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CASOS CLÍNICOS HEMATOLOGIA

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CASOS CLÍNICOS HEMATOLOGIA
1) LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA
IDENTIFICAÇÃO: A.B.C, 52 anos, brasileira, parda, moradora da Cidade de Deus, costureira, católica, divorciada, ensino fundamental completo.
	QUEIXA PRINCIPAL: “Estou cheia de mancha escura na perna, meu nariz e boca estão sangrando e to tendo febre”
HDA: A.B.C, 52 anos, moradora da Cidade de Deus, vem a primeira consulta ao ambulatório da Unigranrio, referindo aparecimento de manchas roxas há duas semanas, em membros inferiores, relata não está em uso de nenhuma medicação e nega traumas. Há cerca de 10 dias, relata ter tido algumas hemorragias gengivais e epistaxe espontâneas, cerca de 4 episódios. Alega ter vindo a consulta devido ter iniciado um quadro febril há 3 dias, sem resolução do mesmo, aferiu a temperatura à 38,5 graus, com melhora após uso de dipirona, porém retorna com o passar do efeito da medicação. 
HPP: Nega comorbidades, hemotransfusões, uso de medicação recente e/ou contínua. Relata último parto ter sido cesárea com ligação das trompas sem interferências (3 filhos, 2 partos normais e 1 cesárea). Nega alergias. Não sabe informar sobre vacinação e doenças da infância.
HFis.:Relação sexual ativa com parceiro único (marido), G3P3, alimentação satisfatória, boa ingestão de líquido, intestino em bom funcionamento com fezes moldadas, urina amarelo clara.
HF: Pai falecido por infarto aos 62 anos, mãe hipertensa e diabética. Não sabe informar sobre os avôs e avós. Irmãos e filhos sadios.
HSocial: Nega tabagismo, etilista social. Mora em local com saneamento básico, casa de alvenaria, 4 cômodos, com marido e 1 filho, sem animais de estimação.
Exame físico: Lúcida e orientada em tempo e espaço. 
FR= 25 irpm FC= 85 bpm PA= 130x90 mmHg
Manchas hipercrômicas em MMII
Como conduta da primeira consulta foi solicitado hemograma
Após 2 semanas da primeira consulta a paciente retorna ao ambulatório com os resultados laboratoriais, os achados importantes foram: anemia normocítica e normocrômica, hemoglobina 8,90g/dL, eritrócitos 2,74 milhões/mm3, hematócrito 25,70% e policromatofilia discreta. Total de leucócitos de 11.930/uL (15% de blastos, 3% de promielócito, 6% de mielócito, 6% de metamielócito, 20% de bastonetes, 23,5% de segmentados, 0,1% de eosinófilos, 0,2% de basófilos, 18,3% de monócitos, 7,9% de linfócitos) e número de plaquetas reduzido (100.000). Testes bioquímicos, ureia, creatinina e potássio encontravam-se dentro dos valores de referência.
	Devido a suspeita de leucemia, a paciente foi encaminhada para internação, no dia seguinte a internação verificou o aumento do total de leucócitos para 15.830/uL, foi realizada uma punção de medula óssea com avaliação hematológica e citogenética convencional. Foi encontrado na citopatologia um grande número de blastos com núcleos bilobulados com granulação citoplasmática discreta, indicando uma leucemia promielocítica hipogranular. A citogenética indicou translocação envolvendo os cromossomos 15 e 17. 
	Com o diagnóstico de leucemia promielocítica aguda, foi iniciado o tratamento com esquema combinado de ácido trans-retinóico com antracíclico, com melhora da coagulopatia, essa medicação foi utilizada nas duas primeiras etapas do tratamento (remissão e consolidação). Na etapa de manutenção do tratamento a paciente fez uso de ATRA (ciclos) associado a metotrexato e mercaptopurina em baixas doses. A paciente se encontra estável, e em manutenção do tratamento há 3 anos, sem complicações.
2) LINFOMA DE HODGKINS
Identificação: D.E.F., 23 anos, brasileiro, sexo masculino, caucasiano, morador da Gardênia Azul, católico, solteiro, terceiro grau incompleto, estudante de publicidade.
Queixa principal: “caroço no pescoço”
HDA: Paciente vem ao consultório médico devido a adenomegalia indolor em região cervical, com algesia após ingerir bebida alcoólica, relata aumento gradativo há 3 meses. Alega prurido generalizado, febre vespertina com sudorese noturna, melhora com dipirona e não tem fator de piora; teve perda ponderal de 8 Kg nesse tempo, sem mudanças na dieta, porém parou de fazer exercícios físicos devido a astenia. 
HPP: Nega comorbidades, traumas, hemotransfusões, internações, medicamentos em uso contínuo e alergias. Nega náuseas e vômitos. Relata ter tido somente varicela na infância, vacinação em dia (SIC).
HFis.: Alimentação balanceada, rica em fibras e carboidratos, boa ingestão de líquidos. Intestino com funcionamento regular e fezes moldadas. Urina clara e sem odor forte. Única parceira sexual (namorada).
HFam.: Mãe diabética e hipertensa, pai obeso e diabético, tio materno hipertenso, avó materna hipertensa e diabética, irmãos saudáveis (2).
HS: Etilista social, tabagista desde os 17 anos (carga tabágica de 6 maços x ano). Residência com água encanada, de alvenaria, 8 cômodos, mora com pai, mãe e dois irmãos. Possui um gato e um cachorro.
Exame Físico: Paciente lúcido e orientado em tempo e espaço
PA= 120 x 80 mmHg, FC= 65bpm, FR= 21 irpm, Peso= 65Kg, Altura= 1,83 cm, IMC= 19,4
Ectoscopia: Estado geral regular, emagrecido, hipocorado, anictérico, acianótico, eupneico.
Cabeça e pescoço: presença de linfonodos da cadeia cervical anterior direita e esquerda papáveis, indolores e móveis, medindo cerca de 1 polpa digital. 
Demais sistemas: sem alterações.
Conduta: 
1. Exame de sangue
2. TC de tórax com contraste
3. TC de pescoço com contraste e biópsia 
4. Retorno com os exames
Hipóteses Diagnósticas: mononucleose, citomegalovírus, toxoplasmose, linfoma de Hodgkin, linfoma de não Hodgkin e leucemia
Após 2 semanas o paciente retorna ao ambulatório com exames pedidos. 
Os exames laboratoriais, Hemograma completo, Bilirrubina Total e Frações, Creatinina, Desidrogenase Láctica (DHL), Fosfatase Alcalina, Transaminase Oxalacética (TGO), Transaminase Pirúvica (TGP), Uréia e Urina Tipo I, não demonstraram nenhuma anormalidade.
A Tomografia Computadorizada (TC) do tórax não evidenciou linfonodomegalia, já a TC do pescoço, mostrou imagens nodulares hipodensas, com densidade semelhante a tecidos, de contornos nítidos, algumas confluentes, ocupando a região cervical bilateral, acentuadamente à direita, bem como na região supra-clavicular desse lado, todos menores que 1,5 cm, concluindo Linfonodomegalia cervical. 
A biópsia mostrou macroscopicamente um fragmento irregular de tecido de coloração acastanhada, consistência firme e elástica, medindo 2,0 x 1,5 x 0,5 cm, e microscopicamente um linfonodo com áreas de fibrose e população linfóide anisomórfica, algumas com morfologia de células de ReedSternberg, oncluindo que esse quadro morfológico era compatível com Linfoma de Hodgkin.
Após o diagnóstico e o estadiamento do tumor, se iniciou o tratamento .....

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