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AP2 - PROCESSO DO TRABALHO

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Disciplina: Processo do Trabalho 
Semestre: NS8 - Avaliação: AP2 
Professor: Fábio Guariero Data: 27/05/2020 
Alunos: 
 
Ana Meireles - RA: 162140102 
Beatriz Prudêncio - RA: 162140067 
Bruna Diogo Oliveira - RA: 172140144 
Mércia Oliveira - RA: 161140193 
Leandro H. de Oliveira - RA: 162140128 
 
 
1. Disserte sobre o ônus da prova no Processo Trabalhista em litígios que 
versem sobre a existência ou não de vínculo trabalhista. 
 
Disciplina o artigo 818 em seus incisos I e II que o ônus da prova cabe ao 
reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; e ao reclamado, quanto à 
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. 
 
Apesar da redação mais clara em relação ao texto anterior à Reforma 
Trabalhista, o ônus da prova continua a ser uma questão controvertida quando se fala 
em discussão quanto ao vínculo trabalhista. Nesta hipótese, a reclamada possui duas 
alegações defesa, sendo elas a inexistência que qualquer vínculo ou prestação de 
serviços pelo reclamante, caso em que o ônus da prova será do autor, ou ainda esta 
poderá alegar que houve prestação de serviços, mas por uma pessoa jurídica a outra 
e não entre empregador e empregado, hipótese em que assumirá o ônus da prova por 
se tratar de um fato que modifica a alegação do autor. 
 
No tocante ao assunto, existe um entendimento ainda controverso tanto na 
jurisprudência quanto na doutrina de que, havendo prestação de serviços por uma 
pessoa física a outrem, presume-se a existência de contrato de trabalho, salvo prova 
em contrário. Assim sem a reclamada reconhecer a prestação de serviço, porém não 
de natureza trabalhista, basta que esta apresente contrato civil entre ela e uma 
empresa da qual o reclamante é sócio, para que não haja tal presunção, pois trata-se 
de presunção relativa. 
 
 
2. O princípio da oralidade presente nas audiências trabalhistas admite 
exceção, quais são essas exceções? E explique sobre este princípio. 
 
Em regra, os procedimentos realizados na audiência juslaboral são feitos 
de forma oral, e não escrita. As partes, dessa forma, devem, objetivamente, levar suas 
teses e pretensões ao Juiz. 
 
Muitos dos atos processuais podem ser realizados oralmente na justiça o 
que facilita o Jus Postulandi (este princípio encontra-se previsto no art. 791, da CLT, 
que prevê a possibilidade de as partes ajuizarem e acompanharem suas ações na 
Justiça do Trabalho sem a necessidade de advogado). Prevalência dos atos orais 
praticados em audiência, incluindo as provas. Vale destaque aos seguintes atos que 
podem ser realizados oralmente: 
 
a) Petição inicial: art. 840,CLT, pode ser escrita ou oral por opção do autor. 
 
b) Defesa: pode ser oral (em 20 minutos), art. 847 CLT. 
 
c) Razões finais: art. 850, CLT (em até 10 minutos para cada parte). 
 
d) Protesto em audiência: Sendo proferida decisão interlocutória deve a 
parte manifestar seu protesto de forma oral para evitar a preclusão em 
relação a matéria; O protesto é a demonstração do inconformismo com 
a decisão proferida, não sendo um recurso, mas a inclusão da 
informação na ata da audiência. 
 
Nesse sentido, impende destacar o artigo 847 do Texto Consolidado, que 
prevê, expressamente, a apresentação da defesa, pelo reclamado, de forma oral. 
Seguindo essa premissa, destaca-se, também, os arts. 820 e 850 da CLT. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645275/artigo-847-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645009/artigo-850-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
Por outro lado, como não se pode observar os princípios e regras de forma 
absoluta, em determinadas situações, com a finalidade de garantir-se a própria 
celeridade processual, assegura-se a prática de certos atos de forma escrita, como se 
dá, por exemplo, com a apresentação escrita da defesa, decorrência da praxe 
juslaboral. Ou seja, possibilitar que o reclamado apresente de a sua resposta à petição 
inicial, de forma escrita, garante a própria celeridade do processo e da audiência. 
 
O processo do trabalho é eminentemente oral, isto é, nele prevalece a 
palavra falada, não só pela valorização da conciliação (acordo), como também pela 
própria faculdade à parte de propor uma ação ou se defender, sem intermediação de 
advogado (embora não seja muito recomendado pela falta de conhecimento técnico). 
 
A discussão oral em uma audiência é tida como fator importantíssimo para 
o seu julgamento, para, no mais rápido espaço possível de tempo ter seus atos 
processuais julgados. 
 
 
3. Disserte sobre os requisitos para cabimento do recurso de revista. 
 
Será cabível recurso de revista sobre acórdão de segunda instância 
decorrente do julgamento de recurso ordinário ou agravo de petição. Portanto, o 
acórdão que sofrera recurso de revista é aquele proferido em segunda instância, 
ou seja, decorrente de uma provação recursal. 
 
Conforme disposto no artigo 896 da Consolidação das Leis Trabalhistas 
(CLT): 
 
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do 
Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio 
individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: 
 
a) Derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da 
que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu 
Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal 
Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência 
uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal 
Federal; (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014) 
 
b) Derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de 
Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento 
empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda 
a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, 
interpretação divergente, na forma da alínea a; (Redação dada pela 
Lei nº 9.756, de 1998) 
 
c) Proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta 
direta e literal à Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 
9.756, de 1998). 
 
Pela redação da alínea "a" do artigo supracitado, a divergência 
jurisprudencial não poderá ser de um mesmo Tribunal Regional do Trabalho, 
devendo-se indicar decisão de outro TRT, decisão da Seção de Dissídios 
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, súmula do TST ou súmula vinculante 
do Supremo Tribunal Federal. 
 
O art. 4º do Ato 491/2014 da Presidência do TST dispõe que a 
comprovação da existência da súmula regional ou da tese jurídica prevalecente no 
Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação 
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho servirá para os efeitos do art. 896, 
a, da CLT, desde que regularmente demonstrada sua fonte de publicação. 
(GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito processual do trabalho. 6 ed. 
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p.355) 
Além disso, para ser conhecido, a parte deverá atentar-se para a 
redação do §1º do artigo 896, segundo o qual: 
 
§ 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: (Incluído pela 
Lei nº 13.015, de 2014) 
 
(I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o 
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; (Incluído pela Lei 
nº 13.015, de 2014) 
 
(II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a 
dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do 
Trabalho que conflite com a decisão regional;) 
 
(III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os 
fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração 
analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou 
orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte.)(IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de 
nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos 
declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão 
veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os 
embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da 
omissão.) 
 
 
4. Disserte sobre os embargos de declaração, bem como aponte as 
correntes divergentes acerca de ser ou não considerado um recurso. 
 
 Por meio dos embargos de declaração, as partes podem solicitar 
esclarecimentos ao Juiz ou ao Tribunal sobre erros materiais, omissões, 
contradições ou obscuridades, porventura existentes na decisão judicial proferida. 
A propósito, a previsão de erro material é uma inovação do art. 1.022 do CPC de 
2015. 
Quanto ao cabimento, no processo de trabalho, a teor do artigo 897-A 
da CLT, cabem embargos de declaração apenas da sentença ou acórdão. 
Todavia, o art. 1.022 do CPC/2015 alterou essa limitação, dispondo que cabem 
embargos de declaração contra qualquer decisão, dispositivo compatível com 
processo do trabalho, nos termos do art. 9º da instrução normativa nº 39/2016. 
 
Para interposição dos embargos de declaração, deve ser observado o 
prazo de cinco dias previsto no caput do artigo 897-A da CLT, bem como no art. 
1.023 do CPC. Se houver a possibilidade de efeito modificativo na decisão dos 
Embargos, será concedido o mesmo prazo de cinco dias para a manifestação da 
parte contrária. 
 
Vale lembrar que os embargos de declaração interrompem o prazo para 
interposição de recursos contra a decisão embargada, a teor do art. § 3º do art. 
897-A da CLT e do art. 1.026 do CPC, ressalvadas três exceções da CLT: a 
interposição intempestiva dos embargos de declaração; a representação irregular 
da parte; ausência de assinatura da parte. 
 
Considera-se omissa, portanto, a decisão que deixa "de se manifestar 
sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de 
assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento"(BRASIL, 1943); e 
que "incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º." (BRASIL, 
1943), quais sejam: seis hipóteses pelas quais uma decisão judicial pode ser 
considerada não-fundamentada, que vão desde a mera reprodução do texto de lei 
até ausência injustificada de consideração de súmula, jurisprudência ou 
precedente invocado pelas partes. 
 
A obscuridade, por sua vez, relaciona-se à clareza, ou seja, tem-se por 
obscura a decisão judicial em que o entendimento é prejudicado, circunstância que 
prejudica o contraditório, a ampla defesa e atinge diretamente o devido processo 
legal constitucional. 
 
Outrossim, a teor do art. 1022, III, do CPC, são cabíveis os embargos 
de declaração também em caso de erro material, novidade do CPC de 2015, 
consubstanciada em um erro causado por equívoco ou inexatidão referente a 
aspectos objetivos, por exemplo, um cálculo incorreto. Tal disposição se 
compatibiliza com o art. 897-A, § 1º, da CLT que determina que os erros materiais 
também poderão ser corrigidos de ofício ou mediante requerimento de qualquer 
das partes. 
Importante frisar que os embargos de declaração podem levar à 
modificação da decisão judicial. Contudo, qualquer modificação somente poderá 
ocorrer para a correção de vício, é o que dispõe o art. 897-A, § 2º da CLT. No mesmo 
sentido, a Súmula 278 do TST estabelece que “a natureza da omissão suprida pelo 
julgamento de embargos declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado”. 
 
A propósito, deve ser observado que a necessidade de prequestionar a 
matéria é pressuposto para o conhecimento de Recurso de Revista, oportunidade em 
que se analisadas apenas teses jurídicas relacionadas às hipóteses do art. 896 da 
CLT. Entretanto, "havendo tese explícita sobre matéria, na decisão recorrida, 
desnecessário contenha nela referência expressa do dispositivo legal para ter-se 
como prequestionado este", conforme entendimento pacificado pela Orientação 
Jurisprudencial n. 118, da SDI I, do TST. Como se observa, os embargos de 
declaração são instrumentos importantes de prequestionamento para fins de recurso 
de revista. 
 
Deste modo, têm-se os embargos de declaração protelatórios, isto é, 
aqueles utilizados para atrasar o processo. Nesse caso, considera-se haver litigância 
de má-fé, podendo o Magistrado impor uma multa de até 2% do valor atualizado da 
causa. Além disso, o CPC determina que, após dois embargos considerados 
protelatórios, não será permitida propositura de novos embargos de declaração, nos 
termos do art. 1.026, § 2º a § 4º, do CPC/2015 c/c o art. 769 da CLT. 
 
Portanto, os embargos de declaração se mostram um importante 
instrumento no processo do trabalho, possibilitando que as partes solicitem 
esclarecimentos ao Juiz ou ao Tribunal sobre erros materiais, omissões, contradições 
ou obscuridades porventura existentes na decisão judicial proferida, assegurando a 
melhor prestação jurisdicional, sem, contudo, violar a boa-fé processual. 
 
Por fim, no que tange a divergência acerca dos entendimentos sobre os 
embargos ser ou não considerado recurso, temos as seguintes correntes: 
 
a) A doutrina pátria não é uníssona no que se refere à natureza jurídica dos 
Embargos de Declaração. Existem, hodiernamente, no contexto jurídico brasileiro 
duas filosofias sobre este aspecto, uma que reconhece a identidade recursal, e, outra 
a de incidente processual. Pois bem. Entre os que defendem a natureza recursal estão 
Vicente Greco Filho, José Carlos Barbosa Moreira, Nelson Nery Junior, Moacyr 
Amaral Santos, Alexandre Freitas Câmara, Luiz Guilherme Marinoni, dentre outros. 
 
Estes argumentam que os embargos vêm disciplinados no Código de 
Processo Civil como recurso, sujeitando-se aos requisitos da admissibilidade e teoria 
geral dos recursos. Entendem que da decisão eivada de erro, recorre o prejudicado 
com o gravame que lhe causa a obscuridade, a contradição ou a omissão. O fato de 
visarem os embargos de declaração à reparação do prejuízo que os defeitos do 
julgado trazem ao embargante caracteriza-os como uma espécie de recurso. 
 
Esta corrente assevera ainda que os embargos declaratórios têm natureza 
jurídica de recurso, visto que constituem impugnação do julgado para que haja novo 
pronunciamento jurisdicional sobre a lide ou questão processual, embora tenha de 
limitar-se a esclarecimento ou suprimento da omissão. De fato, é recurso, porque se 
recorre do gravame ou prejuízo causado pelos defeitos (obscuridade, contradição ou 
omissão) do julgado e, se não fosse esse instrumento jurídico, o interesse lhe faltaria 
para provocar as emendas na decisão judicial, assim, constata-se indiscutível o seu 
caráter de recurso. 
 
Alinhando-se a este posicionamento, Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio 
Cruz Arenhart observam que: 
 
“Não obstante a questão seja de menor importância – exceto pela 
circunstância de que alguns autores, sustentando a natureza não-recursal 
dessa figura, negam que se lhe apliquem os princípios dos recursos, 
notadamente o da proibição da reformatio in pejus – parece correto 
entender que os embargos de declaração constituem espécie recursal. 
(MARINONI & ARENHART: 2008, p. 553)” (grifo nosso) 
 
b) De outro lado, discrepando do sobredito entendimento, está a outra 
extremidade da doutrina que sustenta que os embargos declaratórios são na verdade 
um mero incidente processual. Entre os que comungam deste entendimento estão 
João Monteiro, Cândido de Oliveira Filho e Antonio Cláudio da Costa Machado, além 
de outros. 
 
Para este segmento doutrinal os embargos não visam à reforma do julgado, 
porquanto essa, ainda que provida, se manterá, em regra, intangível no seu aspecto 
material. Dessa forma, uma vez que não visam a alterar a substância do julgado, nem 
inverter sucumbências, os embargosnão podem ser compreendidos como espécie de 
recurso. Constituem apenas meio de correção e integração da sentença, não meio de 
impugnação da ideia que ela exprime. 
 
De acordo esse entendimento, os embargos são um meio formal de 
integração do ato decisório, pelo qual se exige do seu prolator uma sentença ou 
acórdão complementar que opere a dita integração. Defende que os embargos 
declaratórios não têm natureza recursal, haja vista que não há necessidade, para a 
oposição dos mesmos, da existência de prejuízo ou gravame, basta apenas que a 
decisão embargada contenha qualquer ponto que enseje declaração ou 
complementação. 
 
Nesta figura não se estabelece, ordinariamente, o contraditório, pois, não é 
ouvida a parte contrária, processando-se tal procedimento sem a participação da parte 
que não embargou. Ao contrário dos demais recursos, nos embargos há a ausência 
de um dos pressupostos recursais, que é a realização do preparo. 
 
Por fim, cumpre ressaltar que para esta filosofia os embargos de 
declaração não constituem recurso, porque não são julgados por outro órgão judicial, 
mas pelo mesmo que proferiu a decisão embargada. 
5. Após citada a reclamada, esta será convocada para uma audiência. Com 
o intuito, de modo que nesse único evento sejam ouvidas as partes em uma 
tentativa de acordo; se negativo, o processo no seu curso. Discorra sobre as 
características da audiência. 
 
As características presentes na audiência são: 
 
a) Aproveitar que as partes estão presentes para provocar um acordo; 
 
b) Produzir prova oral; 
 
c) A audiência será presidida pelo juiz. Será realizada entre às 8h e às 18h 
e não poderá durar mais que 5 horas consecutivas; 
 
d) Será realizada na própria sede da Vara, podendo ser designado outro 
local a depender do tumulto que a matéria pode provocar (apenas a realização da 
audiência que vai para a outra vara). O próprio juiz do processo que presidirá a 
audiência na Vara em que o processo foi distribuído; 
 
e) A audiência será pública, salvo se houver segredo de justiça; 
 
f) Prevê a CLT que se houver atraso do juiz, acima de 15 minutos, a 
audiência será reagendada; 
 
g) Todos os atos ocorridos em audiência, e que são importantes para a 
causa serão registrados em ata; 
 
Com a presença indispensável do juiz para comandar a audiência, o 
primeiro ato praticado será o apregoamento das partes. Vale ressaltar que o pregão 
consiste na chamada das partes e advogados, para que entrem na sala e tomem os 
assentos que lhes cabem. Deve ser feito em voz alta e clara e tem a finalidade de 
evitar eventuais desatenções e caracterizar a ausência dos que não atenderem a ele. 
Após o pregão, as partes tomarão assento à mesa. A parte autora, que é à reclamante, 
ficará ao lado esquerdo do magistrado e a parte ré, que é à parte reclamada, do lado 
direito. Presentes as partes o juiz proporá acordo. Se ausentes, o que ocorrerá: 
 
1. Se o advogado de qualquer das partes se ausentar, não haverá 
consequência processual alguma. A audiência segue normalmente; conforme o jus 
postulandi, que é o poder de postular sem advogado, ou seja, postular em causa 
própria, considerando então que a figura do advogado é meramente acessória. 
 
2. Se o autor faltar, o processo será arquivado sem o julgamento do mérito. 
O autor será condenado a pagar 2% de custas sobre o valor da causa, salvo se 
beneficiário da Justiça Gratuita. Há três formas de se evitar o arquivamento: 
 
 Comprovando uma doença, através de atestado médico que 
inclusive afirma a impossibilidade de locomoção; 
 
 Se justificar algum motivo “poderoso”, ou seja, por forças maiores. 
 
 Fazer se substituir por alguém da mesma profissão. Considerando 
que após a reforma, ficou aceito que o preposto não precisa ser 
empregado da empresa, ou seja, qualquer pessoa, desde que tenha 
conhecimento dos fatos, pode atuar como preposto. 
 
Presentes as partes, será proposto o acordo. Se aceito, o juiz homologará 
por sentença definitiva. A decisão homologatória transita de forma imediata em 
julgado, dela não cabe recurso pelas partes. Terceiros prejudicados, contudo, poderão 
recorrer. Se as partes se arrependerem do acordo, não há o que fazer. Se houve vício 
de consentimento que levou ao acordo, também não cabe recurso, mas sim Ação 
Rescisória (art. 836 da CLT). 
 
Para efeito de acordo, não há o rigorismo do princípio da congruência ou 
adstrição (pois a decisão seria das partes e não do juiz), ou seja, pedidos sequer 
ventilados na inicial poderão ser alvo de acordo, desde que da competência da Justiça 
do Trabalho. Ainda que as partes queiram acordo, o juiz não é obrigado a homologá-
lo, pois pode perceber colusão (estão de “sacanagem” - conluio) entre as partes ou 
vício de consentimento (a parte está sendo coagida de alguma forma). Não por achar 
que a parte conseguiria receber mais dinheiro (potencial maior do processo), já que 
isso foge do papel dele como juiz, mas sim por perceber que houve algum erro, como 
conluio, fraude. Havendo divergência entre a parte e seu advogado sobre a 
concretização do acordo prevalecerá a vontade da parte.

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