Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sede da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) – Rua Carmela, NO 65, Tijuca. PARECER PSICOLOGICO Identificação: Nome: João Pedro da Silva, CRP (00/000000) Solicitante: Dr Marcos da silva de Oliveira, OAB (00000000), advogado na área de direito da família, para emitir um parecer acerca da “denúncia da família”. Finalidade: Fiscalização após denúncia sobre possível indução a convicções religiosas, sigilo e mapa astral do psicólogo. Autores: Psicóloga Mariana Marques CRP (00/00000), Psicóloga Érica Guimarães CRP (00/00000), Psicóloga Lidiane Romão CRP (00/00000), Amanda Pedrosa CRP (00/00000) e Fabiane Santos CRP (00/00000). Descrição da Demanda: Uma adolescente, atendida em orientação vocacional, queixou-se de que o psicólogo influenciava pacientes a participar de cultos, relacionando acontecimentos à vontade de Deus, utilizava-se de mapa astral em suas orientações e trocava informações de diferentes pessoas de uma mesma família, entre elas. Em sua defesa, o Psicólogo negou ter abordado a questão religiosa e devassado o sigilo, destacando ser a inviolabilidade relativa por ser a atendida menor de idade. Afirmou utilizar-se somente de instrumentos científicos e eventualmente da técnica de mapa astral para melhor compreender os pacientes e abreviar os processos psicoterápicos. Foi constatado o uso de mapas astrológicos em sessões de orientação vocacional, como ferramenta complementar de análise. Houve transversalidade no atendimento a diversos membros da família, sem ser definida uma terapia familiar, mas sim atendimentos individuais, surgindo uma "brecha" para que informações de sessões privadas pudessem ser repassadas para fora do "setting" terapêutico. Análise: No caso referente a solicitação deste parecer, a cliente relata o uso inadequado de práticas, instrumentos e imposição de juízos de valores que ferem a ética profissional do psicólogo. É vedado ao psicólogo o uso de instrumentos que não estejam validados na prática. Com relação a instrumentos de testes, a resolução 09/2018¹ determina que apenas testes aprovados pelo órgão SATEPSI poder ser utilizados mediante o conhecimento e domínio prévio do psicólogo. No caso de fontes complementares utilizadas no auxílio da mediação do caso, ainda assim é necessária a confirmação mediante ao SATEPSI e nas normas do CRP sobre a validade e possibilidade de uso de tal.M E L A F Não é permitido que o profissional de psicologia se utilize de juízo de valores e segundo o 2° artigo do Código de Ética do Profissional Psicólogo² é vedado ao psicólogo que imponha ideais políticos, filosóficos, morais ou religiosos, entre outros. Podendo assim, resultar no CRP cassado do psicólogo caso comprovado o descumprimento destes princípios relatados ou outros referentes ao documento. Frisando que, se nesse caso específico, o mapa astral foi utilizado como fonte de análise de AP para orientação vocacional, além de todos os artigos anteriores citados por nós do código de ética, ele ainda infringiu o artigo da 006/2019³. Quanto à troca de informações de diferentes pessoas de uma mesma família, segundo o Art. 13, do código de ética², no atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício. Conclusão Atendendo ao parecer técnico solicitado, e de acordo com as indicações da literatura científica é necessário que o psicólogo cumpra com todas as normativas do seu código de ética no 010/05², tendo em vista que toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Desta forma, o psicólogo tem a obrigatoriedade de promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. A partir das apurações da comissão foi decido a existência de infrações éticas e falta de conduta profissional, cometidas pelo profissional João Pedro da Silva, CRP (00/000000). Rio de Janeiro, 22 de maio de 2019.Fabiane Santos Fabiane Santos Psicóloga CRP 00/00000 Amanda Pedrosa Amanda Pedrosa Psicóloga CRP 00/00000 Lidiane Romão Lidiane Romão Psicóloga CRP 00/00000 Érica Guimarães Érica Guimarães Psicóloga CRP 00/00000 Mariana Marques Mariana Marques Psicóloga CRP 00/00000 ¹ Conselho Federal de Psicologia – CFP – Resolução 009/2018, de 9 de abril de 2018. ² Conselho Federal de Psicologia – Código de Ética, Resolução 010/05, de 12 de maio de 2005. ³ Conselho Federal de Psicologia – CFP – Resolução 006/2019, de 29 de março de 2019.
Compartilhar