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Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS Apelação Cível Autos nº.: 5197453.69.2019.8.09.0051 Recorrente: Banco Pan S/A (sucessor da Brazilian Mortgages Companhia Imobiliária) Recorridos: Antônia Terezinha Pereira da Silva e Jessica Silva Camilo ANTÔNIA TEREZINHA PEREIRA DA SILVA E JESSICA SILVA CAMILO, já devidamente qualificadas nos autos, vêm, respeitosamente, através de suas advogadas, diante da intimação recebida (mov.119), apresentar, no prazo legal, CONTRARRAZÕES AO RECURSO ESPECIAL, interposto (mov.116), suplicando, desde já, para que o mesmo não seja recebido, e, na remotíssima hipótese de se lhe dar seguimento, que sejam as presentes encaminhadas ao Superior Tribunal de Justiça, para os devidos fins. Nestes termos, pede deferimento. Goiânia, 18 de Maio de 2020. Ana Carla Ferreira Cardoso Olga de Jesus Gonçalves de Souza Brito 52.936 16.240 OAB/GO OAB/GO Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com CONTRARRAZÕES AO RECURSO ESPECIAL Egrégio Superior Tribunal de Justiça, Colenda Turma Cível, Nobre Ministro(a) Relator(a) DA TEMPESTIVIDADE Preliminarmente, necessário é consignar que as presentes contrarrazões são tempestivas, pois o ato ordinatório, intimando os recorridos para contrarrazoar o Recurso Especial, foi publicado no dia 08/05/2020 (sexta-feira), razão pela qual o prazo de 15 (quinze), previsto no caput do artigo 1.030, CPC, dias findar-se-á tão somente em 29/05/2020 (sexta-feira). SÍNTESE DAS RAZÕES RECURSAIS O recorrente inicia suas razões tecendo breve apanhado da pretensão declinada na peça de ingresso. Em seguida, faz expressa referência a sentença que julgou procedentes os pedidos, bem como, ao acórdão que negou provimento ao Recurso de Apelação e majorou os honorários advocatícios. Enfatizou que a r. decisão afronta o artigo 31-A, parágrafo 12, da Lei nº. 4.591/64, e artigo 85, do Código de Processo Civil. Prosseguiu sua narrativa verberando sobre a “desnecessidade de prequestionamento explícito da matéria aventada no recurso” e a “inaplicabilidade da Súmula 7, do STJ”. No mérito recursal, insurgiu-se dizendo que o v. acórdão “contrariou lei federal e deu interpretação divergente a atribuída por outro Tribunal de Justiça”. Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com Sustenta ser parte ilegítima para figurar no polo passiva, ao argumento de que não teve qualquer relação contratual junto aos autores/recorridos e que o titular da garantia hipotecária não é responsável pelas obrigações do construtor/incorporador, oportunidade em que alega ofensa ao 31-A, parágrafo 12, da Lei nº. 4.591/64. Em complemento, aduz ainda que o instrumento contratual que originou a hipoteca, celebrado junto à construtora (MARES), antecede em vários anos ao instrumento particular de compra e venda, motivo pelo qual a “hipoteca é plenamente legitima, válida e eficaz”. Noutro lado, aponta suposta ofensa ao artigo 85, parágrafo 8º, do CPC, bem assim, dissídio jurisprudencial. Insurge-se aos honorários advocatícios, decorrentes do ônus sucumbencial, inicialmente fixados em 10% do valor atualizada da causa e, posteriormente, majorados para 12%. Sustenta que a r. sentença possui natureza declaratória e não houve condenação ao pagamento de valores. Em complemento, aduziu que o proveito econômico da demanda é inestimável, razão pela qual os honorários deveriam ter sido fixados equitativamente, de acordo com o disposto no parágrafo 2º. Diz ainda, ao invocar do princípio da causalidade, que não ofereceu resistência à pretensão dos autores e que não pode ser responsabilizada por atos praticados por terceiros. É o breve compêndio das razões do Recurso Especial manejado pelo banco recorrente. Entretanto, o inconformismo carece de respaldo no ordenamento jurídico vigente, sendo medida imperiosa a manutenção dos atos judiciais combatidos. DA INADMISSOBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL – INOBSERVÂNCIA DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO – AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com O Recurso Especial é modalidade de recurso que se presta única e exclusivamente para impugnação da matéria de direito, sendo certo que sua fundamentação se encontra vinculada, ou seja, somente tem cabimento nas hipóteses consagradas na Constituição Federal, in casu, no inciso III, do artigo 105. Dessa forma, o Recurso Especial somente pode ser manejado contra causas decididas em única ou última instância, por outro Tribunal, onde a decisão combatida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local, contestado em face de lei federal; c) der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. No entanto, no caso em pauta, a recorrente, relegando a melhor técnica recursal, deixou de demonstrar o efetivo cabimento do recurso interposto, na medida em que não se atentou, minuciosamente, à exposição dos dispositivos legais em supostamente violados, situação essa que afronta à imposição contida inciso II, do artigo 1.029, do Novo Código de Processo Civil. Releva ressaltar que a mera indicação dos artigos supostamente violados, no caso, em tese, o artigo 31-A, parágrafo 12, da Lei nº. 4.591/64, e artigo 85, do Código de Processo Civil, não se presta para satisfazer o requisito formal da inequívoca demonstração do cabimento recursal. Sublinhe-se, no mais, que supracitados preceitos legais NÃO foram objeto de análise no voto (mov.96; arq.1) emitido pelo D. Desembargador Relator, bem como, no acórdão proferido pelos integrantes da 3ª Câmara Cível, que, à unanimidade (mov.96; arq.1), desproveram o Recurso de Apelação. Em outras palavras, NÃO houve o enfrentamento da matéria no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Corte de Origem. Nesta situação, caberia a recorrente, a oposição de Embargos de Declaração para suscitar a análise de questão que julga-se pertinente para eventual integração do julgado, na forma do artigo 1.022, do Código de Processo Civil. Todavia, a requerida manteve-se inerte Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com no quinquídio legal e NÃO fez uso dos aclaratórios, e, posteriormente, interpôs o presente inconformismo recursal. Observado este cenário, é evidente que os dispositivos legais em questão não foram submetidos à apreciação do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, situação este que, consequentemente, acarreta da FALTA DE PREQUESTIONAMENTO, que atrai a incidência do óbice contido na Súmula 211, do STJ, e Súmulas 282 e 356, do STF, respectivamente, in verbis: “ Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo ” . (grifou - se) “É inadmissível o recurso extraordinário , quando não ventilada , na decisão recorrida , a questão federal suscitada ” . “ O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios,não pode ser objeto de recurso extraordinário , por faltar o requisito do prequestionamento ” Sobre o tema, é oportuna a transcrição de recentes julgados do Tribunal de Cidadania, cuja aplicação ao caso vertente é imperiosa, dadas as circunstâncias, in verbis: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. APRECIAÇÃO DE TODAS AS QUESTÕES RELEVANTES DA LIDE PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. AUSÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 535 DO CPC/1973. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N. 282/STF E 211/STJ. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. CARÁTER PERSONALÍSSIMO. DECISÃO MANTIDA. 1. Inexiste afronta ao art. 535 do CPC/1973 quando a Corte local pronuncia-se, de forma suficiente, acerca das questões suscitadas nos autos. 2. A simples indicação dos dispositivos legais tidos por violados, sem que o tema tenha sido enfrentado pelo acórdão recorrido, obsta o conhecimento do recurso especial, por falta de prequestionamento (Súmulas n. 282/STF e 211/STJ). 3. "O STJ não reconhece o prequestionamento pela simples interposição de embargos de declaração. Persistindo a omissão, é necessária a interposição de recurso especial por afronta ao art. [...] (AgInt no REsp 1087461/SP, Rel. Ministro ANTONIO Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 30/05/2019, DJe 10/06/2019) (grifou-se) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO AO ART. 1.022 DO CPC/2015. NÃO INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA ORIGEM. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. FALTA DE TÉCNICA PRÓPRIA INDISPENSÁVEL À INTERPOSIÇÃO DO RECURSO ESPECIAL. INSS. ILEGITIMIDADE DE RESTRIÇÕES AO ATENDIMENTO DE ADVOGADOS. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA NO STJ E STF. PRECEDENTES. 1. O recorrente não interpôs Embargos de Declaração na origem e, dessa forma, não proporcionou ao Tribunal a quo a oportunidade de aplicar o art. 1.022 do CPC/2015 e examinar as omissões narradas no Recurso Especial. Assim, a irresignação não merece prosperar, uma vez que o Tribunal de origem não emitiu juízo de valor sobre o dispositivo legais cuja ofensa se aduz. 2. Não se conhece de Recurso. 3. Ademais, nos termos da jurisprudência do Tribunal, "a parte recorrente não interpôs, na origem, Embargos de Declaração, de modo que inviável a alegação de violação ao art. 535 do CPC/73, o que caracteriza ausência de técnica própria indispensável à apreciação do Recurso Especial" (AgInt no AREsp 1.100.789/SP, Relatora Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 15/12/2017). [...] (REsp 1786555/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA. julgado em 16/05/2019, DJe 30/05/2019) (grifou-se) Assim sendo, é indene de dúvidas a exatidão da decisão agravada, no ponto em que reconhece a falta de prequestionamento dos preceitos legais invocados e, consequentemente, o óbice da Súmula 282, do STF. Igualmente, foi correta a decisão em relação a ausência de comprovação do dissídio jurisprudencial. Isso porque a parte final do parágrafo 1º, do artigo 1.029, do Código de Processo Civil, prevê a necessidade de demonstração dos pontos em que se identifiquem ou se assemelhem os julgados confrontados. Da mesma forma reza o parágrafo 2º, do artigo 255, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça – RISTJ, onde se tem que “em qualquer caso, o recorrente deverá transcrever os trechos dos acórdãos que configurem o dissídio, mencionando as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.” Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com Assim, a legislação aplicável à espécie exige, além de singela transcrição dos julgados colegiados tidos como discordantes, a incisiva demonstração da similitude fática entre o arresto impugnado e o paradigma, bem assim, a presença de soluções jurídicas divergentes. Contudo, nas razões recursais declinadas pela agravada não se observa a correta demonstração do alegado dissídio jurisprudencial, haja vista que NÃO foi promovido o minudente cotejo analítico entre o acórdão recorrido e o paradigma, o qual, aliás, não foi sequer transcrito. Assim, é certo que a recorrente não cumpriu as determinações contidas nos preceitos legais inicialmente mencionados. Como exemplo disso, os recorridos destacam, para melhor contextualização, a imagem abaixo inserida, extraída da página 17 da petição do Recurso Especial, veja: Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com Pode-se observar, com demasiada facilidade, que o acórdão recorrido e o paradigma, não possuem qual similitude, eis que 1º (recorrido) representa hipótese de fixação de honorários em percentual sobre o valor da causa (art. 85, §2º), ao passo que no 2º (paradigma) foram fixados por apreciação equitativa (art.85, §8º). Sobre o assunto a remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça caminha no sentido de que AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO CARACTERIZADA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº 282/STF. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. VIOLAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA Nº 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO DEMONSTRADO. [...] 5. A divergência jurisprudencial com fundamento na alínea "c" do permissivo constitucional, nos termos do art. 541, parágrafo único, do CPC e do art. 255, § 1º, do RISTJ, exige Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com comprovação e demonstração, esta, em qualquer caso, com a transcrição dos trechos dos arestos que configurem o dissídio, mencionando-se as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, não sendo bastante a simples transcrição de ementas sem o necessário cotejo analítico a evidenciar a similitude fática entre os casos apontados e a divergência de interpretações. 6. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1463533/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe 11/12/2015) (grifou-se). Mister assinalar ainda que a presente hipótese comporta aplicação analógica da Súmula 284, do STF, pela qual “é inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.” CONTRARRAZÕES AO MÉRITO RECURSAL Mesmo com a plena certeza de que será negado seguimento ao Recurso Especial, diante dos flagrantes vícios formais suscitados, os recorridos, por cautela, passam a direcionar, em poucas palavras, suas considerações acerca no mérito recursal. DA ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 31-A, DA LEI Nº. 4.591/64 – IMPOSSIBILIDADE Nos termos já suscitados nas linhas pretéritas, a recorrente alega ser parte ilegítima para figurar no polo passiva, ao argumento de que não teve qualquer relação contratual junto aos autores/recorridos e que o titular da garantia hipotecária não é responsável pelas obrigações do construtor/incorporador, oportunidade em que alega ofensa ao 31-A, parágrafo 12, da Lei nº. 4.591/64. Prossegue seu rosário de absurdos verberando que o instrumento contratual que originou a hipoteca, celebrado junto à construtora (MARES), antecede em vários anos ao instrumento Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia-Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com particular de compra e venda, motivo pelo qual a “hipoteca é plenamente legitima, válida e eficaz”. Contudo, referidas teses não merece prosperar e representam, na verdade, despropositada tentativa de alongar a prestação jurisdicional acertadamente aplicada. Antes de mais nada, é imperioso reiterar que o artigo 31-A, parágrafo 12, da Lei nº. 4.591/64, não foi objeto PREQUESTIONAMENTO na Corte de origem, motivo pelo qual sua invocação, como dispositivo em tese violada, esbarra na literalidade da Súmula 211, do STJ, e das Súmulas 282 e 356, do STF. A alegação preliminar de ilegitimidade passiva encontra óbice na teoria da asserção, adotada na sistemática processual brasileira, segundo a qual as condições da ação devem ser aferidas a partir dos fatos e fundamentos jurídicos declinados na inicial, ainda sem qualquer cotejo probatório. Neste âmbito, imperioso consignar que : “[...] tem prevalecido na jurisprudência do STJ o entendimento de que a aferição das condições da ação deve ocorrer in status assertionis, ou seja, à luz das afirmações do demandante (Teoria da Asserção). [...].” (REsp 1395875/PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 07/03/2014). Ademais, não seria razoável admitir-se da infundada tese de ilegitimidade passiva, uma vez que a recorrente era a única beneficiária da hipoteca sobre a qual os autores, ora recorridos, almejam o cancelamento com fulcro na Súmula 308, do STJ. Inclusive assim já decidiu do STJ, no julgamento do REsp. nº. 625.091/RJ, ao determinar que “deve o banco financiador, que detém a hipoteca, figurar no pólo passivo da lide, na condição de litisconsorte necessário, sob pena de tornar-se inexeqüível o julgado, que determinou a liberação do gravame”. Noutro lado, mister destacar que, ao revés do alegado pela recorrente, a hipoteca gravada sobre o imóvel não goza de eficácia perante os recorridos, a rigor do texto da Súmula 308, do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com “ A hipoteca firmada entre a construtora e o age nte financeiro, ANTERIOR ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, NÃO TEM EFICÁCIA perante os adquirentes do imóvel.” Dito isto, mister destacar que a eficácia é o efeito jurídico pretendido pelo negócio, referindo-se aos seus elementos naturais como criação, modificação ou extinção de direitos e deveres. Desta forma, a conclusão que se extrai do verbete sumular é que a hipoteca firmada entre a instituição financeira e a construtora NÃO alcança o consumidor adquirente da unidade imobiliária. Destarte, tendo em vista a INEFICÁCIA DA HIPOTECA PERANTE OS APELADOS, são irrelevantes as considerações trazidas pela apelante. Com tais premissas em mente, é clarividente que o Recurso Especial, também neste ponto, deve ser NEGADO SEGUIMENTO, na forma do artigo 1.030, inciso I, alínea “b”, do Código de Processo Civil, vez que busca confrontam acórdão proferido em escorreita conformidade à Súmula 308, do STJ. DA ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 85, PARÁGRAFO 8º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL Conforme já dito, a recorrente incursiona em despropositada alegação de contrariedade ao artigo 85, parágrafo 8º, do CPC, bem assim, dissídio jurisprudencial. Verberou que os honorários advocatícios, inicialmente fixados em 10% do valor atualizada da causa e, em seguida, elevados para 12%, são indevidos. Para tanto, afirma que a sentença proferida é de natureza declaratória e não houve condenação ao pagamento de valores, outrossim, que o proveito econômico da demanda é inestimável, razão pela qual os honorários deveriam ter sido fixados equitativamente, de acordo com o disposto no parágrafo Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com 2º. Ademais, absurdamente, não ofereceu resistência à pretensão da autoras e que não pode ser responsabilizada por atos praticados por terceiros. No entanto, mais uma vez razão na assiste a recorrente. Preliminarmente, necessário rememorar que o artigo 85, parágrafo 8º, do Código de Rito, não foi objeto PREQUESTIONAMENTO na Corte de origem, motivo pelo qual sua invocação, como dispositivo em tese violada, esbarra na literalidade da Súmula 211, do STJ, e das Súmulas 282 e 356, do STF. Igualmente, a recorrente NÃO demonstrou, de forma inequívoca, prevista na legislação, o alegado dissídio jurisprudencial, haja vista que NÃO promoveu o minudente cotejo analítico entre o acórdão recorrido e o paradigma. Consequentemente, NÃO cumpriu as determinações contidas no parágrafo 1º, do artigo 1.029, do Código de Processo Civil, e no parágrafo 2º, do artigo 255, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça – RISTJ. Ademais, cabe salientar, sem embargo do exposto, que, pelo princípio da causalidade, aquele que deu causa à propositura da demanda deve responder pelas despesas decorrentes, dentre tais, os honorários advocatícios. Na hipótese dos autos, é inquestionável que a hipoteca cuja baixa se pretende, foi outorgada em favor da recorrente, circunstância esta que, além de legitimar sua inclusão no polo passivo, também lhe acarreta o ônus de sucumbência. Além disso, é importante dizer que a recorrente, ao revés do alegado, ofertou indubitável RESISTÊNCIA A PRETENSÃO DAS AUTORAS, configurada na extensa contestação ofertada, com 29 (vinte e nove ) laudas, onde, dentre outras matérias, sustenta a legalidade de legitimidade da hipoteca e questiona o pagamento realizado pela unidade imobiliária. Logo, é indene de dúvidas que se trata de PRETENSÃO RESISTIDA, apta a ensejar a condenação ao ônus de sucumbência. Portanto, com a procedência dos pedidos, é medida imperiosa da condenação dos vencidos aos ônus de sucumbência, dentre tais, os honorários advocatícios no percentual de Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com 10% a 20%, sobre o valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85, parágrafo 2º, do CPC. Dito isto, vale complementar que o valor dado à causa compreende a exata quantia do imóvel adquirido pelos recorridos (art.292, inciso II, CPC) e, consequentemente, o valor econômico almejado. O intuito da presente demanda é justamente baixar a hipoteca existente e escriturar o bem em questão, a fim de que os recorridos possuam, enfim, usufruir e gozar do bem em questão, de todas as formas. Assim sendo, a afirmação lançada nas razões recursais, no sentido de que “não houve condenação em deste recorrente em valores, visto, tratar-se de sentença de cunho declaratório”, não tem qualquer respaldo e não temo condão de alicerçar de tese de ofensa ao artigo 85, parágrafo 8º, do CPC Em linhas finais, vale pontuar que a verba sucumbencial não fora deliberada aleatoriamente pelo Juiz singular. Sua incidência resulta da Lei, sendo arbitrada, inclusive, no menor percentual previsto (10%, art. 85, §2º). DOS REQUERIMENTOS FINAIS Forte nas razões apresentadas, requer-se que NÃO SEJA CONHECIMENTO/ADMITIDO O RECURSO ESPECIAL, diante dos seguintes motivos: a) em virtude de não ter sido especificadas as hipóteses de cabimento, prevista no inciso III, do artigo 105, da CF/88, contrariando o disposto no inciso II, do artigo 1.029, do NCPC; b) pelo óbice da Súmula 211, STJ, e Súmulas 282 e 356, STF, diante da inexistência de prequestionamento dos dispositivos legais tidos, teoricamente, com violados; c) não comprovação da divergênciajurisprudencial alegada, em razão da inobservância do cotejo analítico entre o julgado recorrido e o paradigma, nos termos do parágrafo 1º, do Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com artigo 1.029, do Novo Código de Processo Civil, e parágrafo 2º, do artigo 255, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça – RISTJ; e aplicação da Súmula 284, do STF; d) Recurso Especial interposto contra acórdão em conformidade com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, manifestada na Súmula 308, na forma do artigo 1.030, inciso I, alínea “b”, do Código de Processo Civil; Entretanto, na remotíssima hipótese de ser admitido o Recurso Especial, REQUER-SE QUE SEJA NEGADO SEGUIMENTO, nos termos dos fundamentos já apresentados no evolver da marchar processual, ora destacados nas presentes contrarrazões. Como consequência, requer-se a majoração dos honorários advocatícios, atualmente já fixados em 12% (doze por cento) do valor atualizada da causa, para o patamar máximo de 20% (vinte por cento) do valor atualizado da causa, com fundamento no artigo 85, parágrafos 1º, 2º, 11º, do Código de Processo Civil. Nestes termos, pede deferimento. Goiânia, 18 de Maio de 2020. Ana Carla Ferreira Cardoso Olga de Jesus Gonçalves de Souza Brito 52.936 16.240 OAB/GO OAB/GO Rua RB-20, Quadra 56, Lote 02, Residencial Recanto do Bosque – Goiânia -Go Telefone: (62) 3999-1757 (62) 9 8155-1826/ 9 9221-2288 E-mail: ferreiraanacarla@live.com
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