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Saberes Curriculares Caros alunos, as vídeo aulas desta disciplina encontram-se no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Unidade 4 Currículo e Inclusão Introdução da Unidade Olá, alunos! Vimos até agora as definições e importâncias do currículo, os documentos de base para a elaboração do mesmo. Nesta unidade, vamos compreender as particularidades do currículo escolar ao acolher as diferenças étnicas, raciais, culturais, sociais, religiosas, físicas e mentais, entre outras, pois esse é o papel fundamental do currículo ao falarmos de inclusão. O sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e com isso a escola regular acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem. Boa aula a todos! Objetivos Perceber que o referencial para a inclusão deve ser o currículo comum, para depois realizar mudanças que assegurem a igualdade de oportunidades. Refletir sobre currículo, planejamento e diversidade, destacando elementos constitutivos do plano. Refletir sobre o currículo da educação básica e a diversidade étnico-racial. Refletir sobre as questões de gênero e sua articulação com o cotidiano da escola, à luz das desigualdades de gêneros produzidas em um contexto histórico. Conteúdo programático Aula 1 – Currículo Escolar e Inclusão. Aula 2 – Diversidade Étnico Racial e Currículo. Referências ALVES, A. C. et al. Currículo e avaliação: uma análise do projeto político pedagógico da escola Cecília Estolano Meireles. Disponível em: http://editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/918f0af6c3d10f5d96d7956afe396282_1 74.pdf. Acesso em: 19 mai.2019. ÂNGULO RASCO, J. F.et al.Teoria y desarrollo del curriculum. Málaga: Aljibe, 1994. AZENHA, E. P.; MARQUEZAN, L. I. P. O Paradigma Holístico em Educação: uma utopia possível. In_______ Cadernos Educação Especial, 2000. n. 15. 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WEISS, A. M. L.; CRUZ, M. M. Compreendendo os alunos com dificuldades e distúrbios da aprendizagem. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007. Aula 1 – Currículo Escolar e Inclusão Videoaula 1 Para iniciarmos, assista ao vídeo em que serão ressaltados os principais pontos abordados nesta aula. Fonte: https://blogeducacaofisica.com.br/wp- content/uploads/2017/10/educa%C3%A7%C3%A3o-fisica-adaptada.jpg Uma sala de aula inclusiva deve buscar ensinar a turma como um todo, e partir do princípio que “as crianças sempre sabem alguma coisa, de que todo educando pode aprender, mas do tempo e do jeito que lhe são próprios” (BRASIL, 2004). Trabalhar a diversidade no processo de escolarização implica no respeito aosdiferentes ritmos de aprendizagem, necessidades, histórias de vida e interesse, valorizando as diferenças dos nossos alunos. O professor precisa acreditar nas potencialidades de seu aluno, sem nunca desistir deste e procurar vencer todas as barreiras, e dessa forma, passar de um ensino mais tradicional, onde prevalece um professor transmissor, para uma pedagogia mais ativa e tendo o professor como mediador neste processo. Para ensinar a sala como um todo, “deve-se propor atividades abertas, diversificadas, isto é, atividades que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão e de desempenho dos alunos e em que não se destaquem os que sabem mais e os que sabem menos” (BRASIL, 2004). Os processos de ensino e aprendizagem precisam ser reorganizados, onde os conteúdos passam a ser um meio e não um fim em si mesmo. O currículo na escola https://blogeducacaofisica.com.br/wp-content/uploads/2017/10/educa%C3%A7%C3%A3o-fisica-adaptada.jpg https://blogeducacaofisica.com.br/wp-content/uploads/2017/10/educa%C3%A7%C3%A3o-fisica-adaptada.jpg inclusiva precisa ser flexível, considerando conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. O referencial deve ser o currículo comum, para depois realizar mudanças que assegurem a igualdade de oportunidades, seja qual for a condição social, cultural ou pessoal. As mudanças podem ser conceituais, mas alguns alunos necessitam de apoio maior para dominarem o currículo comum e outros mais tempo e esforços do professor. A necessidade de cada aluno deve ser prioridade do professor, este deve conhecer cada estudante, para trabalhar suas individualidades. Cabe ao professor, acreditar na aprendizagem de todos e ser responsável pelo seu progresso, o que reforça a necessidade de adaptar a escola às necessidades dos alunos. Isto envolve adaptações nos currículos escolares, facilitação das atividades, reforço ou aceleração em relação à defasagem idade e série. No processo formativo, a ênfase deve estar nas adaptações de pequeno e grande porte, um currículo inclusivo deve atender as seguintes características: Atender as necessidades educativas dos alunos, dando atenção à diversidade na aula; Estimular a heterogeneidade, possibilitando a individualização e socialização do ensino; Trabalho coletivo e reflexivo dos professores; Intervenções pedagógicas a nível cognitivo; Adequar e adaptar o currículo às necessidades dos alunos. As adaptações de pequeno porte, consideradas não significativas são: Agrupamentos de aluno em sala de aula, organização didática (conteúdos, objetivos, disposição física, mobiliário, organização espaço temporal disponível, priorização de área, objetivos que enfatizam capacidades e habilidades básicas, [...] eliminação de conteúdos pouco relevantes, métodos mais acessíveis, introdução de atividades complementares, atividades alternativas, seqüenciamento das tarefas, uso de recursos de apoio, seleção de técnica e instrumento para avaliar o aluno (BRITO, 2005, p. 9). Em relação às adaptações de grande porte ou significativas, Brito (2005, p. 9) salienta: Modificações acentuadas na organização didática, não aplicáveis à totalidade dos alunos, quanto a conteúdos, objetivos, métodos, elementos físicos e materiais, tempo disponível, introdução de objetos específicos, complementares ou alternativas, sistema de comunicação de alunos surdo-cegos, prolongamento de um ou mais anos de permanência do aluno, na série ou ciclo, introdução ou substituição de métodos ou procedimentos complementares ou alternativos, introdução de recursos de acesso à aprendizagem e de processos avaliativos, eliminação de critérios gerais de avaliação, e modificação dos critérios de promoção. O trabalho em sala deve possibilitar a diferenciação partindo de um currículo comum, pois através da diferenciação, o planejamento e a metodologia pela qual o currículo é trabalhado devem levar em consideração as diferenças e necessidades individuais, promovendo oportunidade de participação a todos para que possam evoluir em relação ao currículo. Videoaula 2 Para continuarmos, assista ao vídeo em que abordaremos a inclusão, planejamento de ensino, currículo e diversidade. REFLEXÕES SOBRE O PLANEJAMENTO DE ENSINO, CURRÍCULO ESCOLAR E DIVERSIDADE Planejar envolve o desejo de mudança por parte do educador, que deve ter uma postura reflexiva, ter clareza sobre suas propostas, e ter o planejamento como instrumento de aprimoramento de sua prática. Tradicionalmente, como apontado por Vasconcellos (2000), os professores apesar de considerarem a importância do planejamento colocam uma série de obstáculos em sua realização, percebendo-o apenas como algo burocrático, que é realizado por imposição da equipe pedagógica, como ato de preencher papéis. Contudo, se não houvesse a cobrança, trabalhariam por longo tempo sem realizar planejamento, o que nos leva, de maneira geral, a acreditar que esta prática está marcada pela descrença dos professores. Os professores precisam ser sensibilizados sobre a necessidade de transformação de sua prática pedagógica. Para Vasconcellos (2000, p. 79) “o planejamento é uma mediação teórico metodológica para a ação, que, em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional”, a fim de prever e programar as ações e os resultados desejados, caminho este, fundamental para a tomada de decisões. Para planejar temos que ter claro o educando que queremos formar e a escola que temos e queremos, ter clareza quanto a nossa concepção de escola e sociedade. Implica em uma tomada de decisão, onde precisamos saber o que pretendemos (objetivos), o que ensinar? (conteúdos), como ensinar? (metodologia), como verificar se os alunos atingiram os objetivos? (avaliação). É preciso, segundo Gallo (1999), trabalhar de forma interdisciplinar, possibilitar a transversalidade curricular e favorecer temas de estudo que partam da realidade dos alunos. Planejar conduz a mudanças, pois só podemos ensinar bem, se sabemos onde queremos chegar. A organização do trabalho pedagógico envolve o plano de curso e de aula, deve ser estruturada a partir das características de cada aluno e respeitando o seu tempo. As metodologias devem priorizar o trabalho em grupo. Dar oportunidades de escolha aos alunos em relação aos conteúdos a serem desenvolvidos. Segundo Mantoan (2003, p. 67): A inclusão não prevê a utilização de práticas de ensino escolar específicas para esta ou aquela deficiência e/ou dificuldade de aprender. Os alunos aprendem nos seus limites e se o ensino for, de fato, de boa qualidade, o professor levará em conta esses limites e explorará convenientemente as possibilidades de cada um. No documento “Educar para a diversidade: material de formação docente” (BRASIL, 2005, p. 65-66), encontramos algumas reflexões necessárias sobre as práticas inclusivas na sala de aula: a) As aulas atendem à diversidade de necessidades, interesses e estilos de aprendizagem dos alunos. b) Os conteúdos e as atividades de aprendizagem são acessíveis a todos os alunos. c) Desenvolve-se um conjunto de atividades que promovam a compreensão, a aceitaçãoe a valorização das diferenças. d) Promove-se a participação ativa e responsável dos alunos e alunas ao longo de suaaprendizagem. e) As atividades estimulam a aprendizagem cooperativa entre os alunos. f) A avaliação estimula as conquistas de todos os alunos. g) A disciplina na sala de aula se baseia no respeito mútuo. h) O planejamento, o desenvolvimento e a revisão do ensino realizam-se de forma colaborativa. i) Os professores incentivam a participação e proporcionam apoio à aprendizagem de todos os alunos. j) Os profissionais de apoio facilitam a aprendizagem e a participação de todos os alunos. k) As tarefas e os deveres de casa contribuempara a aprendizagem de todos os alunos. l) Todos os alunos e alunas participam das atividades fora da sala de aula. A estrutura de uma aula deve ser participativa e conter “o tema da aula (conteúdo curricular); o objetivo da aula (o que o estudante deve aprender/desenvolver/demonstrar); as atividades (as tarefas que devem ser realizadas durante a aula) e as questões para avaliação” (BRASIL, 2005). Quando o professor elabora seu planejamento, deve fazê-lo de forma reflexiva pensando nas possibilidades de seu aluno, e prever adaptações como impressões em Braile, audiolivro ou atendimento especializado de um interprete de libras. O planejamento do professor, de acordo com Weiss e Cruz (2007, p.72) “mais do que flexível, deve estar aberto aos desejos, interesses e questionamentos da turma”. A motivação é fundamental para que a aprendizagem ocorra. A elaboração do planejamento e dos planos ou projetos é um processo de construção que envolve análise da realidade, definição de objetivos, seleção dos conteúdos, procedimentos metodológicos, recursos de ensino e avaliação. O Conhecimento da Realidade Para planejarmos precisamos conhecer a realidade do nosso aluno, e partir de onde está em termos de conhecimento, o que é essencial para trabalhar em função do aluno real, verificar interesses, necessidades e possibilidades, combatendo rótulos e preconceitos (VASCONCELLOS, 2000). Precisamos identificar quem é o aluno, de onde vem, como é a sua vida, seu nível sócio-econômico-cultural; as condições maturacionais, as características essenciais de sua faixa etária, o seu nível de desenvolvimento e os seus pré-requisitos. Em relação aos alunos especiais, precisamos conhecer sua história de vida, para que possamos realizar um trabalho com o apoio da família, com orientação de profissionais, como psicólogos, professor de salas de recursos, fisioterapeutas, psicopedagogas, fonoaudiólogos, neurologistas, e outros, caso a criança já tenha algum atendimento. É importante solicitar relatórios e avaliações, para fornecer subsídios para o acompanhamento. Ao nos depararmos com a inclusão em nossa sala regular, precisamos buscar informações sobre em que consiste a deficiência, suas características e as necessidades educativas a ela relacionadas. Conhecendo o diagnóstico será possível a busca de metodologias e procedimentos de ensino que possibilitem o seu desenvolvimento. Os alunos da sala inclusiva devem ser orientados sobre a deficiência e a convivência harmoniosa que promova o respeito à diversidade. A Delimitação dos Objetivos Partindo da realidade dos alunos, o professor procederá à definição dos objetivos de ensino, que correspondem às finalidades educativas, revela a intencionalidade, o que contribui para uma estratégia adequada de ação. Para Vasconcellos (2000, p. 112), “estabelecer objetivos é ter a habilidade de dialogar, de perscrutar o mundo, descobrir-lhe o sentido e devolver à comunidade orgânica, como um convite, um desafio”. De acordo com Libâneo (1994 apud SILVA, 2006) o professor deve ter clareza de suas finalidades ao determinar os objetivos e apresentar o conteúdo através de métodos sistematizados, dessa forma: O professor propõe objetivos, conteúdos, tendo em conta as características dos alunos e de sua prática de vida. Os alunos por sua vez, dispõem em seu organismo físico- psicológico de meios internos de assimilação ativa [...] percepção, motivação, compreensão, memória, atenção, atitudes e conhecimentos disponíveis. O professor, conhecendo sua realidade, pode eliminar objetivos que não possa ser atingido, devido a deficiência apresentada pelo aluno e substituir por objetivos e conteúdos que possam ter acesso. A Seleção dos Conteúdos Em diversos documentos oficiais, encontramos a indicação de que o conteúdo curricular deve ser o mesmo para a classe toda. O conteúdo deve ser contextualizado. Contextualizar significa ajudar a estabelecer relações entre antigos e novos conhecimentosonde o professor pode contribuir para a estimulação de diversas áreas cerebrais através de atividades que possuam som, imagens, movimentos, que conduzam o aluno à reflexão e que possam despertar sentimentos. Dessa forma, os conteúdos devem ser significativos, voltados à realidade dos alunos e atender suas necessidades e seus objetivos (WEISS; CRUZ, 2007). A Questão das Metodologias As metodologias correspondem ao caminho a ser percorrido na construção de um conhecimento, encaminhamento da intervenção na realidade. As atividades para envolver a sala como um todo, precisam ser diversificadas, “abordadas por diferentes níveis de compreensão, de conhecimento e de desempenho dos alunos” (BRASIL, 2004). É importante que todos tenham um objetivo comum, onde cada um colabora de acordo com suas capacidades. Os grupos precisam ser organizados de forma heterogênea, podendo associar atividades individuais e cooperativas, o que corresponde aos métodos mais eficientes. As aulas expositivas podem ser ministradas da mesma forma, caso tenha um aluno deficiente visual, por exemplo, deve aprimorar a aula para que se torne mais descritiva e concreta. Deve “possibilitar que o aluno cego manipule objetos e materiais que sejam os mais próximos possíveis do real e que facilitem a compreensão e, consequentemente, sua participação nas atividades” (SILVA, 2006). As atividades selecionadas devem atender alguns critérios: Que sejam coerentes com as exigências da organização do conteúdo; Que correspondam ao nível de assimilação e estruturação das informações do aluno; Que se adaptem aos canais de recepção de informações preferenciais: auditivo, visual, tátil, etc. Que sejam adequadas ao seu estilo de aprendizagem; Que sejam ligadas às experiências, interesses e motivações dos alunos; Que promovam novos processos do conhecimento (MARTINS, 2003 apud SILVA, 2006, p. 153). Um bom caminho para atender as diferenças individuais é o trabalho com projetos, que poderá ser desenvolvido em sala e contar com a previsão de atividades individuais e coletivas. Quando trabalhamos em pequenos grupos, o professor terá oportunidade de dar um atendimento adequado que venha de encontro às necessidades e interesses dos alunos. É necessário que os alunos participem ativamente de todas as etapas, desde o levantamento das questões a serem pesquisadas até a avaliação do processo, analisando os objetivos alcançados e identificando os temas que precisam ser mais pesquisados (WEISS; CRUZ, 2007, p. 72). A Didática organiza o trabalho com os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. Em relação às estratégias de ensino precisamos considerar as necessidades apresentadas pelos alunos. Em relação aos alunos com deficiência mental, precisamos considerar: “o ritmo, os níveis de abstração e os alcances possíveis da aprendizagem” (BEYER, 2005). Necessitamos de estratégias de ensino mais eficazes que possam contribuir para a adaptação social do aluno com deficiência, contribuindo com a superação das dificuldades decorrentes do dia a dia. Houve uma mudança de paradigma, onde o deficiente é visto como alguém que pode aprender, sendo que o meio deve proporcionar as condições necessárias, para a participação nas atividades escolares. O trabalho precisa ser realizado em parceria, colocando o aluno com necessidades educacionais especiais, com colegas que possam atuar como monitores e colaborar na aprendizagem dos colegas. Atividades complementares poderão ser inseridas para alcançarem os objetivos comuns aos demais colegas. Essas atividades podem realizar-se na própria sala de aula, na sala de recursos ou por meio de atenção de um professor itinerante, devendo ser implementadas de forma conjunta com os professores regentesdas diversas áreas, com as famílias ou colegas. Eliminar atividades que não beneficiam o aluno, ou que lhe restrinjam a participação ativa e real no processo de ensino e aprendizagem. Eliminar atividades que o aluno esteja impossibilitado de executar (BRASIL, 2003, p. 177). A Seleção dos Recursos Correspondem aos meios viabilizadores dos métodos e das técnicas, contribuem com uma aula mais atrativa, que desperta os interesses e reforça pontos importantes (CONSOLARO, 2002). Devem ser utilizados tendo como critério de escolha a criatividade do professor e possibilidades da escola. É fundamental que os educandos disponham de recursos básicos que lhes permitam acesso ao currículo comum (SILVA, 2006). A utilização de recursos tecnológicos pode ser de grande valia no processo ensino e aprendizagem e: [...] além de contextualizar a própria escola em seu tempo, pode ajudar os alunos a superar dificuldades, desde que façam parte de um conjunto de procedimentos e recursos didáticos, inseridos em um planejamento voltado para as necessidades de cada aluno (WEISS; CRUZ, 2007, p. 74). A Avaliação da Aprendizagem O conceito de avaliação da aprendizagem está relacionado a uma concepção pedagógica e demonstra a atitude do professor em relação a sua sala de aula. É importante usá-la para promover a construção do conhecimento, possibilitando o levantamento dos avanços e dificuldades dos alunos e levar o professor ao re- planejamento de seu trabalho docente. A avaliação deve acompanhar a evolução do aluno, suas competências, habilidades e conhecimentos (BRASIL, 2004). O ensino precisa ser encarado pelo professor como um processo de ajuda e de direcionamento da aprendizagem, provocar desafios que conduzam o aluno a transformação do conhecimento. Dessa forma, o professor deve selecionar cuidadosamente instrumentos de avaliação. As dificuldades, deficiências e limitações precisam ser reconhecidas, mas não devem conduzir ou restringir o processo de ensino, como habitualmente acontece. Podemos utilizar uma série de práticas avaliativas que possibilitem a construção do conhecimento, no sentido de ajustar a aprendizagem do aluno (BRASIL, 2004). A avaliação na escola inclusiva deve acompanhar o percurso de cada aluno, buscando resolver problemas, onde o projeto pedagógico precisa ser reestruturado, atendendo as especificidades de cada educando. Não se pode mais categorizar o desempenho escolara partir de instrumentos e medidas arbitrariamente estabelecidos pela escola. Esse modo deavaliar tem sido a grande sustentação dos que defendem o ensino escolar dividido em especiale regular, pois é com base nessas avaliações, entre outras, que um aluno é considerado aptoou não a frequentar uma dessas modalidades de ensino (BRASIL, 2004, p. 28). Avaliação dos alunos Tem por objetivo identificar a aprendizagem dos alunos em relação às diversas áreas do currículo. Verificar a ajuda e os recursos necessários para os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. “A avaliação deve ser ampla e equilibrada, considerando tanto as potencialidades e aptidões do aluno quanto suas dificuldades” (BRASIL, 2005). Avaliação da aula como contexto de desenvolvimento e aprendizagem. Levantamento dos fatores que contribuem ou facilitam a aprendizagem dos alunos: Aspectos físicos e ambientais: acessibilidade, iluminação, nível de ruído, distribuição de espaço, etc; Ambiente da sala de aula ou aspectos interativos: atitudes e expectativas dos docentes, relações professor (a)e(a)s/ aluno(a)s, relações entre os aluno(a)s etc; Prática pedagógica: estratégias metodológicas, programação, procedimentos de avaliação, tipos de apoio etc (BRASIL, 2005; p. 184). Procedimentos de avaliação A avaliação da aprendizagem na escola inclusiva deve acontecer através de diversas técnicas e instrumentos avaliativos. A observação precisa ser enfatizada, para fins de avaliação processual, como acompanhamento e instrumento de tomada de decisão. Por meio dela, podemos aprimorar nosso planejamento, definindo conteúdos, estratégias de apoio, recursos. Deve verificar se os objetivos foram atingidos, identificar problemas na relação ensino e aprendizagem e verificar possíveis direcionamentos (BRASIL, 2003). Dessa forma “tal processo favorece ao professor, que detém a responsabilidade do ensinar, a identificação das necessidades do aluno e das direções às quais deve encaminhar as mudanças de sua ação pedagógica” (BRASIL, 2003). O professor precisa ser um pesquisador, para orientar sua prática em função dos dados levantados e não praticar uma avaliação quantitativa e classificatória, o que geraria um processo de exclusão para os alunos que apresentam desempenho insuficiente. O essencial é manter um diálogo constante com o aluno, identificar seu nível de desenvolvimento e pré-requisitos. Critérios de avaliação que dificultem o alcance dos objetivos educacionais pelos alunos com necessidades educacionais especiais devem ser eliminados. Através da avaliação contínua, podemos conhecer melhor nossos alunos e dar um atendimento especializado. Registros O professor deve adotar o procedimento de registrar aspectos relevantes, comportamentos de alunos que chamaram sua atenção, observações sobre o desempenho de alunos e outros. Registrar o resultado de suas ações sobre a aprendizagem de seus alunos, estratégias utilizadas. Cabe ressaltar que para complementar a observação, é importante analisar os trabalhos e produções desenvolvidos pelos alunos, erros freqüentes, tendo como parâmetro a sua evolução no processo. O PROJETO DE ESCOLA E CURRÍCULO ESCOLAR: ELEMENTOS ARTICULADORES DO TRABALHO COLETIVO NA ESCOLA INCLUSIVA O Projeto político-pedagógico envolve a organização do trabalho na escola, o que supõe reflexão e discussão crítica, o qual deve ter a diversidade como eixo central e dessa forma, contribuir para a efetivação de nossas práticas inclusivas. Tem como princípio orientador a aprendizagem de qualidade para todos os alunos, pressupõe uma concepção de sociedade justa e democrática, e o trabalho coletivo deve possibilitar uma mudança cultural da escola, onde devemos compartilhar de objetivos e estratégias traçadas no coletivo. A inclusão é uma atitude, uma convicção, uma proposta político-pedagógica, um desejo de mudanças nos paradigmas educacionais e de convívio social e político, é uma vontade profunda de respeitar e reconhecer as diferenças humanas, propondo uma noção de igualdade sem homogeneização ou massificação (ANDRADE, 2000, p.2). Trabalhando com o grupo de professores, a equipe pedagógica deve superar a idéia de educação igualitária e caminhar com o coletivo na construção de uma escola para todos. O principal objetivo do projeto político-pedagógico inclusivo é a melhoria das escolas, e da aprendizagem, contanto com a participação de todos. O processo envolve tomada coletiva de decisões e planejamento das práticas inclusivas. Discutir sobre adaptações curriculares viabilizando recursos e oportunidades de aprendizagem, que sejam igualitárias. Coma efetivação do projeto político-pedagógico, podemos progredir em relação as nossas práticas inclusivas e possibilitar a valorização da diversidade, gerando expectativas nos professores em relação as capacidades dos nossos alunos. O projeto deve ser comprometido com as diferenças, focando a participação coletiva e eliminando o individualismo, gerando solidariedade. O projeto da escola tem a dimensão pedagógica diante da sua finalidade de formar este cidadão crítico, como foi exposto e sua dimensão política pressupõe uma formação voltada para um determinado tipo de sociedade. É necessário garantir na escola formas de estimular a participação de todos, possibilitandotransparência nas decisões, através de um processo de gestão democrática, o que envolve na escola: eleição para escolha de diretores e representantes de turma, colegiados com representações de pais e alunos, associação de pais e mestres, grêmio estudantil, planejamento e avaliação continuada. O projeto pedagógico da escola deverá conter componentes estruturais e conceituais fundamentados, que servirão de parâmetros para o trabalho educativo da instituição. Exige mudança de postura, onde a comunidade escolar passa a ser gestora da escola. A gestão democrática é um caminho para o aprendizado da democracia, onde a participação vai permitir um conhecimento maior sobre o funcionamento da escola, o que gera um conhecimento mútuo. A busca por uma escola autônoma, que pratique a gestão democrática tem encontrado diversas barreiras de cunho: ideológico, pedagógico, administrativo e financeiro. Um novo modelo precisa ser construído, adaptado às características locais pelas próprias comunidades. Construir um novo projeto de escola exige rever: legislação, currículos, programas, histórico da escola, mudança de postura da direção, para envolver todos os seguimentos da comunidade escolar. Através do trabalho coletivo, podemos encontrar mecanismos para o professor, ferramentas, instrumentos e conhecimentos para atender a diversidade.Investir no processo de formação de professores é fundamental para a implementação dos programas inclusivos, reforçando as habilidades e competências dos professores que já atuam. Trabalhar com a inclusão pode ser tarefa fácil, desde que os professores possam admitir preconceitos, mesmo que os mesmos estejam escondidos atrás de boas intenções. A escola deve ser o lócus de formação continuada dos professores, para que possamos partir de uma leitura crítica da realidade e caminhar para uma transformação. Videoaula 3 Para finalizarmos, assista ao vídeo que apresenta a relação entre currículo, escola e inclusão. Aula 2 Diversidade Étnico Racial E Currículo Videoaula 1 Para iniciarmos, assista ao vídeo em que serão ressaltados os principais pontos abordados nesta aula. A escola, por meio do desenvolvimento de um currículo multicultural, assume a diversidade e encontra suporte para lutar contra as manifestações de discriminação e preconceito. Assim, pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, pois o currículo compreende saberes e significados culturais que se entrecruzam com visões de mundo e sociedade. É necessário verificar as questões raciais e étnicas e os sentidos que representam. “O currículo está centralmente envolvido naquilo que somos, naquilo que nos tornamos, naquilo que nos tornaremos. O currículo produz, o currículo nos produz” (SILVA, 2010). Ao abordar questões raciais na escola, alguns conceitos podem ser analisados, como: identidade, etnia, racismo, preconceito racial e discriminação racial, desenvolvendo atitudes de valorização da cultura negra, o que: [...] implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como a valorização da diversidade daquilo que distingue os negros de outros grupos que compõem a população brasileira [...] requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se explicitamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira [...] requer adoção de políticas educacionais a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar brasileira (BRASIL, 2005, p.3). O currículo com foco na diversidade social e cultural possibilita criar ações práticas com foco na construção da identidade, a fim de que possam valorizar a diversidade social e cultural, construindo a escola democrática. Na escola algumas discussões tornam-se relevantes, como o trabalho com a África e africanos e o contexto histórico do movimento negro, marcado por luta, a Lei n° 10.639/03 que modificou a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tornando obrigatório nas escolas o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira no ensino fundamental e médio da rede pública e privada. A sociedade é plural e contempla a diversidade cultural. É desejável oferecer posição de destaque as tradições africanas, abordando o negro na formação da sociedade brasileira, resgatando sua identidade e buscando a preservação de sua cultura e a reparação dos danos históricos e, assim, construir a democracia, trabalhando a diversidade de maneira contextualizada. A Lei n. 10.639/2003 pode ser considerada um ponto de chegada de uma luta histórica da população negra para se ver retratada com o mesmo valor dos outros povos que para aqui vieram, e um ponto de partida para uma mudança social. Na política educacional, a implementação da Lei n. 10.639/2003 significa ruptura profunda com um tipo de postura pedagógica que não reconhece as diferenças resultantes do nosso processo de formação nacional. Para além do impacto positivo junto à população negra, essa lei deve ser encarada como desafio fundamental do conjunto das políticas que visam a melhoria da qualidade da educação brasileira para todos e todas. O termo diversidade nas propostas curriculares se molda em uma visão de educação para todos, com foco nas camadas populares e a inclusão de atitudes afirmativas, reafirmando o direito de todos a uma educação de qualidade e universalização do ensino público. No entanto, se faz necessário: Descolonizar os currículos é mais um desafio para a educação escolar. Muito já denunciamos sobre a rigidez das grades curriculares, o empobrecimento do caráter conteudista dos currículos, a necessidade de diálogo entre escola, currículo e realidade social, a necessidade de formar professores e professoras reflexivos e sobre as culturas negadas e silenciadas nos currículos. (GOMES, 2012, p.102). Descolonizar os currículos é buscar uma proposta emancipadora, questionando relações de poder, direitos e privilégios. Assim, é necessário diminuir a inflexibilidade curricular, modificando currículos conteudistas, promovendo um diálogo maior com a realidade social. Nesse contexto, questionar o papel da escola e os desafios impostos a ela é fundamental, realizando: [...] uma análise que nos permita avançar ou compreender de maneira mais profunda esse momento da educação brasileira não pode prescindir de uma leitura atenta que articule as duras condições materiais de existência vivida pelos sujeitos sociais às dinâmicas culturais, identitárias e políticas. É nesse contexto que se encontra a demanda curricular de introdução obrigatória do ensino de História da África e das culturas afro-brasileiras nas escolas da educação básica. Ela exige mudança de práticas e descolonização dos currículos da educação básica e superior em relação à África e aos afro-brasileiros. Mudanças de representação e de práticas. Exige questionamento dos lugares de poder. Indaga a relação entre direitos e privilégios arraigada em nossa cultura política e educacional, em nossas escolas e na própria universidade. (GOMES, 2012, p.100). Toda mudança contempla o compromisso com a efetivação de um currículo com foco na diversidade étnico-racial, garantindo a aplicabilidade da lei nº 10.639/03. Cabe ressaltar que a Lei nº 10.639/03 foi alterada em 2008, pela Lei nº 11.645/08, redirecionando o tema para “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. RELAÇÔES DE GÊNERO E CURRÍCULO Videoaula 2 Para continuarmos, assista ao vídeo sobre Relações de Gênero e Currículo. O currículo escolar é elemento que possibilita ao professor a elaboração do seu planejamento, norteando sua ação, contribuindo para práticas menos conservadoras, o currículo é resultado de um processo de seleção. Para Scott, (1991), o gênero corresponde a uma categoriade análise, uma categoria de pensamento, elemento constitutivo das relações sociais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos. É uma forma primária onde através do qual o poder é articulado. Torna-se relevante estudar a questão de gênero em termos de igualdade de oportunidades em relação à profissionalização. Historicamente acompanhou-se a discriminação e os preconceitos nas práticas sociais que envolvem questões de sexo e gênero. A educação está em constante processo de revisão, o compromisso está na luta contra as desigualdades sociais, contra estereótipos que são construídos, buscando a igualdade entre os sexos, construindo a equidade em relação ao gênero. Novos pontos de discussão foram inseridos com a pedagogia feminista em relação às desigualdades, assim, abordar gênero e sexualidade nas propostas curriculares é uma questão presente desde a educação infantil. Trata-se de pensar em uma proposta inovadora. A (s) sexualidade (s) e o gênero estão, mais do que nunca, no centro dos discursos; estão a deixar o silêncio e o segredo e, por bem ou por mal, estão a provocar ruído, a fazer barulho e a fazer falar. É necessário promover a discussão sobre diferença e identidade na escola a fim de reconstruir saberes sobre gênero e sexualidade dos educandos, promovendo o debate, possibilitando, assim, a junção entre cognição e corpo, e o desvelamento das identidades femininas e masculinas. O ensino, no entanto, precisa ser encarado pelo professor como um processo de direcionamento da aprendizagem, respeitando a diversidade de identidades de gênero e deve, ainda, provocar desafios que conduzam o aluno à transformação do conhecimento. Para Silva (2000), a diferença não é uma característica natural: ela é discursivamente produzida, é necessário fomentar novos comportamentos estimulado o bom relacionamento entre os sexos. Muitos profissionais enfrentam dificuldades em relação ao tempo/espaço para realizar mudanças em suas propostas curriculares, mas isso pode significar falta de compromisso com a mudança. A sala de aula é espaço interativo, marcado pela troca de saberes e experiências e a renovação da prática pedagógica e tem uma missão importante em relação à promoção da igualdade de gênero. Envereda-se, portanto, por novos paradigmas, estabelecendo inusitados elementos da cultura, permitindo ampliar formas de interação, com aulas mais produtivas e colaborativas, possibilitando trocas contínuas, vencendo obstáculos diante do novo, por meio da adoção de novas concepções em relação ao gênero, a formação humana e a educação como direito de todos, independentemente de questões sexuais. Desenvolvendo estudos sobre a equidade de gênero, aguça-se o debate sobre o acesso igualitário aos direitos, abordando temas como a violência contra as mulheres, enfim, a igualdade entre os sexos. VISÃO HOLÍSTICA Videoaula 3 Para finalizarmos, assista ao vídeo que apresenta a visão holística. A visão holística trata-se de uma proposta que coloca nas mãos do professor a missão de “ultrapassar a reprodução para a produção do conhecimento [buscando] opções metodológicas que caracterizem uma ação docente compatível com as exigências e necessidades do mundo moderno” (BEHRENS, 2010). Em tal perspectiva, é importante que o docente reflita sobre a finalidade da sua ação educativa, reconhecendo as potencialidades de seus alunos. Nesta abordagem sistêmica, o aluno é visto como ser complexo e competente, mas, para que se atinjam os objetivos, é necessário haver o respeito entre as pessoas e o estabelecimento de um trabalho compartilhado. Com a globalização os pressupostos de informação foram ampliados, e os alunos podem acessar com independência o universo da rede de informação (BEHRENS, 2010). A educação holística está associada a um movimento de ruptura de movimentos sociais contrários a uma visão racionalista da vida, os quais se apoiam em valores universais, transcendentais, ontológicos do Ser, pois o homem se constrói pela razão, emoção, cognição, intuição, corpo, mente e espírito (AZENHA, MARQUEZAN, 2000). A educação holística, portanto, visa: [...] desenvolver as potencialidades do ser humano, estimulando-o a aprender a aprender, buscar a sua integração total, unificando razão, sensação, sentimento e intuição (lado esquerdo e direito do cérebro), despertar uma consciência que transcenda ao eu individual para o eu transpessoal (espiritualidade cósmica: pessoal, comunitária, social, planetária), num compromisso ético de respeito à diversidade, de diálogo com as diferenças, buscando o consenso democrático, é o grande propósito da educação holística (AZENHA; MARQUEZAN, 2000, p.3). Na proposta da avaliação da aprendizagem da abordagem sistêmica, o aluno é respeitado em relação aos seus limites e o professor é estimulado a promover seu crescimento e acompanhar sua evolução. Cabe a este professor aceitar as diferenças que encontra em sala e realizar uma avaliação processual, percebendo o erro como algo que faz parte do processo ensino- aprendizagem, desafiando sempre o aluno a ir em busca do conhecimento. Assim, como professor pesquisador, assume a responsabilidade de ajudar a construir um mundo melhor e de instigar seus alunos para utilizarem seus conhecimentos numa melhor qualidade de vida para si mesmo e para todos (BEHRENS, 2010). Em uma abordagem sistêmica, é necessário desenvolver o sentido grupal, o compromisso e a responsabilidade. De acordo com a visão holística: [...] o educador é um mediador, aprende com o aluno, e o estimula através do próprio exemplo, com práticas coerentes, atua a partir da totalidade, do encontro com o educando, deve possuir, portanto, algumas características: inclusividade (nada é insignificante), espaço interior (meditativo, reflexivo, deve livrar-se do excesso, das verdades absolutas, esvaziar-se significa caminhar livremente, estar aberto para a vida), flexibilidade, plena atenção, humor, talento, paciência, humildade, disponibilidade, responsabilidade, compromisso, respeito (AZENHA, MARQUEZAN, 2000, p.1). A sociedade do conhecimento pressupõe aprendizagem contínua e, em um ambiente colaborativo, o aluno é visto como sujeito que faz escolhas. Precisamos da educação ao longo da vida para termos essa possibilidade de escolha. Mas precisamos dela ainda mais para preservar as condições que tornam essa escolha possível e a colocam a nosso alcance (BAUMAN, 2007, p. 167). Bauman (2002), ao caracterizar a sociedade contemporânea como líquida, aponta que o processo de escolarização é caracterizado ainda no formato moderno sólido, afirma que “[...] o axioma do mundo como a referência de estrutura imutável para a aprendizagem, o único guia confiável para as atividades de aprendizagem é juiz supremo e incorruptível dos efeitos da aprendizagem” (BAUMAN, 2002). Defende, assim, a passagem da modernidade sólida à modernidade líquida, ou seja, da modernidade para a pós-modernidade. Tal mudança compreende ver o aluno como um ser que questiona sua própria realidade, o conhecimento, os impactos dos avanços tecnológicos, o processo de instabilidade e a produção do conhecimento em rede. Assim, novos desafios tornam-se emergentes, haja vista o fato de que a cultura digital promove processos de transformação internos, cujas novas concepções e valores são incorporados e o uso da tecnologia exerce um importante papel nesse processo. Tal posição e perspectiva pode tornar possível a transformação da escola em um espaço de desenvolvimento profissional, além de favorecer a mudança das práticas pedagógicas, ao instigarem o professor a ser produtor de conhecimentos, conferindo significados às suas experiências. As ações pessoal e profissional não são apenas de origem individual, mas coletivas. EncerramentoA Didática utilizada pelo professor que trabalha com a inclusão tem fundamental importância diante dos processos de ensino e aprendizagem, principalmente as estratégias de ensino que possibilitam as adaptações curriculares e atendem a diversidade em relação aos níveis de abstração e o ritmo de cada aluno. É preciso repensar nossas ações cotidianas e buscar metodologias interativas que possibilite uma aprendizagem adequada. Precisamos discutir o planejamento de forma coletiva, e retomar as discussões através de reuniões pedagógicas, avaliando, modificando, resgatando a necessidade de sua elaboração, para garantir práticas inclusivas, transformando as condições de trabalho. O currículo escolar se materializa em práticas pedagógicas permeadas por objetivos educacionais e envolve uma riqueza de significados. E para que as dinâmicas das relações étnico-raciais se efetivem, é necessário refletir sobre o saber fazer dos professores e buscar sua implementação por meio de um processo de formação continuada. Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso serão disponibilizadas pela coordenação. Grande abraço e sucesso! Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso serão disponibilizadas pela coordenação. Grande abraço e sucesso!
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