Buscar

TCC FINAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

7
Adriana Silva
	
DERMATITE ATÓPICA: IMPLICAÇÕES ALIMENTARES
Aspectos Positivos e Negativos Relacionados à Doença
São Paulo
2019
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDADES
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-FMU
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Adriana Silva
	
DERMATITE ATÓPICA: IMPLICAÇÕES ALIMENTARES
Aspectos Positivos e Negativos Relacionados à Doença
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, sob a orientação do (a) Prof (a). ____________
São Paulo
2019
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas
Curso de Graduação em Nutrição
DERMATITE ATÓPICA: IMPLICAÇÕES ALIMENTARES
Aspectos Positivos e Negativos Relacionados à Doença
Autores: Adriana Silva
Orientador (a): Prof (a). ______________
Introdução: A dermatite atópica (DA) é doença inflamatória cutânea associada à atopia (predisposição a produzir resposta IgE a alérgenos ambientais), de caráter crônico e recidivante, juntamente com a asma e a rinite alérgica. Trata-se de doença de fisiopatologia complexa que inclui o comprometimento da barreira cutânea e alterações imunológicas, caracterizada por prurido intenso e lesões eczematosas que aparecem na maior parte dos casos desde a primeira infância. A intensidade dos sintomas e o desconforto provocado pela doença têm implicações não só na vida do portador da patologia, mas também na de seus familiares, comprometendo sua qualidade de vida, sendo, portanto, considerada uma patologia psicossomática. Objetivo: fazer uma revisão bibliográfica sobre a dermatite atópica, abordando a importância e a dificuldade de um diagnóstico precoce, possíveis fatores relacionados à etiologia da doença, influência da dietoterapia como coadjuvante no tratamento. Metodologia: trata-se de uma revisão de literatura, com consulta às seguintes bases de dados: VPNVSPNET (revistas cientificas indexadas mantidas pela USP), BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), SciELO (Scientific Electronic Library Online), CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Desenvolvimento: Estudos demonstram a importância do aspecto emocional como fatores que afetam a sintomatologia da DA. O tratamento envolve abordagens terapêuticas que vão desde medicamentos até medidas de mudanças ambientais, visando minimizar os fatores que interferem na patologia. Os sintomas podem aparecer com severidade desde o início, (coceira, inflamação na pele, infecções que necessitam de antibióticos, queda de cabelo). Como ocorrem alterações imunológicas, a alimentação também passa a ter um aspecto que exige cuidados, pois alergias alimentares atingem 6-8% das crianças e jovens e na maior parte das vezes é mediada por uma resposta imunológica anormal, principalmente com relação aos alérgenos presentes nas proteínas alimentares.
SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO .................................................................................................
	5
	1.1 Conceituando a Dermatite Atópica .............................................................
	5
	2 OBJETIVOS .....................................................................................................
	7
	3 METODOLOGIA ..............................................................................................
	7
	4 DESENVOLVIMENTO .....................................................................................
	7
	5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................
	11
	6 REFERÊNCIAS ................................................................................................
	12
1 INTRODUÇÃO
Dermatite atópica (DA) ou eczema atópico são termos que designam as manifestações inflamatórias cutâneas associadas à atopia. Segundo uma visão atual, a atopia seria a predisposição hereditária do sistema imunológico a privilegiar reações de hipersensibilidade mediada por IgE em resposta a antígenos comuns na alimentação, no ambiente intra e extradomiciliar. A dermatite atópica é uma das manifestações das doenças da tríade atópica (dermatite atópica, asma, rinite alérgica) e a intensidade dos sintomas bem como o desconforto provocado pela doença, ocasionam sérias implicações na vida do portador e de seus familiares. 
Os quadros clínicos mais graves acarretam, inclusive, dificuldade de adequação escolar, social e familiar. Independentemente da gravidade do acometimento, a DA tem forte influência na qualidade de vida dos enfermos, pois interfere em suas atividades diárias, tanto de lazer quanto de trabalho e estudo.
A literatura científica atual, apesar de rica em relação ao tema dermatite atópica e ambiente, não responde à questão do papel real de fatores extrínsecos na dermatite atópica. Os dados existentes sobre o tema são extensos, mas controversos. 
Não satisfeitos, os autores optaram por procurar respostas, analisando diversos escritos sobre a dermatite atópica desde os primórdios da história da medicina, confundindo-se com a história da dermatologia e, mais amplamente, com a história evolutiva do próprio pensamento científico do homem. Essa procura talvez possa esclarecer a origem das dúvidas que norteiam o pensamento de tantos estudiosos no assunto até os dias de hoje.
1.1 Conceituando a Dermatite Atópica
Segundo Alvarenga e Caldeira (2009, p. 418),
A Dermatite Atópica é uma doença inflamatória cutânea crônica, de caráter genético, caracterizada pela presença de episódios recorrentes de eczema associado a prurido, apresentando como substrato alterações imunológicas, cutâneas, que produzem inflamação, podendo estar eventualmente associada a outras formas de doenças alérgicas, como asma e rinite alérgica.
A Dermatite Atópica pode ser considerada consequência da herança multifatorial combinada a fatores de natureza ambiental. Está confirmada que esta doença sofre influências genéticas, pois foi observado que em famílias com antecedentes da doença, onde os pais haviam tido essa dermatose, o número de crianças com o mesmo problema chegava a 75% (LIPOZENCIC e WOLF, 2007).
Dentre as características desta doença é possível relatar disfunção da resposta imunológica, alterações da barreira cutânea e influência mútua entre uma suscetibilidade para infecção na pele e o ambiente (NOVAK, BIEBER e LEUNG, 2003). 
Pode-se classificar a DA em extrínseca e intrínseca. A DA extrínseca possui como características a eosinofilia, níveis elevados de IgE total e específica, interleucina 4 (IL-4), interleucina 5 (IL-5) e interleucina 13 (IL-13), quando expostos a alérgenos alimentares e aeroalérgenos. Pertencem a neste grupo cerca de 85% dos pacientes com Dermatite Atópica. A DA intrínseca apresenta manifestação clínica parecida, eosinofilia e ausência de anticorpos específicos para sensibilizações alérgicas. As diferenças em relação às ativações imunológicas entre as duas formas de DA são controversas (SIMÃO, 2014).
Ainda segundo Simão (2014), indivíduos com DA com frequência são vítimas de infecções cutâneas bacterianas, virais e fúngicas. As lesões de pele por Staphylococcus aureus são encontradas em mais de 90% dos pacientes com DA. Por sua vez, em pessoas saudáveis, esse índice cai para somente 5% de crescimento desta bactéria. Muitos pacientes são colonizados por Staphylococcus aureus e apresentam potencialização do processo inflamatório secundário à infecção por este agente. Em torno de 60% dos pacientes com forma moderada e grave da doença apresenta IgE antiexotoxinas, consideradas superantígenos, são pró-inflamatórias, causando ativação de células T e exacerbando o processo inflamatório. Causam também o aumento da beta-isoforma de competição dos receptores de glicocorticoesteróides nas células mononucleares, causando resistência ao tratamento com corticóides. 
O diagnóstico de Dermatite Atópica relacionada à alergia alimentar não é fácil, pois o alimento responsável pela alergia pode ter sua reação mascarada por sua ingestão repetida e pela produção de IgE específica a vários alérgenosambientais, que podem funcionar como outros fatores precipitantes. Faz-se necessária uma anamnese profunda, com acompanhamento de histórico alimentar, e de outras alergias e reações adversas provocadas por alimentos (SOLÉ et. al., 2008). 
Ainda segundo Solé et. al, 2008, p. 71,
Vale ressaltar que o ovo é o alérgeno responsável por mais de dois terços das reações em algumas séries de pacientes com DA. Alguns dados reforçam a participação da alergia alimentar na gênese da DA: a) o quadro moderado a grave de DA em criança e grave no adulto, e b) a suspeita de agravamento da doença após ingestão de determinado alimento.
 
2. OBJETIVOS:
- Conceituar Dermatite Atópica;
- Identificar as principais características da doença;
- Mostrar os possíveis fatores relacionados à etiologia da doença;
- Ressaltar a importância da dietoterapia como coadjuvante no tratamento da DA.
3. METODOLOGIA:
A presente pesquisa natureza exploratória, pois procura conhecer mais sobre os transtornos alimentares em adolescentes. É também uma pesquisa qualitativa, pois procura entender os acontecimentos que levaram à geração do problema, partindo da busca por informações e culminando com a análise de dados não-mensuráveis.
Procurou-se, inicialmente, realizar pesquisa bibliográfica em sites acadêmicos (Google Scholar, Scielo, Plataforma Lattes) em busca de artigos científicos e trabalhos na área. A pesquisa retornou 80 (oitenta) artigos. Dentre esses artigos, foram realizadas novas pesquisas e filtros para encontrar aqueles que estivessem dentro do tema específico “Dermatite Atópica”. Esta nova busca retornou 14 (quatorze) artigos que se relacionavam diretamente com o tema proposto. O passo seguinte foi a realização de leitura e fichamento de todos os artigos encontrados. Após essa etapa, foram escolhidos 07 (sete) artigos que serviram de referência para a escrita do presente trabalho.
Espera-se, ao final do presente estudo fornecer informações mais detalhadas sobre a dermatite atópica, quais as principais características da doença e formas de tratamento desta doença, tão comum atualmente. 
4. DESENVOLVIMENTO:
Segundo Simão (2014, p. 2),
A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória de curso crônico, recidivante, de etiologia multifatorial, que causa expressivo comprometimento da qualidade de vida nos pacientes afetados. Caracteriza-se por prurido intenso, xerodermia, hiperatividade cutâneas e lesões de morfologia e distribuição típicas variável conforme a faixa etária da criança. Em pacientes pediátricos atópicos, a inflamação é caracterizada por níveis elevados de IgE.
O termo atopia atualmente denomina a tendência do indivíduo em se tornar sensível e produzir anticorpos específicos classe IgE em resposta aos alérgenos. Essa tendência tem evoluído muito nos últimos anos em decorrência da poluição, predisposição genética, infecções e exposição aos agentes que produzem as alergias.
O diagnóstico da doença é clínico, baseando-se em características visíveis. A principal característica da doença é a presença de prurido. Alguns exames laboratórios podem ajudar no diagnóstico, mas esses não são comprobatórios da doença (ou seja, esses exames não permitem um diagnóstico certo).
Ainda segundo Simão (2014, p. 3),
Deve-se realizar uma anamnese minuciosa, incluindo morfologia, distribuição, presença de prurido, pele seca, infecções secundárias, alergopatias associadas, história familiar de atopia, fatores desencadeantes e medicamentos utilizados. O exame físico complementa a história clínica: caracterizar as lesões cutâneas em relação à morfologia e distribuição, avaliar grau de hidratação da pele e buscar sinais de outras doenças alérgicas. A DA raramente inicia nos primeiros 2 meses de vida, as características e distribuição das lesões são distintas dependendo da idade. No lactente o eczema ocorre predominantemente na face, couro cabeludo e pescoço, erupção eritematosa, papulosa ou papulovesiculosa, com descamação furfurácea e pele brilhante. O processo localiza-se inicialmente na região malar, poupando o triângulo nasolabial e região periocular. Posteriormente a dermatite progride para a região frontal, pregas retro e infra-auriculares e couro cabeludo. As lesões podem disseminar-se para região anterior do tórax, deltóide, glúteos, área genitoanal e extremidades. Geralmente não acomete a área das fraldas. O prurido pode acarretar irritabilidade, transtorno no sono e agitação. A fase aguda inicia com prurido, sem presença de lesões aparentes, com aparecimento posterior da dermatite. Predomina nesta fase o eczema agudo: exsudato e vesiculação.
As principais características que podem elencadas para se formar o diagnóstico de dermatite atópica são: pele muito seca, inflamada, sensação de coceira e vermelhidão, fatores que podem fazer com que o paciente se coce continuamente, o que pode levar ao aparecimento de ferimentos. A presença da dermatite atópica é mais comumente encontrada nas áreas onde existem dobras, como nas dobras dos braços e atrás dos joelhos (CURI, 2018). 
Além desses locais, existem outros que podem ser acometidos, como mãos, pés, punhos, tornozelos, parte superior do tórax, rosto e couro cabeludo. Mesmo os sintomas variando de indivíduo para indivíduo, alguns sintomas são característicos: surgimento de lesões vermelhas na pele que coçam muito, produzem bolhas de água e descamam. Outro fator que pode ser observado é como a pele fica: ressecada, grossa, escamada, muito sensível e com facilidade de produzir feridas quando o indivíduo se coça (geralmente, a coceira é mais intensa à noite). 
Ainda segundo Curi (2018, s.p.),
Geralmente, trata-se de um quadro inflamatório da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. A coceira intensa, muitas vezes, leva à infecção das lesões, principalmente em crianças. O quadro pode ser dividido em fase infantil (até dois anos de idade), fase pré-puerperal (até 12 anos aproximadamente) e fase adulta.
A dermatite atópica, além desse quadro de descamações, coceiras, ferimentos e incômodos, pode produzir outras complicações, mais graves: asma, febre do feno, coceira crônica, infecções cutâneas, dermatite de contato, problemas de sono.
Embora os fatores genéticos sejam muito importantes para sua caracterização, eles não explicam as diferenças encontradas na ocorrência da dermatite atópica em localidades diferentes, nem o aumento dos casos de ocorrência da doença nos últimos anos. O que pode explicar essa ocorrência bem como o aumento da incidência é a combinação entre os fatores genéticos que predispõe o indivíduo à dermatite atópica e fatores ambientais, como por exemplo, exposições maternas durante a gestação, irritantes de contato com a pele, clima, poluentes, fumaça de tabaco, água dura (concentração elevada de minerais, como cálcio e magnésio), vida urbana e rural e dieta (WEIDINGER e GUPTA, 2016).
Estudos longitudinais têm mostrado que a persistência da dermatite atópica em indivíduos adultos está relacionada a: idade precoce de início dos sintomas, formas graves de apresentação, história familiar de dermatite atópica e sensibilização alérgica precoce (KANTOR et. al., 2017). Além desses, destacam-se: ter sibilos no último ano, ter rinite alérgica, e o menor grau de escolaridade materna como fatores de risco associados à presença de dermatite atópica, sobretudo grave, em nosso meio (WANDALSEN et. al., 2005).
O tratamento da dermatite atópica envolve tanto cuidados com a pele quanto o uso de medicamentos. A pele do indivíduo que possui dermatite atópica é uma pele sensível, com facilidade de ser lesionada, ressecada pela perda de água. Para corrigir todos esses problemas, algumas orientações precisam ser seguidas:
- Tomar banhos rápidos utilizando água morna (os banhos de imersão também são eficazes, porque evitam o estímulo à coceira, que o chuveiro, porventura, possa ocasionar); 
- Usar sempre toalhas macias para enxugar a pele, realizando o esse processo com bastante delicadeza;
- Utilizar sabonetes líquidos infantis (evitar sabonetesglicerinados, que provocam o ressecamento da pele);
- Fazer uso constante de hidratante, muitas vezes ao dia (pelo menos três vezes), e também sempre ao sair do banho;
- Evitar produtos que possam irritar a pele, como amaciantes, detergentes e branqueadores de roupa. Ao lavar as roupas, enxaguar diversas vezes para retirar todo o sabão da peça;
- Evitar vestir roupas feitas com tecidos sintéticos ou de lã. As roupas novas devem ser lavas antes de serem usadas;
- Evitar ter contato com carpetes, cortinas, móveis estofados, brinquedos e enfeites de tecido ou pelúcia (objetos que podem juntar poeira, ácaros ou outros agentes que podem piorar o quadro de dermatite atópica);
- Nunca coçar a pele (VARELLA, 2016).
Dependendo da gravidade do caso, pode ser necessário, inclusive, o uso de medicação para controlar a doença.
Os mais graves podem exigir o uso de derivados da cortisona e outras drogas imunossupressoras administradas com o objetivo de inibir a resposta imunológica responsável pela agressão aos tecidos cutâneos (ciclosporina A, azatriopina, imunoglobulina hiperimune, entre outras).
Os casos iniciais ou de média gravidade devem ser tratados com uma nova classe de medicamentos tópicos desenvolvidos a partir de 1998, os inibidores da calcineurina: pimecrolino e tacrolino.
Quando aplicadas sobre a área afetada, essas drogas bloqueiam a enzima calcineurina, essencial para a estimulação da resposta imunológica patológica responsável pela dermatite, além de bloquear a atividade de outras células envolvidas na reação inflamatória (VARELLA, 2016, s.p.).
Os fatores desencadeantes da doença variam de indivíduo para indivíduo. Cerca de 30% (trinta por cento) dos pacientes com dermatite atópica também podem apresentar alergia alimentar, sendo essa ocorrência mais frequente em crianças com menos de dois anos de idade e nos casos mais graves. A restrição alimentar é indicada como tratamento por alguns médicos, e os principais alimentos envolvidos são os leites de vaca e de cabra, ovos, peixes, crustáceos, milho, trigo e amendoim (LEUNG; EICHENFIELD; BOGUNIEWICZ, 2011).
Como não há cura definitiva da doença os pacientes muitas vezes restringem a ingesta de alguns alimentos sem supervisão médica, desencadeando uma desnutrição patológica. Portanto, uma interpretação errônea pode comprometer a utilização de alimentos essenciais. Se tanto o histórico médico quanto os testes de diagnóstico fornecerem informações sugestivas do envolvimento de determinados alimentos causarem alergia, a intervenção dietética pode ser realizada. Se o histórico médico do paciente é inconclusivo, pode-se implementar uma dieta com alimentos de baixo risco, avaliando a remissão da doença e reintroduzindo outros alimentos gradualmente, assim identificando qual desencadeia o eczema atópico (GUIBAS et al, 2013, s.p.; WORTH e SHEIKH, 2010, s.p.).
Pesquisas recentes dão conta da importância do desenvolvimento da microbiota intestinal desde o início da vida. Essa situação regula sobremaneira o equilíbrio da resposta imunológica a longo prazo. Esse fato ensejou a necessidade de realização de novas pesquisas que proporcionassem conhecer os mecanismos, componentes e nutrientes envolvidos nesse processo. Destaque tem que ser dado para a suplementação com prebióticos e probióticos (LEUNG; EICHENFIELD; BOGUNIEWICZ, 2011; SOUZA et al, 2010). 
Pesquisas recentes também mostram o uso de probióticos na prevenção de diversas alergias. Existem indícios de que a utilização de probióticos em lactentes de risco, com histórico familiar atópico, coíbem o aparecimento da Dermatite Atópica. Estudo realizado com gestantes utilizando suplementação de probióticos nas 04 (quatro) semanas anteriores ao nascimento das crianças, bem como a utilização por crianças até os 06 (seis) meses após o nascimento, mostraram redução de eczema em crianças com risco para atopia. A suplementação com probióticos em mães atópicas pode ser feita mesmo durante a gestação e lactação, como forma de prevenir a sensibilização a antígenos inalatórios e alimentares em seus filhos. Entretanto, foi possível avaliar que, mesmo em indivíduos adultos, os probióticos induzem a algum efeito protetor sobre sintomas de rinite alérgica causados por sensibilização ao pólen (VANDENPLAS et al, 2011; SOUZA et al, 2010).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A dermatite atópica é uma doença crônica, que evolui apresentando fases de ativação e de remissão espontânea. Costuma alcançar crianças por volta de três meses de vida. Em cerca de 60% a 85% dos casos a doença já se instalou no primeiro ano de vida. Quem consegue chegar à adolescência sem ter tido contato com ela, dificilmente corre risco de ser acometido por ela, uma vez que, em menos de 1% dos pacientes, a doença se inicia na vida adulta. A doença costuma entrar em remissão antes do início da adolescência, em cerca de 60% a 80% dos casos (VARELLA, 2016).
O uso de medicamentos via oral pode ajudar a melhorar a coceira que acompanha essa doença. Alguns destes medicamentos podem causar sonolência, mas ao mesmo tempo ajudam o paciente a dormir e a diminuir a coceira durante o sono. A maioria das causas da dermatite atópica é tratada com o uso de medicamentos tópicos, aqueles que são colocados diretamente sobre a pele ou no couro cabeludo do paciente. Normalmente, é utilizado um creme ou pomada de cortisona (ou esteroide). Esse medicamento deve utilizado com bastante responsabilidade, por ser de uso restrito, devido aos efeitos colaterais que pode ocasionar.
A Dermatite atópica representa um desafio clínico que necessita ser melhor estudado, pois a compreensão dos mecanismos etiopatogênicos da doença podem levar a novas propostas de tratamentos mais eficazes. A associação entre manifestação respiratória e cutânea é frequente, e parâmetros laboratoriais como níveis de IgE circulante e contagem sanguínea de eosinófilos podem ser úteis para acompanhar a gravidade e evolução da doença (SIMON, 2015). 
Pode-se observar que a doença é complexa, sua prevalência tem aumentado nos últimos anos e interfere diretamente na vida social e pessoal dos pacientes, o que justifica o aprofundamento das pesquisas a respeito do assunto. Evitar fatores desencadeantes, ter melhores cuidados com a pele, uso de corticosteróides tópicos, e inibidores da calcineurina sã o os principais pilares da terapia para a dermatite atópica. Atualmente, estão sendo testadas inúmeras drogas em pacientes refratários aos tratamentos habituais. Portanto, espera-se resultados promissores para a terapia dessa doença que acomete desde crianças até adultos (SIMON, 2015).
REFERÊNCIAS:
ALVARENGA, Tassiana M. M.; CALDEIRA, Antônio P. Qualidade de vida em pacientes pediátricos com dermatite atópica. Sociedade Brasileira de Pediatria. Porto Alegre: Jornal de Pediatria, vol. 85, núm. 5, septiembre-octubre, 2009.
ANTUNES, Adriana A. et. al. Guia prático de atualização em dermatite atópica. Parte I: etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Posicionamento conjunto da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Vol. 1, n. 2, 2017.
CURI, Tatiane. Dermatite atópica x dermatite seborreica: quais as diferenças entre os dois tipos de problema de pele? 2018. Disponível em: https://www.derma club.com.br/noticia/dermatite-atopica-x-dermatite-seborreica-quais-as-diferencas-entr e-os-dois-tipos-de-problema-de-pele_a6649/1. Acesso em: 20 Abr. 2019.
GUIBAS, G. V. et al. Dermatite atópica, alergia alimentar e intervenções dietéticas: um conto de controvérsia. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 88, n. 5, 2013.
KANTOR, R.; SILVERBERG, J. I. Fatores de risco ambientais e seu papel no manejo da dermatite atópica. Exp. Ver. Clin. Immunol. Vol. 13, n. 1, 2017.
LEUNG, D. Y. M.; EICHENFIELD, L. F.; BOGUNIEWICZ, M. Doenças na pele e membranas mucosas: Dermatite atópica. In: WOLFF, K. et al. Fitzpatrick, Tratado de Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Revinter, v. 1, 2011.
LIPOZENCIC, J.; WOLF, R. Dermatite atópica: atualização e revisão da literatura. DermatolClin. Vol. 25, 2007, p. 605-12.
NOVAK,N.; BIEBER, T.; LEUNG, D. Y. Mecanismos imunológicos que levam à dermatite atópica. J Allergy Clin Immunol. 2003.
SIMÃO, Hélio Miguel Lopes. Dermatite Atópica. Portal da Sociedade Brasileira de Pediatria. 2014. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/ 02/daportalsbp-helio2014.pdf. Acesso em: 19 Mar. 2019.
SIMON, Kellen Ronçani. Novos tratamentos e perspectivas para a dermatite atópica. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Criciúma, 2015.
SOLÉ, Dirceu at. al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Vol. 31, n. 2, 2008.
VANDENPLAS, Y. et al. Probióticos e prebióticos na prevenção e no tratamento de doenças em lactentes e crianças. Jornal de Pediatria, v. 87, n. 4, 2011.
VARELLA, Drauzio. Dermatite Atópica. 2016. Disponível em: https://drauzio varella.uol.com.br/drauzio/dermatite-atopica-2/. Acesso em: 20 Abr. 2019.
WANDALSEN, G. F.; CAMELO-NUNES, I. C. C.; NASPITZ, C. K.; SOLÉ, D. Fatores de risco para eczema atópico em escolares. Revista Inst. Materno Infantil. Pernambuco, 2005.
WEIDINGER, S.; GUPTA, A. K. Dermatite Atópica. Vol. 22, n. 7. Lancet, 2016.
WORTH, A.; SHEIKH, A. Alergia alimentar e eczema atópico. Curr. Opin. Allergy Clin Immunol, v. 10, 2010.

Continue navegando