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1 HEMATOLIGIA CLÍNICA 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5 O SANGUE: Considerações Gerais ........................................................ 6 Os componentes do Sangue ................................................................ 7 Formação do sangue ........................................................................... 7 Coleta de sangue ................................................................................. 8 GLÓBULOS BRANCOS .......................................................................... 8 GLÓBULOS VERMELHOS ..................................................................... 9 PLAQUETAS ........................................................................................... 9 AS DOENÇAS DO SANGUE ................................................................. 10 ANEMIA ............................................................................................. 11 Diagnóstico ........................................................................................ 12 Classificação da anemia .................................................................... 13 Tratamento de Anemia ....................................................................... 15 Anemia ferropriva ............................................................................... 15 Anemias por deficiência de vitamina B12 .......................................... 15 Anemia aplástica ................................................................................ 16 Anemias hemolíticas .......................................................................... 16 Anemia falciforme .............................................................................. 16 Prevenção .......................................................................................... 17 Formação de Coágulos ...................................................................... 17 TROMBOSE .......................................................................................... 18 HEMOFILIA ........................................................................................... 20 LEUCEMIA ............................................................................................ 21 O HEMOGRAMA ................................................................................... 24 O PROCEDIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DO HEMOGRAMA É O SEGUINTE: ...................................................................................................... 25 4 Os Resultados do Hemograma .......................................................... 26 O HEMATOLOGISTA ............................................................................ 26 Quando se consultar com um hematologista? ................................... 28 Quais exames podem ser pedidos pelo hematologista? .................... 28 Quais doenças são tratadas pelo hematologista? ............................. 29 AVANÇOS DURANTE OS ANOS.......................................................... 29 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 30 5 INTRODUÇÃO Presente em todo o corpo, poucos sabem que a medicina tem uma área dedicada apenas a ele. O sangue, assim como tudo que desempenha funções no organismo, também pode ser atingido por doenças, e o especialista que cuida desses problemas é o hematologista. A hematologia é a área da medicina que estuda todos os componentes relacionados ao sangue: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Além disso, esse especialista também investiga os órgãos onde ele é produzido, como a medula óssea, gânglios linfáticos e o baço. As células do sangue possuem funções diferentes. Os glóbulos brancos ou leucócitos realizam a defesa do organismo, as plaquetas são responsáveis pela coagulação e os glóbulos vermelhos ou hemácias carregam proteínas para nutrir o corpo. Cada um deles possui uma quantidade considerada saudável no organismo, a falta ou excesso dessas células indicam que algo está errado. O hemograma é o exame que dá essas informações e, junto à avaliação clínica, é a principal ferramenta do hematologista. Entre as doenças tratadas por este profissional, estão anemias, trombose, hemofilia, doença falciforme, entre outras. Porém esta especialidade está intimamente ligada à oncologia, pois é ela que faz o diagnóstico e trata os cânceres linfoma, leucemia e mieloma. O plano de tratamento para os casos malignos pode envolver quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea. Como problemas benignos desta área também podem surgir em pacientes com câncer, esse profissional dá suporte ao oncologista, garantindo maior segurança na prescrição dos medicamentos. “Para realizar os ciclos de quimioterapia, o oncologista precisa que hemograma esteja bom, então nós ajudamos nesse quesito. As duas especialidades também atuam juntas se o paciente com câncer tem uma queixa de anemia, por exemplo, e não pode ser suplementado com ferro. Ou nos casos de trombose, onde é necessário um medicamento para evitar a coagulação 6 durante o tratamento, então avaliamos se mantém após a remissão ou não”, completa a médica da Oncotek. Por não serem observadas causas para as doenças hematológicas, não existe passos para a prevenção. “A genética e a hematologia andam juntas. Todas as doenças oncológicas são alterações genéticas. Já as benignas, mesmo que tenham algum motivo aparente, ainda sim são determinadas pela genética.” O SANGUE: Considerações Gerais O sangue é a porção líquida do meio interno que circula rapidamente dentro de um sistema fechado de vasos denominado sistema circulatório. É constituído por um fluido no qual existem células em suspensão, moléculas e íons dissolvidos em água, apresentando propriedades das soluções coloidais. Uma característica importante do sangue é a constância da sua composição química e propriedades físicas, assegurando condições físicas para o funcionamento das células.Ele é constantemente renovado pela entrada e saída de substâncias que modificam discretamente sua composição. A constância da composição do sangue, com estreita faixa de variação, é o resultado mantido pela rapidez pela qual as substâncias deixam e entram no sangue quando estão em excesso ou em concentrações abaixo do normal respectivamente.. 7 Os componentes do Sangue O sangue é constituído de duas frações combinadas,sendo 55% para o plasma e 45% para as células. A porção acelular ou plasma é constituído de 91,5% de água que serve de solvente das substâncias orgânicas e minerais e ainda de veículo para as células, moléculas e íons.Os restantes 8% são formados por proteínas, sais e outros constituintes orgânicos em dissolução. A porção celular apresenta três tipos de células em suspensão no plasma: • Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos. • Glóbulos brancos ou leucócitos. • Plaquetas ou trombócitos Os componentes do sangue estudados na hematologia são os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Embora as hemácias sejam células anucleadas, constituídas apenas por membrana plasmática e citoplasma, são bastante complexas. Origina-se na medula óssea pela proliferação e maturação dos eritoblastos, fenômeno chamado de eritropoese. A eritropoese leva à produção de hemácias de modo a manter constante a massa eritrocitária do organismo, sugerindo que o processo é finalmente regulado, sendo a eritropoetina o principal e mais bem conhecido fator de crescimento envolvido. O processo de maturação eritroide envolve uma grande variedade de células em diferentes estágios de maturação, sendo o conjunto total de células eritroides chamado de éritron, termo que enfatiza a unidade funcional das células envolvidas na eritropoese. Formação do sangue • Plasma: è a porção fluida do sangue não coagulado; contém os fatores da coagulação, exceto aquele removido pelo anticoagulante; é formado às custas da ingestão de água, de alimentos, da difusão e trocas líquidas entre os vários compartimentos do organismo. 8 • Soro: é a porção líquida amarelada do sangue que resta após a coagulação e remoção do coágulo. Não contém elementos celulares nem a maioria dos fatores da coagulação. Apresenta em solução sais minerais, vitamina, glúcides, prótides, lípides, enzimas, hormônios, produtos anabólicos e catabólicos, substâncias também encontradas no plasma. A porção do sangue que não é o plasma ou seja , a parte celular, consiste de elementos figurados. Os elementos figurados incluem os eritrócitos (células vermelhas), vários tipos de leucócitos (células brancas) e plaquetas (trombócito). Coleta de sangue A coleta de sangue usual é obtida do sangue venoso, extraído notadamente de uma veia da fossa antecubital. Na região antecubital a veia preferida é a cubital mediana, uma vez que é habitualmente grande e bem fixada nos tecidos, mas as veias cefálicas e basílicas também costumam ser satisfatórias. Podem ser usadas outras veias do antebraço, mas essas são mais móveis e difíceis de serem penetradas. As veias do dorso do punho e da mão têm um fluxo menor e a punção venosa nessas regiões tem maior probabilidade de causar hematomas. A coleta pode ser efetuada com agulhas de calibre 0,8 ou 0,9mm para adultos e 0,7 ou 0,8mm para crianças ou adultos com veias finas. A coleta em tubo a vácuo são mais convenientes para múltiplasamostras com diferentes anticoagulantes, assim vários tubos a vácuo podem ser aplicados sucessivamente. É desnecessário enfatizar que seringas e agulhas devem ser descartáveis e os tubos esterilizados. GLÓBULOS BRANCOS Os glóbulos brancos formam o grupo mais heterogêneo de células do sangue, tanto do ponto de vista morfológico quanto fisiológico. Embora os leucócitos desempenhem papel de defesa do organismo, cada subtipo leucocitário detém funções bastante específicas e distintas entre si, que, em 9 conjunto, estruturam o sistema imunológico. Os leucócitos são agrupados em duas categorias diferentes: os leucócitos mononucleares e os polimorfonucleares. Os primeiros incluem os linfócitos, plasmócitos e os monócitos, cuja característica peculiar é a de possuir um núcleo único e uniforme. Os últimos, também chamados de granulócitos pela presença de granulação citoplasmática, incluem os neutrófilos, eosinófilos e basófilos e possuem um núcleo multiforme e segmentado. Apesar de todos os leucócitos originarem-se de um precursor hematopoético comum na medula óssea, os precursores intermediários são distintos e influenciados por diferentes fatores de crescimento. No caso dos linfócitos T, por exemplo, eles têm a peculiaridade de completar o seu processo de maturação no timo. É importante observar que, em recém-nascidos e crianças, existe entre leucócitos um predomínio de células mononucleares, principalmente de linfócitos em relação aos granulócitos; com o tempo essa relação se inverte, e em adultos existe predomínio de polimorfonucleares, principalmente de neutrófilos. GLÓBULOS VERMELHOS As funções primordiais dos glóbulos vermelhos são: a de transportar oxigênio dos pulmões aos tecidos, mantendo a perfusão tissular adequada, e transportando CO2 dos tecidos aos pulmões. Sua estrutura é rica em hemoglobina, que acaba deixando essas células vermelhas bem como o sangue que é composto principalmente de hemácias. A diminuição da capacidade de transporte de oxigênio dos glóbulos vermelhos pode originar uma série de anemias. A hemoglobina, que constitui 95% das proteínas das hemácias é a responsável por essas funções. PLAQUETAS Embora pequenas, as plaquetas são as células do sangue responsáveis por elaborados processos bioquímicos envolvidos na hemostasia, trombose e coagulação. São formadas na medula óssea a partir da fragmentação do 10 citoplasma do seu precursor, o megacariócito – uma célula gigante e multilobada presente na medula. Do ponto de vista morfológico, as plaquetas são fragmentos citoplasmáticos anucleados de tamanho variado, de 2,9 a 4,3 µm e espessura entre 0,6 a 1,2 µm. É importante salientar que o tamanho das plaquetas varia de um indivíduo para outro. Há quatro tipos distintos de grânulos nas plaquetas: os α-grânulos, os corpos densos, os lisossomos e os microperoxissomos. AS DOENÇAS DO SANGUE As principais doenças relacionadas ao sangue são a anemia, a formação de coágulos, a hemofilia e a leucemia, que é o câncer de sangue. No Brasil, a anemia ocorre em 30% da parcela feminina da população adulta e mais de 20% das crianças abaixo de 5 anos (segundo dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, PNDS). O sangue corre por nossos vasos sanguíneos e circula por todo o nosso corpo, na missão de levar oxigênio e nutrientes para cada um dos tecidos que compõem o organismo. Também transporta hormônios e células de defesa, para assegurar que as funções corporais serão desempenhadas normalmente. Sua composição conta com três agentes principais: as hemácias, também conhecidas como glóbulos vermelhos, encarregadas de levar o oxigênio dos pulmões para os tecidos/o gás carbônico dos tecidos para os pulmões; os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são as células de defesa que compõem o sistema imunológico; e, por fim, as plaquetas, responsáveis pelos processos de coagulação sanguínea. Sejam hereditárias ou adquiridas, as doenças que acometem o sangue podem estar relacionadas com qualquer um destes três componentes sanguíneos – em todos os casos, são capazes de oferecer grande risco ao paciente, pois cada tipo de célula sanguínea desempenha uma função de extrema importância para a saúde do organismo. Se há algo de errado com o seu sangue, é preciso descobrir e tratar a patologia o mais rápido possível, para fugir das complicações severas. 11 ANEMIA A anemia relacionada a deficiência de ferro tem grande relação com as condições nutricionais da população e por isso é mais predominante em regiões pobres do mundo. No entanto, a anemia também pode ser causada por disfunções na produção de hemácias e hemoglobina, o que reduz a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue causando grande parte dos sintomas característicos de um quadro anêmico: fraqueza, falta de ar e desmaios. Seus tratamentosprincipais envolvem o controle do nível de ferro no sangue (para a anemia nutricional), o uso de transfusões de sangue e a administração de agentes estimuladores de eritropoese, que leva a produção de mais hemácias (para casos de anemia severa). As causas de anemias se encontram divididas entre três categorias fisiológicas principais: produção de eritrócitos deficientes, perda sanguínea ou destruição acelerada dos eritrócitos (hemólise) além da capacidade da medula de compensar estas perdas. Há várias causas para o problema, porém, a anemia causada por deficiência de ferro, denominada Anemia Ferropriva, é muito mais comum que 12 as demais (estima-se que mais de 90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo. Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela anemia. Contudo, os homens, especialmente os idosos, também podem ser afetados pelo quadro de hemoglobina baixa. Diagnóstico A avaliação inicial do paciente com anemia inclui anamnese e exame físico minuciosos, além de exames laboratoriais. Os sintomas relacionados à anemia dependem da idade, da capacidade física, do grau de anemia e do tempo de evolução. Pacientes com evolução aguda apresentam sintomas com valores mais altos de hemoglobina, enquanto que os de evolução crônica exibem valores mais baixos. Os sintomas usuais incluem astenia, cansaço, fraqueza, falta de ar e palpitações. No exame físico o achado mais característico é a palidez mucocutânea. A investigação laboratorial inicial consiste na realização dos seguintes exames: • Hematócrito, hemoglobina e contagem de eritrócitos para avaliar o grau de anemia. • Índices hematimétricos (VCM, HCM e CHCM) para determinar se os eritrócitos são, em média, normocíticos, macrocíticos (VCM > 100) ou microcíticos (VCM < 80) e se são hipocrômicos. O aumento da amplitude de distribuição do volume dos eritrócitos (RDW) é uma medida de anisocitose. • Contagem de reticulócitos para estimar se aresposta medular sugere incapacidade da produção- ou hemólise-ou perda sanguínea recente. 13 • Exame microscópico da distensão sanguínea (lâmina de sangue periférico) para avaliar o aspecto dos eritrócitos e as alterações concomitantes dos leucócitos e das plaquetas. Classificação da anemia Há várias formas de se classificar as anemias. Elas podem ser divididas pelas suas causas, pelas alterações que elas causam nos exames de sangue ou pela gravidade. Mais comumente, explicamos que a anemia pode nascer com o indivíduo (neste caso, temos uma anemia hereditária) ou pode acometer a pessoa por algo que lhe acontece durante a vida (neste caso, são as anemias adquiridas). ➢ Anemias hereditárias: As anemias hereditárias geralmente se relacionam a alterações genéticas na fabricação do glóbulo vermelho – seja da membrana que dá forma ao glóbulo vermelho, seja das substâncias que estão em seu interior – hemoglobina e proteínas (enzimas). Neste grupo, temos algumas causas comuns em nossa população, como as talassemias (ou anemias do Mediterrâneo), comuns em indivíduos com ascendência italiana, portuguesa e libanesa; ou ainda a anemia falciforme, mais comum, no Brasil, em indivíduos com ascendência africana. ➢ Anemias adquiridas: As anemias adquiridas podem acontecer por carência de nutrientes, por alterações na medula óssea ou ainda por outra doença que causa anemia por outros mecanismos. Assim, nos quadros de carência de vitaminas, podemos citar a falta de ferro ou de vitamina B12. Outra forma de classificar a anemia é pelas causas. Nosso sangue é fabricado diariamente em nossa medula óssea. A cada segundo, são produzidos e destruídos quase 2,5 milhões de glóbulos vermelhos. Para fabricar cada hemácia, é necessária a integridade da medula óssea e nutrientes adequados. Boa parte desses nutrientes vêm dos glóbulos 14 vermelhos diariamente destruídos, depois de circularem por 4 meses no organismo, com seus componentes quase que integralmente reciclados. Além da medula óssea e dos nutrientes, é necessária uma estimulação adequada da medula por substâncias que informam as necessidades de oxigênio do nosso corpo. A mais importante é a eritropoietina, produzida em nossos rins. A integridade de nossa circulação também é fundamental. Ou seja, se os glóbulos vermelhos são perdidos por sangramento, por exemplo, também podemos ter uma baixa na hemoglobina. As causas da anemia podem ser divididas em: ➢ Não produção de células sanguíneas vermelhas suficientes pelo corpo ➢ Sangramentos, que fazem com que você perca glóbulos vermelhos mais rapidamente do que eles podem ser substituídos ➢ Destruição dos glóbulos vermelhos (anemias hemolíticas). Os sintomas de anemia são inespecíficos, necessitando-se de exames laboratoriais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico. Entretanto, os principais sinais físicos da anemia são: • Fadiga generalizada • Anorexia (falta de apetite) • Palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas) • Olhos amarelados (nas anemias hemolíticas) • Menor disposição para o trabalho • Dificuldade de aprendizagem nas crianças • Falta de ar • Tontura • Dor no peito • Mãos e pés frios • Dor de cabeça • Apatia (crianças muito "paradas") 15 • Vontade de comer substâncias não alimentares, como gelo ou arroz cru • Formigamento nas mãos e pés. Tratamento de Anemia O tratamento da anemia depende da causa e do tipo Anemia ferropriva O tratamento para esta forma de anemia geralmente envolve tomar suplementos de ferro e fazer mudanças na dieta. Apesar da dieta em si poder ser uma causa, a deficiência de ferro é mais frequentemente causada por menstruações excessivas e sangramentos intestinais, sendo uma pista para condições que podem ser tratadas mais cedo, como cânceres intestinais. Se a causa subjacente da deficiência de ferro é perda de sangue - além da menstruação - a fonte do sangramento deve ser localizada e interrompida. Isso pode envolver uma cirurgia. Diagnóstico: • Hemograma com anemia microcítica e hipocrômica. • Ferritina < 10 ng%. • Ferro sérico < 30mcg% , o que denota baixo estoque. • Capacidade de ligação ao ferro (TBIC) alta. Anemias por deficiência de vitamina B12 O tratamento de ácido fólico e deficiência de B12 envolve suplementos dietéticos e aumenta esses nutrientes em sua dieta. Se o seu sistema digestivo tiver problemas para absorver a vitamina B12 dos alimentos que você come, você pode precisar de injeções de vitamina B12. No início, você pode receber as injeções todos os dias. Eventualmente, você precisará tomar apenas uma vez por mês, o que pode continuar para a vida, dependendo da sua situação. 16 Anemia aplástica O tratamento para esta anemia pode incluir transfusões de sangue para aumentar os níveis de glóbulos vermelhos. Você pode precisar de um transplante de medula óssea, caso ela esteja doente e não consiga produzir células sanguíneas saud áveis. Anemias hemolíticas O tratamento de anemias hemolíticas inclui tratar infecções relacionadas e tomar medicamentos que suprimem seu sistema imunológico, o que pode estar atacando seus glóbulos vermelhos. Dependendo da gravidade da sua anemia, pode ser necessária uma transfusão de sangue ou plasmaferese. A plasmaferese é um tipo de procedimento de filtragem de sangue. Em certos casos, a remoção do baço pode ser útil. O diagnóstico correto é essencial para o melhor tratamento. Anemia falciforme O tratamento para esta anemia pode incluir a administração de oxigênio,medicamentos para aliviar a dor e fluídos orais e intravenosos para reduzir a dor e prevenir complicações. Os médicos também podem recomendar transfusões de sangue, suplementos de ácido fólico e antibióticos. Um medicamento chamado hidroxiureia (Droxia, Hydrea), originalmente usado contra alguns tipos de câncer, é usado para tratar a maior parte dos pacientes com anemia falciforme. Recentemente, a reposição de glutamina também foi aprovada para o tratamento desta doença. O transplante de medula óssea também pode ser um tratamento eficaz em algumas circunstâncias, especialmente na infância ou adolescência. 17 Prevenção As causas mais comuns de anemia podem ser prevenidas com dieta balanceada e equilibrada e com acompanhamento médico regular. Formação de Coágulos Os coágulos sanguíneos, formados por aglomerados de plaquetas e fatores de coagulação, ocorrem naturalmente para estancar sangramentos. Contudo, em certos casos, eles podem se formar no interior de vasos não danificados, obstruindo a passagem de sangue. Caso estes se formem em órgãos vitais, como pulmão e cérebro, as consequências podem ser gravíssimas. O tabagismo, obesidade e o uso prolongado de contraceptivos estão relacionados com a formação de coágulos. Eles se formam com o endurecimento do sangue e são parte essencial da hemostasia (o cessamento da perda de sangue de um vaso danificado). Durante o processo, chamado de coagulação, a parede do vaso sanguíneo que foi rompido é coberta por um coágulo de fibrina para parar o sangramento e ajudar a reparar o tecido danificado. A coagulação pode ocorrer em muitas circunstâncias diferentes e as causas costumam variar. Qualquer vaso sanguíneo do corpo que tiver sido rompido ou lesionado leva à formação dos coágulos. Este processo é natural do nosso organismo, de modo que a coagulação ajuda a evitar a perda de sangue. Só que a coagulação também pode desempenhar o papel de vilã. Às vezes, os coágulos não se formam na parede do vaso danificado, mas sim no interior do vaso, podendo causar a obstrução das artérias. Além disso, uma série de condições pode levar ao desenvolvimento de coágulos sanguíneos dentro de vasos sanguíneos de locais críticos, como nos pulmões e no cérebro, por exemplo. Desordens no processo de coagulação também pode levar a sérios problemas de saúde, como trombose, hemorragias e embolia. 18 TROMBOSE A trombose é decorrente da formação de coágulos em lugares em que não houve sangramento. Quando sofremos um corte, o sangue escorre um pouco e para, porque o corpo humano é dotado de um sistema de coagulação altamente eficaz. As plaquetas, por exemplo, convergem para o local do ferimento e formam um trombo para bloquear o sangramento. Decorrido algum tempo, esse trombo se dissolve, o vaso é recanalizado e a circulação volta ao normal. Há pessoas que apresentam distúrbios e formam trombos (coágulos) num lugar onde não houve sangramento. Em geral, eles se formam nos membros inferiores. Como sua estrutura é sólida e amolecida, um fragmento pode desprender-se e seguir o trajeto da circulação venosa que retorna aos pulmões para o sangue ser oxigenado. Nos pulmões, conforme o tamanho do trombo, pode ocorrer um entupimento – a embolia pulmonar – uma complicação grave que pode causar morte súbita. A trombose pode ser completamente assintomática ou apresentar sintomas como: • Dor; • Inchaço; • Aumento da temperatura nas pernas; • Coloração vermelho-escura ou arroxeada; • Endurecimento da pele. Possíveis Causas da Trombose: • Imobilidade provocada por prolongadas internações hospitalares; • Síndrome da classe econômica: dificuldade de movimentação durante viagens longas em aviões e ônibus; • Terapia de reposição hormonal; • Uso de anticoncepcionais; • Varizes; • Cirurgias; 19 • Cigarro; Alguns fatores como predisposição genética, idade mais avançada, colesterol elevado, cirurgias e hospitalizações prolongadas, obesidade, uso de anticoncepcionais, consumo de álcool, fumo, falta de movimentação, aumentam o risco de desenvolver trombose. Existem medicamentos para reduzir a viscosidade do sangue e dissolver o coágulo (anticoagulantes) que ajudam a diminuir o risco, a evitar a ocorrência de novos episódios e o aparecimento de sequelas, mas que só devem ser usados mediante prescrição médica depois de criteriosa avaliação. Massageadores pneumáticos intermitentes também podem ser usados nesses casos. Esses aparelhos consistem em botas acolchoadas conectadas a uma bomba que faz elas inflarem e desinflarem automaticamente para estimular a circulação nas pernas. Para se prevenir da Trombose deve-se: • Procurar um médico para saber se você pertence ao grupo de risco, porque existem medidas preventivas que podem e devem ser adotadas; • Parar de fumar. Os componentes do cigarro lesam veias e artérias; • Beber álcool com parcimônia e moderação; • Movimentar-se. As consequências da síndrome da classe econômica podem ser atenuadas se você ficar em pé ou der pequenas caminhadas. Vestir meias elásticas ou massagear a panturrilha pressionando-a de baixo para cima ajuda muito; • Andar sempre que possível, se você é obrigado a trabalhar muitas horas sentado. Levantar-se para tomar água ou café, olhar a rua, ir ao banheiro; • Usar meias elásticas especialmente se você tem varizes; • Não se automedicar. Procure assistência médica imediatamente se apresentar algum sintoma que possa sugerir a formação de um trombo. • 20 HEMOFILIA A Hemofilia é um distúrbio na coagulação do sangue. Por exemplo: Quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as proteínas (elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo) entram em ação para estancar o sangramento. Esse processo é chamado de coagulação. As pessoas portadoras de hemofilia, não possuem essas proteínas e por isso sangram mais do que o normal. Existem vários fatores de coagulação no sangue, que agem em uma sequência determinada. No final dessa sequência é formado o coágulo e o sangramento é interrompido. Em uma pessoa com hemofilia, um desses fatores não funciona. Sendo assim, o coagulo não se forma e o sangramento continua. A hemofilia é classificada nos tipos A e B. Pessoas com Hemofilia tipo A são deficientes de fator VIII (oito). Já as pessoas com hemofilia do tipo B são deficientes de fator IX. Os sangramentos são iguais nos dois tipos, porém a gravidade dos sangramentos depende da quantidade de fator presente no plasma (líquido que representa 55% do volume total do sangue). A hemofilia é uma doença genética, ou seja, é transmitida dos pais para os filhos no momento em que a criança é gerada. O corpo humano se desenvolve a partir de uma única célula. Esta célula é formada pela união do espermatozoide do pai com o óvulo da mãe. Cada um destes possui um núcleo com 23 pares de cromossomos, que se juntam e dão origem aos 23 pares de cromossomos que contém todas as informações necessárias para a formação de uma pessoa, como tipo de cabelo, cor dos olhos, etc. Cada cromossomo é formado por um conjunto de genes. Se apenas um desses genes apresentar alguma alteração, também representará uma alteração na criança que está sendo gerada. A quantidade de fator VIII (oito) ou fato IX (nove) no sangue, geralmente se mantém a mesma durante toda a vida. Na fase adulta as hemorragias são menos frequentes, já que as atividades físicas tendem a diminuir de acordo com a idade e, portanto os pequenos traumas (pancadas) cotidianos, também diminuem. 21 Geralmente, os sangramentos são internos, ou seja, dentro do seu corpo, em locais que você não pode ver, como nos músculos. Podem também ser externo, na pele provocado por algum machucado aparecendo manchas roxas ou sangramento. As mucosas(como nariz, gengiva, etc.) também podem sangrar. Os sangramentos podem tanto surgir após um trauma ou sem nenhuma razão aparente. Os cortes na pele levam um tempo maior para que o sangramento pare. O tratamento é feito com a reposição intra venal (pela veia) do fator deficiente. Mas para que o tratamento seja completo, o paciente deve fazer exames regularmente e jamais utilizar medicamentos que não sejam recomendados pelos médicos. LEUCEMIA A leucemia é o câncer do sangue, que se origina na medula óssea e causa a produção de células sanguíneas anormais e não-funcionais. Esta forma de câncer pode ser genética ou adquirida ao longo da vida, sendo o tabagismo e a exposição à radiação fatores de risco que podem aumentar as chances de ocorrência. Os principais sintomas são sangramentos sem motivo aparente, cansaço constante, febre e contusões frequentes. Seu diagnóstico é feito através de exames de sangue e biopsia da medula óssea por times multidisciplinares de hematologistas e oncologistas. O tratamento comum envolve o uso de radioterapia e/ou quimioterapia. Mais recentemente, transplantes de medula óssea têm alcançado resultados promissores. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que, em 2018, mais de dez mil novos casos de leucemia surgirão, sendo 5.940 em homens e 4.860 em mulheres. Os sintomas da doença podem variar, de acordo com o tipo de leucemia, mas existem alguns sinais comuns que os pacientes apresentam. São eles: • Febre ou calafrios; • Fadiga e fraqueza persistentes; 22 • Infecções frequentes ou graves; • Perda de peso sem motivo aparente; • Nódulos linfáticos inchados; • Desconforto abdominal, provocado pelo inchaço do fígado ou do baço; • Hemorragias ou hematomas recorrentes; • Pequenas manchas vermelhas na pele; • Suor excessivo, principalmente à noite; • Dores nos ossos e nas articulações. A leucemia é classificada de acordo com a velocidade de progressão da doença e o tipo de células envolvidas. Na leucemia aguda, as células sanguíneas alteradas não conseguem realizar suas funções, multiplicando-se rapidamente. Então, a doença pode piorar depressa e, por esse motivo, a leucemia aguda requer tratamento rápido e agressivo. Já a leucemia crônica é dividida em muitos tipos. Alguns produzem muitas células e outros produzem poucas células. A leucemia crônica envolve células sanguíneas mais maduras, que se replicam ou acumulam-se de maneira mais lenta, podendo funcionar normalmente por certo período. É comum que alguns tipos de leucemias crônicas não apresentem sintomas iniciais e, por isso, podem passar despercebidas, ou não diagnosticados, por anos. Os tipos de leucemia também podem ser agrupados com base nos tipos de glóbulos brancos que afetam, podendo ser linfoides ou mieloides. Combinados, esses dois tipos de classificação geram quatro tipos mais comuns de leucemia: ➢ Leucemia linfoide crônica: afeta células linfoides e se desenvolve vagarosamente. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças. ➢ Leucemia mieloide crônica: afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. A idade média dos pacientes diagnosticados é de aproximadamente 60 anos. 23 ➢ Leucemia linfoide aguda: afeta células linfoides e agrava-se rapidamente. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos. ➢ Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças, sendo mais comum em pacientes idosos. Os sintomas da leucemia costumam ser vagos e não específicos, podendo, muitas vezes, ser confundidos com os da gripe ou de outras doenças comuns. Por isso, se você apresenta algum sinal suspeito, o ideal é procurar o seu médico. A leucemia crônica pode ser identificada em um exame de sangue de rotina, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Caso haja alguma suspeita, relacionada ou não a sintomas, você pode ser submetido aos seguintes exames de diagnóstico: ➢ Exame físico: sinais físicos que indiquem leucemia serão procurados por seu médico, como pele pálida devido à anemia, inchaço dos linfonodos e aumento do fígado e do baço; ➢ Exames de sangue: por meio de uma amostra de sangue, o médico pode determinar se você possui níveis anormais de células vermelhas e brancas ou plaquetas; ➢ Teste de medula óssea: uma amostra de sua medula óssea é enviada para um laboratório, com o objetivo de procurar células alteradas. O tratamento da leucemia tem como foco a destruição das células comprometidas, para que a medula óssea possa produzir células normais novamente. Parte do planejamento de tratamento envolve decidir quando o processo terá início. No caso da leucemia linfoide crônica, por exemplo, nem todos os pacientes precisam iniciar o tratamento imediatamente, pois este tem base nos sintomas da doença, nos resultados dos testes e na fase do câncer em que o paciente se encontra. Sendo assim, o tratamento da leucemia é um processo que depende de vários fatores. Seu médico irá determinar as melhores opções de tratamento com 24 base em sua idade e saúde geral, do tipo de leucemia que você possui e se a doença está em outras partes do corpo. Os métodos mais comuns utilizados são: ➢ Quimioterapia: principal forma de tratamento da doença, utiliza substâncias químicas que perturbam o ciclo de vida das células cancerígenas. Alguns tipos de quimioterapia matam as células cancerígenas, danificando seu DNA ou interrompendo a produção de DNA. Já outros tipos agem interferindo nas partes celulares que são necessárias para criar células. ➢ Terapia biológica: utiliza tratamentos que ajudam o sistema imunológico a reconhecer e a atacar as células comprometidas; ➢ Terapia direcionada: neste caso, drogas atacam vulnerabilidades específicas dentro das células cancerígenas; ➢ Terapia de radiação: raios-X ou outros feixes de alta energia são utilizados para danificar as células cancerígenas e impedir seu crescimento; ➢ Transplante de células-tronco: é utilizado para substituir a medula óssea doente por uma medula óssea saudável. O HEMOGRAMA Em resumo, o famosíssimo exame de sangue avalia a quantidade e as qualidades dos três principais grupos de células do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos, que transportam oxigênio e nutrientes para o corpo), os leucócitos (glóbulos brancos, que atuam no sistema imune) e as plaquetas (que modulam a coagulação). Esse exame serve Para avaliar a saúde de maneira geral e quando há sintomas como febre, fadiga e fraqueza, entre outros. De maneira geral, identifica doenças que bagunçam a composição do sangue, como 25 leucemia, anemia e infecções bacterianas ou virais. Alergias e hemorragias também podem ser detectadas com ele. O hemograma é utilizado ainda para assegurar que a pessoa esteja apta a passar por uma cirurgia. E mesmo para como checar a reação do corpo a determinados tratamentos. São mil e uma utilidades. É comumente solicitado todo ano para adultos e crianças. Mas a frequência deve ser definida em conjunto com o profissional de saúde. Também é muito utilizado em serviços de emergência. É desejável que haja um jejum de quatro horas antes da realização do exame. Se for impossível, não há grandes impactos nos resultados, mas os parâmetros precisam ser ajustados. O uso de medicamentos, triglicérides elevadas ou alterações no baço podem interferir nos resultados, assim como a gravidez, o consumo de bebidas alcoólicas 48 horas antes e a prática de atividades físicas até um dia antes da coleta da amostra. O PROCEDIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DO HEMOGRAMA É O SEGUINTE: Um elástico chamado garrote é preso em volta do braço do paciente para facilitar a visualizaçãoda veia. Depois que a pele é esterilizada com álcool, o sangue é colhido com uma agulha. O material, então, passa por uma avaliação criteriosa da quantidade, tamanho e formato das células do sangue. A imagem abaixo mostra como é feito o procedimento do exame: 26 (Fonte:http://www.cortesvillela.com.br/noticias/hematologia/hemograma-completo-para-que- serve-e-qual-importancia-dos-seus-resultados-para-saude.html) Os Resultados do Hemograma Os dados são interpretados de acordo com valores-padrão de referência, que variam de acordo com a idade do paciente. • Alterações nas hemácias indicam viscosidade excessiva do sangue, se elas estiverem presentes em grande quantidade, ou anemias, se o número de glóbulos vermelhos for baixo. • Já a presença exagerada de leucócitos confirma infecções bacterianas. A alta concentração de outras células de defesa, como os eosinófilos, sugere alergias ou presença de parasitas no intestino. Os bastonetes, por sua vez, aumentam quando o corpo não está dando conta de combater a infecção, o que pode significar uma maior severidade do quadro. • As plaquetas são importantes para avaliar a capacidade de coagulação do sangue. Às vezes, indica um risco de trombose e entupimentos nos vasos sanguíneos ou, por outro lado, a presença de hemorragias. O HEMATOLOGISTA Um hematologista, médico especializado nesta área, está envolvido em todas as atividades relacionadas ao sangue. Eles atuam em hemocentros (banco de sangue), na coleta de doações sanguíneas; em hospitais, dando suporte para equipes médicas que tratem de pacientes com enfermidades relacionadas ao sangue; e em centros de pesquisa buscando novos tratamentos para estes pacientes através de transplantes de medula óssea, administração de plasma ou uso de drogas altamente específicas. 27 Ele é o médico que estuda, pesquisa e trata as doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos — medula óssea, os linfonodos ou gânglios linfáticos e o baço. Na medula óssea, hemácias, leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, são produzidos para posteriormente ganharem a circulação ou adquirirem maturidade nos outros órgãos citados. Cada um desses componentes deve estar em quantidades e condições específicas para estarem saudáveis e não comprometerem o funcionamento de outras partes do corpo. O hematologista é um profissional formado em medicina que se especializou em hematologia. Sua formação desde o início da faculdade pode levar até 11 anos e ele pode escolher, dentro da hematologia, se especializar em diversas áreas, como Transplante de Medula Óssea ou tratamento de doenças que causam sangramentos excessivos ou trombose, por exemplo. A formação necessária para formar o hematologista envolve dois anos de Residência Médica em pré-requisito de Clínica Médica e mais dois anos em Hematologia e Hemoterapia, com um terceiro ano opcional em transplante de medula óssea. A rotina do hematologista envolve a assistência a pacientes já diagnosticados ou em investigação, seja em consultório ou em hospitais, além de atendimento como parecerista para outras especialidades. No caso de neoplasias hematológicas, a prescrição da quimioterapia faz parte do escopo. Para auxiliar no diagnóstico e tratamento, o profissional pode lançar mão de exames complementares como aspirado de medula óssea, punção lombar e hematoscopia. A Hematologia é uma especialidade com procura menor do que a maioria das outras especialidades clínicas, com isso – e aliado ao fato de as áreas de atuação serem diversas como será visto a seguir – as oportunidades de trabalho são maiores e envolvem desde o contato direto com o paciente até atividades em laboratórios e/ou burocráticas. Como curiosidade, no momento, temos aproximadamente 2.300 hematologistas registrados pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. A especialidade é uma das que mais avança em novos tratamentos e técnicas diagnosticas graças a genética. Além disso, também apresenta uma 28 variada gama de oportunidades de trabalho e atendimento a adultos e crianças. Essa heterogeneidade de cargos – que vão desde médico hospitalista até coordenador de banco de sangue – fazem da especialidade uma ótima escolha para quem gosta de variar no ambiente de trabalho. O hematologista poderá atuar na assistência direta aos pacientes, seja em consultórios, hospitais e centros de transplante de medula óssea, assim como pode trabalhar na supervisão de laboratórios de análises clínicas e bancos de sangue. A área de pesquisa também vem crescendo com diversas linhas de pesquisa para diferentes doenças do sangue. Como toda especialidade clínica, o olhar atento e cuidadoso para o paciente deve ser o norte do médico hematologista. A forma de ouvir e entender seus desejos e medos se faz imperativa ainda mais quando se trata de doenças malignas que necessitam de tratamento quimioterápico. O conhecimento das bases da genética também é ferramenta importante para o melhor entendimento da área, merecendo atenção especial para os interessados em seguir carreira. Boa sorte para os que escolherem essa especialidade, que é motivo de orgulho para todos que optam por segui-la. Quando se consultar com um hematologista? Boa parte dos pacientes chega ao hematologista por encaminhamento de outra especialidade, como a angiologia ou clínica médica, que precisam esclarecer as causas de sintomas persistentes, como anemias, trombose e sangramentos de causa desconhecida. Você deve procura o hematologista se tiver os seguintes sintomas: • sangramento de mucosas, como gengiva e nariz; • manchas roxas na pele; • tromboses; • linfonodos (gânglios linfáticos) inchados; • fadiga e mal-estar. Quais exames podem ser pedidos pelo hematologista? Após o exame clínico, o hematologista pode solicitar, entre outros, os seguintes exames: 29 • hemograma: para analisar plaquetas, hemácias e outras células sanguíneas; • coagulograma: para verificar se há problemas de coagulação; • metabolismo de ferro: para analisara absorção d e ferro pelo organismo e rastrear causas de anemia; • exames para avaliar a coagulação e as plaquetas; • testes imunológicos; • mielograma e biópsia da medula: para pesquisar células cancerígenas. Quais doenças são tratadas pelo hematologista? Todas as doenças relacionadas ao sangue são tratadas pelo hematologista. Há as mais conhecidas, como as anemias e as leucemias. Outras são menos familiares, como a hemofilia — quando a pessoa tem dificuldades de coagulação sanguínea — ou a trombofilia, que é uma predisposição para a formação de coágulos sanguíneos que podem causar tromboses, embolia, AVC e outros problemas no sistema circulatório. Há ainda as doenças sanguíneas mais raras, como a anemia falciforme e a talassemia. AVANÇOS DURANTE OS ANOS Os avanços científicos e tecnológicos que envolvem hematologia clínica requer grandes pesquisas apoiadas pelo governo. Nos últimos quinze anos, por exemplo, novos equipamentos foram adicionados aos laboratórios que prestam o serviço. Para fomentar os estudos, foi criada, em 2008, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia, e Terapia Celular (ABHH) com o intuito de trazer novidades para o país, como a terapia celular, uma forma de terapia na qual material celular é injetado num paciente. 30 REFERÊNCIAS BAIN, B.J. Células Sanguíneas – Consulta Rápida, 1ºed, Porto Alegre, ED. Artmed, 1998 CARVALHO, M.G. et al. Software: Infoblood. 2004. CANÇADO, R.D. Anemia: winning elbow room in the field of hematology and hemotherapy. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.34, n.4, p.251-253, 2012. HEMORIO (Rio de Janeiro). 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