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HEMATOLIGIA-CLÍNICA-APOSTILA

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1 
 
 
 
HEMATOLIGIA CLÍNICA 
2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5 
O SANGUE: Considerações Gerais ........................................................ 6 
Os componentes do Sangue ................................................................ 7 
Formação do sangue ........................................................................... 7 
Coleta de sangue ................................................................................. 8 
GLÓBULOS BRANCOS .......................................................................... 8 
GLÓBULOS VERMELHOS ..................................................................... 9 
PLAQUETAS ........................................................................................... 9 
AS DOENÇAS DO SANGUE ................................................................. 10 
ANEMIA ............................................................................................. 11 
Diagnóstico ........................................................................................ 12 
Classificação da anemia .................................................................... 13 
Tratamento de Anemia ....................................................................... 15 
Anemia ferropriva ............................................................................... 15 
Anemias por deficiência de vitamina B12 .......................................... 15 
Anemia aplástica ................................................................................ 16 
Anemias hemolíticas .......................................................................... 16 
Anemia falciforme .............................................................................. 16 
Prevenção .......................................................................................... 17 
Formação de Coágulos ...................................................................... 17 
TROMBOSE .......................................................................................... 18 
HEMOFILIA ........................................................................................... 20 
LEUCEMIA ............................................................................................ 21 
O HEMOGRAMA ................................................................................... 24 
O PROCEDIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DO HEMOGRAMA É O 
SEGUINTE: ...................................................................................................... 25 
4 
 
 
Os Resultados do Hemograma .......................................................... 26 
O HEMATOLOGISTA ............................................................................ 26 
Quando se consultar com um hematologista? ................................... 28 
Quais exames podem ser pedidos pelo hematologista? .................... 28 
Quais doenças são tratadas pelo hematologista? ............................. 29 
AVANÇOS DURANTE OS ANOS.......................................................... 29 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Presente em todo o corpo, poucos sabem que a medicina tem uma área 
dedicada apenas a ele. O sangue, assim como tudo que desempenha funções 
no organismo, também pode ser atingido por doenças, e o especialista que cuida 
desses problemas é o hematologista. 
A hematologia é a área da medicina que estuda todos os componentes 
relacionados ao sangue: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. 
Além disso, esse especialista também investiga os órgãos onde ele é produzido, 
como a medula óssea, gânglios linfáticos e o baço. 
As células do sangue possuem funções diferentes. Os glóbulos brancos 
ou leucócitos realizam a defesa do organismo, as plaquetas são responsáveis 
pela coagulação e os glóbulos vermelhos ou hemácias carregam proteínas para 
nutrir o corpo. Cada um deles possui uma quantidade considerada saudável no 
organismo, a falta ou excesso dessas células indicam que algo está errado. O 
hemograma é o exame que dá essas informações e, junto à avaliação clínica, é 
a principal ferramenta do hematologista. 
Entre as doenças tratadas por este profissional, estão anemias, trombose, 
hemofilia, doença falciforme, entre outras. Porém esta especialidade está 
intimamente ligada à oncologia, pois é ela que faz o diagnóstico e trata os 
cânceres linfoma, leucemia e mieloma. 
O plano de tratamento para os casos malignos pode envolver 
quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea. Como problemas 
benignos desta área também podem surgir em pacientes com câncer, esse 
profissional dá suporte ao oncologista, garantindo maior segurança na 
prescrição dos medicamentos. 
“Para realizar os ciclos de quimioterapia, o oncologista precisa que 
hemograma esteja bom, então nós ajudamos nesse quesito. As duas 
especialidades também atuam juntas se o paciente com câncer tem uma queixa 
de anemia, por exemplo, e não pode ser suplementado com ferro. Ou nos casos 
de trombose, onde é necessário um medicamento para evitar a coagulação 
6 
 
 
durante o tratamento, então avaliamos se mantém após a remissão ou não”, 
completa a médica da Oncotek. 
Por não serem observadas causas para as doenças hematológicas, não 
existe passos para a prevenção. 
“A genética e a hematologia andam juntas. Todas as doenças oncológicas 
são alterações genéticas. Já as benignas, mesmo que tenham algum motivo 
aparente, ainda sim são determinadas pela genética.” 
O SANGUE: Considerações Gerais 
 
O sangue é a porção líquida do meio interno que circula rapidamente 
dentro de um sistema fechado de vasos denominado sistema circulatório. É 
constituído por um fluido no qual existem células em suspensão, moléculas e 
íons dissolvidos em água, apresentando propriedades das soluções coloidais. 
Uma característica importante do sangue é a constância da sua 
composição química e propriedades físicas, assegurando condições físicas para 
o funcionamento das células.Ele é constantemente renovado pela entrada e 
saída de substâncias que modificam discretamente sua composição. 
A constância da composição do sangue, com estreita faixa de variação, é 
o resultado mantido pela rapidez pela qual as substâncias deixam e entram no 
sangue quando estão em excesso ou em concentrações abaixo do normal 
respectivamente.. 
 
7 
 
 
 
Os componentes do Sangue 
 
O sangue é constituído de duas frações combinadas,sendo 55% para o 
plasma e 45% para as células. 
A porção acelular ou plasma é constituído de 91,5% de água que serve 
de solvente das substâncias orgânicas e minerais e ainda de veículo para as 
células, moléculas e íons.Os restantes 8% são formados por proteínas, sais e 
outros constituintes orgânicos em dissolução. 
A porção celular apresenta três tipos de células em suspensão no plasma: 
• Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos. 
• Glóbulos brancos ou leucócitos. 
• Plaquetas ou trombócitos 
Os componentes do sangue estudados na hematologia são os glóbulos 
vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. 
Embora as hemácias sejam células anucleadas, constituídas apenas por 
membrana plasmática e citoplasma, são bastante complexas. Origina-se na 
medula óssea pela proliferação e maturação dos eritoblastos, fenômeno 
chamado de eritropoese. A eritropoese leva à produção de hemácias de modo a 
manter constante a massa eritrocitária do organismo, sugerindo que o processo 
é finalmente regulado, sendo a eritropoetina o principal e mais bem conhecido 
fator de crescimento envolvido. 
O processo de maturação eritroide envolve uma grande variedade de 
células em diferentes estágios de maturação, sendo o conjunto total de células 
eritroides chamado de éritron, termo que enfatiza a unidade funcional das células 
envolvidas na eritropoese. 
 
Formação do sangue 
 
• Plasma: è a porção fluida do sangue não coagulado; contém os fatores 
da coagulação, exceto aquele removido pelo anticoagulante; é formado 
às custas da ingestão de água, de alimentos, da difusão e trocas líquidas 
entre os vários compartimentos do organismo. 
8 
 
 
• Soro: é a porção líquida amarelada do sangue que resta após a 
coagulação e remoção do coágulo. Não contém elementos celulares 
nem a maioria dos fatores da coagulação. Apresenta em solução sais 
minerais, vitamina, glúcides, prótides, lípides, enzimas, hormônios, 
produtos anabólicos e catabólicos, substâncias também encontradas no 
plasma. 
A porção do sangue que não é o plasma ou seja , a parte celular, consiste 
de elementos figurados. Os elementos figurados incluem os eritrócitos (células 
vermelhas), vários tipos de leucócitos (células brancas) e plaquetas (trombócito). 
Coleta de sangue 
 
A coleta de sangue usual é obtida do sangue venoso, extraído 
notadamente de uma veia da fossa antecubital. Na região antecubital a veia 
preferida é a cubital mediana, uma vez que é habitualmente grande e bem fixada 
nos tecidos, mas as veias cefálicas e basílicas também costumam ser 
satisfatórias. Podem ser usadas outras veias do antebraço, mas essas são mais 
móveis e difíceis de serem penetradas. As veias do dorso do punho e da mão 
têm um fluxo menor e a punção venosa nessas regiões tem maior probabilidade 
de causar hematomas. 
A coleta pode ser efetuada com agulhas de calibre 0,8 ou 0,9mm para 
adultos e 0,7 ou 0,8mm para crianças ou adultos com veias finas. A coleta em 
tubo a vácuo são mais convenientes para múltiplasamostras com diferentes 
anticoagulantes, assim vários tubos a vácuo podem ser aplicados 
sucessivamente. É desnecessário enfatizar que seringas e agulhas devem ser 
descartáveis e os tubos esterilizados. 
 
GLÓBULOS BRANCOS 
 
Os glóbulos brancos formam o grupo mais heterogêneo de células do 
sangue, tanto do ponto de vista morfológico quanto fisiológico. Embora os 
leucócitos desempenhem papel de defesa do organismo, cada subtipo 
leucocitário detém funções bastante específicas e distintas entre si, que, em 
9 
 
 
conjunto, estruturam o sistema imunológico. Os leucócitos são agrupados em 
duas categorias diferentes: os leucócitos mononucleares e os 
polimorfonucleares. 
Os primeiros incluem os linfócitos, plasmócitos e os monócitos, cuja 
característica peculiar é a de possuir um núcleo único e uniforme. Os últimos, 
também chamados de granulócitos pela presença de granulação citoplasmática, 
incluem os neutrófilos, eosinófilos e basófilos e possuem um núcleo multiforme 
e segmentado. 
Apesar de todos os leucócitos originarem-se de um precursor 
hematopoético comum na medula óssea, os precursores intermediários são 
distintos e influenciados por diferentes fatores de crescimento. No caso dos 
linfócitos T, por exemplo, eles têm a peculiaridade de completar o seu processo 
de maturação no timo. É importante observar que, em recém-nascidos e 
crianças, existe entre leucócitos um predomínio de células mononucleares, 
principalmente de linfócitos em relação aos granulócitos; com o tempo essa 
relação se inverte, e em adultos existe predomínio de polimorfonucleares, 
principalmente de neutrófilos. 
GLÓBULOS VERMELHOS 
 
As funções primordiais dos glóbulos vermelhos são: a de transportar 
oxigênio dos pulmões aos tecidos, mantendo a perfusão tissular adequada, e 
transportando CO2 dos tecidos aos pulmões. Sua estrutura é rica em 
hemoglobina, que acaba deixando essas células vermelhas bem como o sangue 
que é composto principalmente de hemácias. A diminuição da capacidade de 
transporte de oxigênio dos glóbulos vermelhos pode originar uma série de 
anemias. A hemoglobina, que constitui 95% das proteínas das hemácias é a 
responsável por essas funções. 
PLAQUETAS 
 
Embora pequenas, as plaquetas são as células do sangue responsáveis 
por elaborados processos bioquímicos envolvidos na hemostasia, trombose e 
coagulação. São formadas na medula óssea a partir da fragmentação do 
10 
 
 
citoplasma do seu precursor, o megacariócito – uma célula gigante e multilobada 
presente na medula. 
Do ponto de vista morfológico, as plaquetas são fragmentos 
citoplasmáticos anucleados de tamanho variado, de 2,9 a 4,3 µm e espessura 
entre 0,6 a 1,2 µm. É importante salientar que o tamanho das plaquetas varia de 
um indivíduo para outro. Há quatro tipos distintos de grânulos nas plaquetas: os 
α-grânulos, os corpos densos, os lisossomos e os microperoxissomos. 
AS DOENÇAS DO SANGUE 
 
As principais doenças relacionadas ao sangue são a anemia, a formação 
de coágulos, a hemofilia e a leucemia, que é o câncer de sangue. No Brasil, a 
anemia ocorre em 30% da parcela feminina da população adulta e mais de 20% 
das crianças abaixo de 5 anos (segundo dados da Pesquisa Nacional de 
Demografia e Saúde, PNDS). 
O sangue corre por nossos vasos sanguíneos e circula por todo o nosso 
corpo, na missão de levar oxigênio e nutrientes para cada um dos tecidos que 
compõem o organismo. Também transporta hormônios e células de defesa, para 
assegurar que as funções corporais serão desempenhadas normalmente. Sua 
composição conta com três agentes principais: as hemácias, também 
conhecidas como glóbulos vermelhos, encarregadas de levar o oxigênio dos 
pulmões para os tecidos/o gás carbônico dos tecidos para os pulmões; os 
leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são as células de defesa 
que compõem o sistema imunológico; e, por fim, as plaquetas, responsáveis 
pelos processos de coagulação sanguínea. 
Sejam hereditárias ou adquiridas, as doenças que acometem o sangue 
podem estar relacionadas com qualquer um destes três componentes 
sanguíneos – em todos os casos, são capazes de oferecer grande risco ao 
paciente, pois cada tipo de célula sanguínea desempenha uma função de 
extrema importância para a saúde do organismo. Se há algo de errado com o 
seu sangue, é preciso descobrir e tratar a patologia o mais rápido possível, para 
fugir das complicações severas. 
 
11 
 
 
ANEMIA 
 
A anemia relacionada a deficiência de ferro tem grande relação com as 
condições nutricionais da população e por isso é mais predominante em regiões 
pobres do mundo. No entanto, a anemia também pode ser causada por 
disfunções na produção de hemácias e hemoglobina, o que reduz a quantidade 
de oxigênio transportada pelo sangue causando grande parte dos sintomas 
característicos de um quadro anêmico: fraqueza, falta de ar e desmaios. Seus 
tratamentosprincipais envolvem o controle do nível de ferro no sangue (para a 
anemia nutricional), o uso de transfusões de sangue e a administração de 
agentes estimuladores de eritropoese, que leva a produção de mais hemácias 
(para casos de anemia severa). 
As causas de anemias se encontram divididas entre três categorias 
fisiológicas principais: produção de eritrócitos deficientes, perda sanguínea ou 
destruição acelerada dos eritrócitos (hemólise) além da capacidade da medula 
de compensar estas perdas. 
Há várias causas para o problema, porém, a anemia causada por 
deficiência de ferro, denominada Anemia Ferropriva, é muito mais comum que 
12 
 
 
as demais (estima-se que mais de 90% das anemias sejam causadas por 
carência de Ferro). O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua 
principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no 
transporte do oxigênio para todas as células do corpo. 
Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), 
meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos 
mais afetados pela anemia. Contudo, os homens, especialmente os idosos, 
também podem ser afetados pelo quadro de hemoglobina baixa. 
 
Diagnóstico 
 
A avaliação inicial do paciente com anemia inclui anamnese e exame 
físico minuciosos, além de exames laboratoriais. Os sintomas relacionados à 
anemia dependem da idade, da capacidade física, do grau de anemia e do tempo 
de evolução. Pacientes com evolução aguda apresentam sintomas com valores 
mais altos de hemoglobina, enquanto que os de evolução crônica exibem valores 
mais baixos. Os sintomas usuais incluem astenia, cansaço, fraqueza, falta de ar 
e palpitações. No exame físico o achado mais característico é a palidez 
mucocutânea. 
A investigação laboratorial inicial consiste na realização dos seguintes 
exames: 
• Hematócrito, hemoglobina e contagem de eritrócitos para avaliar o 
grau de anemia. 
• Índices hematimétricos (VCM, HCM e CHCM) para determinar se 
os eritrócitos são, em média, normocíticos, macrocíticos (VCM > 
100) ou microcíticos (VCM < 80) e se são hipocrômicos. O aumento 
da amplitude de distribuição do volume dos eritrócitos (RDW) é 
uma medida de anisocitose. 
• Contagem de reticulócitos para estimar se aresposta medular 
sugere incapacidade da produção- ou hemólise-ou perda 
sanguínea recente. 
13 
 
 
• Exame microscópico da distensão sanguínea (lâmina de sangue 
periférico) para avaliar o aspecto dos eritrócitos e as alterações 
concomitantes dos leucócitos e das plaquetas. 
 
Classificação da anemia 
 
Há várias formas de se classificar as anemias. Elas podem ser divididas 
pelas suas causas, pelas alterações que elas causam nos exames de sangue 
ou pela gravidade. Mais comumente, explicamos que a anemia pode nascer com 
o indivíduo (neste caso, temos uma anemia hereditária) ou pode acometer a 
pessoa por algo que lhe acontece durante a vida (neste caso, são as anemias 
adquiridas). 
 
➢ Anemias hereditárias: As anemias hereditárias geralmente se relacionam 
a alterações genéticas na fabricação do glóbulo vermelho – seja da 
membrana que dá forma ao glóbulo vermelho, seja das substâncias que 
estão em seu interior – hemoglobina e proteínas (enzimas). Neste grupo, 
temos algumas causas comuns em nossa população, como as 
talassemias (ou anemias do Mediterrâneo), comuns em indivíduos com 
ascendência italiana, portuguesa e libanesa; ou ainda a anemia 
falciforme, mais comum, no Brasil, em indivíduos com ascendência 
africana. 
➢ Anemias adquiridas: As anemias adquiridas podem acontecer por 
carência de nutrientes, por alterações na medula óssea ou ainda por outra 
doença que causa anemia por outros mecanismos. Assim, nos quadros 
de carência de vitaminas, podemos citar a falta de ferro ou de vitamina 
B12. 
Outra forma de classificar a anemia é pelas causas. Nosso sangue é 
fabricado diariamente em nossa medula óssea. A cada segundo, são produzidos 
e destruídos quase 2,5 milhões de glóbulos vermelhos. 
Para fabricar cada hemácia, é necessária a integridade da medula óssea 
e nutrientes adequados. Boa parte desses nutrientes vêm dos glóbulos 
14 
 
 
vermelhos diariamente destruídos, depois de circularem por 4 meses no 
organismo, com seus componentes quase que integralmente reciclados. 
Além da medula óssea e dos nutrientes, é necessária uma estimulação 
adequada da medula por substâncias que informam as necessidades de 
oxigênio do nosso corpo. A mais importante é a eritropoietina, produzida em 
nossos rins. 
A integridade de nossa circulação também é fundamental. Ou seja, se os 
glóbulos vermelhos são perdidos por sangramento, por exemplo, também 
podemos ter uma baixa na hemoglobina. 
 
As causas da anemia podem ser divididas em: 
➢ Não produção de células sanguíneas vermelhas suficientes pelo corpo 
➢ Sangramentos, que fazem com que você perca glóbulos vermelhos mais 
rapidamente do que eles podem ser substituídos 
➢ Destruição dos glóbulos vermelhos (anemias hemolíticas). 
 
Os sintomas de anemia são inespecíficos, necessitando-se de exames 
laboratoriais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico. Entretanto, os 
principais sinais físicos da anemia são: 
 
• Fadiga generalizada 
• Anorexia (falta de apetite) 
• Palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas) 
• Olhos amarelados (nas anemias hemolíticas) 
• Menor disposição para o trabalho 
• Dificuldade de aprendizagem nas crianças 
• Falta de ar 
• Tontura 
• Dor no peito 
• Mãos e pés frios 
• Dor de cabeça 
• Apatia (crianças muito "paradas") 
15 
 
 
• Vontade de comer substâncias não alimentares, como gelo ou 
arroz cru 
• Formigamento nas mãos e pés. 
 
Tratamento de Anemia 
O tratamento da anemia depende da causa e do tipo 
 
Anemia ferropriva 
 
O tratamento para esta forma de anemia geralmente envolve tomar 
suplementos de ferro e fazer mudanças na dieta. Apesar da dieta em si poder 
ser uma causa, a deficiência de ferro é mais frequentemente causada por 
menstruações excessivas e sangramentos intestinais, sendo uma pista para 
condições que podem ser tratadas mais cedo, como cânceres intestinais. 
Se a causa subjacente da deficiência de ferro é perda de sangue - além 
da menstruação - a fonte do sangramento deve ser localizada e interrompida. 
Isso pode envolver uma cirurgia. 
Diagnóstico: 
 
• Hemograma com anemia microcítica e hipocrômica. 
• Ferritina < 10 ng%. 
• Ferro sérico < 30mcg% , o que denota baixo estoque. 
• Capacidade de ligação ao ferro (TBIC) alta. 
 
Anemias por deficiência de vitamina B12 
 
O tratamento de ácido fólico e deficiência de B12 envolve suplementos 
dietéticos e aumenta esses nutrientes em sua dieta. 
Se o seu sistema digestivo tiver problemas para absorver a vitamina B12 
dos alimentos que você come, você pode precisar de injeções de vitamina B12. 
No início, você pode receber as injeções todos os dias. Eventualmente, você 
precisará tomar apenas uma vez por mês, o que pode continuar para a vida, 
dependendo da sua situação. 
16 
 
 
 
Anemia aplástica 
 
O tratamento para esta anemia pode incluir transfusões de sangue para 
aumentar os níveis de glóbulos vermelhos. Você pode precisar de 
um transplante de medula óssea, caso ela esteja doente e não consiga produzir 
células sanguíneas saud áveis. 
 
Anemias hemolíticas 
 
O tratamento de anemias hemolíticas inclui tratar infecções relacionadas 
e tomar medicamentos que suprimem seu sistema imunológico, o que pode estar 
atacando seus glóbulos vermelhos. 
Dependendo da gravidade da sua anemia, pode ser necessária uma 
transfusão de sangue ou plasmaferese. A plasmaferese é um tipo de 
procedimento de filtragem de sangue. Em certos casos, a remoção do baço pode 
ser útil. O diagnóstico correto é essencial para o melhor tratamento. 
 
Anemia falciforme 
 
O tratamento para esta anemia pode incluir a administração de oxigênio,medicamentos para aliviar a dor e fluídos orais e intravenosos para reduzir a dor 
e prevenir complicações. Os médicos também podem recomendar transfusões 
de sangue, suplementos de ácido fólico e antibióticos. 
Um medicamento chamado hidroxiureia (Droxia, Hydrea), originalmente 
usado contra alguns tipos de câncer, é usado para tratar a maior parte dos 
pacientes com anemia falciforme. Recentemente, a reposição 
de glutamina também foi aprovada para o tratamento desta doença. 
O transplante de medula óssea também pode ser um tratamento eficaz 
em algumas circunstâncias, especialmente na infância ou adolescência. 
 
 
17 
 
 
Prevenção 
 
As causas mais comuns de anemia podem ser prevenidas com dieta 
balanceada e equilibrada e com acompanhamento médico regular. 
Formação de Coágulos 
 
Os coágulos sanguíneos, formados por aglomerados de plaquetas e 
fatores de coagulação, ocorrem naturalmente para estancar sangramentos. 
Contudo, em certos casos, eles podem se formar no interior de vasos não 
danificados, obstruindo a passagem de sangue. Caso estes se formem em 
órgãos vitais, como pulmão e cérebro, as consequências podem ser 
gravíssimas. O tabagismo, obesidade e o uso prolongado de contraceptivos 
estão relacionados com a formação de coágulos. 
Eles se formam com o endurecimento do sangue e são parte essencial da 
hemostasia (o cessamento da perda de sangue de um vaso danificado). Durante 
o processo, chamado de coagulação, a parede do vaso sanguíneo que foi 
rompido é coberta por um coágulo de fibrina para parar o sangramento e ajudar 
a reparar o tecido danificado. 
A coagulação pode ocorrer em muitas circunstâncias diferentes e as 
causas costumam variar. Qualquer vaso sanguíneo do corpo que tiver sido 
rompido ou lesionado leva à formação dos coágulos. Este processo é natural do 
nosso organismo, de modo que a coagulação ajuda a evitar a perda de sangue. 
Só que a coagulação também pode desempenhar o papel de vilã. Às vezes, os 
coágulos não se formam na parede do vaso danificado, mas sim no interior do 
vaso, podendo causar a obstrução das artérias. Além disso, uma série de 
condições pode levar ao desenvolvimento de coágulos sanguíneos dentro de 
vasos sanguíneos de locais críticos, como nos pulmões e no cérebro, por 
exemplo. 
Desordens no processo de coagulação também pode levar a sérios 
problemas de saúde, como trombose, hemorragias e embolia. 
 
 
18 
 
 
TROMBOSE 
 
A trombose é decorrente da formação de coágulos em lugares em que 
não houve sangramento. 
Quando sofremos um corte, o sangue escorre um pouco e para, porque o 
corpo humano é dotado de um sistema de coagulação altamente eficaz. As 
plaquetas, por exemplo, convergem para o local do ferimento e formam um 
trombo para bloquear o sangramento. Decorrido algum tempo, esse trombo se 
dissolve, o vaso é recanalizado e a circulação volta ao normal. 
Há pessoas que apresentam distúrbios e formam trombos (coágulos) num 
lugar onde não houve sangramento. Em geral, eles se formam nos membros 
inferiores. Como sua estrutura é sólida e amolecida, um fragmento pode 
desprender-se e seguir o trajeto da circulação venosa que retorna 
aos pulmões para o sangue ser oxigenado. Nos pulmões, conforme o tamanho 
do trombo, pode ocorrer um entupimento – a embolia pulmonar – uma 
complicação grave que pode causar morte súbita. 
A trombose pode ser completamente assintomática ou apresentar 
sintomas como: 
• Dor; 
• Inchaço; 
• Aumento da temperatura nas pernas; 
• Coloração vermelho-escura ou arroxeada; 
• Endurecimento da pele. 
 
Possíveis Causas da Trombose: 
 
• Imobilidade provocada por prolongadas internações hospitalares; 
• Síndrome da classe econômica: dificuldade de movimentação 
durante viagens longas em aviões e ônibus; 
• Terapia de reposição hormonal; 
• Uso de anticoncepcionais; 
• Varizes; 
• Cirurgias; 
19 
 
 
• Cigarro; 
 
Alguns fatores como predisposição genética, idade mais avançada, 
colesterol elevado, cirurgias e hospitalizações prolongadas, obesidade, uso de 
anticoncepcionais, consumo de álcool, fumo, falta de movimentação, aumentam 
o risco de desenvolver trombose. 
Existem medicamentos para reduzir a viscosidade do sangue e dissolver 
o coágulo (anticoagulantes) que ajudam a diminuir o risco, a evitar a ocorrência 
de novos episódios e o aparecimento de sequelas, mas que só devem ser 
usados mediante prescrição médica depois de criteriosa avaliação. 
Massageadores pneumáticos intermitentes também podem ser usados 
nesses casos. Esses aparelhos consistem em botas acolchoadas conectadas a 
uma bomba que faz elas inflarem e desinflarem automaticamente para estimular 
a circulação nas pernas. 
Para se prevenir da Trombose deve-se: 
 
• Procurar um médico para saber se você pertence ao grupo de risco, 
porque existem medidas preventivas que podem e devem ser adotadas; 
• Parar de fumar. Os componentes do cigarro lesam veias e artérias; 
• Beber álcool com parcimônia e moderação; 
• Movimentar-se. As consequências da síndrome da classe econômica 
podem ser atenuadas se você ficar em pé ou der pequenas caminhadas. 
Vestir meias elásticas ou massagear a panturrilha pressionando-a de 
baixo para cima ajuda muito; 
• Andar sempre que possível, se você é obrigado a trabalhar muitas horas 
sentado. Levantar-se para tomar água ou café, olhar a rua, ir ao banheiro; 
• Usar meias elásticas especialmente se você tem varizes; 
• Não se automedicar. Procure assistência médica imediatamente 
se apresentar algum sintoma que possa sugerir a formação de um 
trombo. 
• 
20 
 
 
HEMOFILIA 
 
A Hemofilia é um distúrbio na coagulação do sangue. Por exemplo: 
Quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as 
proteínas (elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de 
todos os tecidos do corpo) entram em ação para estancar o sangramento. Esse 
processo é chamado de coagulação. As pessoas portadoras de hemofilia, não 
possuem essas proteínas e por isso sangram mais do que o normal. 
Existem vários fatores de coagulação no sangue, que agem em uma 
sequência determinada. No final dessa sequência é formado o coágulo e o 
sangramento é interrompido. Em uma pessoa com hemofilia, um desses fatores 
não funciona. Sendo assim, o coagulo não se forma e o sangramento continua. 
A hemofilia é classificada nos tipos A e B. Pessoas com Hemofilia tipo A 
são deficientes de fator VIII (oito). Já as pessoas com hemofilia do tipo B são 
deficientes de fator IX. Os sangramentos são iguais nos dois tipos, porém a 
gravidade dos sangramentos depende da quantidade de fator presente no 
plasma (líquido que representa 55% do volume total do sangue). 
A hemofilia é uma doença genética, ou seja, é transmitida dos pais para 
os filhos no momento em que a criança é gerada. 
O corpo humano se desenvolve a partir de uma única célula. Esta célula 
é formada pela união do espermatozoide do pai com o óvulo da mãe. Cada um 
destes possui um núcleo com 23 pares de cromossomos, que se juntam e dão 
origem aos 23 pares de cromossomos que contém todas as informações 
necessárias para a formação de uma pessoa, como tipo de cabelo, cor dos olhos, 
etc. Cada cromossomo é formado por um conjunto de genes. Se apenas um 
desses genes apresentar alguma alteração, também representará uma alteração 
na criança que está sendo gerada. 
A quantidade de fator VIII (oito) ou fato IX (nove) no sangue, geralmente 
se mantém a mesma durante toda a vida. Na fase adulta as hemorragias são 
menos frequentes, já que as atividades físicas tendem a diminuir de acordo com 
a idade e, portanto os pequenos traumas (pancadas) cotidianos, também 
diminuem. 
21 
 
 
Geralmente, os sangramentos são internos, ou seja, dentro do seu corpo, 
em locais que você não pode ver, como nos músculos. Podem também ser 
externo, na pele provocado por algum machucado aparecendo manchas roxas 
ou sangramento. As mucosas(como nariz, gengiva, etc.) também podem 
sangrar. 
Os sangramentos podem tanto surgir após um trauma ou sem nenhuma 
razão aparente. Os cortes na pele levam um tempo maior para que o 
sangramento pare. 
 
O tratamento é feito com a reposição intra venal (pela veia) do fator 
deficiente. 
Mas para que o tratamento seja completo, o paciente deve fazer exames 
regularmente e jamais utilizar medicamentos que não sejam recomendados 
pelos médicos. 
LEUCEMIA 
 
A leucemia é o câncer do sangue, que se origina na medula óssea e 
causa a produção de células sanguíneas anormais e não-funcionais. Esta forma 
de câncer pode ser genética ou adquirida ao longo da vida, sendo o tabagismo 
e a exposição à radiação fatores de risco que podem aumentar as chances de 
ocorrência. Os principais sintomas são sangramentos sem motivo aparente, 
cansaço constante, febre e contusões frequentes. Seu diagnóstico é feito através 
de exames de sangue e biopsia da medula óssea por times multidisciplinares de 
hematologistas e oncologistas. O tratamento comum envolve o uso 
de radioterapia e/ou quimioterapia. Mais recentemente, transplantes de medula 
óssea têm alcançado resultados promissores. 
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se 
que, em 2018, mais de dez mil novos casos de leucemia surgirão, sendo 5.940 
em homens e 4.860 em mulheres. 
Os sintomas da doença podem variar, de acordo com o tipo de leucemia, 
mas existem alguns sinais comuns que os pacientes apresentam. São eles: 
• Febre ou calafrios; 
• Fadiga e fraqueza persistentes; 
22 
 
 
• Infecções frequentes ou graves; 
• Perda de peso sem motivo aparente; 
• Nódulos linfáticos inchados; 
• Desconforto abdominal, provocado pelo inchaço do fígado ou do 
baço; 
• Hemorragias ou hematomas recorrentes; 
• Pequenas manchas vermelhas na pele; 
• Suor excessivo, principalmente à noite; 
• Dores nos ossos e nas articulações. 
 
A leucemia é classificada de acordo com a velocidade de progressão da 
doença e o tipo de células envolvidas. Na leucemia aguda, as células 
sanguíneas alteradas não conseguem realizar suas funções, multiplicando-se 
rapidamente. Então, a doença pode piorar depressa e, por esse motivo, a 
leucemia aguda requer tratamento rápido e agressivo. 
Já a leucemia crônica é dividida em muitos tipos. Alguns produzem muitas 
células e outros produzem poucas células. A leucemia crônica envolve células 
sanguíneas mais maduras, que se replicam ou acumulam-se de maneira mais 
lenta, podendo funcionar normalmente por certo período. É comum que alguns 
tipos de leucemias crônicas não apresentem sintomas iniciais e, por isso, podem 
passar despercebidas, ou não diagnosticados, por anos. 
Os tipos de leucemia também podem ser agrupados com base nos tipos 
de glóbulos brancos que afetam, podendo ser linfoides ou mieloides. 
Combinados, esses dois tipos de classificação geram quatro tipos mais comuns 
de leucemia: 
➢ Leucemia linfoide crônica: afeta células linfoides e se desenvolve 
vagarosamente. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da 
doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças. 
➢ Leucemia mieloide crônica: afeta células mieloides e se desenvolve 
vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. A idade 
média dos pacientes diagnosticados é de aproximadamente 60 anos. 
23 
 
 
➢ Leucemia linfoide aguda: afeta células linfoides e agrava-se rapidamente. 
É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em 
adultos. 
➢ Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e avança 
rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças, sendo mais 
comum em pacientes idosos. 
 
Os sintomas da leucemia costumam ser vagos e não específicos, 
podendo, muitas vezes, ser confundidos com os da gripe ou de outras doenças 
comuns. Por isso, se você apresenta algum sinal suspeito, o ideal é procurar o 
seu médico. 
A leucemia crônica pode ser identificada em um exame de sangue de 
rotina, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Caso haja alguma suspeita, 
relacionada ou não a sintomas, você pode ser submetido aos seguintes exames 
de diagnóstico: 
➢ Exame físico: sinais físicos que indiquem leucemia serão procurados por 
seu médico, como pele pálida devido à anemia, inchaço dos linfonodos e 
aumento do fígado e do baço; 
➢ Exames de sangue: por meio de uma amostra de sangue, o médico pode 
determinar se você possui níveis anormais de células vermelhas e 
brancas ou plaquetas; 
➢ Teste de medula óssea: uma amostra de sua medula óssea é enviada 
para um laboratório, com o objetivo de procurar células alteradas. 
O tratamento da leucemia tem como foco a destruição das células 
comprometidas, para que a medula óssea possa produzir células normais 
novamente. Parte do planejamento de tratamento envolve decidir quando o 
processo terá início. 
No caso da leucemia linfoide crônica, por exemplo, nem todos os 
pacientes precisam iniciar o tratamento imediatamente, pois este tem base nos 
sintomas da doença, nos resultados dos testes e na fase do câncer em que o 
paciente se encontra. 
Sendo assim, o tratamento da leucemia é um processo que depende de 
vários fatores. Seu médico irá determinar as melhores opções de tratamento com 
24 
 
 
base em sua idade e saúde geral, do tipo de leucemia que você possui e se a 
doença está em outras partes do corpo. Os métodos mais comuns utilizados são: 
➢ Quimioterapia: principal forma de tratamento da doença, utiliza 
substâncias químicas que perturbam o ciclo de vida das células 
cancerígenas. Alguns tipos de quimioterapia matam as células 
cancerígenas, danificando seu DNA ou interrompendo a produção de 
DNA. Já outros tipos agem interferindo nas partes celulares que são 
necessárias para criar células. 
 
➢ Terapia biológica: utiliza tratamentos que ajudam o sistema imunológico 
a reconhecer e a atacar as células comprometidas; 
 
➢ Terapia direcionada: neste caso, drogas atacam vulnerabilidades 
específicas dentro das células cancerígenas; 
 
➢ Terapia de radiação: raios-X ou outros feixes de alta energia são 
utilizados para danificar as células cancerígenas e impedir seu 
crescimento; 
 
➢ Transplante de células-tronco: é utilizado para substituir a medula óssea 
doente por uma medula óssea saudável. 
 
O HEMOGRAMA 
 
Em resumo, o famosíssimo exame de sangue avalia a quantidade e as 
qualidades dos três principais grupos de células do sangue: hemácias (glóbulos 
vermelhos, que transportam oxigênio e nutrientes para o corpo), os leucócitos 
(glóbulos brancos, que atuam no sistema imune) e as plaquetas (que modulam 
a coagulação). 
Esse exame serve Para avaliar a saúde de maneira geral e quando há 
sintomas como febre, fadiga e fraqueza, entre outros. De maneira geral, 
identifica doenças que bagunçam a composição do sangue, como 
25 
 
 
leucemia, anemia e infecções bacterianas ou virais. Alergias e hemorragias 
também podem ser detectadas com ele. 
O hemograma é utilizado ainda para assegurar que a pessoa esteja apta 
a passar por uma cirurgia. E mesmo para como checar a reação do corpo a 
determinados tratamentos. São mil e uma utilidades. 
É comumente solicitado todo ano para adultos e crianças. Mas a 
frequência deve ser definida em conjunto com o profissional de saúde. Também 
é muito utilizado em serviços de emergência. 
É desejável que haja um jejum de quatro horas antes da realização do 
exame. Se for impossível, não há grandes impactos nos resultados, mas os 
parâmetros precisam ser ajustados. O uso de medicamentos, triglicérides 
elevadas ou alterações no baço podem interferir nos resultados, assim como a 
gravidez, o consumo de bebidas alcoólicas 48 horas antes e a prática de 
atividades físicas até um dia antes da coleta da amostra. 
O PROCEDIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DO 
HEMOGRAMA É O SEGUINTE: 
 
Um elástico chamado garrote é preso em volta do braço do paciente para 
facilitar a visualizaçãoda veia. Depois que a pele é esterilizada com álcool, o 
sangue é colhido com uma agulha. O material, então, passa por uma avaliação 
criteriosa da quantidade, tamanho e formato das células do sangue. 
A imagem abaixo mostra como é feito o procedimento do exame: 
 
26 
 
 
(Fonte:http://www.cortesvillela.com.br/noticias/hematologia/hemograma-completo-para-que-
serve-e-qual-importancia-dos-seus-resultados-para-saude.html) 
 
Os Resultados do Hemograma 
 
Os dados são interpretados de acordo com valores-padrão de referência, 
que variam de acordo com a idade do paciente. 
• Alterações nas hemácias indicam viscosidade excessiva do 
sangue, se elas estiverem presentes em grande quantidade, ou 
anemias, se o número de glóbulos vermelhos for baixo. 
• Já a presença exagerada de leucócitos confirma infecções 
bacterianas. A alta concentração de outras células de defesa, como 
os eosinófilos, sugere alergias ou presença de parasitas no 
intestino. Os bastonetes, por sua vez, aumentam quando o corpo 
não está dando conta de combater a infecção, o que pode significar 
uma maior severidade do quadro. 
• As plaquetas são importantes para avaliar a capacidade de 
coagulação do sangue. Às vezes, indica um risco de trombose e 
entupimentos nos vasos sanguíneos ou, por outro lado, a presença 
de hemorragias. 
 
O HEMATOLOGISTA 
 
Um hematologista, médico especializado nesta área, está envolvido em 
todas as atividades relacionadas ao sangue. Eles atuam em hemocentros (banco 
de sangue), na coleta de doações sanguíneas; em hospitais, dando suporte para 
equipes médicas que tratem de pacientes com enfermidades relacionadas ao 
sangue; e em centros de pesquisa buscando novos tratamentos para estes 
pacientes através de transplantes de medula óssea, administração de plasma 
ou uso de drogas altamente específicas. 
27 
 
 
Ele é o médico que estuda, pesquisa e trata as doenças do sangue e dos 
órgãos hematopoiéticos — medula óssea, os linfonodos ou gânglios linfáticos e 
o baço. 
Na medula óssea, hemácias, leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, 
são produzidos para posteriormente ganharem a circulação ou adquirirem 
maturidade nos outros órgãos citados. Cada um desses componentes deve estar 
em quantidades e condições específicas para estarem saudáveis e não 
comprometerem o funcionamento de outras partes do corpo. 
O hematologista é um profissional formado em medicina que se 
especializou em hematologia. Sua formação desde o início da faculdade pode 
levar até 11 anos e ele pode escolher, dentro da hematologia, se especializar 
em diversas áreas, como Transplante de Medula Óssea ou tratamento de 
doenças que causam sangramentos excessivos ou trombose, por exemplo. 
A formação necessária para formar o hematologista envolve dois anos de 
Residência Médica em pré-requisito de Clínica Médica e mais dois anos em 
Hematologia e Hemoterapia, com um terceiro ano opcional em transplante de 
medula óssea. 
A rotina do hematologista envolve a assistência a pacientes já 
diagnosticados ou em investigação, seja em consultório ou em hospitais, além 
de atendimento como parecerista para outras especialidades. No caso de 
neoplasias hematológicas, a prescrição da quimioterapia faz parte do escopo. 
Para auxiliar no diagnóstico e tratamento, o profissional pode lançar mão de 
exames complementares como aspirado de medula óssea, punção lombar e 
hematoscopia. 
A Hematologia é uma especialidade com procura menor do que a maioria 
das outras especialidades clínicas, com isso – e aliado ao fato de as áreas de 
atuação serem diversas como será visto a seguir – as oportunidades de trabalho 
são maiores e envolvem desde o contato direto com o paciente até atividades 
em laboratórios e/ou burocráticas. 
Como curiosidade, no momento, temos aproximadamente 2.300 
hematologistas registrados pela Associação Brasileira de Hematologia, 
Hemoterapia e Terapia Celular. 
A especialidade é uma das que mais avança em novos tratamentos e 
técnicas diagnosticas graças a genética. Além disso, também apresenta uma 
28 
 
 
variada gama de oportunidades de trabalho e atendimento a adultos e crianças. 
Essa heterogeneidade de cargos – que vão desde médico hospitalista até 
coordenador de banco de sangue – fazem da especialidade uma ótima escolha 
para quem gosta de variar no ambiente de trabalho. 
O hematologista poderá atuar na assistência direta aos pacientes, seja 
em consultórios, hospitais e centros de transplante de medula óssea, assim 
como pode trabalhar na supervisão de laboratórios de análises clínicas e bancos 
de sangue. A área de pesquisa também vem crescendo com diversas linhas de 
pesquisa para diferentes doenças do sangue. 
Como toda especialidade clínica, o olhar atento e cuidadoso para o 
paciente deve ser o norte do médico hematologista. A forma de ouvir e entender 
seus desejos e medos se faz imperativa ainda mais quando se trata de doenças 
malignas que necessitam de tratamento quimioterápico. O conhecimento das 
bases da genética também é ferramenta importante para o melhor entendimento 
da área, merecendo atenção especial para os interessados em seguir carreira. 
Boa sorte para os que escolherem essa especialidade, que é motivo de orgulho 
para todos que optam por segui-la. 
 
Quando se consultar com um hematologista? 
Boa parte dos pacientes chega ao hematologista por encaminhamento de 
outra especialidade, como a angiologia ou clínica médica, que precisam 
esclarecer as causas de sintomas persistentes, como anemias, trombose e 
sangramentos de causa desconhecida. 
Você deve procura o hematologista se tiver os seguintes sintomas: 
• sangramento de mucosas, como gengiva e nariz; 
• manchas roxas na pele; 
• tromboses; 
• linfonodos (gânglios linfáticos) inchados; 
• fadiga e mal-estar. 
 
Quais exames podem ser pedidos pelo hematologista? 
Após o exame clínico, o hematologista pode solicitar, entre outros, os 
seguintes exames: 
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• hemograma: para analisar plaquetas, hemácias e outras células 
sanguíneas; 
• coagulograma: para verificar se há problemas de coagulação; 
• metabolismo de ferro: para analisara absorção d e ferro pelo organismo e 
rastrear causas de anemia; 
• exames para avaliar a coagulação e as plaquetas; 
• testes imunológicos; 
• mielograma e biópsia da medula: para pesquisar células cancerígenas. 
 
Quais doenças são tratadas pelo hematologista? 
Todas as doenças relacionadas ao sangue são tratadas pelo 
hematologista. 
Há as mais conhecidas, como as anemias e as leucemias. Outras são menos 
familiares, como a hemofilia — quando a pessoa tem dificuldades de coagulação 
sanguínea — ou a trombofilia, que é uma predisposição para a formação de 
coágulos sanguíneos que podem causar tromboses, embolia, AVC e outros 
problemas no sistema circulatório. 
 
Há ainda as doenças sanguíneas mais raras, como a anemia falciforme e a 
talassemia. 
 
AVANÇOS DURANTE OS ANOS 
 
Os avanços científicos e tecnológicos que envolvem hematologia clínica 
requer grandes pesquisas apoiadas pelo governo. Nos últimos quinze anos, por 
exemplo, novos equipamentos foram adicionados aos laboratórios que prestam 
o serviço. 
Para fomentar os estudos, foi criada, em 2008, a Associação Brasileira de 
Hematologia, Hemoterapia, e Terapia Celular (ABHH) com o intuito de trazer 
novidades para o país, como a terapia celular, uma forma de terapia na qual 
material celular é injetado num paciente. 
 
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REFERÊNCIAS 
BAIN, B.J. Células Sanguíneas – Consulta Rápida, 1ºed, Porto Alegre, 
ED. Artmed, 1998 
CARVALHO, M.G. et al. Software: Infoblood. 2004. 
CANÇADO, R.D. Anemia: winning elbow room in the field of hematology 
and hemotherapy. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.34, n.4, p.251-253, 2012. 
HEMORIO (Rio de Janeiro). Protocolos de tratamento hematologia e 
hemoterapia do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti. 
2.ed. Rio de Janeiro: ExpressoGráfica e Editoria; 2008. 
HOFFBRAND, A. V; MOSS, P. A. H; PETTIT, J. E. Fundamentos em 
Hematologia. 5ª ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2008. 400p. 
HOFFBRAND, A.V. : PETTIT, J.E. Atlas Colorido de Hematologia Clínica, 
3ºed, São Paulo, ED. Manole, 2001 
LEWIS, S. M. Hematologia Prática de Dacie e Lewis. 9ª ed. Porto Alegre: 
Editora Artmed, 2006. 571p. 
LORENZI, T. F. Manual de Hematologia. 4ª ed. Guanabara Koogan, 2006. 
710p. 
MHAWECH, P.; SALEEM, A. Inherited giant platelet disorders 
classification and literature review. American Society of Clinical Pathologists, 
2000. 113:176-190. 
RODAK, B. F.; CARR, J.H. Clinical hematology. 5ª ed. Elsevier, 2013. 
ZAGO, M. A.; FALCÃO, P.F. ; PASQUINI, R. Hematologia – Fundamentos 
e Prática, 1º ed, São Paulo: ED Atheneu,2001

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