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Parecer Psicológico I. Identificação Nome da paciente: Guilhermina Nome do Solicitante: Daiane Fuga Finalidade: Apoio para medida disciplinar Nome do autor: Camila Mendes, Geovana Resende, Geovanna Santos e Manuela Salatini II. Descrição da demanda Guilhermina, uma criança de 12 anos, trouxe a queixa de bullying para a psicoterapia. Durante o processo, foi identificada uma contradição diante da história que contava, visto que seus pais, aos verem o registro da câmera no dia da situação descobriram que não houve de fato a situação de bullying mencionada, e que esta foi inventada por Guilhermina. A mãe da paciente relata, que mentir é um ato corriqueiro da criança e que seu pai está habituado a acreditar em tudo que ela diz e satisfazer seus desejos. III. Análise A paciente tem uma grande dificuldade em lidar com o fato de que está crescendo e em função dessa dificuldade, tem sido realizado um trabalho de aceitação dessa nova etapa de sua vida por meio da terapia. Ela nega a possibilidade de estar se tornando uma mulher e por assim, um ser sexualizado. Essa negação acontece de modo inconsciente e pode ser fruto de um possível abuso sexual que Guilhermina vem sofrendo, seja na escola ou no curso, tendo em vista que ela inventa mentiras para não retornar a estes lugares e uma vez que já é sexualizada por este alguém, aprendeu a lidar diante da situação com mentiras para se esquivar dos lugares em que não se sente bem, já que tem consciência de que seu pai acata suas vontades. Nesse sentido, convém frisar que alguns autores afirmam que mentir é uma ação aprendida, “um fenômeno adquirido e cultural” Manen e Levering (1996), portanto, mentem porque aprendem com a sociedade a fazê-lo, interagindo com outros em contextos sociais diversos, e em particular, com os que lhes estão mais próximos. Diante disso, devemos levar em consideração a possibilidade do aprofundamento na relação com aqueles que são próximos para trabalharmos assim, sua influência na vida da paciente. IV. Conclusão Guilhermina apresenta uma enorme resistência em relatar o que vem ocorrendo e se esquiva toda vez que a conversa está encaminhando para esse lado. Ela mente sobre várias situações, embora entenda a importância do trabalho com o terapeuta, uma vez que é somente com ele que sente uma aproximação maior para relatar sobre seus sentimentos, relação esta que não existe com seus pais.