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Cuidados de Enfermagem com RN Prof. Éder Marques Finalidade As UTI’s são unidades destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que dispõem de assistência medica e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos humanos especializados, e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnóstico e terapêutica (SOBRAFIR, 2003). Grupos etários: Neonato – 0 á 28 dias Pediátrico – de 28 dias a 14 ou 18 anos Classificação do Rn CLASSIFICAÇÃO DE PESO E IG 1- Curva americana de referência de crescimento pós-natal de recém-nascidos prematuros e a termo – Alexander, et al., 1996. 2- Curva brasileira de referência de crescimento pós-natal de recém-nascidos prematuros e a termo – Pedreira et al., 2011. 3- Curva internacional padrão de crescimento pós- natal de recém-nascidos prematuros e a termo – OMS – INTERGROWTH. Villar et al., 2014 Classificação RN pequeno para IG - PIG < percentil 10 RN adequado para IG – AIG - Percentil 10 a 90 RN grande para IG - GIG> percentil 90 Classificação Etária Recém nascido: até 28 dias de vida. Lactente: após os primeiros 28 dias de vida (recém-nascido) até completar o segundo ano de idade. Criança: de 2 anos até 12 anos. Adolescente:de 12 a 18 anos Critérios para encaminhamento de RN ALOJAMENTO CONJUNTO • RN sem patologias e que não necessitam de observação rigorosa • RN PIG ou GIG assintomático • RN ≥ 34 semanas com ≥ 2.000 g ao nascimento • RN > 1.800 g após 48 horas de vida • RN com icterícia leve em fototerapia • RN estável com antibioticoterapia Critérios para encaminhamento de RN UTIN BAIXO/MÉDIO RISCO • RN com peso entre 1400 g e 2000 g e bom estado geral, nas primeiras 48h de vida • RN com peso > 1400 g em engorda ou antibioticoterapia EV • RN com desconforto respiratório em Hood ou O2 circulante • RN com icterícia moderada em fototerapia Critérios para encaminhamento de RN UTIN ALTO RISCO • Peso < 1400 g. • Distúrbios respiratórios com necessidade de CPAP ou VMI • Instabilidade hemodinâmica • Infecção neonatal grave • Episódios de apnéia recorrentes • Insuficiência renal aguda • Síndrome hemorrágica do RN • Malformações graves • Hiperbilirrunemia com indicação de exsanguineotransfusão UTI neonatal/ AMBIENTE Art. 11. As UTIN deverão cumprir os seguintes requisitos de Humanização: I - controle de ruído (Níveis de ruídos: 30 a 40 Dba) II - controle de iluminação; III - climatização; IV - iluminação natural, para as novas unidades; V - garantia de livre acesso a mãe e ao pai, e permanência da mãe ou pai; VI - garantia de visitas programadas dos familiares; e VII - garantia de informações da evolução dos pacientes aos familiares, pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao dia. Avaliação dos Sinais Vitais • Frequência cardíaca: entre 120 e 160 batimentos por minuto. • Frequência respiratória: entre 30 a 60 respirações por minuto, por vezes irregular e com pausas até cinco segundos. • Temperatura do corpo: entre 36°C e 37C. • Pressão arterial: entre os 60 e os 90 mmHg para a máxima e entre os 30 e os 60 mmHg para a mínima. Traços físicos de uma criança prematura Tamanho pequeno. Baixo peso ao nascer. Veias visíveis sob a pele. Pouca gordura sob a pele. Pouco cabelo. Orelhas finas e moles. Cabeça relativamente grande. Pouco desenvolvimento do tecido pulmonar. Músculos fracos e atividade física reduzida. Poucos reflexos de sucção e deglutição. Respiração irregular. Escroto pequeno, com poucas pregas (meninos). Os grandes lábios ainda não cobrem os pequenos lábios(meninas). Prematuridade Alguns dos órgãos internos do bebé podem não ter se desenvolvido completamente, o que o expõe a um risco maior de sofrer determinadas doenças. O desenvolvimento cerebral no prematuro é incompleto, o qual contribui para pausas na respiração (apneia) Um cérebro muito imaturo é vulnerável a hemorragias ou a lesões. O desenvolvimento prematuro do cérebro pode impedir que o bebé chupe e engula normalmente. Muitos bebés prematuros alimentam-se por via endovenosa ao princípio e depois passam à alimentação com leite fornecido através de sonda. Prematuridade O sistema imunitário do prematuro não se encontra totalmente desenvolvido. Não receberam o complemento necessário de anticorpos contra as infecções, que a sua mãe lhes proporciona através da placenta. O risco de contrair infecções graves, sobretudo as que afetam o fluxo sanguíneo (sepse), é consideravelmente mais alto do que nos rn´s termo. Principais intercorrências do RN Icterícia neonatal: coloração amarelada da pele e mucosas, decorrente de uma elevação das concentrações séricas de bilirrubina. Valores normais: 0,2 a 1,4 mg/dl Hemoglobina – hemácias – transporte de oxigênio – degradação da hemoglobina – bilirrubina Icterícia É a coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas devido a uma elevação da concentração de bilirrubina séricas. Podem ser: Fisiológicas; Hemolítica ou Patológica; Fisiológica: Inicia após 24 horas de vida; RN a termo: Níveis séricos até 13mg% Pico de duração em 3º e 5º dia de vida Duração de uma semana RN pré-termo: Níveis séricos até 15mg% Pico de duração em 5º e 7º dia de vida Duração de até 2 semana Hemolítica Inicia antes de 24 horas de vida, com valores que ultrapassam 13mg% nos RN a termo e 15mg% nos RN pré-termo. Pode ocorrer devido: Doença hemolítica com incompatibilidade sanguínea materno-fetal; Defeito de conjugação de bilirrubina; Patologias que retardam o trânsito intestinal; b Glicuronidase presente no leite materno (aumenta a reabsorção bilirrubina não conjugada) Incompatibilidade ABO A mãe – grupo sanguíneo O e o feto A ou B. Durante a gestação, anticorpos maternos anti-A ou anti-B atravessam a placenta e podem causar hemólise. Diferentemente da isoimunização pelo fator RH nas quais o teste direto da antiglobulina (COOMBS) é positivo, na Doença Hemolítica ABO esse pode ser fracamente positivo ou negativo. Zonas de Kramer Principais intercorrências do RN Bilirrubina indireta ou não conjugada: é insolúvel em água e quando livre pode atravessar a barreira hematoencefálica, entrando no sistema nervoso central e causar toxicidade às células. Bilirrubina direta ou conjugada: é hidrossolúvel e liberada pela urina e intestino. A função renal e hepática do prematuro é limitada O rn necessita um funcionamento renal normal e intestinal Prematuros, apresentam um aumento temporário na concentração de bilirrubina no sangue que pode causar icterícia. Os níveis muito altos de bilirrubina podem produzir uma forma de lesão cerebral. Fatores que alteram o transporte da bilirrubina no plasma pH – em meio ácido a capacidade de ligação apresenta-se diminuída; IG – o RN tem capacidade de ligação 2 ou 3 vezes menor do que o adulto, até 2 meses; Substâncias presente no soro – podem competir ou de alguma outra forma alterar a capacidade de ligação: cefalosporina, ceftriaxona, furesemida, sulfas e salicilatos. Principais intercorrências do RN A icterícia patológica: Primeiras 24hs Níveis de bilirrubina entre 12 a 13mg/dl. 8 dias em RN termo 14 dias em RN a termo Aumento de 5 mg/dl por dia Hiperbilirrubinemia: 20 mg/dl Encefalopatia bilirrubinica (kernicterus) – retardo mental, alterações no desenvolvimento motor, ataxia, distúrbios comportamentais Kernicterus Bilirrubina ligada à albumina não atravessa as membranas celulares; Bilirrubina indireta livre, pode passar o sistema nervoso central, causando efeito tóxico da bilirrubina. Fase do Kernicterus Fase I: hipotonia,letargia e reflexo de sucção débil nos primeiros 2 e 3 dias de vida; Fase II: espasticidade, opistótono e febre; Fase III: aparentemente melhora, instalando- se, geralmente, no fim da primeira semana, com diminuição da espasticidade; Fase IV: incide, geralmente, entre o 2º e o 3º mês de vida, com sinais sugestivo de paralisia cerebral. Cuidados de enfermagem – icterícia Avaliar diurese Evitar medicações que alterem o metabolismo hepático Observas eliminações fisiológicas Tratamento Fototerapia: PELE- molécula lipossolúvel – hidrossolúvel- bilirrubina livre transformada em substância não tóxica ao tecido nervoso. Fotoisomerização ou fotooxidação. Luz halógena ou fibra ótica. Intervenções de enfermagem Manter RN desnudo Colocar protetor ocular Ligar o aparelho a uma distância de 40 a 50 cm Balanço hídrico Verificar temperatura da pele A cada 8 horas interromper a fototerapia por 15 min. removendo a proteção ocular. Mudança de decúbito Hidratação da pele Fazer estímulo retal se RN não apresentar mecônio num período de 24 horas. Cuidado com os efeitos colaterais Irritação da pele (não utilizar dersani) Hipertermia Possível lesão de retina Diarréia Perda insensível de água. Podendo variar de 40- 50ml/kg/24hs. Principais intercorrências do RN Exsanguineotransfusão: Mecanismo de troca de sangue no qual se remove parcialmente as hemácias e bilirrubina plasmática. ▼fototerapia - Hiperbilirrubinemia nas primeiras 24 horas. Principais intercorrências do RN Distúrbios respiratórios: - Pulmonares - taquipneia transitória, doença da membrana hialina, aspiração de mecônio ou líquido amniótico. - Não Pulmonares - asfixia perinatal, distúrbios metabólicos, apneia do prematuro, insuficiência cardíaca, hérnia diafragmática, persistência de circulação fetal ... Principais intercorrências do RN Diagnóstico diferencial difícil pois todos se apresentam como Síndrome do sofrimento respiratório. Principais sinais; Taquipnéia Apneia Retrações intercostais Gemidos Cianose Principais intercorrências do RN Taquipnéia - FR – compensação da baixa PaO2, complacência pulmonar diminuída Apneia – parada respiratória ≥ 20s ou de menor tempo com bradicardia, cianose, palidez e hipotonia. (prematuro) Retrações intercostais – tentativa de gerar uma pressão intrapleural. Principais intercorrências do RN Gemidos – esforço na tentativa de aumentar a pressão intrapulmonar no final da expiração, para melhora do PaO2. Cianose - surge a uma saturação de 85% a 75%. Pode ser central ou periférica. Cuidados de Enfermagem Identificar a dificuldade respiratória a fim de evitar lesões cerebrais Manter vias aéreas superiores permeáveis Manter Rn aquecido Controlar oxigenoterapia/ hipóxia/ hiperóxia Tipos de oxigenoterapia Ventilação mecânica CPAP nasal Cateter nasal Cateter nasal É ofertado O2 umidificado através do cateter nasal, no intuído de desmame do O2, ou coma oferta do mesmo sem pressão e em menores concentrações. Vantagens: Simples de montagem e manuseio; Eficiente para baixas concentrações; Permite melhor movimentação Desvantagens Não pode ser aplicada altas concentrações Pode provocar lesão da mucosa nasal Cateter nasal(cânula de ar com pressão + contínua) Administração da mistura de oxigênio e ar comprimido sobre pressão contínua, através de dispositivos nasais, aumentando a capacidade funcional residual pulmonar e reduzindo a resistência vascular pulmonar, melhorando a oxigenação. Não invasiva. CPAP nasal Vantagens/Desvantagens Vantagens Melhora a oxigenação de modo não invasivo elevando a capacidade funcional residual; Permite evitar a intubação do paciente; Permite que o paciente tussa e sem interrupção da pressão. Desvantagens Requer um ajuste apertado ao qual pode causar desconforto Distensão gástrica Ventilação Mecânica É utilizada sempre que ocorrem alterações nas habilidades dos pulmões de manterem uma ventilação adequada e necessitarem de introdução de oxigênio e pressão de fora invasiva e controlada. Ventilação Mecânicas Parâmetros Pressão positiva no final da expiração (PEEP): pressão preestabelecida mantida nos pulmões durante a expiração, prevenindo o colapso dos alvéolos no final da expiração. Pressão inspiratória máxima (PIP): reflete a pressão positiva máxima que chega ao paciente na inspiração. Relação inspiração/expiração (I:E): reflete o tempo fornecido para inspiração e expiração. Concentração de oxigênio (FiO2): Porcentagem de oxigênio administrada. Cuidados de enfermagem Cuidado com o posicionamento; Manter sempre os dispositivos de oxigenoterapia umidificados; Verificar o volume prescrito com o indicado na modalidade; Observar padrão respiratório do paciente; Em caso de extubação ou entubação suspender a dieta. (até 8 horas) Assistência de enfermagem á criança
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