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Amamentação O aleitamento materno deve ser preferencialmente exclusivo até os 6 meses. Pode ser predominante - quando a criança recebe outros líquidos além do leite materno. Pode ser complementado, quando a criança recebe alimentos sólidos além do leite materno. Recomenda-se que, a partir dos 6 meses de vida até os 2 anos, o leite materno complemente a alimentação. Aleitamento misto ou parcial: Ocorre quando há complementação com outros leites. O aleitamento materno evita mortes, pois protege contra infecções. O aleitamento materno isolado previne 13% das mortes em menores de 5 anos, por prevenir grandes causas de morte em crianças, como diarreias. Quanto menor a idade do bebê, maior a proteção contra diarreia. A proteção contra IVAS é constante nos 2 primeiros anos (pneumonia, otite, bronquiolite). O aleitamento materno também diminui o risco de alergias, em especial a APLV. A exposição precoce ao leite de vaca predispõe (e muito) à alergia! E fórmulas são feitas com base no leite de vaca (atenção ao marketing!) Também reduz risco de atopias, em especial em crianças com história familiar positiva. Reduz risco de HAS, dislipdemia e DM. Crianças que receberam aleitamento materno têm maior autorregulação da ingesta alimentar, reduzindo obesidade. Nos primeiros 6 meses, o aleitamento materno é nutricionalmente completo. Tem efeito positivo na inteligência; e propicia melhor desenvolvimento da cavidade bucal (melhor oclusão bucal) Para mãe, o ato de amamentar protege contra CA de mama (-4.3% a cada ano de amamentação somado); previne gravidez (se mulher estiver em amenorreia!); promoção do vínculo afetivo mãe e filho; tem menor custo financeiro e melhor qualidade de vida (menos infecções de primeira infância). Como ocorre a lactogênese? - Fase 1: Ainda durante a gravidez. O estrogênio ramifica ductos lactíferos. O progestogênio induz à formação dos lóbulos. O lactogênio placentário inibe a secreção lactífera. - Fase 2: Após o parto. Entre 3 e 4 dia de vida do bebê, ocorre a descida do leite independente de sucção. A prolactina causa secreção do leite; e a ocitocina, a expulsão do leite, por agir sobre células mioepiteliais. A prolactina é sintetizada pela adenohipófise e a ocitocina, pela neurohipófise - e sua secreção é estimulada após a saída da placenta. - Fase 3: Galactopoiese. Ainda depende da síntese de prolactina e ocitocina; mas há forte estímulo pela sucção do bebê (além de outros estímulos, como ouvir o choro da criança). Estresse, medo podem inibir a síntese de ocitocina - prejudicando a galactopoiese. O esvaziamento da mama é importante. Excesso de leite inibe a produção do leite. A composição do leite materno é muito semelhante, em todas as mulheres. O colostro é mais rico em proteínas (mais imunoglobulinas). Cerca de 7 dias após o nascimento, o leite maduro começa a ser produzido, sendo mais rico em gorduras e proteínas. O leite da mãe de uma criança prematura é mais rico em proteínas, gorduras e calorias (natureza sábia!) O leite anterior (sai primeiro durante a mamada) é mais rico em água e proteínas. O leite posterior é mais viscoso, amarelado e rico em gorduras. O bebê deve mamar ambos! Por isso, é importante que a mama seja esvaziada. Fatores imunológicos: -IgA secretora (reflexo de infecções entéricas e respiratórias que a mãe teve durante a vida) - diminui após 1 mês de aleitamento materno -IgM e IgG, reflexo de imunizações e infecções passadas -Lactoferrina (retém átomos de ferro, impedindo que eles sejam utilizados por bactérias) -Lisozima (enzima que catalisa a hidrólise de polissacarídeos na parede celular de bactérias) -Fator bífido (favorece proliferação de lactobacilus biffidus, que acidifica as fezes, dificultando a proliferação de bactérias que geram diarreia aguda grave, como Salmonella e Shighella) Técnica de Amamentação Preparo da mama Por mais que a sucção seja um ato reflexo, a mamada deve ser adequada! Posição: Mãe confortável, sem estar curvada! Não pode haver dor! Barriga do bebê deve estar junto com a da mãe. A cabeça e o corpo do bebê devem estar alinhadas; e o bebê, bem apoiado. A pega deve ser feita com a boca bem aberta, com lábio evertido, nariz livre para respirar, língua sobre a gengiva inferior, som de sucção. Sinais de técnica inadequada: bochechas encovadas a cada sucção, ruídos de língua, mama esticada ou deformada na mamada, dor na amamentação, mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas quando o bebê solta. Aleitamento materno em livre demanda - 8 a 12 x ao dia. Não existe leite fraco! Aguardar o leite posterior, orientar esvaziamento da mama. Não ofertar água ou chá, que ocupa estômago do bebê atrapalhando ingesta de leite. Não usar mamadeira ou chupeta, pois há risco de confusão de bicos. Lactante deve consumir 500 kcal/dia além da dieta habitual. Dieta variada, com mais de 3 porções de leite ao dia, moderação no café. Veganas devem suplementar vitamina do complexo B! Caso haja lesão na mama = hidratar! Próprio leite ou lanolina Mastite S. aureus e Streptococcus epidermitis são fatores etiológicos comuns. Tratamento: Cefalexina Abscesso é a principal complicação da mastite Retorno ao trabalho Ordenhar (preferência manual) e armazenar leite 15 dias antes; de preferência em recipiente de vidro esterilizado. Pode ficar na geladeira por 12h e freezer por 15 dias. Evitar mamadeiras para ofertar leite ordenhado (preferir copo e colher) No trabalho, orientar esvaziamento das mamas. Licença maternidade: 120 a 180 dias; direito à garantia no emprego até 5 meses após o parto; direito à creche (em empresas com mais de 30 mulheres com mais de 16 anos); direito a 2 pausas de 30 minutos para amamentar por dia. Contraindicações absolutas ao aleitamento HIV, HTLV-1 HTLV-2 + Uso de antineoplásicos e radiofármacos RN com galactosemia. Contraindicações temporárias Infecção herpética nas mamas Varicela materna de 5 dias antes e 2 dias após o parto (havendo lesão na mama). Bebê recebe imunoglobulina anti varicela zoster Doença de Chagas Sangramento por fissura mamária Abscesso mamário Uso de drogas de abuso anfetaminas - 24-36h para eliminação cocaína, crack, heroína, maconha - 24h para amamentação LSD - 48h para eliminação Falsas Contraindicações TB ativa. Bebê recebe quimioprofilaxia primária para TB, mas pode mamar - desde que mãe use máscara apropriada durante as primeiras 2 semanas de tratamento (enquanto é bacilífera) Hanseníase. Mãe não transmite mais após 1 dose de rifampicina Hepatite B, se bebê tomar vacina Hepatite C - pode amamentar se não houver lesão sangrante no mamilo Dengue Tabagismo Consumo de álcool - ideal seria esperar uma hora após consumo de álcool. De 1 cálice de vinho a 2 latas de cerveja por dia, pode amamentar!
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