidade Estado do 
Rio Grande do Norte sob o parecer nº 668.331. 
Resultados
Dos 219 alunos pesquisados, 183 (83,6%) 
correspondiam a faixa etária entre 15 e 17 anos 
(M = 88 e F = 95) e 36 alunos encontravam-se 
na faixa etária de 18 a 19 anos (M = 18 e F = 18).
Um total de 95,4% dos alunos reside na área 
urbana da cidade de Mossoró/RN, (64) 4% dos 
alunos possuem renda familiar menor ou igual a 
R$ 1.000,00 e 35,6% acima do valor citado. Os 
mesmos encontraram-se distribuídos em 1ª série 
do ensino médio com 69 alunos (31,5%), 2ª 
série com 68 (31,1%) e 3ª série com 82 (37,4%) 
(Tabela I).
Nesta perspectiva, falamos da proporção de 
alunos com um nível de atividade física classifi-
cado como irregularmente ativo. Na tabela II, nos 
Tabela I - Características demográficas e socioeconômicas dos adolescentes do ensino médio da rede estadual de 
Mossoró/RN, 2014.
Variável
Total Feminino Masculino
No. % No. % No. %
Idade
15 a 17 anos 183 83,6 95 51,9 88 48,1
18 a 19 anos 36 16,4 18 50 18 50
Série de Ensino
1º Ano 69 31,5 31 44,9 38 55,1
2º Ano 68 31,1 34 50 34 50
3º Ano 82 37,4 48 58,5 34 41,5
Residência
Urbana 209 94,5 107 51,2 102 48,8
Rural 10 4,6 6 60 4 40
Renda familiar
≤ R$ 1.000 141 64,4 76 53,9 65 46,1
> R$ 1.000 78 35,6 37 47,4 41 52,6
*p < 0,05
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 120
deparamos com dados preocupantes, visto que 94 
(42,9%) alunos pesquisados apresentaram níveis 
insuficientes, destes 33 (35,1%) correspondem 
ao sexo masculino e 61 (64,9%) correspondem 
ao sexo feminino. Houve diferença significativa 
em ambos os sexos com um valor de (p = 0,01).
A presença de hábitos alimentares irregulares 
foi detectada em 121 alunos (55,3%), destes 59 
(48,8%) do sexo masculino e 62 (51,2%) do 
sexo feminino apresentaram comportamentos 
indesejáveis a sua saúde. Ao falarmos sobre os 
comportamentos de risco propriamente ditos, o 
uso do tabaco foi detectado em 12 alunos (5,5%), 
fator que obteve um menor índice quando com-
parado aos demais.
Um quantitativo de 29 alunos fazia uso de 
álcool, representando um percentual de 13,2%, 
número preocupante pelo fato de estarmos traba-
lhando com uma amostra de 219 alunos. Com re-
lação ao número de jovens que se envolveram em 
brigas nos últimos 12 meses, 60 alunos (27,4%) 
afirmaram ter esse comportamento.
No que se refere ao uso de preservativos, 
detectou-se que 34 escolares (15,5%) afirmaram 
o não uso, os quais foram representados por 14 
(41,8%) do sexo masculino e 20 (58,2%) do sexo 
feminino. Sendo assim, percebe-se que houve 
diferença significativa entre os sexos (p = 0,01). 
Discussão
No que se referem aos indicadores sócio-de-
mográficos, de acordo com os resultados obtidos 
em nossa pesquisa, 64,4% dos escolares possuem 
uma renda familiar menor que R$ 1.000 por mês. 
Entretanto, em estudo realizado para descrever 
a associação entre fatores de condição socioe-
conômica e inatividade física, comportamento 
sedentário e excesso de peso em adolescentes em 
condição de alistamento militar, os achados diver-
gem dos nossos quando grande parte pertencia às 
famílias com maior renda familiar mensal (> R$ 
1.000/mês) [11].
Quanto ao nível de atividade física, identifi-
camos que 42,9% dos adolescentes pesquisados 
foram classificados como irregularmente ativos: 
35,1% do sexo masculino e 64,9% feminino. 
Diante disso, através de pesquisas realizadas em 
Teresina e Curitiba [12,13], constatamos resulta-
dos equivalentes aos nossos quando, em média, 
os adolescentes estudados do sexo masculino 
apresentaram um nível de atividade física maior 
quando comparados ao sexo feminino. Refor-
çando os nossos achados, em estudo realizado 
com intuito de buscar identificar a prevalência e 
fatores associados a nível insuficiente de prática 
de atividades físicas e exposição a comportamento 
sedentário em adolescentes [14], nos chama a 
atenção para à inatividade física em escolares, 
uma vez que a maioria dos estudantes (65,1%; 
IC95% 63,7-66,6) apresentou níveis insuficientes 
de atividade física. 
Esses dados se confirmam quando a Pesquisa 
Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) estudo 
realizado em 2009, nos mostra que a proporção 
de jovens irregularmente ativos foi de 56,9%, 
41,1% pertencentes ao sexo masculino e 62,1% 
feminino [15]. Visto isso, essa diminuição do 
tempo destinado a prática de atividades físicas tem 
sido associado com uma maior probabilidade de 
se envolver em comportamentos de risco à saúde 
em adolescentes, independente do gênero [4-7].
Ao tratarmos dos comportamentos de risco 
à saúde, os nossos resultados quanto aos hábitos 
Tabela II - Dados referentes aos comportamentos de risco em ambos os sexos dos adolescentes do ensino médio da 
rede estadual de Mossoró/RN, 2014.
Variável
Total Masculino Feminino
Valor de p
No. % No. % No. %
Irregularmente ativo 94 42,9 33 35,1 61 64,9 0,01*
Dieta irregular 121 55,3 59 48,8 62 51,2 0,91
Uso de tabaco 12 5,5 6 50 6 50 0,91
Consumo de álcool 29 13,2 17 58,6 12 41,4 0,24
Envolvimento em brigas 60 27,4 29 48,3 31 51,7 0,99
Não uso de preservativos 34 15,5 14 41,8 20 58,2 0,01*
*p < 0,05
21Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - ano 2016 - volume 15 - número 1
alimentares nos mostram que cerca de 55,3% 
adolescentes praticam uma dieta irregular. Fatos 
esses que se assemelham com estudo realizado que 
investigaram os hábitos alimentares em escolares, 
apresentando prevalência de 46,5% com baixo 
consumo de frutas e verduras [4,16],este é um 
padrão alimentar não usual que tem relações às 
práticas danosas para o controle de peso. 
Com relação ao uso de tabaco, nossos resulta-
dos apontaram para uma baixa representatividade 
de 5,5%, divergindo dos achados de pesquisa feita 
com 226 adolescentes na cidade de São Paulo, 
que avaliou os fatores de risco para uso de tabaco 
em estudantes de duas escolas do ensino médio 
do município de Santo André/SP em 2005, bem 
como traçar o perfil do experimentador. A partir 
disso, foram identificados 24% experimentadores 
e 76% não experimentadores, os fatores de risco 
mais significativos para o uso de cigarro foram as 
relações sociais e familiares, bem como a ingestão 
de bebidas alcoólicas [17]. 
Em nosso estudo, o uso de álcool foi identi-
ficado em 13,2% dos adolescentes pesquisados, 
fato que nos chama atenção visto que a ingestão 
de bebidas alcoólicas está entre as principais causas 
de morbidades e mortalidades em todo o mundo 
[18]. Corroborando os dados obtidos em estudo 
realizado por Rozin e Zagonel, que buscou identi-
ficar os fatores de risco para dependência de álcool 
em adolescentes com idades entre 14 a 16 anos. 
Os principais fatores evidenciados na pesquisa 
foram o início precoce do uso, influência das 
relações sociais e afetivas, abuso sexual, violência 
doméstica, baixa autoestima, curiosidade, pressão 
de colegas bem como a vulnerabilidade genética 
para a dependência do álcool e controvérsias em 
relação ao gênero e classe social [19]. 
Reforçando os nossos achados, em estudo rea-
lizado por Neto, Fraga e Ramos [20], investigou-
-se a prevalência de consumo de drogas ilícitas e 
os motivos que os levam a experimentá-las em 
adolescentes da cidade do Porto, em Portugal. 
Quanto aos resultados, 5,5% se referiram a in-
gestão de bebidas alcoólicas associadas ao uso de 
drogas ilícitas, o que gera um maior número de 
dependentes.
No que tange aos comportamentos preven-
tivos, o não uso de preservativos foi identificado 
em 15,5% dos adolescentes. É possível identificar 
resultados semelhantes aos de nosso estudo em 
pesquisa que investigou os fatores de risco em 
adolescentes com HIV, apontando os resultados 
que 24,1% não utilizavam preservativos. Por sua 
vez, justificaram o não uso por não ter o preser-
vativo no momento ou por não dar tempo de 
usá-lo. Além disso, outro aspecto determinante na 
aquisição das doenças sexualmente transmissíveis 
é não ter parceiro estável [21].
Conclusão
O referido estudo nos permite concluir que 
os adolescentes apresentaram alta prevalência de 
comportamentos de risco à saúde. Ressalta-se a 
importância da inserção de indicadores de saúde 
em pesquisas posteriores, como, por exemplo, 
marcadores biológicos que podem desencadear a 
aquisição de doenças crônicas, sejam elas trans-
missíveis ou não transmissíveis. 
Sendo assim, ao analisarmos os comportamen-
tos de risco à saúde vislumbramos todo o contexto 
sociocultural em que os mesmos estão inseridos. 
Portanto, essa análise deve ser contextualizada 
relacionando-a com os fatores que influenciam 
no estilo de vida. Tais informações subsidiarão 
práticas de intervenção tanto no âmbito escolar 
quanto nas políticas públicas para saúde.
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REVISÃO
Treinamento resistido manual e sua 
aplicação na educação física
Manual resistance training and his application in the 
physical education
Cauê Vazquez La Scala Teixeira*, Ricardo José Gomes**
*Departamento de Biociências, Universidade Federal de São Paulo, Santos/SP, Faculdade de Educação 
Física, Faculdade Praia Grande, Praia Grande/SP, Seção de Avaliação Física, Prefeitura Municipal de 
Santos, Santos/SP,**Departamento de Biociências, Universidade Federal de São Paulo, Santos/SP
Resumo
Treinamento

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